Fanfic: noite com o inimigo ( adaptada AyA) | Tema: anahi e poncho/ ponny

vou postar só pq a LAYENEEEE é uma chantagista que só posta em "até que Anahi vos separe" se eu postar aqui na fic ¬¬`

Any controlou os nervos e entrou no saguão majestoso da casa de Poncho. Uma luz suave banhava o ar de dourado, lembrando a ela o ambiente sedutor da primeira noite em que entrara ali. Ficar indiferente não era fácil. Ela e Geraldo atravessaram o jardim, agora vazio, onde a fonte gorgolejava e os vasos de flores coloridas se espalhavam pelos cantos, e ele a levou até a sala principal.

— O señor Rodrigues logo irá recebê-la. Ele foi detido por um telefonema. Posso lhe oferecer uma bebida? — perguntou ele gentilmente.

— Uma água com gás. — respondeu ela com um sorriso tenso. Naquela noite, pretendia se manter alerta.

Geraldo a serviu, disse que ela ficasse à vontade e saiu. Any viu o próprio reflexo no vidro de um quadro e ajeitou a saia. Era a mesma que ela usara antes, mas a combinara com uma blusa cinza de seda, solta e com um decote largo. Ela ajeitou a blusa para que não caísse pelo ombro. Depois de muito pensar, resolvera prender os cabelos para evitar que Poncho pensasse que pretendia seduzi-lo.

Any se aproximou de uma parede cheia de fotografias, examinou-a e ficou intrigada: o que via era claramente a história da família Rodrigues.

— Desculpe por tê-la feito esperar.

Any apertou o copo e se voltou. Poncho estava parado na porta, vestindo uma calça preta e uma camisa azul-claro com o colarinho aberto. Seus cabelos negros refletiam na luz e seus olhos verdes ainda lhe tiravam o fôlego. Ela se sentiu inexplicavelmente tímida e ficou irritada. Precisara criar uma casca grossa para sobreviver aos últimos anos e não gostava da sensação de fragilidade que Poncho Rodrigues lhe causava.

— Tudo bem. Eu não esperei muito.

Ele se aproximou e parou ao seu lado.

— A minha família. — Ele indicou as fotos com a cabeça. — Desde o século XIX, antes de eles saírem da Espanha e virem para cá.

— Nós também temos uma parede semelhante a esta — falou Any, sorrindo. — Eu sempre me pergunto por que os meus ancestrais pareciam tão sérios nas fotografias.

— Os tempos eram difíceis. Eles precisavam lutar para sobreviver.

Any olhou para Poncho, lembrando-se claramente do momento em que ele lhe contara que tinha sido uma criança doente e como lutara para superar a sua fragilidade. Agora ele era tão viril, tão cheio de energia, que se tornava difícil de acreditar, e a maneira com que ele falara a atingira profundamente. Mas o momento passou e Poncho se afastou, indicando-lhe o caminho.

— Vou levá-la até a sala de jantar.

Any se adiantou, desajeitada, amaldiçoando Poncho por lembrá-la de coisas que não desejava e por se mostrar tão cavalheiro. Era mais fácil lidar com ele quando o campo de batalha estava mais definido.
Poncho puxou a cadeira e esperou que ela se sentasse, antes de se sentar do outro lado da mesa. Era uma mesa pequena, íntima, iluminada por velas, criando um ambiente sedutor demais para o gosto de Any.

— Um aperitivo para apurar o paladar? — perguntou Poncho.

Any levantou os olhos e combateu o impulso de puxar o decote da blusa para se refrescar: sua pele subitamente começara a ferver. Poncho parecia espalhar alguma espécie de encanto sobre ela, e Any odiava admitir, mas estava curiosa para saber que vinhos ele iria escolher. Afinal, ela estava jantando com um Mestre de Vinhos e havia poucas centenas deles no mundo: o grupo era muito selecionado.

— Só um gole. Eu estou dirigindo.

Poncho serviu um vinho branco sem deixá-la ver o rótulo. Any levantou a taça, girou o copo e sorveu o seu aroma. Ficou muito pálida e não provou o vinho, colocando a taça sobre a mesa.

— Isso é uma piada?