Fanfic: Porção do Amor (adaptada ponny ) | Tema: ponny (Anahí y Alfonso )

A vovó era uma bruxa e das boas. Mas não saía por aí em vassouras, muito menos dançava pelada em volta da fogueira nas noites de lua cheia. Não frequentava covens e não tinha uma verruga na ponta do nariz. Era uma mulher mística, isso sim. Acreditava que o amor era a única lei pela qual os humanos deveriam se nortear. E fazia poções e feitiços como ninguém, bem diferente da aluada da tia Ana .Certo, estou sendo um tanto irônica e não é para tanto. Para ser justa, a tia Ana manda muito bem em outros setores. É PhD em cristais, entende tudo de aroma terapia e tem sido muito procurada por suas aptidões em feng shui. Ela também trabalha com terapias alternativas usando pêndulos e apetrechos bem esquisitos. A mulherada da cidade adora e, desde a morte da vovó, as consultas da tia Ana  são o que garantem que a loja Poção do Amor não feche as portas

.– Você é quem deveria fazer as poções, Any  – ela diz, com uma vassoura em mãos.

– E o que eu estava fazendo aqui até agora? – ergo as sobrancelhas, indignada.

– Apenas resmungando que a coisa toda iria desandar.

– É impressão minha ou está explodindo caldeirões de caso pensado? – levo as mãos à cintura.

– Tia, eu já disse que sem a vovó não vai rolar. E outra, tenho que estudar, as aulas recomeçarão em breve.

– Estudar, é? Isso é apenas desculpa de uma garota com medo de assumir seu lado bruxa.

– Não mesmo. – retruco.

– Você não consegue me enganar e fica fula da vida com isso, não é?

– Quer saber? – jogo o pano sobre a bancada, irada. – Limpe sozinha essa zona toda. Tenho compromisso

.Dou as costas e saio pisando duro, sem qualquer intenção de voltar atrás.Com a mão na maçaneta de cobre, adornada por gnomos e fadas, tia Ana pigarreia e me detenho por um instante

.– Soube que o Poncho  está namorando aquela entojada da Perla . Poncho Herrera né.  desse Poncho que ela está falando. Aliás, como ela sabe sobre o namoro? Droga odeio morar numa cidade pequena e tenho raiva das fofoqueiras de plantão.

– E daí? – dou de ombros, sem encará-la.

– Não fará nada a respeito? – ela incita.

– E por que eu faria alguma coisa? – meu tom sobe alguns decibéis e entrega meu nervosismo.

– Any , ele está no seu destino. – sinto as mãos da tia Ana sobre meus ombros. – Não acha que deveria fazer algo?

– Tia não acredita em adivinhações. – giro sobre meu All Star de listras coloridas para fitá-la. – O que você viu naquela bola de cristal foi apenas um dos meus possíveis futuros.

– Já disse hoje que você é uma tremenda chata?

–Disse. Umas quinhentas vezes. – colérica, abro a porta e acelero o passo a loja, tomando a direção da saída.