Fanfics Brasil - Miracle (DulcexNaya) Dulce One-Shots

Fanfic: Dulce One-Shots | Tema: Dulce Maria, Anahi, Demi Lovato, Naya Rivera, Dianna Agron, Monica Raymund...


Capítulo: Miracle (DulcexNaya)

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Obrigada pelos comentários e sugestões :)


Este é um dos one-shots que eu fiz que mais gostei e é também o mais longo até agora.


 


Miracle (DulcexNaya)


A noite estava fria, um vento constante assolava as ruas e batia contra as janelas provocando um barulho tremendo, não havia estrelas no céu, mas a lua brilhava em toda a sua majestade. O lugar estava lotado, as cadeiras de plástico azul estavam todas ocupadas, havia gente chorando para todo lado, crianças agarradas aos pais, assustadas.


Eu gostaria de poder fazer isso. Poder me agarrar aos meus pais, procurando conforto, consolo, algo em que me segurar.


A enfermeira da recepção tinha olheiras enormes e seu jaleco estava sujo com algo que eu espero verdadeiramente não ser sangue. As outras enfermeiras pareciam ainda mais cansadas, com os ombros caídos, desejando estarem em lugares menos preocupantes provavelmente.


Era uma noite cheia no pronto-socorro, sem dúvida. Médicos iam e vinham, alguns falavam ao celular, outros corriam com algum paciente na maca. Mas todos pareciam perdidos em meio ao caos. Por onde começar? Todos ali precisavam de ajuda. O cara sentado ali com o pé em um ângulo estranho podia muito bem aproveitar um analgésico. A mulher do outro lado com o filho no colo também poderia gostar de um atendimento rápido, afinal, já havia colocado sua mão em sua testa vezes o suficiente para deixar todos saberem que estava preocupada com sua temperatura.


Tudo isso parecia um filme estranho. Um filme muito estranho, quase em câmera lenta, tudo ao meu redor parecia abafado pelos meus próprios medos. Eu não sabia o que estava acontecendo por trás daquelas portas de metal fechadas. Eu não tinha ideia se ainda tinha uma família. Não depois da ligação assustadora. Definitivamente, não depois de chegar ao local do acidente. E, principalmente, não agora que estou aqui.


Provavelmente, foi a cena mais assustadora da minha vida. Descer do meu carro, ver todas aquelas pessoas (bombeiros, policiais, paramédicos) correndo de um lado para o outro, então ver, no meio de toda aquela confusão, um carro tão conhecido. Então eles estavam certos, afinal. Era ela.


ND


Eu estava terminando o jantar, fazendo seu prato favorito para celebrar o dia. Não havia nenhum motivo especial, além da vida em geral. Só queria comemorar com a minha esposa um dia legal. Ela deveria estar de volta em meia hora, depois de um longo dia em estúdio.


Estava colocando os pratos na mesa quando meu celular tocou. Imaginei que seria Heather para me dar noticias sobre meu afilhado (semana passada ela havia ligado mais de vinte vezes para contar qualquer coisa que ele havia feito).


“Alô?”


“Senhora Naya Rivera?” Era uma voz desconhecida, grave e até assustada, como se não quisesse estar fazendo aquilo.


“Sim. Quem é?” Limpei minhas mãos em um pano de prato que estava em cima do meu ombro e franzi a testa. Quem quer que fosse esse homem, não parecia trazer boas noticias.


“Meu nome é Charls Memphes, eu sou paramédico.”


Meu coração começou a bater mais rápido, fora de controle, desesperado. Ele já parecia saber o que havia acontecido. “Por que está me ligando, senhor Memphes? Algum problema?”


“É a sua esposa, senhora.”


Provavelmente, foi naquele momento que meu mundo parou de girar. “O que aconteceu?”


“Ela sofreu um acidente de carro na 4ª avenida.”


“Ai, meu Deus.” Sentei-me na cadeira mais próxima e só depois percebi que era a cadeira onde ela sempre sentava. “Não pode ser. Ela não passa pela 4ª avenida para voltar para casa.”


“Estamos com os documentos dela aqui. Dulce Maria Rivera, nascida em 06/12/1985, na Cidade do México.”


“Tem que haver algum engano.” Precisa haver algum engano, qualquer um. Talvez ela tenha perdido os documentos, do jeito que é esquecida, eu não ficaria surpresa. É, é isso. Tem que ser isso.


“Vamos levá-la para o hospital Central, assim que conseguirmos retirá-la do carro. Se a senhora puder ir para lá, tenho certeza que receberá noticias do estado de sua esposa.”


Eu fiz a única coisa que podia. Desliguei todas as panelas, peguei meu carro e fui para a 4ª avenida. Ela não é muito pequena, e é difícil localizar algo lá sem saber a localização exata, mas eu procurei sem descanso, até achar as sirenes e as ambulâncias.


E eles estavam certos. Era o seu carro. Sua maldita Mercedes, aquela que ela me importunou até conseguir comprar de algum lugar da Europa. Por semanas eu vi revistas de automóveis com aquele carro na capa, então eu poderia reconhecê-lo a quilômetros. Mercedes classe a 180. Que custou uma pequena fortuna por ter sido um dos primeiros fabricados. E era a sua placa. A placa que ela implicou por dias, porque havia seu número de azar nela. 5. Nunca entendi sua superstição com números. 3, 6 e 9, tudo bem, mas seria um inferno na terra o número 5 em qualquer lugar perto dela.


E, lá no meio do que sobrou do carro, do maldito carro, estava a pessoa que eu podia reconhecer apenas pelo barulho do seu andar no chão. Ela estava desacordada, mas a lateral de seu rosto estava cheia de sangue. Naquele momento, meu coração parou de bater.


ND


O hospital estava um pesadelo. Além do cheiro de desinfetante, também cheirava à morte, dor e sofrimento. Sei que é impossível cheirar isso, mas o ar parecia impregnado com tudo aquilo.


Eu estava com frio, tinha saído de casa correndo com o vestido que iria usar para celebrar nosso dia. O aquecedor da nossa casa a muito tempo estava esquecido. Tudo parecia esquecido naquele momento.


Eu estava sozinha no hospital barulhento, sem notícias, sem algo para me segurar. Minha vida estava em jogo. Sem Dulce eu não seria nada. E nem uma simples informação eu conseguia pegar. As enfermeiras se negavam a me dar qualquer informação, alegando que apenas o médico podia falar qualquer coisa. Acontece que o médico estava na sala de cirurgia com minha esposa, então ele não poderia me dar qualquer informação, caramba!


A vida da pessoa mais importante para mim estava nas mãos de um desconhecido que provavelmente estava de plantão tempo o suficiente para estar tão cansado que mal consegue manter os olhos abertos. Muito tranquilizador.


Então, de repente, senti uma mão no meu ombro e me virei com o coração cheio de esperança. Finalmente, alguém que...


“Amber?” Fiquei bastante surpresa com a presença de uma das minhas melhores amigas naquele lugar horrível. “O que está fazendo aqui?” Podia parecer uma pergunta grosseira, mas eu estava muito feliz por ver um rosto familiar por ali. Sua pele escura, olhos gentis e roupas casuais me trouxeram um pouco de conforto.


