Fanfic: noite com o inimigo ( adaptada AyA) | Tema: anahi e poncho/ ponny

• franmarmentini: eles tbm me matam fran :/


• layaneponny:layene vai postar logo a pegação de AyA em aqavs u.u


• dayy: ahh obrigada sua linda*---*


• hadassa04:hahaha jana mas que não tremeria diante de Alfonso Herrera  ? que bom que te alegrei *-*


• edlacamila: precisam mesmo filha esclarecer td :/

A virilidade do gesto inerentemente delicado deixou Any arrepiada. A entrada foi servida e os dois comeram em silêncio. Any se reprovou por ter ficado histérica por ele a ter testado e por ter falado da saudade de casa, como se isto fosse interessá-lo. Quando serviram o prato principal, ela se concentrou na deliciosa fatia de carne. Para sua surpresa, conseguiram manter uma conversa leve, e, quando Poncho lhe passou uma taça de vinho tinto, Any a pegou, muito à vontade.

— Prove este. É um novo blend que eu estou introduzindo e este é o primeiro corte. Ainda não está no mercado.

— Tem certeza de que quer compartilhar seus segredos com o inimigo?

— Depois de ver seus vinhedos, acho que não corro risco.

Any corou ao ser lembrada da dolorosa realidade. Bebeu um gole de vinho e sustentou o olhar de Poncho, mas, por fim, fechou os olhos para tentar distinguir os sabores. Quando os reabriu, ele a encarava.

— Bem, é um Malbec clássico, mas diferente de todos que já provei. Tem um toque de outra coisa.

— Impressionante…

— Gostei. Não é marcante como os outros Malbec… Tem maior complexidade… Pinot?

— Vejo como você conseguiu o seu título.

Any ficou orgulhosa. Um empregado entrou para tirar os pratos, Poncho se levantou e levou-a para a varanda onde a beijara na noite da festa, e onde havia uma mesinha iluminada por velas. Ela teve vontade de recuar e ir embora, mas não queria lhe dar a satisfação de saber que a perturbava. Poncho puxou a cadeira para ela, e um garçom lhes serviu tortinhas de limão. Ele abriu uma garrafa de vinho e Any ficou com água na boca para prová-lo com a sobremesa. Sentindo-se irritada com a facilidade com que ele a cativava, ela protestou:

— Não precisava fazer isso. Não está funcionando.

— O que não está funcionando? — perguntou ele, sorrindo gentilmente. — Você já estabeleceu os seus motivos, Any. É mais feliz na miséria que desfrutando de conforto comigo. Subestimei a sua capacidade de lidar com o desconforto.

O apetite de Any sumiu.

— Você subestimou muito mais, Poncho. Não sabe o que aconteceu quando eu fui embora. Você tem a ideia idílica de que eu fui para a Europa e passei o tempo esquiando e me divertindo.

— Por que não me conta o que fez? — falou ele, com cuidado.

Any pensou em recusar, em dizer que não era da sua conta, mas queria que ele entendesse que ela era feita de material mais forte e que não iria desistir. Tinha também o perigoso desejo de que ele olhasse para ela sem desconfiança e sem zombaria.

— Quando eu e a minha mãe fomos embora, não tínhamos nada. O meu pai nos expulsou e nos esqueceu completamente. Passamos três anos em Buenos Aires, morando com minha tia, que, por fim, nos despejou. Naquela altura, minha mãe se divorciara e arranjara um namorado rico. Ela me deu uma passagem só de ida para Londres, para se livrar de mim.— Ela não disse que a mãe a culpara por não receber nada no divórcio. Any fitava a escuridão que cercava a propriedade. — Eu fui para Londres e arranjei um emprego noturno num restaurante. Durante o dia, trabalhava como camareira. A noite que você me viu no clube foi um acaso. Eu nunca tinha ido lá, e nunca mais voltei. — Any corou ao pensar no vestido que usara. — Quando consegui juntar algum dinheiro, mudei-me para a França e trabalhei colhendo uvas, durante o verão. Acabei em um vinhedo de Bordeaux, onde Pierre Vacheron me deu um emprego. — Any olhou para Poncho, na defensiva. — Ele descobriu de onde eu vinha, que eu tinha algum conhecimento sobre vinhos, e resolveu me dar uma bolsa de estudos. Eu ainda estaria lá, se o meu pai não tivesse me mandado uma carta, pedindo que eu voltasse para casa. Pierre havia me oferecido um emprego estável.

A fisionomia de Poncho nada mostrava.

— Aquele artigo na revista pintou um quadro diferente.

Já que revelara tanto, Any resolveu que podia lhe dizer a verdade a respeito do seu relacionamento com a mãe egocêntrica. E, com isso, ela reviveu a sua humilhação. Quando acabou de falar, ela soltou o copo e se levantou, admirada com a dimensão da própria ingenuidade ao pensar que Poncho Rodrigues era tão gentil e charmoso quanto se mostrara naquela noite. Com outras mulheres, podia ser. Com ela, não. Ele só estava tentando abalá-la, e ela deixara.

— Quero que você saiba que eu não vou ser dissuadida ou seduzida pela armadilha do dinheiro.

Levado por uma onda de raiva ambígua, Poncho retrucou:

— Não subestime a minha determinação para conseguir o que quero, Any. Já provei a minha determinação várias vezes.

— Então retornamos ao ponto onde começamos?

O olhar de Poncho se tornou ardente, enquanto se fixava na boca de Any.

Ela recuou e levantou a mão.

— Não… — Mas não adiantou, e ele se aproximou e puxou-a.