Fanfic: Apaixonado Pela Megera Da Minha Chefe | Tema: Vondy

Narrado por Ucker:

Pedi que ela sentasse, prontamente obedeceu antes de perguntar disparadamente.

Marina: Podemos conversar?

Chris: Claro que podemos -fixei o olhar preocupado- Aconteceu alguma coisa?

Marina: Sim. -disse já com lágrimas nos olhos- Eu fiz uma coisa horrível!

Chris: Como assim, o quê você fez?

Marina: Não agüento mais conviver com essa culpa.. -chorou mais. Sai da minha cadeira e amparei-a nos meus braços.-

Chris: O que está acontecendo, Marina?

Marina: Fui eu. Eu quem vendi as capas para a concorrência! -disse sem rodeios.-

Chris: Hum? -fitei-a como se eu não tivesse ouvido direito. A ficha foi caindo aos poucos. Soltei-a. Dei a volta na mesa indo de volta a minha cadeira. Como assim, ela vendeu? Marina era uma funcionária acima de qualquer suspeita. Nós confiávamos nela. Como foi decepcionante ouvir dos lábios daquela mulher que eu tanto estimava a confissão da traição. Lembrei-me imediatamente de Dulce. Do momento que ela foi comunicada sobre a troca de cargos.-

Deixei meu corpo cair lentamente sobre a minha cadeira. Coloquei a mão na face como se não acreditasse no que tinha ouvido. Balancei a cabeça numa negação dolorida tentando olhar para frente e encarar alguém que nos apunhalou pelas costas.

Chris: Por quê? -fixei o olhar. Marina sentou-se na cadeira de frente pra minha. Apesar da dificuldade que era compreender uma atitude como aquela, a todo o momento meu lado racional me dizia que eu precisava ouvir as razões daquela mulher. Dulce não deu ouvido às minhas razões e a nossa guerra se estendeu por todos esses meses fazendo o nosso coração sangrar pela angústia de um amor que não podíamos viver.-

Marina: Quando eu entrei nessa sala e falei para dona Dulce sobre o problema da minha filha.. -uma breve pausa para enxugar as lágrimas- Ela sequer ouviu, pegou o telefone e começou a fazer uma ligação. Sequer olhou para a minha cara. Eu estava desesperada. Minha filha estava morrendo. Eu não tive saída. Juntou o desespero e a raiva que eu sentia daquela mulher cruel e fria que jamais se importou com qualquer um de nós.. -entreguei a ela umlenço de papel- Obrigada. Bom.. -Marina tomou fôlego- Movida pela raiva eu procurei a diretora de redação da revista concorrente. A mulher era inescrupulosa e aceitou a proposta na hora. Pagou uma bela quantia pelas cópias das capas. Eu consegui pagar parte do tratamento com o que recebi, e fiquei de levar outras capas, mas..

Chris: Mas..? -ao percebê-la hesitante, fiz um gesto para que ela continuasse o relato.-

Marina: Você assumiu a presidência e eu não consegui mais ser desonesta com a revista. Estou muito arrependida, acredita em mim. Você foi um anjo me dando o restante que faltava para o pagamento do tratamento da minha filha.

Chris: Olha, Marina. O que você fez é crime! -passei a mão na face. Esfreguei os olhos.- Tenho que falar sobre isso com a Dulce.

Marina: Não, Christopher! -disse quase num grito. Sua face aterrorizada me dava pen- Ela vai me despedir. Preciso do emprego. Tenho uma criança para criar!

Chris: Não sei o que dizer. Acredito no seu arrependimento, mas, arrependimento não basta, entende? Você nos apunhalou pelas costas, Marina! Como poderemos confiar em você novamente, me diz? -parei de falar por uns segundos. Ela baixou os olhos. Eu estava sentindo exatamente o mesmo que Dulce quando roubei o seu cargo. É um misto de desconfiança, frustração e mágoa. Toda a admiração que eu nutria por Marina fora comprometida naquele instante.- Preciso ficar sozinho e pensar.

Marina: Não conte para a dona Dulce, por favor. -levantou-se ainda chorosa- Preciso do emprego, senhor Christopher. Estou arrependida, e é um arrependimento sincero. Se eu pudesse voltar atrás jamais faria o que fiz novamente. Consegue me entender? -disse quase desesperada.-

Chris: Eu sei como se sente. -disse também com lágrimas nos olhos. -