Fanfic: La Transformación | Tema: A Feia mais Bela
Capítulo Dez
Eduardo sorriu e desligou o telefone, ele virou para o lado e encarou Márcia, ela estava com uma criança no colo. O sorriso dela era tão sincero que ele sentiu seu coração se aquecer. Sentando perto de Márcia ele teve a certeza que tinha feito a escolha certa em chamá-la para passar o dia na ONG.
- Quem era no telefone? Você estava bem feliz. – Comentou ela brincando com a garotinha.
- Era Carol, ela acabou de chegar de viagem e estava me avisando.
- Não sabia que você e Carol eram tão amigos.- Falou ela surpresa.
- Somos sim. É bom ter vários amigos.
- Verdade. Infelizmente eu não posso dizer o mesmo. – Com tristeza ela encarou Eduardo. – A única amiga que eu tenho é Alice, mas..
- Ela não é uma pessoa muito amigável.
- Eu sei.
- Mas você tem a mim, e ao Fernando. – Disse ele sorrindo e tentando animá-la. – Até o traste do Omar pode ser seu amigo.
Sorrindo ela pensou bem no assunto. Ela nunca tinha procurado ser amiga de Fernando, ele era seu noivo e pronto, nunca tinham conversado sobre do que realmente gostavam ou do que se exasperavam, apenas sabiam disso pela ações, mas conversar sobre isso nunca conseguiram. Porém, ela lembrou de como foi bom o almoço que tiveram dias atrás, falaram sobre várias coisas, inclusive sobre o amor.
Omar não era uma pessoa que se interessava em ver como amigo, mas ela nunca deu importância para isso, quem sabe agora poderia mudar esse conceito.
Márcia então olhou para o lado, pensativa. Eduardo brincava e ria com a garotinha que estava em seu braço e Márcia percebeu que ela tinha sido muito amiga dele na infância, faziam praticamente tudo juntos. Entretanto depois que cresceram e ele resolveu viajar pelo mundo, o contato entre eles ficou cada dia mais escasso. Quem sabe agora, com a volta dele para o México eles não voltavam a serem amigos?
- Obrigada, Du. – Falou ela de repente. – Obrigada por ser esse amigo tão bom e aguentar minhas birras.
- Que isso, Marcinha. – Sorriu ele, fazia anos que não a chamava pelo apelido. – Agora que estou decidido a ficar no México acredito que podemos voltar a sermos melhores amigos. O que acha?
- Acho perfeito. – Sorriu ela e o abraço. Porém foram interrompidos quando um grupinho de seis crianças entraram correndo querendo um abraço também, fazendo os dois adultos caírem na gargalhada.
~.~
Lety entrou em casa e avistou seus pais na mesa, ambos terminavam o almoço tranquilamente. Julieta foi quem a viu primeiro e com surpresa deixou o garfo cair no prato. Erasmo ao ver a cara assustada de sua esposa olhou na mesma direção e ficou tão chocado quanto ela.
Não sabiam quem era aquela estranha, que aparentemente estava muito a vontade no meio da sala deles. Mas antes que qualquer um deles falasse Tomás apareceu e ambos ficaram mais aliviados, provavelmente essa era uma amiga dele.
- Tomás, você vai nos apresentar sua amiga? – Questionou Julieta, pois até o momento ele não tinha dito nada.
- Bem.. eu.. – Ele começou um pouco incerto, olhou para Lety e encontrou ela sorrindo.
- Papá, Mamá. – Disse ela e o sorriso que ela deu foi ainda maior. – Sou eu, a Lety.
O olhar incrédulo deles foi impagável, Tomás fez de tudo para não rir, mas foi praticamente impossível. A cara de assustados deles era hilariante, porém ao ver a carranca de Erasmo se formando, ele se calou imediatamente. Ainda com os olhos arregalados de espanto Julieta se levantou e ficou cara a cara com Lety:
- É você mesmo, mi vida? – Com delicadeza tocou a face dela.
- Sim, Mamá. Sou eu. – Disse ela e sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. Julieta também emocionada a abraçou apertado.
- Dios mio, como você está linda, minha filha. Mas o que aconteceu? Por que você mudou tudo? – Sorrindo com o interrogatório de sua mãe Lety deu uma olhada em seu pai e ainda o viu chocado.
- Papá? Você está bem?
- Letícia, o que você fez? Por que mudou sua aparência? – Questionou ele com um tom triste. – Você era bonita, filha.
