Fanfic: Anjos e Demônios

Na cidade de São Paulo, um anjo de categoria missionária corre assustado pelas ruas escuras. Podem se ouvir uivos e gritos frenéticos que ecoam pelo lugar. De repente por trás de uma das pilastras do enorme viaduto, sai um anjo das trevas de trajes pretos como a noite, e com seus olhos vermelhos e frios encara o anjo missionário portando uma espada em suas mãos; a mesma tinha um cabo preto e no seu designer uma caveira; o missionário para bruscamente e quando se volta para tomar outra direção, percebe que muitos outros anjos das trevas começam aparecer com um sorriso sádico estampado na face e estes começam a cercá-lo, eles rosnam e uivam como animais ferozes. Mas repentinamente o barulho cessa. O missionário olha assustado para o cerco a sua volta que só se abre para dar passagem para sua líder, o anjo conhecido como Lariel a doutrinadora, de uma beleza singular e de um porte atlético invejável, exibidos numa roupa justa e de cores preto e vermelho.

ANJO MISSIONÁRIO - Vocês sentirão a mão de Deus.  Suas ações serão penalizadas! Deus punira cada um de vocês. As trevas nada irão conseguir aqui no mundo dos homens nem nos reinos dos céus... Vocês serão tragados pelo poder da luz de nosso pai...

LARIEL - A era de Deus esta por terminar missionário. Uma nova era começa a se erguer, a era das trevas. Nosso exercito vem aumentando cada vez mais, e cada dia estamos mais perto do nosso intuito final. E você pobre missionário logo será um de nós, ou morrera em nome de seu todo poderoso Deus. (afirmava com um tom enfurecido).

ANJO MISSIONÁRIO - Vocês não terão êxito seres do mal. Logo os entes da luz estarão aqui. Eles ergueram a espada de Deus e terminarão com todos planos maléficos de sua rainha.

LARIEL - Não é assim que se trata um irmão missionário. E se você meu irmão fala do temível exercito da luz, saiba que eles terão muitas surpresas quando aportarem nesta terra. (sorri sadicamente) Estamos muito mais adiantados e adaptados para a guerra.

ANJO MISSIONÁRIO – Vocês não são irmãos de ninguém ser sem espírito, a não ser da própria escuridão eterna.  Todos vocês serão punidos por todas as atrocidades que cometeram e que ainda irão cometer.  Os entes de luz exterminarão vocês e desta vez não serão levados ao reino da redenção.

LARIEL - Você tem muita fé no exercito da luz missionário.  Talvez fé até demais. Isso pode ser um erro, por isso ainda estão aqui ajudando estes macacos, os tais humanos.

ANJO MISSIONARIO – Porque fazem isso, uma vez todos nós fomos irmãos, andamos na mesma linha do amor, estando lado a lado. Com nossas mãos construímos o nosso reino sobre todos os reinos vivos.

LARIEL – Esse tempo não existe mais missionário. No dia em que ele criou os tais humanos.  Ele desistiu de nós, e amou em demasia sua nova criação, os macacos, e então missionário nós desistimos dele.

Lariel se aproxima ainda mais do anjo missionário, dois anjos das trevas se aproximam rapidamente, impondo força para que o anjo missionário se ajoelhe, o que não demora muito. Os olhos de Lariel se tornam negros, sua mão é preenchida por uma luz vermelha, ele então leva sua mão até a cabeça do anjo.

ANJO MISSIONÁRIO - Você não conseguirá me dobrar Doutrinadora. Deus esta comigo.

LARIEL – Você esta enganado missionário. Ele já te abandonou!

Ela aperta a cabeça do anjo, a luz vermelha de sua mão começa a envolvê-lo, os anjos que o seguravam se afastam enquanto este grita de dor e desespero, seu berro ecoa por toda extensão do viaduto.

Uma leve chuva começa a cair como se podia notar pelas gotas que atingia o capo do carro da policia.  Luiza já estava no local do crime de luvas de procedimento.  Três viaturas e seu carro estavam envolta da cena do crime. Os soldados mantinham o perímetro vigiado para evitar possíveis curiosos. Luiza se aproximava da legista Lilian.  Cansada ela passava suas mãos nos olhos tentando manter-se acordada; já que seu plantão havia se passado há muito tempo, já beirava quarenta e oito horas sem dormir; mas isso não impedia de fazer seu serviço e junto com a legista Lilian ajudava analisar o que havia ocorrido com os dois corpos no chão, um homem e uma mulher.

LUIZA – Bela hora para começar a chover. (olhando para cima) O que temos aqui Lilian?

LILIAN - Não há incisões, cortes ou hematomas que caracterizem  que houve uma luta ou algo parecido. Também não há vestígios de sangue num perímetro de três metros dos corpos . Este outro corpo... (caminhando na do outro corpo)... Tem uma perfuração na altura da jugular. Perfuração bem parecida com as que encontramos nos corpos da fabrica agora a pouco. Mas também não há vestígio de sangue Tenho certeza que a autopsia revelara que a causa mortis é a pura falta do coração (olhando para Luiza) e como sempre sem qualquer gota de sangue nos corpos.

LUIZA – Isso tudo é muita loucura, para não dizer outra coisa. É muita  para minha cabeça Lilian.

LILIAN - Algumas pessoas no departamento já começam a dizer que isso é coisa sobrenatural. Alguns chegam afirmar que tudo isso só pode ser bruxaria ou qualquer coisa do tipo. Sei lá Luiza, não acredito em certas coisas, sabe quanto eu sou cética em relação a assuntos sobrenaturais, mas eu nunca vi nada parecido com que esta acontecendo nos últimos dias nesta cidade. Tudo isso é muito… e se for algo sobrenatural? 