“Ouvi no noticiário o que aconteceu.” Amber me puxou para um abraço e deixei-me ser realizada contra seu corpo macio. Se existe alguém no mundo que sabe como dar um bom abraço esse alguém é Amber Riley. “Como você está?”


“Como eu estou?” Bufei e senti lágrimas picarem meus olhos. “Minha esposa sofreu um acidente de carro. Um acidente de carro maldito.”


Amber se afastou, mas manteve suas mãos no meu ombro. Ela havia emagrecido com o passar dos anos das gravações de Glee, mas, para mim, sempre será a garota gordinha que tirou meu fôlego com uma voz impressionante. “Já teve alguma notícia?”


Balancei a cabeça. “Ninguém sabe me dizer nada. Tentei falar com o paramédico que me ligou, mas ele saiu correndo para buscar outra pessoa.”


“Você sabe o que aconteceu?”


Dei de ombros e respirei fundo para fazer o nó em minha garganta descer. “Um cara cruzou o sinal vermelho. Ele está em estado grave, só isso que sei.”


Amber abraçou-me novamente. “Logo esse lugar vai ficar cheio de repórteres, então acho melhor sairmos da entrada. Vamos procurar outro lugar para esperar.”


“Você não precisa ficar.”


“Querida, eu não iria para outro lugar nem arrastada. Sei que Heather estaria aqui também, mas com o filho pequeno...”


“Eu sei.” Parecia quase um milênio atrás quando atendi o celular pensando que era Heather. “Ou espero saber.”


“Ah, querida, não faça isso consigo mesma. Pense positivo.”


“Como? Como posso pensar positivo com a imagem da minha esposa grávida presa entre malditos pedaços de ferro?!”


ND


“Esse parece ser um bom candidato.” Dulce arrastou um arquivo até mim e sorriu em expectativa. Ela estava muito animada com aquilo tudo.


Li o arquivo do homem desconhecido, identificado como doador número 17839d. “Não sei. Ele jogava futebol no colegial.”


“Qual o problema?”


“Você prefere músculos ou cérebro?”


“Bom ponto.” Dulce estalou os lábios e voltou a ler os arquivos do seu lado da mesa.


Eu deveria fazer o mesmo, afinal, deveríamos ter uma decisão em dois dias, mas não consegui tirar meus olhos dela. Ainda não podia acreditar que estávamos casadas e que iríamos ter um filho.


“Você está encarando.” Ela falou sem olhar para cima.


Sorri. “Eu sei.”


“É assustador. Você pode estar pensando em me matar.”


“Estava pensando em quanto você é linda.”


Dulce corou, mas não podia perder a chance da réplica. “Meu amor, se você continuar com as palavras bonitas você vai se dar bem esta noite.”


Balancei a cabeça e voltei a folhear meus papéis. “Que tal esse?” Ofereci depois de alguns minutos.


Dulce pegou o arquivo e se engajou em uma leitura atenta, antes de sorrir. “Acho que encontramos nosso cara.”


ND


A sala de espera onde nos enfiamos era ainda pior que a recepção. Lá, pelo menos, havia barulhos, mesmo que fossem choros e gritos de dor. Aqui tudo é silencioso demais, as paredes são brancas demais, as cadeiras são vazias demais.


Eu já havia perguntado a quatro enfermeiras diferentes algum tipo de atualização, mas nenhuma delas soube me dizer, ou quis. Uma delas, no entanto, disse que a cirurgia ainda estava acontecendo. Não que essa informação fosse muito útil, mas já me deu um panorama de onde Dulce podia estar.


Já fazia duas horas que eu estava ali, esperando, rezando, desejando. Por mais inesperado que fosse, Mark Salling tinha aparecido pouco depois de Amber. Depois de nosso namoro fracassado, continuamos amigos e ele estava feliz por mim quando conheci Dulce. Ele me abraçou apertado, assim como Amber, e consegui achar mais conforto em seus braços musculosos. Felizmente, seu moicano horrível havia desaparecido, pois eu não poderia provocá-lo sobre aquela coisa no momento.


Heather chegou logo depois. Seu filho havia ficado com Taylor, que havia prometido a sua esposa que tudo ficaria bem e que ela deveria vir me ver. Dianna havia me ligado, prometendo que estaria aqui assim que o primeiro voo da França para cá saísse. Acho que foi naquele momento que percebi o quanto meus amigos eram importantes para mim.


Meus pais e irmãos ainda não sabiam de nada. Meu irmão Mychal estava viajando com seu time de futebol americano e não tinha acesso a TV até chegar ao hotel. Nichayla estava em um acampamento isolado, algum tipo de retiro ou reunião ou algo desse tipo. Meus pais, George e Yolanda, vão dormir cedo e, muito provavelmente, só vão saber pela manhã.


Eu não queria ligar para nenhum deles e avisar. Eu mal podia digerir o que estava acontecendo, muito menos ligar para dar a notícia. Pelo menos, não faria aquilo enquanto não tivesse uma confirmação. Seja ela negativa ou positiva.


Deus ajude que seja positiva.


ND


“Hey, Nay.” Heather sorriu largamente. “Já ouviu a notícia?”


“Acabei de chegar, HeMo.” Sorri mesmo assim para sua animação. “O que foi?”


“Nós vamos todos juntos para a premiação. Não vai ser legal?”


“Um máximo, HeMo. Mas não acha que pode faltar espaço no carro?” Brinquei.


Heather deu de ombros. “Acho que vamos de limusine. Talvez duas sejam necessárias. Mas Ryan disse que vamos todos juntos.”


Acenei. “Falando nele, tenho que perguntar uma coisa. Te vejo depois, HeMo.”


“Até, Nay.”


Os corredores, inesperadamente, estavam vazios até o escritório de Ryan. Geralmente, não é possível nem se mexer naqueles espaços. Ryan estava falando com alguém no telefone e pediu que eu esperasse um pouco. Claro, como se todas as suas ligação não demorassem duas horas. Decidi voltar outra hora e fui para a máquina de café do final do corredor. Assim que me virei para voltar ao meu trailer, vi um vulto de cabelos vermelhos atravessando uma porta e seguindo para a saída.


Foi nesse dia que conheci Dulce. Ela deixou alguns papéis caírem e eu os devolvi para ela. Nossos dedos se encostaram quando trocamos os papéis de mão e uma eletricidade percorreu meu braço. Pode parecer clichê, mas é verdade.


“Então... Seria muita presunção da minha parte acreditar que você diria sim se eu a convidasse para tomar um café?” Ela sorriu. “Um café decente.” Ela apontou para o copo na minha mão. Ok, não era dos melhores, mas era mais perto que ir até uma lanchonete.


Estava tão absorta em tentar defender mentalmente minha escolha que quase não prestei atenção na sua frase anterior. “Eu acho que não.” Foi o que respondi.


“Ótimo.” Dulce colocou os papéis que carregava em cima de uma mesa pequena que havia ali e arregaçou as mangas. Não sei o motivo, mas ela fez mesmo aquilo. “Isso poderia acontecer agora ou eu teria que me esforçar um pouco mais?”


Sorri e dei de ombros. “Vai ter que descobrir sozinha.”


