Fanfic: Será que é amor? MyU e AyA | Tema: Rebelde, RBD

       Chegaram no hospital e Maite logo foi internada de emergência, pois estava tendo dilatação e entrando em trabalho de parto. O médico que estava acompanhando a gestação não estava no hospital no momento e, portanto,  teve que ser atendida pelo médico de plantão.

         - Vai ser um aborto, - disse o médico. -  pois não completou sete meses de gestação ainda! Não tem mais nada o que fazer! - disse o médico para as enfermeiras.

        Ao ouvir isso Maite entrou em desespero. Aquele filho era muito esperado, não poderia ser um aborto. As enfermeiras pediram para que ficasse deitada do lado esquerdo e tentava ao máximo possível se manter nessa posição, ainda que assim aumentasse as cólicas e as contrações. Ficou lembrando de tudo o que havia lido sobre gravidez e o que viveu na gravidez de Luna, e lembrava que todos sempre diziam que na hora do parto deveria estar relaxada para o bebê sair com tranquilidade. Então tentava contrair os músculos o quanto conseguia a fim de que mantivesse o bebê "preso" dentro do seu corpo.

        Entre o desespero e a agonia que sentia, Maite ouvia as vozes distantes das enfermeiras pedindo para segurar o bebê dentro da barriga e queria acreditar que aquilo era possível de alguma maneira.

        Sentia que estava perdendo as forças e assim, o parto aconteceu, dando luz ao Rick. Houve uma grande correria e levaram o bebê diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para os primeiros cuidados. Maite não parava de chorar sem saber se seu filho sobreviveria ou não e se culpava a cada segundo por não ter conseguido segurar o bebê por mais tempo.

          Christopher que não pôde entrar para acompanhar junto tu o que estava acontecendo, estava extremamente nervoso a espera de noticias. Pela movimentação na equipe médica, sabia que havia acontecido o parto, mas por mais que buscasse informações, ninguém lhe dizia o que estava se passando.

         Depois de muito brigar por informações, Christopher conseguiu entrar no quarto onde estava Maite e a encontrou chorando desoladamente.

         - O que foi amor? - Christopher segurou seu rosto - Você está bem?

         - Eu não consegui segurar o Rick... foi tudo culpa minha! - Maite dizia soluçando.

         - Você não teve culpa amor! Foi algo do seu corpo! A gente fez tudo direitinho! - Christopher disse.

         - Eu não devia ter feito esse show, eu não estava mais acostumada a isso! Meu corpo não aguentou, Ucker! Eu não deveria ter ido!

         - A gente nunca ia imaginar! Mas nem sabemos se é isso, Mai! E o Rick? Ele ... nasceu... vivo? - perguntou com medo da resposta.

          - Levaram para a UTI correndo...  - ela disse ainda chorando. - Ele estava vivo, mas eu não sei por quanto tempo! Eu quero meu filho! Quero meu filho de volta!

        - Vai ficar tudo bem amor! Ele é o nosso milagre! Esse vai ser mais um milagre em nossa vida! - Christopher disse angustiado.

          Maite abraçou Christopher e chorou mais ainda. Estava desesperada a espera de notícias, até que o médico veio informando que o filho estava vivo mas em estado gravíssimo.

          - Mas há chances de ele sobreviver? - Maite perguntou desesperada.

          - Sim, há chances! - o médico respondeu. - Mas ele nasceu muito prematuro, terá que ficar na UTI durante um bom tempo, talvez os meses referente ao período de gravidez.

           - Três meses na UTI? - Maite perguntou assustada.

           - Provavelmente, - ele respondeu. -  mas se ele se recuperar bem pode até ser menos...

           - Então, ele vai sobreviver? - Christopher perguntou com esperanças.

            - Há chances....

           Maite voltou a chorar novamente, mesmo tendo a esperança que seu filho iria conseguir se desenvolver. Christopher tentava acalma-la e apesar de sentir muito medo e vontade de chorar, achava que naquele momento tinha que se manter forte para ser o porto seguro da esposa.

         Jessica ficou extremamente nervosa por não estar ao lado da amiga e sem poder fazer nada. Avisou aos familiares do casal e à Christian, que disse que iria no mesmo momento para o hospital ver como Maite estava e depois iria buscar Luna para que Jessica também pudesse visitá-la.

         Após ser internado na UTI Neonatal, Maite e Christopher puderam visitar seu filho. Foram andando devagar como se quisessem evitar aquele momento.

         Quando se aproximaram, Maite levou um susto e apertou forte a mão de Christopher para ter forças. Ele respirou fundo para conseguir se manter o mais firme possível.

         O Rick era diferente dos outros bebês. Era muito menor e muito mais frágil que os outros dois bebês que dividiam a UTI com ele. A pele era bem fina de uma cor arroxeada, dando para ver as veias e artérias atrás daquela fina camada.

