Fanfics Brasil - Nosso (DulcexNaya; Portiñon) Dulce One-Shots

Fanfic: Dulce One-Shots | Tema: Dulce Maria, Anahi, Demi Lovato, Naya Rivera, Dianna Agron, Monica Raymund...


Capítulo: Nosso (DulcexNaya; Portiñon)

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Nosso (DulcexNaya):


Deveria ter sido o nosso.


Dulce continuou a observar a chuva caindo do lado de fora. Parecia uma cena depressiva de filmes de romance. Ela estava sentada na frente da janela, abraçando os joelhos contra o peito e os usando como apoio para sua bochecha. Já devia ter passado das duas da manhã e sua cama quente era uma lembrança dolorosa.


Deveria ter sido o nosso.


Fazia doze horas que ela estava se torturando por causa daquelas palavras. Ela encontrou Anahi por acaso no restaurante. Sua contemporânea estava linda como sempre e, ironicamente, estava com a mesma alimentação de todos aqueles anos atrás. Suas roupas eram do mesmo estilo, seu cabelo ainda caia perfeitamente sobre suas costas, seus olhos ainda estavam encobertos por uma lente de contato azul, seus lábios continuavam como linhas finas e convidativas, seu corpo ainda era de tirar o fôlego.


Deveria ter sido o nosso.


A única diferença que ela podia ver claramente era a aliança de ouro e diamantes descansando em seu dedo. Apenas dois meses do ocorrido. Dois meses atrás essa aliança estava sendo colocada e Dulce só viu as fotos na internet horas depois. Anahi se casou e parecia explodir de felicidade.


Deveria ter sido o nosso.


Elas namoraram por um tempo. Quatro anos para falar a verdade. Mas o relacionamento acabou abruptamente depois de uma traição de sua parte. Ela pediu perdão e estava sim verdadeiramente arrependida, mas Anahi não lhe deu outra chance e tinha todo o direito de terminar tudo da forma que fez. Dulce ganhou uma semana para sair da casa e dois meses para tirar suas coisas. Ela morou em um quarto de hotel durante esses pares de meses, mas, quando a loira mandou recado por um amigo em comum para lembra-la que era o último dia para tirar suas coisas, uma opção improvável se tornou viável e uma boa escolha. Dulce mandou uma empresa de frete juntar suas coisas e levar para Los Angeles.


Deveria ter sido o nosso.


A traição foi impulsiva, não que isso a deixasse menos culpada do ato. Ela e Anahi tinham entrado em mais uma de suas brigas imensas e ela só precisava de distância. O bar tinha sido uma péssima ideia, ir sozinha foi uma péssima ideia, beber tanto foi uma péssima ideia, falar com aquela mulher foi uma péssima ideia. Dulce sempre imaginou o que teria acontecido se ela tivesse feito como todas as outras vezes e ficado em casa até Anahi se acalmar para conseguirem conversar como pessoas civilizadas.


Deveria ter sido o nosso.


As pessoas do restaurante pareciam sumir quando seus olhos se encontraram. Já fazia cinco anos e Dulce podia ver pelo olhar que Anahi lhe deu que a mágoa ainda estava lá. Ela ainda não tinha sido perdoada pela sua infidelidade. Seria uma boa ideia não se aproximar ou reconhecer sua presença, e ela estava quase fazendo isso, quando Anahi começou a caminhar em sua direção.


Deveria ter sido o nosso.


“Oi.”


Dulce apenas acenou envergonhada. Cinco anos e ela ainda não conseguia olhar Anahi nos olhos como antes.


“Grande coincidência, não?”


“Pois é.”


“Estou em LA para um programa de rádio.”


“Legal, boa sorte.” Dulce queria sumir, desaparecer em um buraco negro ou ser atropelada por um trem.


“Não sabia que estava na cidade.”