Deixei-a lá, com as mangas arregaçadas e um olhar meio atordoado, e voltei para meu trailer. Não podia acreditar que havia mesmo flertado com ela em um corredor. Minha bissexualidade não era segredo para ninguém, mas também não era algo que eu mostrava em locais públicos. Ok, não tinha mais ninguém por lá, mas, mesmo assim, nesse mundo as paredes têm olhos e ouvidos. Eu havia terminado com Mark a alguns meses e não queria que ele soubesse por outras pessoas que eu tinha um novo interesse.


Meu Deus, aquilo nem podia ser chamado de interesse. Conversei com ela por um minuto! Certo, ela é bonita como o inferno e eu não podia reclamar do seu flerte, mas foi só um minuto!


No final do dia, quando eu estava saindo do meu trailer, pronta para voltar para minha casa e encerrar o dia, vi-a parada do lado de fora da porta, segurando dois copos de isopor com o logo da Starbucks.


“Pensei que poderia começar deste jeito.” Ela se aproximou e me entregou um dos copos. “Eu vou negar até a morte se algum dos seus amigos disser que eu pedi para eles qual o seu tipo favorito de café, mas espero que eles tenham acertado.”


ND


Quando o relógio marcou meia-noite, três horas depois de todo o ocorrido, uma enfermeira entrou na sala. Poderia ser tranquilizador, se sua roupa não estivesse cheia de sangue.


Mesmo assim, levantei-me imediatamente e estava prestes a atacá-la com perguntas, quando senti a mão de Heather na minha em uma tentativa de me acalmar um pouco. Não foi o suficiente para me fazer sentar, mas me impediu de abrir a boca.


“Senhora Rivera?”


Geralmente, odeio quando alguém me chama de ‘senhora’. Quer dizer, caramba, eu nem tenho 30 anos ainda, mas não tinha forças para corrigi-la, nem queria perder tempo. Eu só precisava saber o que estava acontecendo.


“Sim. Como ela está? O que está acontecendo?”


A enfermeira, Marta segundo seu crachá, suspirou, mas sorriu. Isso deveria ser um bom sinal, mas assustou o inferno para fora de mim. “Tivemos que fazer uma cesárea de emergência por causa da hemorragia.”


“Hemorragia?” Caramba, isso eles poderiam ter falado!


Mark também se levantou e, surpreendendo a todos, tomou controle da situação. “Então está tudo bem com o bebê? Tudo aconteceu como deveria, certo?”


“Bom, uma cesárea nunca deveria acontecer, principalmente deste jeito, mas tudo foi muito bem. Conseguimos tirar o bebê e agora os médicos estão tentando conter a hemorragia.”


“Onde está a minha filha? Posso vê-la?” Mark colocou uma mão no meu ombro, provavelmente para me impedir de sair correndo da sala.


“As enfermeiras do berçário estão cuidando dela. Segundo o ginecologista da sua esposa, ela estava de sete meses e meio. Significa que ela nasceu prematura e vai precisar de alguns cuidados extras. Você pode vê-la, mas pelo lado de fora do vidro por enquanto.”


Eu me importava com o fato de não poder tocar na minha filha, mas concordei silenciosamente. Era melhor vê-la do que nada. Era bem mais do que eu tinha alguns minutos atrás. Segui a enfermeira em um silêncio perturbador, tentando afastar meus pensamentos do que poderia estar acontecendo no andar de cima, no centro cirúrgico.


ND


“Eu disse que ia ser uma menina!”


Revirei os olhos. “Não é justo. A mãe sempre sabe.” Rebati. “E eu nunca disse que não seria.”


Dulce sorriu e entrelaçou nossos dedos com a mão desocupada. A outra segurava um sorvete de limão com flocos que ela me fez parar para comprar. “Não adianta negar, eu sei que você pensava que ia ser um menino.”


“É claro que não.”


Ela se inclinou e beijou minha bochecha. “Sei. Então, agora que sabemos o sexo podemos começar a discutir nomes.”


“Podemos fazer uma lista e ir eliminado-os.” Sugeri.


“É uma boa ideia.”


Depois que voltamos do passeio no parque, sentamos em nossa cama e começamos, cada uma, uma lista. Coloquei nomes que eu considerava uma boa escolha e, do lado, os que jamais seriam escolhidos, como qualquer coisa remotamente parecida com o nome de uma cidade e/ou estado e/ou país que fosse estranho.


Quando ambas ficamos satisfeitas com a nossa lista, decidimos confrontá-las. Meu favorito era Chloe, que sempre considerei um lindo nome, mas Dulce não queria ceder de sua escolha, que era Chelsea. Viu, um nome remotamente relacionado com cidade e/ou estado e/ou país. Sem chance.


Quando lhe disse isso, Dulce fez beicinho e cruzou os braços. “Mas é um nome bonito.”


“Chloe também é.”


“Podemos misturar.”


“Nem Chelsea Chloe quanto Chloe Chelsea fazem sentido, então uma das duas vai ter que ceder.”


“Sou eu que estou carregando.”


Estreitei meus olhos. “Isso quer dizer alguma coisa?”


Dulce deu de ombros. “Não, só acho que deveria pesar na hora da decisão.”


“Sem chance. Minha filha não vai ter o nome de um distrito da Inglaterra.”


Dulce ergueu uma sobrancelha. “Devo ficar impressionada pelo seu conhecimento geográfico?”


“Não vamos chamá-la de Chelsea.”


“Que tal assim: nomeamos nossa primeira filha de Chelsea e eu deixo você nomear a segunda de Chloe.”


“E se não for menina e... Segunda?!” Congelei. Segunda filha? Não tivemos nem a primeira e ela já está planejando a segunda?! Meu Deus, agora estou com medo.


Dulce riu, no entanto. “É uma boa ideia.”


“Não, não é. Porque minha filha não vai se chamar Chelsea, seja a primeira, a segunda, a terceira ou a décima.”


“Dez filhos, sério?”


“Não fuja do assunto aqui! E foi você que começou com a história da segunda filha.”


Dulce balançou a cabeça e colocou sua lista na cama. Ela se sentou no meu colo, uma perna de cada lado das minhas coxas e sorriu enquanto brincava com a gola da minha camisa. “Eu adoraria fazer muitos filhos com você. E podemos chamar quantos quiser de Chloe.” Comecei a sorrir, satisfeita com a vitória, mas então ela concluiu com: “Só não essa.”


ND


Ela era pequena. Mais do que isso. Ela era minúscula. Estava em uma incubadora, enrolada em um cobertor rosa, com os olhinhos fechados, as mãozinhas também. E era linda. Sei que todos os pais falam isso dos filhos e que, na maioria das vezes, não é verdade, mas eu não me importo. Porque, para mim, minha filha era maravilhosa.


Havia uma enfermeira ao lado da incubadora, anotando algo em uma prancheta, enquanto outra conferia alguns aparelhos ligados à minha garotinha. Ela parecia tão absurdamente frágil naquele lugar.


Não sei quanto tempo fiquei olhando-a, hipnotizada talvez, mas fiquei ali, até minhas pernas começarem a ceder.


