Fanfic: Ilha do amor (Adaptada) Anahí & Alfonso | Tema: Ponny romance

Alheio a tudo, exceto à opressiva máquina empresarial. Estava muito ocupado fechando um acordo para registrar as fragrâncias que se misturavam no meio da brisa suave.

O paraíso de Edith era totalmente desprezado pelo executivo. Anahí olhava com tristeza enquanto ele seguia em frente, discutindo títulos de alta fidelidade, em vez de despertar para as maravilhas do mundo natural ao redor.

Poncho e sua esposa, obviamente, eram pessoas com valores e prioridades diferentes.

Anahí sabia instintivamente que eles, definitivamente, não aprova­riam o jeito que ela escolheu para ganhar a vida.

Desolada, teria que aceitar que, provavelmente, seria expulsa dali. Seria obrigada a vagar pelos rios e canais da Inglaterra até encontrar um ancoradouro vago pelo qual pudesse pagar. E então teria que montar toda a sua clientela novamente.

Ela se arrastou silenciosamente na direção da casa que amava, angustia­da por pensar que não só iria deixar a ilha e todos os seus amigos, como por perceber que um sujeito insensível e sua esposa ignorariam seus encantos.

- Quantas chaves! - Poncho revirava o enorme molho que trazia nas mãos, ten­tando descobrir qual delas abriria a porta principal.

- É uma parecida com esta - disse Anahí paciente.

- Você tem uma chave! - vociferou, consternado, como se ela tivesse cometido um crime. Ou estivesse prestes a cometê-lo.

- Eu vinha sempre aqui para visitar a antiga dona - explicou a moça. - Ela me deu esta aqui para que eu pudesse entrar.

- Você entrou aqui depois que ela morreu? - ousou perguntar o executivo.

- Você está supondo que eu entrei aqui para roubar alguma coisa?

- Isso acontece.

Anahí respirou fundo.

- Não roubei nada. De fato, ainda não tinha botado os pés na casa desde que encontrei Edith em sua cama - informou-o, enquanto um leve tremor em sua voz denotava a quão dolorosa fora tal descoberta.

- Você a encontrou? - Ele parecia estar prestes a dizer algo (seus pêsa­mes, talvez), mas como pensou Anahí em segredo, controlou-se a tempo de não fazer nada que deixasse a sua condição humana à mostra.

- Você podia perguntar por aí - desafiou a moça, numa rara demonstra­ção de raiva - e então aprenderia que não tenho nada de desonesto.

Para o desconforto da moça, ele a examinou com perícia clínica.

- Não pense que não vou fazer isso - vociferou o empresário.

 O olhar rebelde da beldade se voltou novamente para o dele.

- Você não consegue perceber que tipo de pessoa eu sou?

- Tenho como hábito não acreditar em ninguém antes de ter uma prova irrefutável de sua integridade.

- Deve ser difícil para você fazer amigos - observou ela secamente.

- Gostaria de ficar com essa chave - resmungou. Ela a tirou do chaveiro de cortiça.