Fanfics Brasil - 5 noite com o inimigo ( adaptada AyA)

Fanfic: noite com o inimigo ( adaptada AyA) | Tema: anahi e poncho/ ponny


Capítulo: 5

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Any balançou a cabeça e tentou controlar a horrível sensação de que pulara num abismo. Estava chocada com a extensão do ódio daquele homem, mais magoada do que deveria, e isto a apavorava. Quando ela falou, não conseguiu impedir a rouquidão da própria voz.


— Aqui é o meu lar… tanto quanto seu… E, antes de me ver ir embora, você terá que carregar o meu cadáver. — Any estava amargamente ciente de que, a despeito da sua declaração, tudo que ele dissera era verdade. A não ser pela ideia que ele tinha da sua vida. A este respeito, ele nada sabia, e ela não pretendia lhe contar. Ela recuou mais um pouco. — Não se aproxime da minha propriedade, Rodrigues… Nem você, nem ninguém do seu pessoal. Vocês não serão bem-vindos.


Ele sorriu com ironia.


— Admiro a sua atuação, Portilla, e estou ansioso para ver quanto tempo você vai sustentar o seu papel.


Por fim, Any conseguiu desviar os olhos de cima dele e ir embora, mas não antes de tropeçar nos sapatos demasiado largos. Ela trincou os dentes e orou silenciosamente para manter a dignidade e não perder um sapato na frente do arrogante Rodrigues e da multidão atônita, enquanto caminhava para a porta. Manteve a cabeça erguida. E só quando chegou ao velho jipe do pai, no estacionamento, foi atingida pelo choque e tremeu incontrolavelmente por longo tempo.


A terrível realidade é que ele tinha razão. Tentando fazer a propriedade produzir outra vez, ela estaria correndo atrás do nada. Mas não iria deixar de tentar. Seu pai lhe oferecera uma reparação há muito tempo devida, e, ainda que tivesse vindo tarde, ela sempre se agarrara à esperança de que ele iria procurá-la. Ela teria voltado antes, se soubesse que seria bem-vinda. Desde que conseguia se lembrar, sempre desejara trabalhar na propriedade. Quando recebera a carta comovente do pai doente, que desabafava seu arrependimento, Any não fora capaz de ignorar o pedido de que ela voltasse para casa e tentasse salvar as terras. Seu relacionamento com o pai nunca havia sido próximo. Ele deixara claro que queria ter tido filhos, não uma filha, e acreditava piamente que o lugar da mulher era em casa, e não nos vinhedos. Mas ele compensara uma vida de desprezo no seu leito de morte, quando percebera que poderia perder tudo.


Any rezara e esperara chegar em casa a tempo de vê-lo, mas ele morrera durante o primeiro trecho do voo que a levara a Buenos Aires. Um advogado viera lhe dar a notícia, e ela fora diretamente do aeroporto de Mendoza para o funeral particular e solitário, em uma sepultura localizada na propriedade. Não conseguira entrar em contato com sua mãe, que estava em um cruzeiro com o quarto marido, dez anos mais moço, e se sentia muito solitária diante da animosidade de Alfonso Rodrigues e da aparentemente insuperável tarefa de administrar a plantação dos Portilla.


A lenda dizia que os ancestrais de Any e de Alfonso Rodrigues eram dois amigos espanhóis imigrantes que haviam feito uma longa jornada até a Argentina para começar vida nova. Os dois tinham combinado plantar juntos uma vinha, mas alguma coisa acontecera. Uma mulher estaria envolvida nessa história: um caso de amor que dera errado e uma amarga traição. Como vingança, o ancestral de Any jurara destruir o nome dos Rodrigues. E para isso fundara a vinicultura Portilla, instalando-a exatamente ao lado da de seu rival. Os vinhos Portilla haviam feito um sucesso estrondoso, prejudicando o nome dos Rodrigues e garantindo que a briga recrudescesse e se agravasse, enquanto cada geração dos dois lutava para dominar e se vingar. A violência entre as famílias havia se tornado habitual. Uma vez, um membro da família Rodrigues fora assassinado, mas nunca haviam provado que o culpado tinha sido um Portilla. Reviravoltas da sorte haviam ocorrido através dos anos mas, quando Any nascera, as duas propriedades se igualavam em matéria de sucesso e as nuvens negras de hostilidade entre as duas famílias pareciam ter dado uma trégua. Apesar da relativa paz, Any crescera sabendo que seria punida ainda que estivesse apenas olhando na direção dos vinhedos dos Rodrigues.


