Fanfic: Fruto da Paixão | Tema: Vondy / Adaptada

A imagem de Christopher fazendo exatamente isso surgiu de maneira tão nítida em sua mente que, para seu profundo choque, Dulce  sentiu pequenos espasmos de prazer irradiando-se por seu corpo. Sentiu Christopher ficar tenso, mas não pôde evitar o clímax. Quando estremeceu descontrolada, Ucker  capturou seu gemido espantado com um beijo.

Tudo terminou e a realidade invadiu sua mente, trazendo a música e as vozes na pista de dança. Oh, Deus, o que tinha feito? Será que alguém tinha visto? Seria possível alcançar um orgasmo sem nem mesmo ter sido tocada intimamente? Morrendo de vergonha, Dulce não suportaria olhar para Ucker , mas seus olhos pareciam ser atraídos por uma força magnética. O rosto dele era uma máscara, os olhos brilhavam numa promessa sensual.

Em seu desespero, Dulce o desafiava silenciosamente a fazer qualquer comentário. Então os lábios de Ucker  se curvaram num sorriso zombeteiro.

— Está esfomeada,  — disse com voz arrastada. — Se eu soubesse, teria seguido meus instintos quando a vi nesse vestido e cancelado o jantar.

Dulce engoliu a resposta enquanto era levada de volta à mesa, ciente de que não estava em posição de dizer qualquer coisa depois de ter se comportado de forma tão abominável. Para seu alívio, ninguém por ali parecia ter notado seu pequeno espetáculo, mas Ucker nunca a deixaria esquecer aquele momento de fraqueza, pensou em meio a uma onda de pânico. Ele sabia que podia fazer o que quisesse com ela. Mas teria de resistir antes que Ucker destruísse sua auto-estima irremediavelmente.

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Já era quase meia-noite quando se despediram de Chester e Carotyn Warren e voltaram para a cobertura. Dulce queria estar cansada, mas sentia-se completamente desperta e cheia de energia. Aqueles poucos momentos de loucura na pista de dança tinham inflamado seus sentidos e deixado seu corpo ansioso por satisfação completa...

Mas isso não aconteceria. Pretendia ir direto pro quarto assim que entrassem no apartamento, mas Laurent os recebeu com uma bandeja de café e petitfours preparados especialmente para quando voltassem.

— Eu gostaria de ir dormir —  Dulce murmurou para Ucker  enquanto seguiam para a sala na companhia do mordomo.

— E desapontar Laurent? — Ele ergueu as sobrancelhas. — É uma mulher corajosa.

Reprimindo um resmungo, Dulce sorriu e aceitou uma xícara de cappuccino. A última coisa que precisava no momento era do estímulo da cafeína, pensou enquanto observava Ucker esvaziar sua xícara em apenas dois goles antes de ir para o bar servir-se de conhaque.

— Quer uma bebida para acompanhar o café?

— Não, obrigada — apressou-se em responder. Precisava de algo que a entorpecesse pelas próximas 12 horas e a poupasse de fantasias perturbadoras com Ucker . Por mais que ficar bêbada fosse tentador, considerou que já tinha se envergonhado o suficiente naquela noite por uma vida inteira.

Mexeu o café e fitou Christopher , que estava parado na janela olhando para a escuridão.

 Quando seu pai morreu? — Dulce perguntou calmamente, lembrando da conversa com Chester Warren. — Chester disse que foi há dois anos, que foi quando nos conhecemos, mas você nunca disse nada e eu não fazia idéia do quanto estava sofrendo —  Christopher deu de ombros.

— Meu pai morreu nove meses antes de nos conhecermos, meu sofrimento era um assunto pessoal que não tinha qualquer ligação com nosso relacionamento.