Depois de mandar buscar suas coisas, Dulce nunca mais falou com ela e, não era uma grande surpresa, que Anahi não tinha ideia de como ela se virou. Não sabia que tinha se mudado para LA por impulso, nem que estivera vivendo ali pelos últimos anos.


“É, eu moro aqui, na verdade. Estou em horário de almoço.” Queria poder dizer que trabalhava em um grande hospital ou algo do tipo, mas não faria sentido, tendo em vista que ela nunca sequer pensou em fazer faculdade de alguma coisa. Cantar sempre foi sua paixão, mesmo que sua mãe mandou-a fazer medicina.


“Ah, eu não sabia.”


Anahi não sabia de muitas coisas. Cinco anos. As pessoas mudam. Dulce parou de comer besteiras e tinha, na verdade, uma alimentação bem balanceada, fazia exercícios regulares e exames periódicos. Seu maior hobbie não era mais sentar e tocar seu violão, apesar dela ainda fazer bastante isso. Seu grande passatempo passou a ser assistir jogos de futebol americano, que se provou bem mais divertido que o futebol tradicional de seu país. E Anahi nunca iria acreditar sem ver que Dulce parou de fumar. Por anos ela tentou convencer sua ex-namorada a largar o vício e nunca funcionou.


“Ouvi sobre seu casamento.” Dulce tentou parecer simpática e interessada. Para falar a verdade, ouvir a notícia dos tabloides machucou. Era ridículo esperar que sua ex fosse ligar avisando ou mandar um e-mail, ela não tinha obrigação de fazer isso, não quando a cagada que acabou com seu relacionamento foi sua. “Parabéns, espero que seja feliz.” Era verdade. Ela estragou todas as chances que tinham de fazer a outra feliz, mas esperava que o homem que ela escolheu pudesse fazer isso por ela.


“Obrigada.” Anahi fez aquele olhar. Aquele olhar que Dulce sabia que significava que ela queria falar algo, mas não tinha certeza se devia. Era sempre assim que suas brigas começavam. Foi esse olhar que ela viu naquela noite antes que tudo deu extremamente errado. Ela se preparou, porque, apesar de não ter certeza se deveria ou não falar, Anahi falaria de qualquer maneira. “Deveria ter sido o nosso.”


Deveria ter sido o nosso? Ela quis dizer que deveria ter sido o casamento delas? Dulce sentiu seu coração dar uma guinada repentina em seu peito e um frio se estabelecer em sua espinha. Doeu como ter centenas de facas enfiadas e retiradas lentamente de seu corpo.


Contra todas as expectativas, foi Anahi que comprou o anel de noivado. Ela planejava pedir a mão de Dulce em casamento naquele Ano Novo quando o relógio marcasse meia noite. A loira deixou bem claro isso com lágrimas escorrendo pelo seu rosto antes de mandar Dulce embora.


Apesar de não ter acontecido, Dulce sabia que teria dito que sim sem pensar duas vezes. Mesmo com as brigas e as irritações, ela sabia que teria se casado com Anahi e passado o resto de sua vida com ela se não tivesse feito aquela burrada.


“É, bem, não era pra ser, aparentemente.” Teria sido.


Deveria ter sido o nosso.


Dulce sentiu mãos delicadas tocarem seus ombros suavemente e um par de lábios beijando o topo de sua cabeça. Ela sorriu.


“Você tem ideia de como isso parece um filme de terror?”


“Você é o assassino ou meu salvador?”


Ela ouviu uma risada divertida.


Deveria ter sido o nosso.


“É Anahi que está te perturbando?”


Não tinha motivos para mentir. Naya sabia exatamente quando ela estava mentindo. “Sim.”


“Encontrá-la depois de todos esses anos mexeu com você?”


“Para ser honesta, sim. Mas não do jeito que está pensando.” Ela esticou o braço para pegar uma mão de seu ombro e segurá-la entre as suas. “Só achei que as coisas podiam ser melhores. Nós fomos melhores amigas antes de sermos namoradas, pensei que iria valer de alguma coisa em algum momento.”


