Fanfic: Love and Rock in Roll | Tema: Kim Lirio

Sentiu borboletas invadirem seu estômago. Era realmente sua hora. Respirou fundo e entrou. Apresentou-se e sentou em frente ao piano. Respirou fundo novamente, as borboletas estavam sumindo e sentiu seu corpo se acalmar.  Colocou suas mãos em cima do piano e logo seus dedos tocavam a primeira nota, sentiu um êxtase ao começar a cantar. Sua voz era realmente encantadora. Seus dedos tocavam o instrumento com uma precisão incrível. Apesar de nova, desde os quatro anos Luma cantava e começara a tocar piano.

Estava cantando uma de suas músicas favoritas, I Knew You Were Trouble (Taylor Swift), seus dedos deslizavam pelo piano e sua voz tinha um brilho inexplicável. Logo que terminou a canção agradeceu aos avaliadores e começaram as perguntas:

- Quando começou a cantar tocar piano? – Perguntou um avaliador com aparência séria e esquisita.

- Aos quatro anos. Cantava em um coral de igreja.

- Porque quer entrar naBerklee College? – Perguntou outra avaliadora, com olhar terno.

            A pergunta a fez refletir em toda sua vida, então ela respirou fundo e sorriu:

- Porque desde minha infância a música faz parte da minha vida. Lembro-me bem de quando eu era pequena, e algo ruim acontecia me trancava no quarto e tocava as músicas e cantava. Ficava horas cantando. Durante toda minha vida sonhei em estar nesse colégio, sonhei em aprimorar meu talento e viver de música, pois é a minha paixão. Hoje, quando eu cheguei aqui, pensei em desistir, mas quando entrei aqui e comecei a tocar, eu me senti tão bem, tão viva, que eu até me esqueci que estava sendo avaliada. Enfim, quero investir no que realmente me faz feliz.

- Tudo bem, aguarde mais alguns minutos e lançaremos a lista de quem foi aprovado.

Luma saiu do palco e andou em direção a sua família que a aguardava com bastante expectativa. Luma os abraçou e chorou não de tristeza, mas de alívio.

- Você foi brilhante querida, como sempre linda e brilhante. Mas, quando vai ser o resultado?

- Obrigado papai, mas me pediram para esperar mais um pouco que já lançaram as notas. 

Enquanto aguardavam, Luma foi até a porta de entrada do teatro e avistou Vinicius sentado em um degrau próximo dali.

- Oi.

- Luma, porque me tratou daquele jeito, o que te fiz?

- Não sabe?! – fitou – o com os olhos cheios de raiva.

- Não, não sei!

- Enquanto eu descansava pro meu teste, você foi a algum lugar, sabe- se lá fazer o que!

-Sim, fui à festa na casa de um conhecido. – Abaixou a cabeça e murmurou.

- Quanta consideração hein... Porque não me disse? Eu não me importaria, contanto que estivesse do meu lado no dia mais importante da minha vida!

- Eu estava aqui e você me expulsou.

- Não confio em você!

- Me desculpe, posso te abraçar?

- Tudo bem!

Ficaram alguns minutos abraçados, até que seus pais avisaram que o resultado saiu. Todos correram em direção aos corredores apertados, ela viu jovens com o mesmo sonho que o seu sendo destruídos; pessoas chorando e se apertando para ver o papel pregado na parede. Luma conseguiu se aproximar do papel, ela só precisava estar entre os primeiros 50 colocados, então procurou entre os 10 primeiros e seu nome não estava lá, foi procurando mais abaixo, se sentiu desesperada, pois estava na casa dos 40 e nada de seu nome aparecer.  Seus olhos encheram-se de lágrimas, seu coração bateu acelerado, então chegou ao número 49, e pôde ler seu nome. Luma chorou, correu até seus pais e os abraçou, contando-lhes a boa notícia.

- Mãe, eu consegui, passei!

- Que bom minha filha, que orgulho! – Deu-lhe um abraço apertado e chorou.

- Luma, posso te abraçar? - disse Vinícius sem graça.

- Sim. – Luma sorriu seco.

Eles se abraçaram e logo Luma deu um jeito de se soltarem.

-Preciso arrumar minhas coisas, tenho apenas esse mês.

Luma estava ansiosa com a nova etapa de sua vida. Parecia nem se importar com seu namorado. Ela estava tão atarefada com os preparativos que quase não via Vinícius. Eles se falavam pelo telefone sempre, mas Luma não confiava nele. Muitos se perguntavam porque ela não terminava com ele, ela nunca respondia, mas a verdade era que ela tinha medo de terminar sua vida sozinha, e até mesmo machucada por algum rapaz. Ela se fechava e não queria saber de aproximação.