Fanfic: Cost you to keep me quiet! | Tema: Camren, Pretty Little Liars
PVO Camila
Lauren se sentou ao meu lado e não dirigiu a palavra a mim. Ela abriu o seu livro apoiou a mão no queixo, uma mecha de cabelo caiu sobre seu rosto.
Abri meu livro e comecei a ler, fitando o professor, em seguida fitei Lauren, ela estava concentrada lendo, mas percebeu meu olhar sobre ela e me olhou de canto. Sua olhada fez eu me perder por completo, minha respiração falhou. Ela desviou o olhar e voltou a focar no livro.
O professor passou mesa por mesa entregando uma folha cheia de questões – Vocês têm o meio dia para me entregar esse trabalho. – ele dizia enquanto distribuía as folhas.
Levei a mão até a folha e Lauren fez o mesmo, nossas mãos se esbarraram.
- Desculpa! – eu disse em voz baixa. Ela apenas me olhou e pegou a folha, analisou as questões, pegou um lápis e começou a marcar as respostas. Eu apenas olhava o movimento do lápis contra a folha. Em poucos minutos ela terminou e deslizou a folha até meu lado da mesa.
- Confira as respostas e entregue. – ela disse em voz baixa, fechou seu livro com força e deslizou pela mesa enquanto se levantava, o guardou na bolsa e saiu da sala.
Todos da sala me olharam sem entender nada.
Conferi as respostas e todas elas pareciam estar corretas. Levantei e coloquei a folha na mesa do professor. Peguei minha bolsa e saí da sala. O que tinha acontecido aqui? Por que ela saiu daquela maneira? Por que não falou comigo?
Eu estava totalmente confusa. Desci para o refeitório e me sentei em uma mesa afastada de todos, peguei meu celular, coloquei meus fones e fiquei no twitter. Eu estava tão distraía que não percebi a aproximação de Dinah, que se sentou ao meu lado e começou a falar comigo.
- Milla! – ela gritou puxando meu fone.
Dei um pulo na cadeira e olhei para ela com os olhos arregalados. – Que susto, menina! – coloquei a mão no peito, recuperando o folego. – Você quer me matar? – perguntei, dando uma leve risada.
- Eu não, mas parece que sua companheira de química sim – Dinah disse e riu.
- Você acredita que ela não me deu nem um “oi” quando sentou? A única coisa que ela disse foi “Confira as respostas e entregue”. – eu disse como se fosse algo fora do comum.
Dinah me olhou assustada – Sério? – perguntou – Que menina mais estranha... – acrescentou.
- Verdade... – eu disse balançando a cabeça afirmando. – Cadê a Mani? – perguntei
- Ela está encalhada na sala ainda – Dinah disse olhando para o celular.
Eu estava rindo de uma foto que Dinah me mostrava em seu celular, quando Mani chegou e sentou do nosso lado.
- E aí, como foi sua aula de química? – perguntei para Mani.
- Foi legal, Ally foi uma ótima companheira, ela é muito engraçada. Vocês precisam conhecer ela. - Mani disse animada. – E a sua dubla, Milla? – ela segurou o riso.
Revirei os olhos – Não sei se quero falar sobre isso... – eu disse.
- Foi tão ruim assim? – ela riu.
- Ela nem falou comigo, cara – Eu disse. Acho que eu tinha ficado mais indignada pelo fato de ela não ter falado comigo do que por qualquer outro motivo.
Tivemos mais 3 aulas de matemática e fomos embora, não vi mais a Lauren por aquele dia.
Chegando em casa, minha mãe não estava, nem Sofi. Eu estava sozinha, o que era um milagre. Liguei para Dinah e Mani e chamei-as para irem à sorveteria comigo no final da tarde e elas aceitaram de primeira. Fiz minha lição de casa e me arrumei para sair.
“Eu saindo de casa” – digitei a mensagem e mandei para Dinah e Mani.
“Ok, te encontro na sorveteria” – Mani respondeu segundo depois. Ela não largava aquele celular.
Eu saí de casa e fui andando até a sorveteria. Eu parei em um sinal e recebi uma mensagem, era Dinah.
“Já estou aqui”.
“Estou chegando” – respondi.