Outro beijo, dessa vez contra sua orelha direta. Um hálito quente lhe fez cócegas naquela área quando Naya voltou a falar. “Talvez faça daqui a algum tempo. Pela primeira vez desde que terminaram vocês se viram novamente. Abriu algumas feridas nela. Pode ser que agora se curem.”


“Você não fica incomodada com o fato de eu estar acordada de madrugada pensando na minha ex-namorada que, por apenas alguns meses, não se tornou minha noiva?”


“Deveria?” Ela podia ver que Naya estava brincando. “Se você ainda tivesse sentimentos românticos por ela, eu saberia e, acredite, não estaria aqui. Acho que o que você sente é culpa pelo que fez e um desejo imenso de arrumar a bagunça que isso causou. Mas teria ido atrás dela antes do casamento se ainda a amasse. Estou errada?”


“Você nunca está errada.” Dulce suspirou e se encostou contra o corpo quente de sua esposa. “Não teria me casado com você se não tivesse certeza que tenho sentimentos por você e só por você.”


“O que ela te falou não deveria incomodar, então. Eu aceitei o fato de que, sim, se você não tivesse a traído naquela noite, nós não teríamos nos conhecido e o anuncio de seu casamento em uma revista não atrairia minha atenção. Você tem que aceitar o fato de que vocês teriam se casado, mas também tem que ver que as coisas podiam terminar depois. Acho que quando você perceber e aceitar isso, vê-la de novo ou relembrar suas palavras não vá doer mais. As coisas aconteceram desse jeito e é como vai ser.”


Dulce sorriu e bufou uma risada. “Sabe o que nunca teria acontecido? Filhos. Anahi e eu concordamos que jamais teríamos crianças. Nós nunca ficamos confortáveis com essa situação, nunca nos imaginamos cuidando de um bebê ou colocando band-aid no joelho de uma criança chorosa.” Houve uma pausa, como se ela estivesse tentando entender este fato novamente. Então ela aceitou.


Se aquela noite não tivesse acontecido daquela forma, ela teria se casado com Anahi ou não. Poderia ter dado certo ou não. Independentemente do que ela fez, o sucesso ou fracasso de sua relação não pode ser imaginado. Elas poderiam ter se casado e vivido felizes para sempre, ou ter se separado algum tempo depois. Ou nem se casado, afinal. As coisas poderiam ter acontecido de tantos jeitos, mas aconteceu daquele e nada iria mudar aquilo. Ela não tinha uma máquina do tempo e, mesmo se tivesse, não iria mudar tanta coisa, afinal. Dulce amava a vida que conquistou depois de se mudar para LA.


Ser contratada como uma professora de espanhol improvisada para ajudar Naya com sua personagem em Glee foi a melhor coisa que poderia ter acontecido naquele momento. Ela amava sua esposa mais do que amou Anahi, isso era certo. E não mudaria nada em sua vida nos últimos cinco anos.


Pela primeira vez em sua vida, Dulce se sentiu verdadeiramente feliz onde estava, sentada na janela com sua esposa atrás dela. Seu sorriso aumentou. A felicidade era incrível.


Dulce se virou, deixando sua esposa entre suas pernas, e suspirou contente. “Oi.”


Naya sorriu também. “Olá.”


Suas primeiras palavras trocadas, tímidas na época, estranhas entre alguém reconhecida mundialmente e alguém tentando trilhar esses mesmos passos, entre duas pessoas que sentiram uma conexão imediata. Dulce talvez mudaria isso, tentaria passar mais confiança naquela hora, mas era a única coisa.


Naya pegou sua mão e colocou contra seu estômago inchado. Dulce não deixava de se surpreender toda vez que sentiu os pequenos chutes contra sua mão. “Ele quer te dizer ‘olá’ também.”