O que seria de mim se Dulce não sobrevivesse à cirurgia? O que aconteceria comigo então? E com nossa filha? Eu não poderia nem cuidar de mim mesma sem Dulce, quem dirá cuidar de um bebê também. Eu seria um lixo, um corpo sem alma, como poderia me dedicar ao último pedaço de Dulce que foi deixado para trás? Como seria para ela crescer sem a sua mãe de sangue? Como poderíamos sobreviver sem Dulce? Como eu ia sobreviver?


“Senhora Rivera?” Uma das enfermeiras me chamou.


Me afastei do vidro do berçário onde estava me escorando e olhei-a. “Sim?”


“Nós já terminamos de checá-la, você pode entrar, mas temo que não poderá pegá-la no colo.”


“Tudo bem.”


Quanto mais a distância era quebrada, mais minha esperança subia. Minha filha estava aqui, estava bem. Era frágil e fraca, mas estava bem. Ela não vai a lugar algum. Isso, em si, já é uma grande vitória.


Fiquei ao lado da sua incubadora, tentando ignorar outros bebês ao redor. Alguns pareciam ainda menores, alguns não pareciam que iriam aguentar até o final da noite. A enfermeira me permitiu utilizar um buraquinho na incubadora para colocar meu dedo e, pelo menos, relar na pequena criatura que era minha única tábua de salvação no momento. Acariciei seu bracinho por um momento, então encostei em seu ombro e foi quando ela acordou e me olhou. Também foi quando quebrei em lágrimas, finalmente.


Depois de tanto segurar, de tanto insistir que não faria aquilo. Chorei depois de uma noite de pesadelos, que ainda estava acontecendo. Seus olhos eram tão azuis, tão, tão azuis, mas pequenos pontinhos marrons podiam ser vistos em sua íris. Eles não ficariam azuis por muito tempo, mas eu não me importava com isso. Se as pequenas manchas eram uma indicação, eu poderia dizer que seus olhos seriam como os de sua mãe. E eu não me importava nem um pouco se isso acontecesse. Para mim, os olhos de Dulce são mais lindos que qualquer tom de azul, verde, cinza ou o que seja.


Fiquei lá pelo tempo que me permitiram, apenas admirando a pequena obra da natureza. Quando estava saindo, pronta para voltar à sala de espera e continuar com a tortura, uma das enfermeiras me parou. Ela era a mais gentil, com um sorriso simpático e olhos calorosos. Parecia amar seu trabalho, apesar de já estar de plantão a algum tempo. Seus cabelos fugiam do seu coque apertado e essa era a denúncia de que já fazia algum tempo que estava trabalhando sem descanso.


“Precisamos fazer a sua ficha.” Ela acenou com um pedaço de papel para mim. Era a pulseirinha de identificação. “Você já escolheu o seu nome?”


Você? Quando foi que vocês virou você? Não estou pronta para virar você, eu ainda quero um vocês.


“Chelsea.” Falei sem hesitação. Não era um péssimo nome, afinal. Era um bom nome, um ótimo nome. O seu nome. “Chelsea.” Repeti, mesmo sem necessidade. Eu só precisava ouvir novamente. “Chelsea Annabelle Rivera.” Dulce havia repetido aquele nome, pelo menos, dez vezes ao dia nos últimos meses depois de conseguir encontrar uma combinação que achava perfeita. Agora, tenho que concordar com ela.


“É um lindo nome.” A enfermeira sorriu enquanto escrevia na ficha.


“Pois é.”


Voltei para a sala de espera logo depois. Amber, Heather e Mark ainda estavam lá e isso me deixou um pouco aliviada, admito. Eles estavam tomando café e Mark estendeu um para mim. Eu peguei, não porque estava com sede ou porque queria tomar, mas porque seu calor contra as palmas das minhas mãos era calmante.


“Você a viu?” Heather perguntou.


Acenei em acordo, sentando-me ao seu lado. “Ela é tão pequena e tem tantos fios ligados a ela.”


“Seus pulmões ainda não estão 100% desenvolvidos.” Heather comentou, tentando me tranquilizar sobre a presença dos cabos.


“Eu sei.”


“Vocês escolheram um nome?” Amber perguntou. Vocês. É exatamente assim que tem de ser. Vocês. Não você. Nós e não eu. Eu sem um nós não existe. É um vazio.


“Estávamos discutindo sobre dois desde que descobrimos o sexo, mas acho que já temos um.” Suspirei. “Chelsea.”


“É um lindo nome.”


“Eu sei.” Tantas coisas que eu sei, mas não sei o que mais me importa no momento.


Às duas e meia, Dianna Agron entrou na sala, carregando uma mochila nas costas. “Hey.” Ela se aproximou e me abraçou com força. “Eu sinto muito.”


Apenas acenei contra o seu pescoço e voltei a chorar. Aquele pesadelo nunca iria acabar? A dúvida não ia desaparecer? “Obrigada por vir.”


“Eu prometi que sempre estaria aqui quando precisasse.” Ela secou minhas lágrimas e sorriu. “Teve alguma notícia?”


“Tiveram que fazer uma cesárea de emergência e Dulce tem uma hemorragia.” Em mais de cinco horas, só isso que eu sabia. Meu Deus.


“Como está Chelsea?”


“Como você sabe que...”


Dianna sorriu tristemente. “Dulce me ligou a algumas semanas. Ela disse que você mesma ligaria, mas estava muito ocupada nas gravações. Ela disse que você queria que fosse Chloe, mas que acabaria cedendo quando a visse.”


“Ela estava certa.” Apesar do toque de amargura por causa da situação onde tudo aconteceu, não podia deixar de sorrir. Dianna era minha melhor amiga, assim como Heather, e eu estava feliz em incluí-la a cada passo da minha vida, mas depois que ela se mudou para a França e eu comecei a gravar mais cenas em Glee, mal havíamos tido tempo para conversar direito. Dulce achou um tempo para fazer isso, no entanto, porque ela sabe o quanto significa para mim.


ND


Nosso primeiro encontro foi um clichê. Fomos jantar, então passeamos pelo parque, tomamos sorvete e olhamos as estrelas. Foi um clichê tão grande que eu estava esperando perder todo o encanto a qualquer segundo. Porém, não foi isso que aconteceu. A cada segundo que passava, a cada nova frase que trocávamos, meu encanto crescia. Minha visão dela parecia ficar cada vez mais fantasiosa, mas de um jeito bom.


Quando ela me deixou na porta do meu prédio, eu tinha um sorriso persistente e a certeza de que, se ela ligasse, eu iria em outro encontro com certeza. Observei seu carro partir antes de entrar. Durante toda a noite, eu tinha um sorriso e, mesmo quando fui dormir, não podia deixar de me sentir feliz pelas lembranças da noite.


Na manhã seguinte, havia um buquê de flores no meu trailer e um cartão anexado a ele.


“Podemos fazer isso de novo?” Era o que dizia. Simples, mas que traduzia frases inteiras.