O sinal fechou e eu atravessei, na calçada da sorveteria, vi Mani vindo do outro lado da rua. Esperei-a e caminhamos juntas até Dinah, que estava sentada do lado de fora. Nos sentamos com Dinah, o garçom chegou, anotou nosso pedido e entrou. Minutos depois ele voltou com nossos pedidos.
Nós conversávamos, brincávamos e riamos das piadas de Dinah.
- Oh shit... – Dinah engasgou com o milk shake.
- O que? – Mani perguntou olhando pra ela.
Dinah indicou erguendo os olhos. Nós olhamos e vimos Lauren vindo em direção a sorveteria. Ignorei e voltei a conversar com as meninas.
Lauren passou por mim e sorriu entrando na sorveteria. Eu fiquei perplexa.
- Vocês viram isso? – apontei para a porta – Ela sorriu pra mim... ELA-SORRIU-PRA-MIM – disse pausadamente.
- É, nós vimos. – Dinah disse sem entender nada.
- Vamos sair daqui – pedi e elas assentiram.
Demos uma volta no shopping e depois elas foram para minha casa e ficaram o início da noite. Elas foram embora assim que minha mãe chegou. Me despedi delas e fui ajudar minha mãe com o jantar, ela contava sobre seu dia e eu contei sobre o meu, claro, omitindo a parte da Lauren. Jantamos, brinquei um pouco com Sofi e subi para o meu quarto. Tomei um banho quente, vesti meu pijama e me deitei na cama, ligando a tv do meu quarto. Minha cabeça afundou no travesseiro, comecei a fitar o teto, aqueles olhos verdes invadiram minha mente. Lembrei do momento que a vi cruzando o pátio, a maneira que ela me olhou enquanto andava pelo refeitório, sua voz rouca desafiando o professor, sua inteligência... Sacodi a cabeça voltando à realidade. Olhei para a tv e estava passando uma novela qualquer, desliguei a tv e fechei os olhos. Não demorei a pegar no sono.
***
6h00 A.M meu despertador tocou, eu o fuzilei com os olhos, como se ele pudesse sentir algo. Que idiota Camila!
Me arrastei até o banheiro, tomei um banho e fiz minha higiene matinal, vesti uma saia preta, uma regata cinza e arrumar meu cabelo deixando minha franja caída sobre meu rosto. Não passei muita maquiagem, apenas um lápis de olho e um batom claro.
Desci e minha mãe estava sentada tomando o café, Sofi estava sentada na cadeirinha de criança, comendo seu pão. Dei um beijo nas duas e me sentei. Enchi uma caneca de leite e coloquei duas colheres de chocolate. Eu bebia lentamente até Mani entrar pela porta da cozinha me apressando. Corri, peguei minha bolsa, me despedi de minha mãe e Sofi e fui para a escola, Dinah nos esperava na frente e para a minha surpresa, estava acompanhada de Ally, a parceira de Mani em química.
Cheguei e abracei Dinah. Mani abraçou Mani e em seguida Ally e enfim me apresentou a Ally, ela realmente parecia ser uma pessoa legal. Entramos para a escola e fomos para o refeitório. Clássico. Nos sentamos em uma mesa que dava uma visão direta do portão de entrada. Eu evitei olhar para o portão, não queria ver Lauren chegando.
- Ally – interrompi o diálogo entre ela, Mani e Dinah e ela me olhou.
- Oi, Camila – ela disse.
- Sua amiga não vai vir não? – perguntei como quem não quer nada.
- Provavelmente sim, ela não é muito de faltar – Ally disse e voltou a conversar com Mani.
O sinal tocou e nos encaminhamos para a sala, novamente a primeira aula era do Mr. Fitz.
Nos sentamos, dessa vez, as quarto, ocupamos a primeira fileira de cadeiras.
- Bom dia, alunos! – Mr. Fitz disse entrando na sala com um sorriso enorme. – Já sabem o que fazer né? Celulares dentro das suas mochilas, desligados de preferencia. – ele dizia, enquanto colocava sua bolsa em cima da mesa e tirava uma pasta de dentro dela.
Ele foi até a lousa e escreveu “Henry Charles Bukowski Jr”
Abram suas apostilas na página número 3 – ele mandou.
Nós abrimos e tinha um poema na página, um poema extenso. Espero que ele não me peça para ler. Rezei em pensamento.
- Eu vou começar a recitar e quem quiser, pode terminar. – ele disse, pigarreando.
