Fanfic: Uma Aventura Alucinante | Tema: Ponny

- Puxa! Você se arriscou um bocado, não? - comentou Maite Perroni para Anahi, dez minutos depois de Alfonso ter ido embora.
Maite era secretária de Christopher . Anahi gostava dela. Ergueu a cabeça, sacudiu os ombros e respondeu:
- Bem feito para ele. Tem que aprender que nem todas as mulheres caem a seus pés, quando ele sorri.
- Para ser franca, você não desencorajou Alfonso... - observou Maite. - Ao contrário, acho que deu corda à beca. E acho que ele não é homem de aceitar quieto uma humilhação dessas. Você exagerou, não acha?
- O que está querendo? Que eu me arrependa do que fiz? Nada disso. Aquele tonto presunçoso teve exatamente o que merecia, Maite.
- Que nada! Aquele homem é uma coisa! Eu gostaria que ele olhasse para mim do jeito que olhava para você. Conseguiu enganar ate a mim Anahi. Quando vocês estavam dançando, pensei que o impossível tinha acontecido, que você tinha encontrado o homem certo. Quer saber? Você teve sorte por ele não ter sido grosseiro. Estava na cara que deu sinal verde para ele...
__Pare de sentir pena dele! - zangou-se Anahi. - A única coisa que fiz, foi alimentar o ego dele. Não acredito que você seja boba o bastante para achar que ele estava mesmo se importando comigo. Acabamos de nos conhecer! O que ele queria era me levar para a cama.
__Não tenha tanta certeza... Nunca ouviu falar de amor à primeira vista?
__Já, mas nunca conheci ninguém que tivesse tido essa experiência pessoal. Sempre contam a experiência dos outros. Bom, acho que vou embora. Aliás, nem sei por que vim.
- Humm - fez Maite. - Você não pode bancar a eremita a vida inteira. Sei que vive dizendo que é muito feliz na sua solidão, mas tenho certeza de que em certos momentos você sente...
- Falta de um lar, de uma família? - interrompeu Anahi, brusca. - Nunca! Famílias felizes são mitos. Só isso. Por favor, despeça-se de Christopher por mim, Maite. Vou embora.
- E vai sair andando sozinha pelas ruas de Londres a esta hora da noite. Acho que você é maluca mesmo! .
- É uma caminhada curta, não vai acontecer nada. Não se preocupe. Afinal de contas, acho que estou mais segura indo para casa sozinha do que se tivesse aceitado a carona de Alfonso.
- Acho que esse tipo de perigo a gente pode correr... - disse Maite, brincalhona.
Mas havia uma sombra em seus olhos, enquanto Anahi saía. Vira uma expressão no olhar de Alfonso Herrera que a fazia ficar apreensiva pela amiga.
Sem imaginar sequer as preocupações de Maite, Anahi pegou o casaco e despediu-se, amável, de um dos mais novos funcionários da firma, que passou por ela enquanto abria a porta do apartamento.
A noite estava fria, e a rua estreita, deserta. Por instantes, ela pensou em subir de novo e chamar um táxi. Mas, ao pensar na demora, desistiu. Levaria no máximo quinze minutos, andando, para chegar em casa. Nunca lhe acontecera nada nas ruas de Londres. Era ridículo ficar impressionada com o que Maite dissera.
Coitada da Maite! Pelo jeito, estava caída por Alfonso Herrera.
Estremeceu. Ele tivera o que merecera. Sem querer, lembrou-se do calor e da pressão da mão dele em suas costas enquanto dançavam. Ele a apertara muito, fazendo-a sentir todos os movimentos de seu corpo ondulando ao ritmo da música. Sabendo que a aparente aceitação daquela aproximação tornaria a vingança mais saborosa, ela nada fizera para se afastar. Mordeu o lábio sem perceber, enquanto começava a andar rapidamente pela rua deserta, afastando-se do prédio, pensando na repercussão que o acontecido poderia ter entre a diretoria da Computerstore. Não precisava trabalhar para viver, mas gostava de seu trabalho e não queria perdê-lo.
Caminhara alguns metros quando começou a perceber o macio rumor de um motor de carro atrás dela. No começo, não se alarmou; muitos dos antigos casarões daquela rua tinham sido transformados em edifícios de apartamentos e não era de estranhar um carro andando por ali naquela hora. Era alguém chegando em casa. Mas o carro não parou. Acompanhava-a de perto, rodando macio e devagar. Podia percebê-lo com o canto do olho.
Automaticamente, começou a andar mais depressa. A boca ficou seca e o estômago se contraiu de medo: o coração disparou, as pernas ficaram trêmulas e ela rezou mentalmente para um policial aparecer e livrá-la do perseguidor. Já tinha ouvido falar de moças seguidas por homens em carros, mas isso nunca havia acontecido com ela!
Recusava-se a olhar diretamente para o carro e tentava controlar o pânico. Mas o carro emparelhou com ela e, quando percebeu, estava olhando ansiosamente para o motorista. Quando reconheceu o homem, sentiu o coração subir à boca.

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