E fizemos de novo. Não só mais uma ou duas vezes, mas várias e várias vezes. Tivemos encontros 7 noites em uma semana. Só que nenhuma das outras noites foi um clichê. No segundo dia, ela me levou para uma loja de jogos antigos, onde passamos boa parte do tempo tentando ultrapassar o recorde uma da outra no pacman e no pinball. No terceiro encontro, foi a minha vez de planejar, e decidi levá-la para um jogo de boliche. O que menos fizemos foi jogar boliche, já que ficamos muito ocupadas conversando e rindo para realmente jogar, mas conseguimos fazer duas partidas, onde eu ganhei. A quarta vez foi em um lugar que eu nunca havia ouvido falar. Era uma espécie de cinema, mas era tão antigo que as paredes descascavam e a tela estava cheia de pó. Só passavam filmes antigos naquele lugar e quem fosse assistir poderia escolher o que queria ver. Dulce escolheu uma comédia dos anos 60 para nós e comprou todos os acentos, então só havia nós duas na sala, que não era assim tão grande, devia caber 20, no máximo 30, pessoas. No quinto dia, fomos ver um jogo do meu irmão. Dulce não era muito fã de esportes, mas comprou os ingressos para que pudéssemos ir. Fazia muito tempo que eu não ia ver meu irmão jogar em um estádio, então fiquei feliz por ter ido. Comemos cachorro quente e Dulce até me convenceu a tomar uma cerveja muito suspeita que é vendida nos estádios. No sexto, levei-a para conhecer um museu de música que quase ninguém conhecia e, por isso, era vazio e bem conservado.


No último encontro, nos dividimos na escolha. Dulce iria planejar a primeira parte da noite e eu, o final. Era emocionante, porque eu sabia exatamente como queria terminar aquela semana perfeita. Dulce dirigiu por duas horas antes de parar em um campo aberto.


“Você não vai me matar, vai?” Brinquei depois de sair do carro e ver o quão isoladas estávamos.


“Ah, droga, como você descobriu meu plano?!” Dulce fingiu decepção.


Sentamos em cima do morro e ficamos olhando o céu por um tempo, falando sobre bobagens. De alguma forma, chegamos ao jogo do meu irmão como assunto.


“Eu posso não entender nada de futebol americano, mas aquela pegada que ele deu foi impressionante.” Dulce comentou. “Se José tivesse pego Maria daquele jeito, ela não seria chamada de Virgem Maria.”


Gargalhei, jogando minha cabeça para trás e colocando a mão no meu peito. Acho que esse era o motivo pelo qual eu gostava tanto de sair com ela. Dulce tinha um humor fácil, boa conversa, bons ouvidos e um sorriso que fazia coisas com o meu corpo que nunca haviam acontecido antes.


Naquela noite, levei-a para o meu apartamento pela primeira vez. Até então não tínhamos entrado na casa uma da outra, preferindo nos despedir ainda no carro. Naquela noite, beijei-a como se o mundo fosse ser inundado a qualquer segundo e ela seria minha tábua de salvação. Naquela noite, deixei-a explorar meu corpo, deixei-a me ver nua. Não no sentido de estar sem roupas, apesar disso ter acontecido também, mas no sentido de deixá-la ver tudo sobre mim, cada detalhe, cada cicatriz, cada machucado, cada decepção, deixei meus muros desmoronarem como nunca havia deixado antes, deixei-a ver minha alma sem nenhum pudor. Naquela noite, beijei seu corpo e afastei todos os demônios com meus toques, deixei-a ser exatamente quem queria ser. Naquela noite, percebi que aquilo era só o começo de um livro muito bom e que ele era longo. Naquela noite, percebi que queria ler aquele livro até a última página.


ND


Comparada à algumas horas atrás, a sala de espera estava lotada. Amber, Heather, Mark, Dianna, Kevin McHale, e o melhor amigo de Dulce, Christian, estavam me fazendo companhia.


Christian havia visto a notícia no Twitter, já que havia várias pessoas acampando do lado de fora do hospital esperando notícias. Assim como eu. Kevin recebeu uma mensagem de Dianna e saiu correndo para o hospital, querendo saber das notícias. Assim como eu.


Estávamos todos em um silêncio constrangedor e assustado. Estávamos tentando nos distrair com outros pensamentos para não pensarmos na terrível possibilidade.


Eu havia acabado de olhar para o relógio, eram três e doze, quando a porta se abriu e um médico entrou. Ao contrário da enfermeira, sua roupa estava limpa e apreciei seu tato para a situação.


“Creio que todos estejam aqui pela senhorita Rivera.” Ele sorriu. Acho que é um bom sinal. Quando alguém morre, os médicos não querem dar a notícia e, por isso, não expressam emoções. “Trago boas e más notícias. A cirurgia demorou, foi complicada, mas conseguimos estabilizar a hemorragia. Tivemos que fazer uma transfusão de sangue por causa da perda, mas ela vai se recuperar. Infelizmente, o impacto causou um impulso para frente, mas o airbag jogou-a para trás. Sua coluna foi fraturada. Não sabemos a gravidade, temos que esperar que ela acorde para ver a extensão do dano, mas temo que ela ficará em uma cadeira de rodas por um tempo. Ela está sendo levada para a UTI, onde vai passar a noite e, provavelmente, o dia de amanhã. A senhorita Rivera vai ser mantida inconsciente por medicamentos em um coma induzido para que ela se recupere dos ferimentos antes de acordar, ou ela acabaria sentindo muita dor. Sei que o quadro geral parece péssimo, mas tenho esperança que ela vai se recuperar. Não posso dizer que ela não corre mais riscos, mas são bem menores que antes.”


“E o outro motorista?” Christian perguntou. Ele queria saber disso desde que havia chego. Não tenho certeza se ele quer vingança ou só está curioso.


“Bom, não fui informado sobre seu estado, já que é um dos meus colegas que cuidou dele, mas, pelo que ouvi, ele está na UTI também. Suas expectativas são menores que a de sua amiga, no entanto. Seu carro não tinha airbag e ele estava sem cinto de segurança.”


Logo depois que ele saiu, uma enfermeira desconhecida entrou. “Vocês acham que os pais da senhora Rivera vão aparecer logo?” Ela pediu sem tirar os olhos da prancheta que ela segurava. Não gostei dela, não havia compaixão ou gentileza em seus olhos.


“Ela não fala com eles a mais de uma década.” Christian respondeu sabiamente. Ele estava lá, ele sabia.


“Existe alguém que possa ser seu responsável médico?”


“Eu sou sua esposa.” Anunciei.


A enfermeira me olhou, finalmente, e avaliou-me com seus olhos escuros e sem sentimentos. “Uhun.” Ela murmurou depois que terminou de me olhar de cima à baixo. “Algum documento que comprove?”


“Não é necessária nenhuma comprovação. Você precisa que algum responsável médico assine o papel que está segurando e ela está lhe dizendo que é sua esposa, portanto, sua responsável.” Dianna falou com uma voz que deixaria Quinn Fabray com inveja.


A enfermeira respirou fundo e empurrou a prancheta na minha direção. “É uma autorização para reanimação no caso do seu coração parar de bater, para mais transfusões sanguíneas se forem necessárias e para sua estada na UTI pelo tempo que o médico achar necessário.”


Assinei as vias rapidamente e entreguei-as de volta para ela. “Posso vê-la?”


“O horário de visitas já encerrou faz tempo.” Ela falou, guardando a caneta no bolso e indo para a porta. “Eles recomeçam às oito da manhã.”