Dulce se inclinou para colocar um beijo contra o formato de pé na barriga de sua esposa. “Oi, pequeno. Mal posso esperar para você sair daí e eu poder te encher de beijos.”


Ela sentiu as unhas de Naya acariciando sua nuca e ergueu o rosto para olhá-la. O rosto da outra estava mais cheio, seus pés estavam inchados e sua bun/da estava maior, mas Naya nunca lhe pareceu mais linda e cheia de um brilho natural.


“Vamos para a cama.” Naya falou e, com um aceno rápido, Dulce se levantou, fechou a cortina e seguiu sua esposa silenciosamente.


Mas não foi.



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Autor(a): chavinonyportinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • siempreportinon Postado em 14/11/2016 - 14:57:47

    Você escreve muito bem, parabéns!!! Só li as histórias PORTINON e sinceramente acho que deveria fazer uma fic só portinon

  • tammyuckermann Postado em 30/10/2015 - 01:08:35

    Posta maaais amo as partes portinon *-*

  • dulvatoforever Postado em 06/09/2015 - 02:57:51

    Faz mas fanfics dulvato s2

  • juhdul7 Postado em 03/08/2015 - 22:41:26

    Maravilhosos capítulos! Incríveis!! Amei!!

  • Julia Klaus Postado em 02/08/2015 - 20:31:52

    Suas postagens são muito perfeitas hehehehe Adorando!! Amei a do Poker ali kkkkk

  • Lidi Postado em 26/07/2015 - 13:47:18

    Sinceramente, essa ultima portiñon Presença, era tudo que queria que tivesse acontecido no casamento da Anahí! kkkk mas né

  • Kah Postado em 06/04/2015 - 10:16:47

    Caraaa. Como amo tudo isso aqui. Vc tem escrito tão bem, uma escrita que te envolve tanto em cada capítulo. Acho que seus dois últimos capítulos Portinon foram definitivamente os melhores das duas, Poker então nem se fala, rs. Nossa é incrivel como vc prende nossa atenção desde o título da One-shot, bom, pelo menos a minha, não havia lido nada do gênero ainda e estou simplesmente encantada. Por favor, quando for escrever um livro vou querer ir no lançamento kkkkkk. Ahh em Bun in the oven (DulcexNaya), na hora de mudar as cores da parede me lembrei de Portinon em La Familia, quando as duas deitadas no chão da cozinha abordavam o mesmo assunto.

  • Dannyk Postado em 05/04/2015 - 17:17:00

    ADOREI essas OS's ... Teve a Lali em um cap <3 (Que emoção que você conhece a minha Marianinha) Continua (DULCE X NIKKI COF COF) tão ótimos *-*

  • AnnieSilva Postado em 02/04/2015 - 23:41:26

    Nossa, amei o Poker ( Portinõn ) <3 <3

  • camimaschio Postado em 24/02/2015 - 21:21:00

    Bom, primeiramente: eu já fiquei muito feliz quando você disse que faria one-shots, pois não é uma pratica muito comum ainda em alguns shippers e as vezes quem faz não sabe fazer, deixa uma coisa sem pé nem cabeça, o que não é seu caso. Segundo: você não se prendeu só em um casal, você Ta fazendo uma mistura muito maneira, mudando a Dulce de vários jeitos e trejeitos! E a pondo com pessoas que nem imaginei, Ta ficando muito maneiro! Terceiro: suas one-shots me prenderam de uma maneira absurda (claro, alguma mais que as outras). As vezes simplesmente volto e releio algumas haha. sua escrita está maravilhosa, tudo, simplesmente tudo, está incrível! Parabéns! O que me levou à enfim comentar aqui foi o fato de eu parar para ler Se Io Potessi 3 (ou mais) vezes em um mesmo dia. Então eu parei e me perguntei se já tinha lhe dito o quanto suas one-shots estão incríveis tanto com enredo quanto com estrutura. Parabéns pelas one-shots, não são fáceis de se escrever. Parabéns!


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