(Play em Hurt)
- Há um pássaro azul no meu coração que quer sair... – ele recitou e fez uma pausa, um silencio dominou a sala, eu estava lendo o poema em minha apostila quando aquela voz rouca quebrou o silencio.
- Mas eu sou demasiado duro para ele, e digo: Fica aí dentro, não vou deixar ninguém ver-te.
Olhei para trás surpresa. Como ela entrou sem que eu a visse? Ela já estava lá dentro quando eu cheguei?
- Há um pássaro azul no meu coração que quer sair, mas eu despejo whisky para cima dele e inalo fumo de cigarros; e as putas e os empregados de bar; e os funcionários da mercearia, nunca saberão
que ele se encontra lá dentro. – ela continuava recitando, sua voz me arrepiava.
- Há um pássaro azul no meu coração que quer sair, mas eu sou demasiado duro para ele, e digo: Fica escondido, queres arruinar-me? – ela deu recitava em um tom sarcástico, olhei para ela e ela dava um leve um leve sorriso. - Queres foder o meu trabalho? Queres arruinar as minhas vendas de livros na Europa? - ela prosseguia.
- Há um pássaro azul no meu coração que quer sair, mas eu sou demasiado esperto, só o deixo sair à noite por vezes, quando todos estão a dormir. Digo-lhe: Eu sei que estás aí, por isso, não estejas triste...
– Eu me arrepiava a cada linha que ela recitava. Ela parecia dialogar com si mesma enquanto lia. Ela parecia conhecer cada linha desse poema. O professor a olhava fixamente.
- Depois, coloco-o de volta, mas ele canta um pouco lá dentro, não o deixei morrer de todo e dormimos juntos assim, com o nosso pacto secreto e é bom o suficiente para fazer um homem chorar, mas eu não choro, e tu? – ela finalizou e o professor a aplaudiu e a sala toda acompanhou, inclusive eu.
Após isso, fizemos um estudo sobre o poema e o professor passou um livro para nós lermos até a semana seguinte, pois ele ia fazer uma prova oral sobre ele. O sinal tocou, entregamos as atividades na mesa do professor e saímos. Descobri que essa era nossa única aula nesse dia. Que decadência.
Eu resolvi passar na biblioteca e pegar logo o livro para começar a ler. Chegando lá, fui seguindo a placa com os temas, eu andava apressada pela biblioteca e estava distraída olhando para cima, tentando identificar o que estava escrito na placa quando esbarrei em alguém, o esbarrão resultou e eu caindo.
Vi uma mão se estender em minha direção, segurei e senti alguém me puxar, nossos olhos se encontraram... Era Lauren... Eu havia esbarrado nela.
- Eu sinto muito – eu disse limpando minha saia que havia sujado conforme caí.
- Não tem problema. Você está bem? Se machucou? – ela disse em tom amistoso.
Eu me olhei vi que estava tudo bem.
- Não... Estou bem – sorri e nos olhamos. Um silencio constrangedor se instalou ali e ela logo fez questão de quebra-lo.
- Que falta de educação de minha parte.... – ela riu - Meu nome é Lauren Jauregui– ela estendeu a mão para mim
– Eu sei o seu nome! – pensei.
- Meu nome é Camila Cabello - eu disse apertando sua mão.
- Me desculpe pelo evento na aula de química, eu não estava de bom humor – ela disse e sorriu de canto.
- Sem problemas – eu disse.
- Você estava procurando o livro para a aula de literatura? – ela perguntou me olhando.
- Uhumm – balancei a cabeça afirmando
Ela tirou sua mochila das costas e abriu, tirando o livro de lá - Toma aqui – ela disse estendendo a mão que estava com o livro – eu tenho dois. – ela riu. Seu sorriso era lindo.
Peguei o livro de sua mão, sorrindo timidamente. – Obrigada...
- De nada! Só não repare nas marcações, tenho mania de marcar os trechos que mais gosto. – ela disse mordendo o canto da boca.
- Não vou reparar – eu disse.
- Bom... Tenho que ir. Até mais Cabello - ela me fitou com aqueles malditos olhos e saiu.
- Até mais, Jauregui! – disse em voz alta e a diretora da biblioteca me repreendeu, apontando para a placa que dizia “Silencio!”.
Autor(a): frodosefrodeu
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