Fanfic: Fanfic sem Título
Capítulo 3
Recuperando o Fôlego
Logo começou a trovejar bastante. O vento estava muito forte; estava com cara de que iria chover muito. Não demorou muito e começou a chover forte, com muitos relâmpagos e trovões. Levantei e fui em direção à janela. Puxei um pouco a cortina para dar uma espiadinha do lado de fora e qual não foi a minha surpresa ao ver que os mortos-vivos estavam lá, parados olhando para a casa a uns 200 metros. Pude contar 13 no total.
Sentei no sofá e refleti sobre o assunto. O que estaria acontecendo nesta região? O que afinal estaria causando tal fenômeno? O que estaria trazendo estes mortos à vida? Era algo irreal demais para ser verdade. Mas estava acontecendo. Tinha muitas questões, mas nenhuma resposta. Meus pensamentos baseavam-se somente em como eu faria para sair daquele lugar infernal. Bem, como eu iria passar um tempo indeterminado na casa fui checar o estoque de alimentos. Havia bastante, não mais que um mês. Mas nem me passava pela cabeça que eu ficaria neste inferno por tanto tempo.
Passei a visitar todos os cômodos da casa - menos o quartinho da porta que arranha - para checar e ver se eu poderia encontrar algo de grande utilidade. Lembrei da chave na dispensa e fui até lá. A porta estava aberta, entrei e havia estoque de comida e produtos de limpeza. Notei no alto da prateleira cartuchos de revolver, mas nenhum sinal de arma; seria ótimo! Se eu achasse uma arma poderia me defender daquelas coisas mais facilmente! Procurei por todos os cantos da dispensa e não encontrei nenhuma arma.
Peguei a chave no chão, os cartuchos de bala e saí, fui para o quarto de casal e me tranquei lá. Revirei o guarda-roupa e as gavetas em busca de uma arma, mas nada encontrei. Após alguns segundos depois ouvi aquelas coisas lá fora esmurrado a porta da sala. Fiquei com medo, pois se eles entrassem dificilmente eu teria chance. Abri a porta do quarto e fui caminhando até a sala. Podia ver a porta tremendo com os murros, mas vi que seria praticamente impossível eles conseguirem derrubá-la. Voltei para o quarto e tranquei a porta; sentia-me mais seguro ali. Após alguns breves minutos os mortos pararam de bater na porta e ficou tudo em silêncio; com exceção da chuva que caía não havia mais barulhos. Deitei-me na cama e dormi por algumas horas.
Acordei assustado e atento. Ainda chovia muito, mas não havia nenhum sinal daqueles mortos-vivos. Olhei no relógio e eram 18:23. Notei ao lado, em cima do criado-mudo, um papel preso em baixo do abajur. Peguei-o e li:
"Querida, deixei a chave do baú no
porta-luvas da caminhonete.
Isaías."
Chave do baú? Mas onde estava esse baú? Foi quando os arranhados voltaram a acontecer na porta. Nessa hora já desconfiei que fosse um destes monstros preso dentro daquele quarto. Só de saber que poderia ter um deles dentro da casa comecei a ficar com medo e me incomodava muito. Mas eu não podia fazer muita coisa desarmado e eu não tinha coragem o suficiente para enfrentá-lo. Fiquei em baixo das cobertas atento ao barulho dos arranhões. Aquilo já estava me incomodando demais e a vontade que eu tinha era de entrar lá e espancar aquele monstro até a morte! Se bem que ele já estava morto.
Após alguns segundos, os arranhões pararam. Olhei ao meu lado e lá estava a chave que eu havia achado na dispensa. Pensei que talvez pudesse ser daquele quarto dos arranhões, afinal, era a única porta trancada. Fui até a cozinha, me armei com duas facas e me dirigi apreensivo até a porta trancada - a porta dos arranhões. Coloquei a chave e girei; a porta destrancou. Meu coração começou a acelerar e fui tomado de muita ansiedade. Levei minha mão à maçaneta da porta e girei. Pude ouvir o barulho da tranca destravando. Comecei a abrir a porta lentamente até que ficasse entreaberta e então bicudei a porta com toda a força permanecendo numa posição de ataque com as duas facas; uma em cada mão. Mas algo surpreendente surgiu: um cachorro! E o mais incrível é que ele parecia ser mudo! Nunca tinha visto muito menos sabia que existiam cachorros mudos! Na hora caí na gargalhada. A sensação de alívio era tamanha que não pude avaliar. Afinal esse tempo todo era um cachorro! E pelo jeito ele queria sair por isso arranhava a porta.
Observei todo o quarto e parecia uma outra dispensa - na verdade, um pequeno escritório. No canto pude ver um computador! Talvez fosse a minha salvação! Rezei como nunca havia rezado para que aquele computador tivesse internet. Caminhei até ele ansioso. Quando o liguei e o PC estava iniciando houve uma infeliz queda de energia. Mas que droga! - gritei inconformado. Tudo parecia contra! Notei no chão, ao lado do computador, um baú pequeno. Lembrei do bilhete no quarto. A chave estava na caminhonete! Na caminhonete? Mas que droga! Justo lá fora com aquelas coisas por lá! Mas se eu quisesse saber o que continha no baú eu precisava pegar a chave no porta-luvas da caminhonete.
Corri até a sala e espiei mais uma vez pela janela; eles ainda estavam lá, parados. Mas percebi que havia menos, contei sete no total. O que houve com o restante? Talvez tivessem ido embora para outro lugar. Se os outros saíram dali significava que eles também poderiam cansar e partir deixando o caminho livre para eu poder alcançar a caminhonete. Fiquei ali por 15 minutos e os sete ainda estavam monotonamente lá. Eu tinha que bolar um plano!
A única boa idéia que eu tive - não sei se era tão boa assim - era muito arriscada e perigosa. Mas como eu não tinha opção pensei que eu pudesse tentar. Avaliei cuidadosamente cada passo do plano e vi que as chances de chegar até a caminhonete sem ser visto eram muito boas. Meu plano consistia em sair pelos fundos, através da janela da cozinha. Passar pela lateral da casa onde havia aquele corpo mutilado debaixo da árvore e chegar à garagem onde estava a caminhonete. O ângulo de visão deles - em frente a casa - não batia com o ângulo da caminhonete na garagem; um ponto cego. Eu poderia chegar ali sem ser percebido!
Talvez o único problema fosse o fato de estar de noite - sim porque a escuridão poderia me favorecer em relação a não ser visto facilmente como também poderia fatalmente me desfavorecer, já que na escuridão eu também poderia não enxergar algum zumbi nas proximidades. Outro fator negativo era a chuva que caía muito forte. Olhei no relógio e eram 20:37 e os sete zumbis permaneciam lá. Por mais que eu tivesse mais contras do que prós, eu tinha que fazer alguma coisa. Além do mais não teria por que meu plano dar errado. Após alguns minutos decidindo o que fazer, respirei fundo e confiante, resolvi executar meu plano.
Continua...
Autor(a): roggerbiancchi
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