Fanfics Brasil - 20 noite com o inimigo ( adaptada AyA)

Fanfic: noite com o inimigo ( adaptada AyA) | Tema: anahi e poncho/ ponny


Capítulo: 20

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Poncho apertou o volante com força enquanto ia embora. Não duvidava de que Any estivesse mentindo a respeito da luz e não gostava da sensação de tê-la encurralado a ponto de ela precisar mentir. Droga! Poncho bateu no volante. Só quando saía do escritório do pai dela, percebera a dimensão do que estava fazendo. Fora o primeiro membro de sua família a entrar na propriedade dos Portilla e o fizera com a displicência de quem dava dois passos porque queria vê-la. Aquela vontade ultrapassara a desculpa de devolver os sapatos e de questionar Any a respeito do seu diploma. Assim que chegara perto dela, desejara-a tanto que quase sentira o seu gosto na boca. Depois de tantos anos, ele ainda se lembrava do seu perfume e do gosto de Any, apesar de ter mantido sempre a sua cama ocupada. Ainda que fosse cego, seria capaz de localizá-la entre várias mulheres. E ele nem dormira com ela. Ainda.


Droga! Ele percebera a obstinação em cada curva do seu corpo. Sabia, porque era algo profundamente entranhado também no seu corpo: um impulso para a vitória e para o sucesso.


Poncho fora uma criança doente. Sua mãe sofrera complicações durante o parto e nunca mais engravidara.


Seu pai se entregara à tristeza por saber que o seu legado pesaria sobre os ombros de um filho unico debilitado. E, ainda que Poncho tivesse se tornado forte e saudável, seu pai jamais acreditara totalmente em sua capacidade. Nem quando ele conseguira o admirável feito de se tornar Mestre de Vinho aos 28 anos — quando a média de obtenção do título na primeira tentativa era apenas de sete por cento. Poncho sabia, agora, que a superproteção da mãe se devera à sua fragilidade na infância, quando ele precisava vencer a letargia e as alergias que o enfraqueciam. Mas ele lentamente as superara com determinação e pelo desejo de ver o pai olhá-lo sem mostrar decepção. Quando completara 12 anos, era maior que seus colegas de classe, a asma desaparecera e ele se mostrava forte como um touro. O médico que o atendia comentara que nunca tinha visto algo de semelhante em sua vida.


Poncho sabia que não havia sido um milagre: fora a sua determinação de vencer. Ninguém soubera da luta ferrenha e pessoal que ele travara para se fortalecer e vencer, até que ele contara a Any, no orquidário. As palavras haviam escapado de sua boca sem que ele percebesse, e ele ainda se lembrava dos enormes olhos azuis cheios de empatia, que lhe aqueceram o coração.


Apertou novamente o volante com força, furioso por ter sido tão ingênuo, por ter se deixado enganar por um rostinho bonito e por um corpo atraente, por aquela sensação de afinidade… Teria estado tão desesperado que a imaginara? A dúvida sempre o perturbara. Como consequência, ele nunca mais deixara uma mulher se aproximar: no instante em que alguma mulher tentava conhecê-lo mais intimamente, ele a despachava.


A declaração que fizera a Any, de nunca mais querer vê-la, tinha mais a ver com se livrar da crescente obsessão que sentia por ela a aumentar a extensão do império dos Rodrigues. Poncho sabia que a queria, mas também sabia que, em nome da sua sanidade, precisava resistir. Por outro lado, sabia que a unica maneira de recuperar o bom-senso seria tê-la deitada sob ele, contorcendo-se e implorando por alívio.


Quando ele chegou em casa, estava extremamente irritado e resolveu aproveitar o mau humor para ter uma conversa com o seu futuro ex-advogado a respeito das cartas. Sentiu-se furioso novamente ao pensar no que o homem fizera em seu nome.


Dois dias depois, Any estava exausta e sentia que travava uma batalha perdida. Voltava de Villarosa trazendo uma quantidade parca de alimento para ela, Maria e Hernán quando percebeu que o tanque do jipe estava quase vazio. Ela pensou em como seria mais fácil desistir, telefonar para Poncho e dizer que ele vencera. Com o dinheiro da venda, poderia proporcionar conforto a Maria e Hernán pelo resto de suas vidas.