- Não, eu não era. E eu não mudei minha aparência, eu só deixei a Lety que estava aqui.. – E apontou para o coração. – sair. Eu sempre fui a feia e estava cansada disso. E quando eu mudei o que sentia no meu coração a aparência de antes foi apagada. Desculpe, Papá, eu sei que lhe decepcionei.
- Para falar a verdade, eu só estou muito surpreso. – Disse ele e lembrou-se da conversa que tinha tido com Humberto, sobre a beleza de sua filha e a vendo ali, tão bela e feliz ele tinha ainda mais certeza do que tinha dito. – Lety, eu que peço desculpas por ser assim tão bravo, mas você é minha princesinha, é meu dever te proteger. E acho que agora eu vou ter que bater nos garanhões que aparecerem por aqui.
- Ai, Papá.. que garanhão? Ninguém me quer.. hihihi – Disse ela e sorriu.
Julieta e Erasmo trocaram olhares cúmplices, Lety percebeu e olhou para Tomás, quem sabe ele podia ajudar, mas ele estava muito entretido comendo.
- Filha, acho que precisamos conversar sobre tudo o que aconteceu em sua ausência. – Disse Julieta e a puxou para o sofá.
Soltando a bolsa e colocando a mala ao lado da mesinha Lety olhou desconfiada para eles e sabia que o que escutaria não seria muito bom.
- Lety, eu e o Tomás estamos ajudando Humberto e Fernando na empresa. – Disse Erasmo de uma vez.
- Mas.. por quê? Eu deixei tudo preparado, nós não temos nenhuma ligação com a Filmes & Imagens. – Disse ela confusa e um pouco desesperada para entender onde ele queria chegar.
- O problema, Lety, é que os documentos que você deixou não tem valor legal. – Tomás se pronunciou pela primeira vez, ainda com a boca cheia. - E você ainda é, legalmente, a dona da Conceptos.
- Mas eu não quero isso.
- Nós sabemos, mas se você abrir mão da Conceptos agora, ela vai entrar em falência e todas aquelas pessoas vão perder os empregos. – Disse Erasmo esclarecendo.
- Mas o que eu devo fazer?
- Você e Fernando tinha um plano para acabar com a dívida, não era? – Questionou ele.
- Sim, precisávamos de 5 meses para aniquilar a dívida. – Disse ela lembrando-se das papeladas.
- Fernando está mais do que disposto em ajudar. – Falou Erasmo. – Ele até aprendeu um pouco sobre números.
- O quê? Ele aprendeu sobre números? – Perguntou ela incrédula e começou a rir. – Isso seria divertido de se ver.
Erasmo balançou a cabeça ainda sério, se ele lembrou da dificuldade que foi em fazer o outro homem aprender.
- Papá.. – Chamou Lety. – Você está falando muito de Seu Fernando.. o que houve com vocês?
- Ele veio aqui, filha. – Disse Julieta se intrometendo na conversa. – Ele disse tudo o que aconteceu com vocês, inclusive o plano dele e do amigo.
Lety perdeu o ar, seus olhos se arregalaram e ela sentiu como se o mundo tivesse em alta velocidade e não parasse de rodar. Ela não acreditava que ele tivesse tido a coragem de aparecer na sua casa e falar o que tinha acontecido com eles para os seus pais. Mas antes que ela desmaiasse ali mesmo Julieta estendeu para ela um copo com água.
- Se acalme, Lety. Seu pai já bateu nele. – Disse Julieta divertida.
- Ele bem que mereceu. – Comentou Tomás.
- Ele estava machucado, não era para Erasmo ter feito aquilo. – Disse Julieta e ganhou toda a atenção de Lety, ela agora estava curiosa em saber onde ele tinha se machucado.
- Claro que eu devia fazer aquilo, ele magoou minha filha.
- Ele tinha sofrido um acidente, meu velho. Estava todo machucado e você ainda bateu nele. Por sorte aquele amigo dele estava aqui.
- Omar veio aqui? E como assim ele sofreu um acidente? O que foi que aconteceu? – Lety despejou as perguntas rapidamente. Ela sentiu o coração se acelerar com a visão de um Fernando machucado, mas antes que despencasse em lágrimas Erasmo a tranquilizou.
- Não se preocupe, filha. Iremos falar disso depois.
- Ele está bem. Ele passou aqui ontem, queria saber se você voltaria logo. – Falou Julieta.
- Ele sempre pergunta isso. – Falou Tomás e revirou os olhos. – E quem veio aqui com ele foi Eduardo, não Omar.
Lety apenas afirmou com um aceno de cabeça, ela ainda estava tentando controlar suas emoções e seu coração acelerado. A náusea que sentia também não ajudava em nada.