Senti vontade de jogar uma dessas cadeiras de plástico em sua cabeça, mas ela saiu antes que eu tivesse a chance. Dianna esfregou minhas costas quando sentei-me novamente e Heather tentou me dar um sorriso tranquilizante. Eu só preciso vê-la para ter certeza que o pior havia passado.


ND


“Eu passo o Natal com a minha família todos os anos.” Comentei com um sorriso. “É meio que uma tradição. Não importa o quão ocupado estejamos ou o quão longe estivermos, vamos sempre voltar para o Natal. Meu irmão quase perdeu seu lugar no time no ano passado por causa disso. Eles tinham um jogo importante na véspera e meu irmão queria sair antes do jogo terminar para não perder o voo.”


“Isso é legal. Tradições familiares são importantes.” Dulce continuou batendo os ovos que eu havia pedido para ela fazer.


Percebi em seu rosto que havia algo errado. Ela nunca falava sobre seus pais. Já estávamos juntas a quatro meses e nem uma vez ouvi-a mencionando-os. Foi quando percebi qual era o problema. “O que você faz no Natal?” Perguntei inocentemente.


Dulce deu de ombros. “Costumo passar com algum amigo ou sozinha mesmo. Peço comida pelo telefone e passo a noite assistindo filmes que não tenham nada a ver com o Natal.”


“E a sua família?” Jogo perigoso, mas já estava na hora de saber o que estava errado.


Seu movimento parou por um segundo, antes de retornar. “Tenho certeza que se reúnem na casa da minha avó ainda.”


Diminuí o fogo da panela que estava mexendo e me virei para ela. “Você pode falar comigo, você sabe.”


Dulce suspirou. “Não falo com os meus pais a dez anos. Perdi o contato com qualquer pessoa da minha família logo depois disso.”


“Por quê?”


Ela deixou a tigela de lado e deu de ombros, agarrando com força o balcão. “Porque eles não querem alguém gay na família.” Ela sussurrou em resposta.


“Dulce...”


“Não, está tudo bem. Sério.” Ela se virou e tentou sorrir. “Estou bem. Estou aqui.” Ela abriu os braços, então deixou-os cair novamente. “Já superei isso.”


“Não parece.”


“Superar não significa que deixou de doer.” Dulce admitiu. “Ainda dói não falar com nenhum deles, mas isso é passado. São eles que não querem falar comigo, mesmo depois de todas as minhas tentativas.”


“São eles que estão perdendo.” Afirmei.


Dulce sorriu um pouco e voltou a bater os ovos. Tenho certeza que eles já estavam bons para o omelete, mas ela parecia querer se distrair com algo, então deixei-a continuar.


“Você quer passar o Natal comigo e minha família?” Pedi depois de alguns minutos.


Dulce parou de bater novamente e olhou para mim com uma sobrancelha levantada. “Pensei que tinham uma tradição.”


“E temos. Vou passar o Natal com eles, mas quero levar alguém este ano. Quero levar você. Quero que passe o Natal com a gente.”


Ela me olhou por alguns segundos, antes de acenar. “Ok.”


Naquele Natal, minha família a conheceu. Dulce parecia um pouco nervosa, mas logo relaxou na presença dos meus irmãos. Enquanto eu ajudava a lavar a salada, minha mãe riu de repente.


“O que foi?” Perguntei com um sorriso.


“Ah, nada, querida.” Ela beijou minha testa. “Só estou feliz por você.” Vi-a lançar um olhar para Dulce, que estava tentando jogar futebol americano com Mychal na parte sem neve do quintal. “Ela é uma boa garota.”


“Eu sei.”


“Você gosta dela.”


“Sim.” Confirmei, apesar de ter sido uma afirmação e não uma pergunta. Só senti como se tivesse que confirmar em voz alta para mim mesma. “Eu gosto dela. Muito.”


“Já lhe disse isso?” Neguei e minha mãe suspirou. “Você deveria. Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã. Além disso, pelo jeito que ela te olha, tenho certeza que ela gosta de você também.”


Mais tarde, depois da ceia e das piadas costumeiras de Natal, fui buscar os presentes na minha mala e levei Dulce comigo sobre o pretexto de precisar de ajuda. Meu quarto ainda era o mesmo, com exceção de que meu antigo guarda-roupa estava praticamente vazio. A muitos anos aquele já não era o meu lugar de guardar minhas coisas. Agora era o meu quarto quando eu visitava.


Depois de colocar todos os presentes nos braços, me aproximei de Dulce, que estava tentando adivinhar o que tinha em uma caixa, e beijei sua bochecha. “É o novo jogo do Call of Duty para X-Box. Mychal adora esses jogos.” Sussurrei, não porque meu irmão podia ouvir e estragar a surpresa, mas porque o momento pedia. “Aqui.” Entreguei-lhe uma pequena caixa. Era um colar que eu havia comprado antes de viajarmos. Dulce segurou a caixa, mas decidiu esperar para abrir com todos os outros, como eu falei que era nossa outra tradição. Sorri. “Feliz Natal. Eu te amo.”


Os olhos de Dulce se arregalaram um pouco, mas, fora isso, ela não expressou mais nada além de um sorriso. “Feliz Natal. Eu também te amo.”


ND


Quando o relógio apontou seis da manhã, todo mundo à minha volta estava dormindo. Christian e Mark, comicamente, estavam escorados um no outro. Amber estava deitada em algumas cadeiras com a cabeça no colo de Kevin. Heather estava encolhida em uma cadeira, abraçada à sua jaqueta. Dianna era a única que estava lutando com o sono. Sua cabeça caia às vezes, mas ela logo se levantava e fingia estar totalmente desperta.


Ela havia me emprestado um de seus suéters que ela havia trazido na pequena mochila e eu não me importava que vestido e suéter não combinam, porque eu estava com frio e desesperada para as horas passarem rápido.


Quando Dianna finalmente cedeu ao sono, a porta se abriu novamente a enfermeira gentil da maternidade entrou. “Hey.” Ela sussurrou para não acordar aos outros. “Nós vamos alimentar Chelsea. Isso significa que vamos tirá-la da incubadora por alguns minutos. Quer segurá-la?”


Não precisei que ela dissesse duas vezes. Levantei-me rapidamente e balancei o ombro de Dianna com cuidado. Ela abriu os olhos e parecia assustada por um momento. “Desculpa. Eu só queria avisar que vou ao berçário.”


Ela acenou com a cabeça. “Mais alguma notícia?” Murmurou.


“Infelizmente, não. Você deveria ir para a nossa casa e descansar um pouco.”


Ela concordou, mas eu sabia pelos seus olhos que ela não iria sair dali. Segui a enfermeira até o berçário e vi a outra enfermeira segurando-a com cuidado. Entrei no lugar e vi outro casal em um dos cantos, segurando seu filho, com sorrisos imensos. A mãe o segurava como uma joia preciosa e o pai o olhava como se fosse um deus.


A enfermeira me pediu para sentar em uma das cadeiras e trouxe Chelsea para mim. “Segure a cabecinha e coloque sua mão aqui.” Ela instruiu suavemente.


Chelsea era leve como uma pluma e ainda mais pequena nos meus braços, mas eu estava feliz por tê-la ali. Minha tábua de salvação. Enquanto a balançava com cuidado, uma enfermeira a alimentava com uma mamadeira com a precisão que apenas um profissional poderia ter.