LUIZA - Eu começo a pensar muito seriamente nisso também Lilian, e também sou tão cética quanto você. Mas são muitas vitimas com a mesma causa mortis, e sem explicação alguma. Além do mais nunca há digitais, não há relação entre as vitimas e nem mesmo motivo aparente para o crime... Só o que temos é o mesmo padrão de morte... A verdade Lilian é que estamos totalmente perdidos. O que fazemos é coletar corpos das ruas diretamente para o IML. (dizia de forma frustrada e com grande pesar na voz)

Luiza então se levanta parecia estar pensando em alguma coisa. Ela começa andar de um lado para outro a passos lentos. Tentava juntar de alguma forma um quebra cabeças em sua mente. De repente ela para e olha para Lilian.

LUIZA - Os crimes são distantes uns dos outros... Em vários pontos da cidade. Correto?

LILIAN – Correto. Segundo o mapa da central de investigações as vezes com distancia de uma hora entre eles.

LUIZA – Foi determinado pela pericia que eles agem com um contingente de seis ou dez pessoas.

LILIAN – Correto. Aonde você quer chegar Luiza?

LUIZA - Um grupo só não faria isso Lilian... Teriam que ser vários grupos... Um verdadeiro exército de seguidores, uma seita.  Cada grupo com uma área determinada para agir. Mas como explicar os corpos sem coração e sem sangue... (para de falar percebendo algo brilhante a sua frente)

LILIAN - Talvez você tenha razão Isso explicaria muitas coisas. . Mas referente aos corpos sem coração... (TOM) O que foi Luiza?

Luiza avistava um objeto brilhante, que estava a uns quatro metros ou mais de distancia. Possuía um tom esverdeado e também era muito luminoso. Curiosa ele liga sua lanterna e aproxima-se do objeto, e descobre que se tratava de um medalhão, que tinha no seu centro um desenho a simbologia de anjos. Para Luiza aquele desenho parecia familiar. Luiza toma o medalhão nas mãos e verifica que a corrente esta partida, como se tivesse sido arrancado do pescoço do seu dono.  Cuidadosamente ela coloca o medalhão num pequeno saco de provas que havia retirado do bolso de sua jaqueta jeans.

LILIAN - Um medalhão. As duas das vitimas da fabrica também tinham medalhões similares, somente os desenhos no seu centro eram diferentes. O que pode significar este desenho no centro do medalhão?

LUIZA – É um símbolo de anjos, uma marca de identificação. O desenho no centro se refere há que classe de anjos ele pertence, neste caso, este desenho pertence à classe missionária, e abaixo o nome do anjo...

LILIAN - Ai está sua seita Luiza. O mundo já viu inúmeras atrocidades em nome da religião. Talvez esses grupos sejam seguidores de anjos. Mas o engraçado, pelo pouco que sei sobre anjos, eles não são enviados a terra somente para fazerem o bem, ou estou enganada?

LUIZA – Segundo a biblia e muitos outros livros de teologia Lilian. Há uma divisão nos céus, existem em sua grande maioria os anjos de luz, no entanto existem os chamados anjos caídos, os temíveis anjos das trevas que andam por nosso mundo, por terem sido banidos por Deus dos reinos dos céus.  Nestes  livros pode se ler que eles aguardam a espreita nas sombras o chamado do seu mestre, do seu líder, até o dia em que poderão reinar sobre o reino dos ceus.

LILIAN – Como sabe de tudo isso?

LUIZA – Meu pai era teólogo, e me fez estudar teologia desde pequena.

LILIAN - O que significa missionário então nesta tal ordem, melhor diria na classe de anjos que você descreveu Luiza?

LUIZA - São conhecidos popularmente de anjos da guarda, mas o codinome correto é missionário. Estes anjos segundo as escrituras são enviados por Deus para ajudar no caminho dos homens em busca da perfeição. (TOM). Eu nunca entendi porque meu pai insistiu tanto para que eu estudasse sobre anjos, mas de certa forma aquele mundo me fascinava.

LILIAN - Ele queria lhe passar o seu conhecimento.  É normal que os pais queiram que seus filhos sigam seus sonhos.

LUIZA – Pode ser.  Mas no seu leito de morte; que aconteceu um ano depois do desaparecimento dos meus dois irmãos; ele me disse que o dia do julgamento estava próximo, que a essência do mal já crescia a frente de nossos olhos, mas os homens não percebiam, e me disse para prestar atenção nos sinais. E repetiu isso varias vezes. Falava também que todos os anos de meus ensinamentos seriam muito úteis para entender o que estaria por vir.

LILIAN – O que ele queria dizer com isso Luiza? Era algum tipo de premonição? Seu pai era algum tipo de vidente.

LUIZA – Não. Com certeza não. Mas nos seus últimos dias de vida ele mudou muito. O médico disse que o tumor no cérebro fazia meu pai ter alucinações. Esta é a ultima recordação que tenho do meu pai.

LILIAN – Tenho certeza que ele ficaria orgulhoso de você agora Luiza. (colocando sua mão no ombro da amiga) Tenho certeza disso. De alguma forma. Onde ele estiver seu pai está muito orgulhoso do que você se tornou uma grande investigadora, uma das melhores que já vi.

LUIZA – Obrigado Lilian. Mas vamos deixar o passado de lado e vamos voltar ao trabalho. Levarei isso para o laboratório e quem sabe consigamos alguma coisa.

LILIAN – Ok. Bem, vejamos...

Lilian voltava a examinar os corpos a sua frente.

Continua....