Any viu os limites da propriedade à distância e sentiu um nó na garganta. Embora seu pai a tivesse proibido de trabalhar na vinícola por ser mulher, ela a amava. Desde pequena, ficara fascinada por todo o processo. Lembrava-se de, erguida sobre os ombros magros do irmão, esticar-se para tocar as uvas com reverência, admirada de como aqueles frutos suculentos podiam se transformar em vários tipos de vinho. Ali, o seu coração se alegrava e ela se sentia ligada à terra e às estações. O cenário de fundo, formado pelos magníficos picos nevados dos Andes, fora a imagem que a sustentara durante os seus anos de exílio. E agora que voltara, não deixaria que Poncho Rodrigues a expulsasse novamente só por querer aumentar o seu império. Mas Any sabia que enfrentava uma batalha difícil. Acabara de sair do banco, em Villarosa, onde o gerente levara duas horas explicando por que seria impossível lhe dar um empréstimo, na atual conjuntura econômica.


O banco fora o seu último recurso: durante os últimos dias, ela procurara outros viticultores da região, e todos haviam lhe dito não estar interessados no investimento. Um deles tinha sido bastante franco para dizer que não podia desafiar Rodrigues e que, se ele soubesse que alguém a ajudara, seria o mesmo que ter agitado a capa vermelha diante do touro; que ele era poderoso demais, e que os outros não podiam se arriscar a ser engolidos pelo seu império.


Sem levantar um dedo, Any se vira condenada pela sua relação destrutiva com Rodrigues. Para sempre.


Quando ela se aproximou de casa e o viu encostado no jipe brilhante, de braços cruzados, o seu sangue ferveu. Desceu do jipe e pegou as compras, segurando-as à sua frente como escudo. Ele esboçou o gesto de ajudá-la, mas ela se agarrou aos pacotes.


— Pensei ter lhe dito que não era bem-vindo aqui.



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Autor(a): day

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Ele teve a coragem de sorrir. — Você é sempre tão mal-humorada à tarde? Preciso me lembrar disso no futuro. Talvez você seja do tipo matinal. Any percebeu que ele a seguia até dentro de casa. Colocou as compras em cima da mesa e voltou-se, pondo as mãos na cintura. — Você não é bem-vindo aqui, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 100



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  • franmarmentini Postado em 03/03/2015 - 08:15:42

    AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII DE MAIS ESSA FIC* E VOU SENTIR MUITA FALTA DE LER ELA :/ MAS FAZER O QUE AGORA VOU CORRENDO LÁ LER A NOVA KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK BJINHUSSSSSSSSSSS

  • franmarmentini Postado em 03/03/2015 - 08:06:52

    NOSSA QUE EMOÇÃO TO CHORRANDO RIOS AKI ;( de felicidadeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

  • franmarmentini Postado em 02/03/2015 - 22:21:10

    haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaa

  • danny_portilla Postado em 01/03/2015 - 19:06:08

    nossa consegui ler agora <3 amei amei amei essa fic,já estou na próxima bjss

  • hadassa04 Postado em 01/03/2015 - 00:00:54

    Ja favoritei a nova fic, estarei lá curtindo, comentando e implorando por mais como sempre. Parabéns por me presentear com fiz maravilhosas. Beijo Minha Flor

  • hadassa04 Postado em 28/02/2015 - 23:59:43

    DIVA, tudo foi perfeito, cada briga, cada pensamento, o momento da entrega e rendição deles ao amor, mais esse pedido de casamento, aquela declaração dele, sobre como se sentia o medo da rejeição foi simplesmente o maximo, sem palavras para descrever a emoção dos ultimos capitulos.

  • hadassa04 Postado em 28/02/2015 - 23:57:47

    Meu core não vai suportar não ter mais essa fic pra eu ler, como assim Fim? Acabou? Eu ainda nem comentei o suficiente, eles nem brigaram ou se amaram o suficiente e você vem e simplesmente diz que acabou? Minha DIVA, pare de ser cruel não se faz isso com o coração de uma fã apaixonada como eu.

  • hadassa04 Postado em 28/02/2015 - 23:55:11

    NAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO.

  • veldapuente Postado em 28/02/2015 - 20:58:57

    Aii, o fnal foi lindo, o pedido de casamento perfeito, aii um filho que fofo, essa web foi ma-ra-vi-lho-sa Ja estou indo ler a proxima, você escreve muito bem S2

  • layaneponny Postado em 28/02/2015 - 15:10:38

    ue, n pode acabarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr


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