Ela me deixou segurar Chelsea por mais alguns minutos depois de alimentá-la e eu estava grata por isso. A enfermeira parecia saber que eu precisava me segurar em alguma coisa para não sucumbir totalmente ao momento terrível.


“Oi, minha princesa.” Sussurrei, beijando sua cabecinha. “Eu te amo. Eu te amo demais. Logo, logo, sua mãe vai estar aqui e vamos poder dizer o quanto a amamos.”


ND


Não tenho certeza de como acabamos ali. Não tenho certeza de como havia tido coragem para fazer a pergunta. Mas ali estávamos, no nosso casamento, no Havaí, no paraíso tropical.


Lembro-me do dia em que a pedi em casamento. Eu estava tremendo de medo e esperando um ‘não’ certeiro, mas ela segurou minhas mãos trêmulas entre as delas e disse ‘sim’ com um sorriso que podia iluminar o universo.


Pedi no mesmo cinema que ela havia me levado em nosso quarto encontro. Havia encontrado o filme mais romântico possível nos arquivos cheios de pó do cinema e, como ela havia feito, comprei todas as cadeiras para que ficássemos apenas nós. Comprei-lhe seu doce favorito na entrada do cinema e mantive-a embaixo do meu braço e contra o meu corpo o tempo inteiro. Quando os créditos começaram a rolar, me ajoelhei no chão e fiz a tão temida pergunta.


Seis meses depois, estávamos no Havaí nos casando. Era oficial então.


No dia anterior, quando estávamos deitadas na cama do hotel, tentando assimilar que em apenas algumas horas estaríamos casadas, Dulce falou algo que quebrou o silêncio.


“Eu tomei uma decisão sobre amanhã.”


Para falar a verdade, eu já estava quase dormindo, então apenas murmurei um ‘hm’ e aconcheguei-me contra o seu corpo o máximo que podia.


“Você está prestado atenção?”


“Uhun.” Foi mais automático que pensado.


“De qualquer forma, eu estive pensando por um tempo, mas tomei uma decisão sobre amanhã.” Puxei as cobertas para cima do meu corpo e suspirei em contentamento. “Deveríamos nos casar nuas. Deveríamos estar todos nus.”


“Isso é bom.” Murmurei em minha névoa sonolenta.


“E eu gastei todo nosso dinheiro para contratar pombas treinadas para formar um coração quando nos beijarmos.”


“Legal.”


“E eu demiti a banda e pedi para seu irmão cantar para nós.” Apenas acenei em acordo, cada vez mais perto de chegar à terra dos sonhos. “E eu pedi para Mark se juntar a nós na nossa lua de mel.”


“Tudo que você...” Abri meus olhos. “Que?”


Dulce riu. “Então agora você está prestando atenção?”


“Eu estava prestando atenção antes.” Defendi-me.


“É mesmo? Repita o que eu falei.”


Hesitei por alguns segundos. “Ok, você me pegou. Mas estou ouvindo agora.”


“Se eu não gostasse tanto de você, iria desistir deste casamento. Mas, prosseguindo, eu tomei uma decisão.”


“Ok. Qual?”


“Eu não quero ser Saviñon-Rivera. Ou Rivera-Saviñon.”


Oh. Senti como se tivesse levado um soco no estômago. Ela não queria compartilhar sobrenomes. “Oh, hm. Okay.”


“Deixe-me terminar. Eu não quero ser Dulce Maria Espinosa Saviñon-Rivera. Eu quero ser só Dulce Maria Rivera. Sem os sobrenomes da minha família, com quem eu não falo a mais de dez anos agora. Só Rivera. Se estiver tudo bem.”


O sentimento do soco desapareceu imediatamente e me senti feliz, como se estivesse pulando nas nuvens ou algo assim. “Sério?”


“Sim. Você é o meu mundo e eu quero que o mundo inteiro saiba que eu sou completamente inspirada por você a viver cada dia.”


“Eu adoraria compartilhar meu sobrenome com você.”


“Você acha que vai ficar tudo bem para os seus pais?”


“Nada os faria mais feliz.” Beijei seu ombro.


Dulce sorriu. “Dulce Maria Rivera. Senhora...”


“Senhorita.” Corrigi-a rapidamente.


“Dulce Maria Rivera.” Ela completou sem se abalar com a interrupção. “Acho que soa bem, não é?”


“Soa incrivelmente sexy.”


ND


Seu corpo parecia débil, fraco, pequeno contra os lençóis excessivamente brancos. Seu rosto estava pálido, totalmente desprovido de cor. Havia uma máquina que a mantinha respirando e uma que controlava seus batimentos cardíacos para detectar qualquer perigo.


Dulce nunca me pareceu tão pequena quanto naquele momento. Mas ela estava ali. Estava viva.


Sentei em uma cadeira ao seu lado e fiquei segurando sua mão enquanto me desmanchava em lágrimas. Não era a primeira vez desde que havia recebido a notícia, mas era a primeira vez que eu chorava de alívio. Não que o desespero e o medo tivessem ido embora, mas eu estava aliviada por poder tocar nela e constatar por mim mesma que ela ainda está viva. Que ainda existe um vocês.


Aproveitei cada segundo lá dentro, até o horário de visitas acabar mais uma vez. A enfermeira me informou que iria recomeçar às três da tarde, então decidi que seria uma boa hora para ver Chelsea novamente.


Honestamente, eu só tinha que me certificar que as duas pessoas mais importantes para mim no mundo ainda estavam vivas. Chelsea estava acordada e fiquei observando-a pelo lado de fora. Ela estava se mexendo um pouco, parecendo desconfortável com o aparelho conectado ao seu pequeno nariz.


“Ela vai ficar bem.” A enfermeira legal apareceu do meu lado. Pela primeira vez, a vi sem seu uniforme. Ela parecia uma pessoa comum, como qualquer outra no mundo, usava uma aliança e tinha um colar com dois bonequinhos, provavelmente representando a família. Se eu a encontrasse na rua, nunca iria desconfiar que ela seria o motivo pela minha filha sobreviver à sua primeira noite de vida. “Está se recuperando e o pulmão está se desenvolvendo rapidamente. Conversei com a enfermeira que vai começar o turno agora, ela concordou em deixar você segurá-la, mas não pode fazer mais nada, sinto muito.”


Eu não sentia. Ter minha filha em meus braços era uma das melhores sensações da vida.


ND


“Você já pensou em ter filhos?” Dulce perguntou em uma noite. Ela estava deitada olhando o teto, enquanto eu lia o roteiro do dia seguinte.


A pergunta me pegou de surpresa. “Por que?”


“Eu queria comprar uma bicicleta, porque eu gosto de abacate e ele é amarelo.”


Revirei os olhos e coloquei as folhas no criado mudo. “Sim, eu já pensei.” Respondi calmamente.


“Já?”


“Uhun. Desde que começamos a namorar eu tenho pensado nisso cada vez mais. E depois que nos casamos...” Respirei fundo. “É, eu já pensei sobre isso.”


“Eu também.”


“Ok.”


“Ok.”


