Fanfic: noite com o inimigo ( adaptada AyA) | Tema: anahi e poncho/ ponny

Any tentou desviar o rosto, mas ele a segurou pelo queixo e praguejou violentamente. Ela se soltou e recuou. O sangue no lábio parecia cintilar na palidez do seu rosto.

— O quê, Poncho? Não vai dizer “eu lhe disse”? Afinal, você me avisou para não confiar nele. — Any tentou se controlar e ser forte. Não suportava que Poncho presenciasse a sua humilhação. Nunca se sentira tão frágil e fraca. E inútil. E odiava o terror que a levava a desejar se apoiar na sua força. Os olhos dela se encheram de lágrimas.

— Quando eu disse que não confiava em Morales, foi por instinto. Jamais gostei dele ou dos seus métodos de negociação, mas nunca achei que ele fosse violento.

— Bem, parece que o seu instinto estava certo — falou ela com amargura.

— Quando ele fez isso com você? Depois…?

Any olhou para Poncho com horror e esqueceu as lágrimas. Ele achava que ela dormira com Morales? A opinião que ele tinha a seu respeito era muito baixa. Ela se sentiu nauseada. Só poderia culpar a si mesma por ter querido provar a ele que era experiente. De repente, a combatividade a abandonou. O choque que a deixara atordoada passara, o tremor, que diminuíra, intensificou-se.

— Eu não dormi com ele. Isto nunca foi minha intenção. Eu não poderia… Um homem como aquele… Só para conseguir alguma coisa. Pode me chamar de ingênua ou do que quiser, mas eu fui ao quarto dele acreditando que falaríamos de negócios. — Any respirou fundo e evitou encarar Poncho. — De repente, ele estava em cima de mim… Eu não conseguia me mexer, nem respirar. Ele estivera bebendo, mas eu não percebera o quanto. Ele rasgou o meu vestido e depois me bateu…

Any ficou horrorizada quando começou a chorar. Os soluços pareciam vir do nada, ela não conseguia controlá-los e se sentia gelada. Inesperadamente, ela sentiu o calor envolvê-la num abraço musculoso, com perfume de almíscar. Por fim, sentia-se em segurança.

Ela parecia extremamente frágil em seus braços, com o corpo tremendo violentamente. Poncho queria tanto acreditar nela que quase lhe doía. Vê-la prostrada daquela maneira era tão difícil quanto vê-la desafiadora e triunfante. Ninguém poderia fingir o terror que ela mostrava. Seu pai costumava bater em sua mãe quando ela o irritava, e qualquer violência contra as mulheres o horrorizava. O ódio que sentia de Morales chegava a assustá-lo. No entanto, Poncho achava difícil que Any não soubesse onde se metia, quando aceitara se encontrar com ele no quarto. Como ela pudera ser tão ingênua? Como não previra que Morales poderia se tornar violento? No fundo, ele se recriminava por tê-la deixado entrar naquela situação, por ter deixado o orgulho impedi-lo de seguir seu instinto de ir atrás dela. Any o deixara tão confuso que ele preferira deixá-la em perigo a enfrentá-la.

Poncho abraçou Any por longo tempo, até que ela parou de chorar e ficou quieta em seus braços. Ele lhe acariciava as costas e de repente teve um déjà vu, uma outra ocasião em que a apertara nos braços depois que ela chorara. Ele se preparou para o sofrimento que sempre acompanhava esta lembrança, mas ele não veio.

Depois de algum tempo abraçados, Poncho percebeu que o seu instinto de proteção se transformava em uma onda de desejo. O corpo dela se moldava perfeitamente ao seu. Ele endureceu o queixo, mas não conseguiu impedir o corpo de reagir à proximidade de Any, nem à maneira como ela pressionava os seios sobre o seu peito. Quando ela se mexeu, ele relaxou o abraço.

Any se deu conta de que caíra nos braços de Poncho como se fosse uma espécie de heroína frágil e ficou embaraçada. Afastou-se dele com relutância, ainda se sentindo tonta, e fixou os olhos em sua camisa.

— A sua camisa está suja de sangue.

— Tudo bem — disse ele.

Para embaraço de Any, o abraço deixara de ser confortador e se tornara algo mais provocativo há algum tempo… Quando o sangue começara a aquecer partes íntimas do seu corpo, seus mamilos se eriçaram sob o sutiã, sua pele se arrepiara e esquentara. Poncho não a soltara totalmente: segurava-a pelos ombros e a encarava.

— Aonde você pensa que vai? — perguntou ele.

Any o fitou, temendo que ele visse o desejo em seus olhos.

— Vou voltar para o meu hotel. — Ela estremeceu. — Preciso tomar um banho. Estou me sentindo suja.

Quando Poncho a soltou, ela ficou horrorizada ao sentir que suas pernas não a sustentavam, como se ela não pudesse se manter de pé sem ele.

Poncho pegou-a rapidamente nos braços.

— Você não vai a lugar algum. Você vem comigo.

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