         - Meu filho... - Maite disse, chegando perto do bebê - A mamãe te ama muito! Eu não devia ter deixado você ter vindo para fora tão cedo... Aqui não é seu lugar ainda Rick!

         - Assim como a gente, ele estava ansioso Mai... - Christopher disse. -  Ele queria vir logo para estar com a gente.

       - Eu posso ... encostar nele? - Maite perguntou insegura para enfermeira.

       - Com cuidado! -a enfermeira disse. - A pele dele ainda não está totalmente formada! O mais indicado é você segurar, um toque único e ficar! Desse modo você já consegue transmitir todo o carinho materno. E paterno também - virando-se para Ucker.

          Maite segurou a mãozinha de Rick e sentiu aquela mão frágil que parecia que ia quebrar a qualquer momento.

          - A mamãe te ama muito! Muito! - ela disse chorando.

         Christopher também segurou a mão dele.

         - Papai também te ama! E a Luna, sua irmãzinha também! Ela não vê a hora de poder brincar com você filho! 

         Ver o filho naquele estado cortava o coração do casal. O bebê parecia um boneco e era estranho pensar que ele estava ali, mas deveria estar dentro da barriga  de Maite.

         Luna acordou e foi correndo no quarto dos pais para acordá-los como fazia todo dia, porém ficou decepcionada ao ver o quarto vazio. Jessica, que passou a noite em claro, preocupada, estava na sala e foi correndo atrás de Luna para acalmá-la.

          - Cadê o papai e a mamãe??

           - Eles estão no médico com seu irmãozinho! Lembra?

          - A mamãe ainda está com dor? - Luna perguntou preocupada.

          - Um pouquinho... Talvez ainda tenha que ficar no hospital alguns dias.

          - Mas eu quero ficar com ela! - Luna disse.

          - Depois eu te levo lá, pode ser? - Jessica acariciou o cabelo da garota. - Só que antes o seu dindo queria te levar no parquinho, o que você acha?

           -  Eu queria ver a mamãe primeiro! - Luna disse.

           - A mamãe está no médico. Não pode entrar lá ainda. Enquanto você espera, fica passeando um pouco com seu dindo!

           -  Você vai passear com a gente?

           - A dinda vai trabalhar! Mas se a mamãe tiver que ficar no hospital, a dinda vem dormir de novo aqui na sua casa!

           - Eu quero ficar com a minha mãe! - Luna falou com a voz brava.

           - Certo, depois a gente vê isso Luna! - Jessica tentou encerrar o assunto para que a garota não ficasse irritada.

       Durante a manhã inteira, Jessica ficou tentando distrair Luna até Christian chegar e então correu para o hospital. Ela não podia visitar o bebê, mas encontrou Christopher e Maite na recepção. Os dois estavam com os olhos inchados de tanto chorar. Maite contou toda a historia com muito sofrimento em sua fala.

           -  Ele vai ficar bem ! - Jessica abraçou a amiga.

           - Sabe Jessy, eu fiz de tudo pra segurar o Rick! - Maite disse. - Mas eu não aguentei!

           - A culpa não é sua! Você mesma disse que o médico já havia decretado "não há mais nada para fazer". Nem o médico com todo o conhecimento dele, soube o que fazer! Não tinha mais NADA a se fazer!

        - Eu estava tão preocupada que acontecesse algo com a Anahí no show... e...  - Maite suspirou. - Nossa! Logo eu que me cuidei tanto!

         - A gente não podia prever nada, amor! - Christopher disse. - Mas vai dar tudo certo!

          - Eu avisei os pais de vocês. - Jessica disse.

          - Eu sei! Obrigada, Jessy! - Maite disse. - Eles vieram aqui pela manhã!

           - E a Luna? Ela está bem?? - Christopher perguntou.

           - Quer ficar com vocês de todo o jeito! É difícil distrai-la... 

           - Se o Mane estivesse por aqui, ela ficaria mais tranquila... - Maite suspirou.

        Christopher não gostou do comentário, mas preferiu respeitar o momento.

         - Eu não posso dormir no hospital, amor.  - Christopher disse. - Vou ficar com ela durante as noites.

          - Qualquer coisa, eu fico com ela! - Jessica disse.

        - Não precisa, - Christopher explicou. -  porque só a mãe tem direito a ficar no quarto perto da UTI. O pai só pode vir no horário de visitas, então eu fico com a Luna de noite!

           - A gente só precisa de alguém que cuide dela durante o dia... - Maite disse.

          - Eu fico! - Jessica disse.

          - Você está gravando a novela! Não pode ficar... - Christopher falou. - Ela fica com a minha mãe ou a mãe da Mai!

            -  Não tem problema nenhum! Ela fica comigo no estúdio! - Jessica sorriu para tentar anima-los. - Vai ser uma coisa diferente para ela se distrair.

            - Até quando será que vou ter que viver esse pesadelo?? - Maite disse, voltando a chorar. Christopher a colocou em seu ombro para dar consolo.