- Certo, eu realmente estou bem confusa agora. – Disse ela e suspirou. – Eu quero saber tudo o que aconteceu na minha ausência.
Erasmo respirou fundo e começou:
- Bem.. depois que você foi embora eu recebi um telefonema de Humberto, ele queria falar com você, mas eu disse que estava viajando e ele me esclareceu o que estava acontecendo na Conceptos e pediu minha ajuda até que você voltasse...
~.~
Eduardo e Márcia chegaram sorridentes na empresa, eles conversavam sobre as crianças da ONG.
- Du, obrigada. Hoje foi bem divertido, eu não sabia que tinha uma ONG tão perto da empresa. – Disse ela sorridente.
- Acredito que você nunca teve tempo, certo?
- Sim, eu.. eu nunca me interessei.
- É assim mesmo, a maioria das pessoas não liga para quem realmente precisa de ajuda. Mas agora você sabe onde tem a ONG, pode ajudar mesmo só indo lá e brincando com as crianças.
- Verdade. – Disse ela e encarou Eduardo, fazia muito tempo desde que ela tinha se divertido desse jeito e relembrar a amizade que tinham era bem reconfortante. – Du, eu quero voltar lá mais vezes, você vai poder ir comigo?
- Claro, que sim Marcinha. – Falou Eduardo e a abraçou.
Omar e Fernando apareceram nesse momento, tinham voltado do almoço e ainda discutiam sobre quem iria fazer as finanças.
- Du, Márcia. Eu pensei que vocês iriam almoçar conosco. – Falou Fernando e sorriu.
- Foi mal. Esqueci de avisar, eu e a Márcia fomos na ONG que fica aqui perto. – Disse Eduardo sorrindo abertamente.
- Aquela com crianças órfãs? – Perguntou Fernando pensativo.
- Sim, essa mesmo. – Márcia o encarou surpresa. – Você já foi lá?
- Sim, com a Lety. – Falou ele relembrando das brincadeiras que fizeram com as crianças.
- Você nunca me disse que tinha uma ONG por perto. – Falou Márcia magoada.
- Desculpe, Márcia, mas é que você nunca se interessou por essas coisas. Pensei que não daria bola se eu a chamasse. – Disse Fernando constrangido.
Márcia então refletiu que era verdade, se ele tivesse feito esse tipo de sugestão ela nunca teria ido. Pela primeira vez em toda essa história, ela percebeu que Lety era a mulher certa para Fernando, ela nunca o conseguiria mudar desse jeito.
- Quer saber? Não tem problema. Com certeza eu recusaria o passeio. – Disse ela. – Fico feliz que foi a Lety que o fez ver o que é certo. Assim como o Du fez por mim.
E com essas palavras ela foi para seu escritório com um sorriso na face, deixando os três homens de queixo caído.
~.~
Lety ainda estava confusa, depois que seu pai falou sobre o que tinha acontecido ela não sabia o que fazer. Queria apenas resolver as coisas com Fernando e começar uma nova etapa em sua vida. Mas pelo visto ainda estaria presa a Conceptos.
Porém Lety não podia negar que uma parte dela ficou feliz em saber que a empresa ainda precisava dela e ela faria qualquer coisa para ajudá-la.
- Certo, eu acho que entendi. Eu vou ter que tomar posse da presidência e ficar lá até que a dívida seja paga?
- Isso mesmo, Lety. – Disse Tomás.
- Dios Mío. E se eu não aceitar?
- A Conceptos vai ter que declarar falência e será o fim dela. – Falou Erasmo.
Lety sentiu seus olhos lagrimejarem ao imaginar suas amigas sem empregos, todos os acionistas sem suas casas e finanças, e tudo por causa dela. Ela tinha que voltar para a empresa e resolver tudo isso, não sabia o que podia fazer, mas tinha esperança que daria tudo certo.
- Então filha.. vai voltar para lá? – Questionou ele preocupado. – Eu sei o quanto vai ser difícil. Encarar aquelas pessoas e principalmente o Fernando.
- Vai ser para um bem maior. – Disse ela num fio de voz. – A culpa foi minha e agora eu tenho que arcar com as consequências.
- É o certo a fazer. – Disse Julieta se pronunciando. – E eu sei que você conseguirá resolver tudo.
Com uma afirmação ela olhou para mãe, queria tanto conversar com ela, dizer o que tinha se passado entre ela e Fernando. Contudo, ela sabia que Fernando já tinha aparecido lá e contado tudo a eles, o que a surpreendeu. Se ele estavesse fingindo amá-la não havia necessidade de fazer isso, não é?
