Fanfic: Dulce One-Shots | Tema: Dulce Maria, Anahi, Demi Lovato, Naya Rivera, Dianna Agron, Monica Raymund...

Comfort (DulcexNaya)

Eu não tenho certeza de como começou. Me lembro da primeira vez que a vi, no entanto. Desse dia, eu ainda lembro dos mínimos detalhes.

Era dez da noite. Um domingo. O ar estava um pouco frio por causa da aproximação do inverno. Ela usava calça jeans e camiseta. Suas mãos estavam cheias de sacolas pesadas e a porta do carro não estava colaborando.

Lembro-me de pensar que deveria aumentar o grau dos meus óculos, pois não estava vendo direito. Não PODIA estar vendo direito. Ninguém podia ser tão linda.

Mas eu estava vendo perfeitamente bem.

Com seus lábios grossos, olhos negros e brilhantes, maçãs do rosto bem definidas e pele morena, Naya Rivera era (é) a mulher mais linda que eu tive o prazer de deitar os olhos.

Por esse exato motivo, tenho certeza que devo ter parecido um pouco assustadora quando lhe ofereci ajuda.

Seu coração estava quebrado na época. O babaca do seu (ex) noivo havia traído-a da maneira mais cruel. O meu também não estava totalmente inteiro. Por seis anos amei uma mulher com todas as minhas forças, mas ela nunca me amou de volta. Ela havia se casado um mês antes daquela noite fria na garagem. Anahi arrancou meu coração e dançou sapateado sobre ele.

Claro que o clichê lésbico de se apaixonar pela melhor amiga hétero ia acontecer comigo.

Mas talvez tenha sido assim que começou.

Sexo casual. Sexo sem compromisso. Sexo de cura. Como quiser chamar.

O fato é que, sempre que nos sentíssemos sozinhas e com péssimas lembranças, nos encontrávamos para sexo. Começou com duas ou três vezes no mês, depois dez, então quase todo dia.

Não havia avisos. Morávamos no mesmo prédio, por isso era ainda mais fácil. Naya voltava das gravações e iria para o meu apartamento. Eu iria voltar do estúdio e subir para o seu apartamento. De noite, de madrugada. Até antes de sairmos para trabalhar. Mas isso mudou. Sem que eu percebesse. As coisas só evoluíram tão naturalmente que eu não me dei conta, até que a mudança foi muito brusca para não ver.

Era quase meia-noite quando a porta do meu apartamento se abriu. Sim, já havíamos trocado chaves. Naya entrou, carregando uma sacola do restaurante chinês e o casaco em uma das mãos. Ela passou por mim no sofá e se inclinou para me dar um beijo, antes de seguir até a cozinha pegar talheres. Naquela noite, nós comemos, assistimos a um filme e fomos para a cama. Pela primeira vez, apenas dormimos.

Quando acordei na manhã seguinte, antes de Naya, aproveitei para embeber em sua visão. Eu já havia decorado cada centímetro de seu corpo, cada marca, cada ponto sensível. A marca de nascença em seu ombro direito, outra que lembrava um coração logo acima de sua nádega esquerda. Seu riso era uma música, seu sorriso podia fazer um péssimo dia se tornar o melhor de uma vida. E seus olhos podiam despir minha alma como ninguém nunca conseguiu.

O sentimento me atingiu como um raio, seguido de um trem, um arranha-céu e uma bomba atômica. E isso me tirou o fôlego por breves segundos.

Naya estava deitada de bruços, abraçada a um travesseiro, com o lençol todo enrolado em suas pernas. Seu pijama mal cobria seus seios e seu cabelo negro estava espalhado para todo lado.

Usei uma mão bem trêmula para afastar seus cachos de seu rosto, então passei as costas dos meus dedos contra sua bochecha com um sorriso suave.

“Eu te amo.” A confissão assustou até a mim. O sentimento que eu identifiquei antes estava rodando em minha mente, mas não deveria ter saído de lá.

Pânico estava crescendo em mim a uma velocidade impressionante. Um total de sete meses. Só isso. Desde o dia que a vi na garagem até vê-la deitada em minha cama parecendo tão pacífica. Eu nunca me apaixonei tão rápido. Demorei anos para parar de pensar em Anahi como mais que uma amiga. Mas lá estava eu, de coração a posto para uma nova decepção, com a certeza de que ele agora pertencia à mulher deitada ali, com a certeza de que amava (amo) Naya Rivera.

Foi quando percebi que seus lábios se contorciam e formavam um sorriso. Ela estava acordada. Provavelmente me ouviu. Eu extrapolei os limites do nosso contrato não-verbal. Ela vai embora e...

“Eu também te amo.”

“Sério?”

A descrença em minha voz a fez rir. “Uhun.”

“Porque você não tem que dizer isso para me fazer sentir melhor. Eu totalmente entendo que...”

Naya se espreguiçou e rolou para deitar a cabeça na minha barriga. “Estou dizendo isso porque me apaixonei por você, porque te amo.”

“Oh... Hm... Ok... Isso é ótimo.”

Ela riu novamente e usou meu corpo para se impulsionar para cima e me beijar. “Por que é difícil acreditar que eu, Naya Rivera, amo você, Dulce Saviñon?”

“Não é.” Neguei rapidamente, afastando um cacho de seus olhos. “Só não estava esperando por isso.”

Ela resmungou um pouco enquanto se espreguiçava e, novamente, minha língua parecia ter vontade própria. “Casa comigo?”

“Não acha que está pulando etapas?” Pelo menos, agora, ela parecia surpresa.

Dei de ombros. Precipitado, mas a melhor coisa que eu pensei em toda a vida. “Eu te amo, você me ama...”

“Está falando sério?”

Senti meu coração apertar dolorosamente e cair até meu estômago. “É só falar que não e podemos fingir que nada aconteceu.”

“Sim.”

“Sim?”

“Sim. Eu vou me casar com você.”

Seis meses depois, estávamos em uma praia bonita, com um por do sol ao fundo. Até o final daquele dia, eu tinha uma aliança no meu dedo, uma esposa e um hífen.

Dulce Maria Saviñon-Rivera. Casada com a adorável e maravilhosa Naya Marie Saviñon-Rivera.