Fanfic: Fruto da Paixão | Tema: Vondy / Adaptada

Capítulo 14

Sentiu a reação involuntária de seu corpo ao admirar o contorno dos seios pequenos sob a blusa. Dulce  estava virando sua vida de ponta-cabeça mais uma vez. Depois da amarga separação dois anos antes, nunca teve vontade de vê-la novamente, mas, mesmo sabendo o que tinha feito, era impossível ignorá-la.
Dulce  sentiu os olhos de Christopher sobre si e ficou tensa quando ele se remexeu ligeiramente no assento, roçando a coxa na dela. Quando partiram da Inglaterra no jato particular, ele tinha sentado na parte dianteira, sua atenção concentrada exclusivamente no laptop. Isso era conveniente para Dulce , mas, quando chegaram em Nice e embarcaram no helicóptero para a curta viagem até Mônaco, o coração dela estremeceu quando Christopher sentou-se ao seu lado.
Esforçara-se por ignorá-lo, mas infelizmente seus sentidos se recusavam a lhe obedecer. Estava bem consciente da proximidade dele. O suave aroma da colônia era provocantemente familiar, deixava seus nervos à flor da pele.
Não queria sentir-se assim, pensou irritada. Era humilhante perceber que Christopher ainda a afetava de maneira tão forte, apesar de tudo que havia feito com ela. Mas sempre tinha sido assim: Dulce  nunca foi capaz de resistir a ele e, infelizmente, quase todas as outras mulheres do planeta compartilhavam de sua fascinação.
Os meses que havia passado com  Christopher tinham sido os mais felizes, mas também os mais enervantes de sua vida. E o constante medo de que Christopher  se cansasse dela era apenas mais um detalhe a ser acrescentado à sua profunda insegurança.
Christopher era um dos solteiros mais desejados de Mônaco, sempre o centro das atenções nas muitas festas que tinham freqüentado. As mulheres se amontoavam ao redor dele e deixavam o interesse bem claro através de um sorriso ousado ou de um olhar carregado de insinuação. Christopher respondia a esses flertes com um de seus sorrisos levemente sarcásticos, o que a deixava mais tranqüila. Mas com Claudia Alvarez foi diferente.
A estonteante modelo tinha perseguido Christopher com incansável determinação e ostentava sem o menor pudor o corpo espetacular em decotados vestidos de seda e cetim.
Ao lado dela, Dulce parecia pálida e insípida. Não pôde deixar de notar a maneira como os olhos de Christopher demoravam-se de maneira apreciativa nas curvas da francesa. O ciúme era um monstro que tinha se apossado de sua alma, deixando-a irritada e paranóica. Odiava ficar longe dele e o indagava sobre todos os seus passos sempre que chegava tarde do escritório ou ficava afastado por dias em alguma viagem de negócios.
Sabia que seu comportamento o zangava, mas, à medida que  Christopher ficava mais distante, maior era o medo de que estivesse ficando cansado dela. Só se sentia segura quando estavam na cama. Ao menos ali a paixão dele não dava sinais de estar diminuindo, mas Christopher a afastava dos outros aspectos de sua vida. Dulce sentia que seu único papel era fornecer sexo quando fosse conveniente.
Contendo um soluço, Dul  desviou a mente do passado. Tinha gastado os dois últimos anos tentando esquecer o tempo que vivera com Christopher... só podia estar louca por ter concordado em voltar para Mônaco.
— Ainda mora na cobertura? — perguntou, uma pequena esperança de que  Christopher tivesse se mudado do elegante apartamento de piso de mármore onde costumava sonhar que ele poderia se apaixonar por ela.
— Oui, O local é conveniente e gosto da vista do porto — ele replicou com frieza.
Dul  se lembrava da vista espetacular do movimentado porto de Mônaco e da vasta extensão do Mediterrâneo.
— Ainda deixa O Isis ancorado lá?
 Christopher assentiu.
— Infelizmente, não passo tanto tempo nele quanto gostaria. A Uckermann está se expandindo e estamos abrindo lojas ao redor do mundo, incluindo a nova loja em Mayfair. Se sua avó tivesse escolhido outro dia, eu não estaria em Londres...
A expressão zangada revelava que  Christopher estava amaldiçoando a falta de sorte por estar em Londres no mesmo dia em que Marta Saviñón tinha chegado com Luna , mas Dul tremeu ao pensar o que teria acontecido se ele não estivesse lá.
— Estou feliz que vovó tenha encontrado você — ela admitiu, esquecendo por um momento que eram inimigos. — Do contrário, não sei o que teria acontecido com Luna .
— Sua avó cuidaria dela, não? — O rosto de Dul se contorceu.
— Não sei. Quando soube que eu seria mãe solteira, ela foi inflexível ao dizer que não tinha qualquer responsabilidade comigo ou com o bebê. Ela se ressente de ter sido obrigada a me criar. Morei temporariamente com pais adotivos — Dul revelou em tom melancólico. — Minha mãe tinha casado e estava de mudança para a África do Sul. Minha avó imaginou que ela me levaria junto. Houve uma grande discussão quando vovó descobriu que eu não estava incluída na nova vida de Blanca.