Ficamos quase dez minutos em silêncio, então passei a ponta dos meus dedos sobre sua espinha e sorri quando ela se arrepiou. “Nós vamos procurar um médico na segunda ou entrar para a lista de adoção?”


“Eu gostaria de ficar grávida, pelo menos uma vez, sabe, para ter todas as sensações e merdas desse tipo.”


Beijei sua testa. “Médico será.”


“Eu te amo.”


“Eu também te amo.”


ND


Já haviam se passado duas semanas desde o acidente e minha vida era uma mistura de tortura com esperança. Chelsea havia sido liberada da incubadora cerca de três dias atrás, mas ainda estava no berçário por precaução.


Dulce ainda não havia acordado, apesar dos médicos terem tirado a medicação a dois dias. Eles falaram que era a forma do seu corpo tentar se recuperar antes de ter que enfrentar todo o problema. Honestamente, eu não me importava para os termos ou motivos, eu só a queria de volta. Eu preciso dela de volta.


Nas últimas semanas, venho enfrentando a maternidade sozinha. Depois que Chelsea ficou melhor, as enfermeiras começaram a me ensinar à fazer as coisas. Como dar a mamadeira, como limpar, como acalmá-la. São todas as coisas que deveríamos estar aprendendo juntas, provavelmente com a minha mãe ou Heather, mas eu estava sozinha naquela. Eu mal havia ido para casa e dividia meus dias entre o quarto 217 e o berçário.


Comecei aquele dia como qualquer outro. Tomei banho e coloquei uma das roupas confortáveis que Dianna havia trazido para mim. Chelsea estava em um berço improvisado no quarto de Dulce. Com a ajuda da minha mãe, conseguimos convencer que seria uma boa ideia. Ela estava resmungando, um claro sinal que estava a um passo de chorar de verdade, então peguei-a no colo e sacudi-a suavemente.


“Bom dia, minha princesa.” Beijei seu templo. “O que você quer? Vocês podia nascer falando já, não? Seria tão mais fácil para a mamãe.” Quando sua mãozinha pousou em meu peito, sorri tristemente. “Isso é algo que eu não posso te dar, desculpa, princesa. Mas, aqui, eu tenho um substituto péssimo para a coisa real, mas que vai nos ajudar.” Peguei uma mamadeira que a enfermeira legal havia deixado ali mais cedo e sentei-me na cadeira ao lado da cama de Dulce, que parecia ainda inalterada.


Amamentei Chelsea calmamente, sabendo que ela tinha seu próprio tempo para aquilo, enquanto fazia círculos suaves em seu bracinho. Ela estava quase no fim da mamadeira, quando ouvi um breve farfalhar de lençóis.


“Nay?”


Olhei para cima rapidamente. Dulce estava me olhando com os olhos confusos, mas nublados de dor.


“Meu Deus.” Murmurei.


“Essa é nossa filha?”


“Meu Deus.” Repeti inutilmente.


“Naya?” Sua voz estava ficando cada vez mais desesperada, então percebi o erro da situação. Provavelmente, a última coisa da qual ela se lembra é do acidente, isso significa que ela não tem ideia se nossa filha sobreviveu ao impacto ou não.


“Sim.” Respondi. “Chelsea, princesa,” Virei-me um pouco para Dulce conseguir ver seu rosto. “esta é a mamãe. Mami, esta é a nossa princesinha.”


“Você nomeou-a Chelsea.”


“É um lindo nome.”


“Eu te amo.” Seus olhos brilharam de lágrimas e eu tive que morder meu lábio inferior para impedir que as minhas caíssem.


“Eu também te amo. Estou tão feliz por você estar aqui.”


As coisas não iriam ficar bem por um tempo. Dulce ainda tinha que se recuperar, sair do hospital e começar a enfrentar a vida com a coluna fraturada, mas os médicos disseram que com alguma fisioterapia ela poderia recuperar os movimentos aos poucos. A jornada era longa, mas tínhamos uma pequena princesa em quem nos inspirar. Nosso pequeno milagre.



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Autor(a): chavinonyportinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • siempreportinon Postado em 14/11/2016 - 14:57:47

    Você escreve muito bem, parabéns!!! Só li as histórias PORTINON e sinceramente acho que deveria fazer uma fic só portinon

  • tammyuckermann Postado em 30/10/2015 - 01:08:35

    Posta maaais amo as partes portinon *-*

  • dulvatoforever Postado em 06/09/2015 - 02:57:51

    Faz mas fanfics dulvato s2

  • juhdul7 Postado em 03/08/2015 - 22:41:26

    Maravilhosos capítulos! Incríveis!! Amei!!

  • Julia Klaus Postado em 02/08/2015 - 20:31:52

    Suas postagens são muito perfeitas hehehehe Adorando!! Amei a do Poker ali kkkkk

  • Lidi Postado em 26/07/2015 - 13:47:18

    Sinceramente, essa ultima portiñon Presença, era tudo que queria que tivesse acontecido no casamento da Anahí! kkkk mas né

  • Kah Postado em 06/04/2015 - 10:16:47

    Caraaa. Como amo tudo isso aqui. Vc tem escrito tão bem, uma escrita que te envolve tanto em cada capítulo. Acho que seus dois últimos capítulos Portinon foram definitivamente os melhores das duas, Poker então nem se fala, rs. Nossa é incrivel como vc prende nossa atenção desde o título da One-shot, bom, pelo menos a minha, não havia lido nada do gênero ainda e estou simplesmente encantada. Por favor, quando for escrever um livro vou querer ir no lançamento kkkkkk. Ahh em Bun in the oven (DulcexNaya), na hora de mudar as cores da parede me lembrei de Portinon em La Familia, quando as duas deitadas no chão da cozinha abordavam o mesmo assunto.

  • Dannyk Postado em 05/04/2015 - 17:17:00

    ADOREI essas OS's ... Teve a Lali em um cap <3 (Que emoção que você conhece a minha Marianinha) Continua (DULCE X NIKKI COF COF) tão ótimos *-*

  • AnnieSilva Postado em 02/04/2015 - 23:41:26

    Nossa, amei o Poker ( Portinõn ) <3 <3

  • camimaschio Postado em 24/02/2015 - 21:21:00

    Bom, primeiramente: eu já fiquei muito feliz quando você disse que faria one-shots, pois não é uma pratica muito comum ainda em alguns shippers e as vezes quem faz não sabe fazer, deixa uma coisa sem pé nem cabeça, o que não é seu caso. Segundo: você não se prendeu só em um casal, você Ta fazendo uma mistura muito maneira, mudando a Dulce de vários jeitos e trejeitos! E a pondo com pessoas que nem imaginei, Ta ficando muito maneiro! Terceiro: suas one-shots me prenderam de uma maneira absurda (claro, alguma mais que as outras). As vezes simplesmente volto e releio algumas haha. sua escrita está maravilhosa, tudo, simplesmente tudo, está incrível! Parabéns! O que me levou à enfim comentar aqui foi o fato de eu parar para ler Se Io Potessi 3 (ou mais) vezes em um mesmo dia. Então eu parei e me perguntei se já tinha lhe dito o quanto suas one-shots estão incríveis tanto com enredo quanto com estrutura. Parabéns pelas one-shots, não são fáceis de se escrever. Parabéns!


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