Fanfic: Uma Aventura Alucinante | Tema: Ponny

Na certa, o rapaz achava que tinha sido um arrepio de prazer, claro, pois apertou-a mais contra si, a ponto de os seios dela se esmagarem contra seu peito. Ela tentou se afastar, mas a mão dele segurava-lhe, firme, as costas. Podia sentir o calor da pele dele através do tecido da camisa.
- Que tal a gente se apresentar? Meu nome é Alfonso Herrera. E o seu?
- Anahi - disse, apenas.
Detestava falar muito de si mesma. Isso deixava as pessoas ainda mais curiosas e começavam a fazer perguntas. Era um complexo que vinha desde os tempos da escola, quando as outras crianças estranhavam por ela não ter pai. Agora, ninguém ligava se alguém era filho natural ou não, legítimo ou não, mas as velhas cicatrizes ainda doíam.
- Anahi... Um nome bonito como a dona.
- Você acha? - Agora ela se sentia num terreno conhecido, firme: o começo de um flerte declarado.
- Sim... - Ele a apertou mais contra si. - Na verdade, é algo mais... "Bonita" é uma palavra fraca. Você é uma mulher lindíssima, Anahi, e eu quero passar o resto da noite na sua companhia.
- Qual é a idéia?
Muita gente estava olhando para eles; aliás, tinham se tornado o centro das atenções no momento em que haviam começado a dançar. Anahi percebeu que Christopher os observava, atento, parado junto à porta da cozinha. Pessoalmente, tinha quase certeza de qual era a idéia de Alfonso; a mesma que seu pai tivera quando encontrara sua mãe e Derrick, quando... Não, não ia começar a pensar em Derrick agora. Queria se dedicar a fazer aquele homem subir bem alto e, depois, ter o prazer de vê-lo cair.
- Se eu disser, na certa você não vai concordar. Acho que é a mulher mais linda que já vi...
Havia um tal brilho nos olhos dele que Anahi ficou satisfeita por não estarem a sós. Alfonso Herrera não era um rapazinho inexperiente, mas sim um homem sofisticado, seguro de si, e demonstrava isso.
- Será que devo pensar, então, que até agora você ficou trancado numa cela, sem ver ninguém?
Aquela troca de frases intencionais era apenas o prelúdio do real propósito da noite, e Anahi sentiu um arrepio, ao ver a expressão dos olhos de Alfonso. O desejo que ardia neles era real; tão real que, por um instante, antes de afastar o pensamento, achando que era imaginação, ela achou que talvez tivesse ateado um fogo que não seria capaz de controlar.
Quando a música terminou ele a largou com relutância, e Anahi deixou que lhe passasse um braço pelos ombros, enquanto saíam do meio da sala. Ela estava agindo de um jeito que não era, absolutamente, o seu. Mas Alfonso não sabia disso. Era evidente que até então ele encontrara mulheres que tinham concordado imediatamente com sua sugestão. Ela só estava surpresa por Alfonso ainda não a ter convidado a ir para o apartamento dele. Iria ter uma rude - e pública - surpresa quando o fizesse, disse Anahi para si mesma, sombria. Os olhos dele, que haviam parecido negros na penumbra da sala, eram, na realidade, de um cinza-escuro, de aço, e o desejo que brilhava neles parecia ser sua única fraqueza.
Christopher aproximou-se, o braço passado na cintura da datilografazinha loira que parecera tão interessada em Alfonso. Os olhos dele estavam vermelhos. Percebia-se que bebera demais.
- Muito bem! - exclamou, barulhento. - Então, aconteceu, afinal? Nossa donzela de gelo derreteu-se, enfim? Você é um homem de sorte, Alfonso. Anahi é a nossa mais distinta senhora!
- Você exagerou na bebida, Christopher - disse Alfonso. - Por que não o leva até a cozinha e lhe dá uma xícara de café? - sugeriu à loira.
Algumas pessoas observavam-nos discretamente. Anahi esperava pela chance de esvaziar o inflado ego de Alfonso e não tardou a aparecer.

Se houver comentários amanhã eu posto mais, bjs e comentem!