Fanfic: Acaso do Destino | Tema: Levyrroni

O TripAdvisor despontou à vista, a fachada pintada em um tom sutil.

William abriu a porta e Maite passou por ele sentindo o corpo pal­pitar da cabeça aos pés.

Observou-o precavida, imaginando como exercia tal efeito sobre ela. Sim, ele era alto. Sim, transbordava vigor. Contudo o físico não era mais pujante que a energia que dele emanava. William Levy devia ser formidável quando provocado, só de pensar Maite sentiu um arrepio da cabeça aos pés. A garçonete  acomodou-os no segundo andar, por sua vez pintado de vermelho escuro. A cozinha fecharia em uma hora e ambos pe­diram, após uma breve espiadela no cardápio. A entrada, consome de caranguejo, chegou logo e Maite, que pensou estar faminta, mal conseguiu levar a colher à boca. Uma coisa era achar um homem atraente. Comer na frente dele era outra. William reparou que mal tocara na sopa. O olhar sombrio pousou na face dela.

WLevy—Não gostou?

Oh, lá vinha o frio na barriga de novo.

MPerroni —Gostei, sim. Está delicioso - replicou, levando à força a colher aos lábios.

WLevy —Então qual é o problema?

Tarde demais para fugir. Jantar com o belo William Levy soou excitante, mas, neste salão praticamente deserto, a angústia era intolerável.

MPerroni —Quantos anos você tem? - ela indagou de súbito.

WLevy—Tenho 32.

Uau. Era dez anos mais velho que ela. Imagine a experiência que possuía... em especial no tocante às mulheres.

MPerroni —Quando faz aniversário?

WLevy —Doze de março. Há um mês. Ela sorriu, julgando que a data explicava tudo.

MPerroni —Você é ....Pisciano? Sabe... astrologia... os signos do zodíaco.

Ele deu de ombros.

WLevy —Não acompanho nada disso.

O gesto, combinado com a entonação desdenhosa, enfureceu-a. Por um lado era um homem admirável, mas por outro era irreme­diavelmente arrogante.

MPerroni —Não precisa acompanhar nada. Isso existe mesmo que não acredite.

WLevy —Mas você crê?

MPerroni —É divertido.

WLevy—É estúpido.

MPerroni —Como pode ser tão crítico?

WLevy—Porque você aparenta ser uma mulher inteligente. Que não se deixaria cair nessa esparrela. Astrologia, quiromancia...

MPerroni —Desculpe, mas nunca afirmei que me interesso por esoterismo. Só comentei que você é de Peixes. - Por que ela captava tantos sinais truncados? Ele procurou-a mais cedo. Flertou, abordou-a no fim do show, convidou-a para um drinque. Por quê? —Veja, William, entendo que me reprove, sei lá o porquê. Talvez porque eu não compreenda o que, ou quem, você pensa que sou. Mas não sou drogada. Não bebo demais. Não estou coberta de piercings e tatuagens. Apenas gosto de cantar. Ao falar, a voz exasperou-se, enrouquecida de sensualidade e fúria. Obviamente existem várias coisas que não aprecia em mim. Há algo de que goste?