- Filha, imagino que esteja cansada, que tal ir se deitar? – Disse Julieta indo até a filha e passou o braço pelos seus ombros.
- Boa ideia, Mamita. Estou cansada mesmo. – Disse ela com um sorriso, sabia que agora poderia falar a vontade com sua mãe. – Papá, sei que voltará para empresa ainda hoje, por favor não diga a ninguém que eu voltei. Amanhã estarei lá.
- Certo, não se preocupe não contarei a ninguém. – Disse Erasmo com um sorriso e olhou para Tomás. – Você escutou, não foi, Tomás?
- Claro, seu Erasmo. Eu não sou as meninas do quartel. – Falou Tomás fingindo estar chateado.
Lety e Julieta soltaram uma risadinha e subiram para o quarto de Lety. Assim que passaram pela porta Julieta trancou a porta e olhou ansiosa para a filha.
- Dios Mío, filha. Você está tão linda, o que você fez? – Perguntou ela curiosa.
- Mamá.. eu tive um dia de princesa. Carolina e Renata, uma das candidatas, me arrastaram pelo centro de Acapulco de loja em loja. Depois fomos a um salão de beleza.
- Ai, que sonho. E você não ficou com medo do que seu pai ia falar?
- Claro que sim. – Disse Lety e soltou uma risadinha. – Mas Carolina me disse uma coisa que.. eu não podia negar.
- E o que foi?
- Ela disse que eu precisava me olhar pelos olhos de.. de Fernando. – Lety falou envergonhada.
- Que lindo, filha. Mas ela tinha razão. – Afirmou Julieta. – Ele te ama.
- Eu sei, ele sempre me dizia isso. Dizia que eu era linda e a mulher da vida dele. – Então um sorriso adornou a face de Lety, mas do mesmo jeito que veio ele foi embora. – Mas então tudo ficou confuso, depois que eu li aquela carta.. foi como se ele tivesse me enfiado uma faca no peito.
- Eu sei, Lety. – Falou Julieta triste. – Ele nos disse, seu pai até bateu nele.
- Ele disse? Dios Mío, papá ficou louco, não foi? – Perguntou ela preocupada. – Ele o machucou muito? Papá disse que falaria sobre Fernando mais aquela conversa toda lá embaixo foi só sobre a empresa.
- Seu pai só estava enrolando para não falar disso com você. – Sorriu Julieta. – E não se preocupe, eu e o amigo dele, Eduardo, seguramos Erasmo.
Lety sorriu aliviada e depois de alguns segundos começou a rir, deveria ter sido hilário a briga, mas ela agradeceu mentalmente por não estar presente. Depois do terceiro chamado que Lety percebeu que sua mãe falava com ela.
- Sim, Mamá? Desculpa, eu estava pensando longe.
- Eu vi, hihihi. O que eu estava falando é que ele tinha sofrido um acidente quando veio aqui.
Lety arregalou os olhos e lembrou-se do sonho. Ela não queria acreditar que pressentiu o acidente..
- Ele está bem? – Perguntou num fio de voz.
- Sim. Machucou a perna, mas já está bem melhor. – Disse Julieta sorrindo, ela viu que mesmo que a filha tentasse não tinha como esconder que ela estava apaixonada por Fernando. – Ahh, ele machucou a mão também, está com uma faixa de imobilização.
- Mas ele vai ficar bem, não é?
- Sim, filha. Em alguns dias ele ficará bem, só fica reclamando que não pode dirigir. – Sorriu Julieta, Lety olhou para mãe meio desconfiada. Como ela podia saber tanto de Fernando.
- Mamá.. como você..
- Ele vem aqui toda noite, desde que veio conversar conosco. – Cortou Julieta.
- Ohh.. Dios mío, ele vai saber que eu estou aqui. – Falou Lety quase em desespero.
- Não se preocupe, hoje ele falou que não vem. Seus pais vão dar um jantar e ele estará longe daqui. – Falou Julieta e sorriu abertamente. – Que tal você descansar um pouco? Eu sei que está cansada.
- Eu vou sim, Mamá. Depois do corre-corre desses últimos dias eu só quero descansar. – Com um sorriso Julieta a abraçou mais uma vez e saiu do quarto. Deixaria sua menina descansar para renovar suas energias para as próximas batalhas.
Continua...
Autor(a): Juh06
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Capítulo Onze Fernando amanheceu com um sorriso na face, não sabia o porquê de estar tão alegre, mas sabia que alguma coisa muito boa aconteceria nesse dia. Com calma ele se arrumou e tomou café da manhã, o que era de se admirar, Fernando não era conhecido por sua tranquilidade. Assim que chegou na Con ...
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