Ela corou violentamente ao se recordar de que Alfonso a chamara de “princesa”. Na verdade, ele só a via em alguns eventos sociais, quando as famílias eram forçadas a se encontrar, e quando os anfitriões nervosos tomavam cuidado para que eles realmente não se misturassem. A mãe de Any aproveitava essas ocasiões para exibi-la vestida na última moda, forçando a menina naturalmente discreta e estudiosa, tentando moldá-la para ser a filha sofisticada que ela tanto desejava. A linda mãe de Any desejava uma confidente, não uma criança.


Any se sentia tão constrangida e mortificada naquelas ocasiões que dava um jeito de desaparecer, enquanto admitia ter uma fascinação proibida por Alfonso Herrera Rodrigues, seis anos mais velho e que, apesar de ainda adolescente, irradiava virilidade e uma clara arrogância. A tensão e a distância entre as famílias só o deixava ainda mais atraente e fascinante.


E então, quando ela fizera 12 anos, fora mandada para um internato, em Londres, e só voltava para casa durante as férias. Vivia para aqueles poucos meses e suportava ser exibida pela mãe como se fosse uma boneca, porque isso significava que poderia ter o prazer proibido de ver Alfonso Rodrigues durante o torneio anual de polo ou nas festas. Às vezes, ela olhava pela janela do seu quarto e o via à distância, montado a cavalo, inspecionando as vinhas vizinhas. Para ela, ele parecia um deus louro — forte e orgulhoso, e, quando ela o encontrava socialmente, ele sempre estava rodeado por garotas.


Any comprimiu os lábios ao pensar na bela loura que ele acabara de dispensar com indiferença. Evidentemente, nada mudara…


Oito anos antes, a trégua entre as famílias explodira e se transformara em renovada inimizade, mostrando a Any a profundidade do ódio que existia entre elas. Ela queria esquecer o fato de que estragara a impressão que provocara em Alfonso, que se desmanchara tão rapidamente quanto se formara. Em que alguém como ele iria acreditar? Numa vida de propaganda e impressões erradas? Ou nos mais breves momentos cheios de desejo, que haviam azedado para sempre?


Any balançou a cabeça e estendeu a mão trêmula para dar a partida no motor. Tinha diesel suficiente para chegar até a pequena cidade de Villarosa, a meia hora de Mendoza. Com certeza, Alfonso passaria a noite em uma suíte do majestoso hotel, acompanhado da loura de pernas compridas, mas ela não tinha para onde ir, a não ser uma propriedade arruinada de onde a eletricidade fora cortada há meses, e onde ela e os fantasmas de trabalhadores leais dependiam de um antigo gerador para ter luz.


Ela saiu do estacionamento do hotel e pensou que vários ancestrais dos Rodrigues deveriam estar rindo do seu impasse.


 



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Autor(a): day

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 100



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  • franmarmentini Postado em 03/03/2015 - 08:15:42

    AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII DE MAIS ESSA FIC* E VOU SENTIR MUITA FALTA DE LER ELA :/ MAS FAZER O QUE AGORA VOU CORRENDO LÁ LER A NOVA KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK BJINHUSSSSSSSSSSS

  • franmarmentini Postado em 03/03/2015 - 08:06:52

    NOSSA QUE EMOÇÃO TO CHORRANDO RIOS AKI ;( de felicidadeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

  • franmarmentini Postado em 02/03/2015 - 22:21:10

    haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaa

  • danny_portilla Postado em 01/03/2015 - 19:06:08

    nossa consegui ler agora <3 amei amei amei essa fic,já estou na próxima bjss

  • hadassa04 Postado em 01/03/2015 - 00:00:54

    Ja favoritei a nova fic, estarei lá curtindo, comentando e implorando por mais como sempre. Parabéns por me presentear com fiz maravilhosas. Beijo Minha Flor

  • hadassa04 Postado em 28/02/2015 - 23:59:43

    DIVA, tudo foi perfeito, cada briga, cada pensamento, o momento da entrega e rendição deles ao amor, mais esse pedido de casamento, aquela declaração dele, sobre como se sentia o medo da rejeição foi simplesmente o maximo, sem palavras para descrever a emoção dos ultimos capitulos.

  • hadassa04 Postado em 28/02/2015 - 23:57:47

    Meu core não vai suportar não ter mais essa fic pra eu ler, como assim Fim? Acabou? Eu ainda nem comentei o suficiente, eles nem brigaram ou se amaram o suficiente e você vem e simplesmente diz que acabou? Minha DIVA, pare de ser cruel não se faz isso com o coração de uma fã apaixonada como eu.

  • hadassa04 Postado em 28/02/2015 - 23:55:11

    NAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO.

  • veldapuente Postado em 28/02/2015 - 20:58:57

    Aii, o fnal foi lindo, o pedido de casamento perfeito, aii um filho que fofo, essa web foi ma-ra-vi-lho-sa Ja estou indo ler a proxima, você escreve muito bem S2

  • layaneponny Postado em 28/02/2015 - 15:10:38

    ue, n pode acabarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr


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