Fanfic: Inocência cativa (Adaptada) Anahí & Alfonso | Tema: AyA romance

– Bem, srta. Portilla, muito obrigado por ter vindo. Gostaria de perguntar algo?

Anny, que compilara uma lista de questões inteligentes e pertinentes para aquele momento, descobriu-se balançando a cabeça.

– Nesse caso, se fizer a gentileza de aguardar na sala dos professores, não vamos manter o suspense por muito tempo. Mas creio que falo por todos nós quando digo que você nos impressionou...

Anny, que havia se levantado e alisado a saia, sufocou um suspiro de frustração depois que uma batida rápida na porta fez com que o entrevistador deixasse a promissora frase incompleta.

Um instante depois, não foi o ar frio do corredor que a fez prender a respiração, mas sim a pessoa que adentrou o recinto.

Ele devia estar acostumado a causar essa impressão, sendo tão lindo. Era, sem dúvida, especial.

Trinta e poucos anos? Mais de 1,80m, magro, ombros largos, pernas interminavelmente compridas, musculoso e maravilhoso. Com uma boca grande e sensual, cílios negros e espessos, e traços esculpidos que fariam uma estátua grega morrer de inveja, o recém-chegado preenchia todos os requisitos da lista de Anny para um herói, desde o cabelo negro, revolto e encharcado, aos sapatos cobertos de lama.

Passado o zunido em sua cabeça, Anny registrou o timbre vibrante da voz grave, mas não o que o ele disse para os membros da banca – apenas a aura de masculinidade crua que emanava de sua pessoa. Seria difícil não reparar nisso.

Junto com o apelo sexual, ele exalava autoridade de cada um de seus poros perfeitos. Seria possível que aquele herói de filmes de ação de Hollywood fosse o membro da banca que estava ausente?

Anny estudou-o com cuidado, percebendo que seu atraso fora um golpe de sorte para ela, uma vez que lutava para manter o olhar fixo no dele sem enrubescer – e a onda de calor não se limitava às suas faces outrora pálidas.

Era muito perturbadora aquela sensação, decerto devido ao estresse acumulado de uma entrevista e de uma longa viagem. Independente da causa, Anny jamais na vida experimentara uma reação física a um homem como aquela.

Até seu couro cabeludo formigava.

Mortificada e confusa, Anny juntou as mãos suadas com força suficiente para deixar os nós dos dedos brancos, na tentativa de controlar a reação exacerbada.

Ele olhava para o outro lado, graças a Deus. Anny balançou a cabeça para espantar um calafrio, uma resposta ao roçar daqueles olhos negros em seu rosto. Ela jamais despencara de um desfiladeiro para dentro de um poço de escuridão aveludada, mas Anny tinha certeza de que a sensação seria quase como aquela que sentia.