Fanfic: Apaixonado Pela Megera Da Minha Chefe | Tema: Vondy

Narrado por Ucker:

O que eu podia fazer diante das palavras que não foram ditas? Da confiança que foi perdida por um erro de cálculo? Depois que Dulce saiu da sala, eu provei o gosto amargo da desilusão. Tantas vezes ela me decepcionou com as suas atitudes tiranas. Me humilhou diante de Penélope, da cúpula presidencial. Mas nada se comparava a dor que eu estava sentindo naquele instante. Sabe por que? Simplesmente porque fui eu quem provocou aquela situação. Onde eu estava com a cabeça para concordar com aquele plano ridículo do Sr. Fernando? A Dulce era a alma daquela revista. Afastei-me da mesa dela. Ali não era o meu lugar, nunca foi, nunca seria. Eu só queria o amor de Dulce. Eu provei o amor dela em Paris, e a única certeza que eu tinha naquele momento, era que ela estava eternizada no meu coração. Sai da sala cabisbaixo. Passei por Marina sem ao menos conseguir cumprimentá-la. A secretária me seguiu até puxar o meu braço e me fazer parar no meio do corredor.

Marina: Você tomou a decisão certa, Chris. -disse.-

Chris: O quê? -fitei-a sem conseguir compreender onde ela queria chegar.-

Marina:A dona Dulce precisa sentir na pele o gostinho de ser um de nós. Quem sabe agora ela fica um pouco mais humilde?

Chris:Sabe onde o Sr. Fernando está? -ignorei completamente o seu comentário.-

Marina: Sala de reuniões -apontou o final do corredor- A redação inteira está do seu lado.

Olhei rapidamente a minha volta. Os funcionários me olhavam com um tom de agradecimento nos lábios que me deixou ainda pior. Queria desaparecer dali. Mantive o silêncio do meu olhar e caminhei em passos apressados até a sala de reuniões. Abri a porta rapidamente, entrei e deparei-me com o Sr Fernando pensativo. Olhando algumas fotografias da sua filha que ficavam penduradas na parede como troféus. Dulce foi a geração mais competente daquela conceituada revista. Ele percebeu a minha presença, embora eu não tenha feito nenhum barulho. Fechei a porta atrás de nós. O homem sorriu gentilmente pra mim.

Fernando: Vamos conseguir dobrá-la -disse animado.-

Suspirei, logo balancei a cabeça negativamente enquanto apoiava as mãos no encosto da cadeira do presidente.

Chris: Tentei localizar o senhor a manhã inteira -disse frustrado. Passei rapidamente a mão direita para enxugar algumas lágrimas que escorriam dos meus olhos- Nossa viagem foi maravilhosa. Aliás, a sua filha desconhece o quanto é uma pessoa incrível e encantadora, doce até.

Fernando: Chris..

Chris: Um minuto por favor -engoli a saliva como quem engole uma lâmina- Acabou! -sorri irônico. As lagrimas continuavam fazendo os meus olhos desabafarem- O senhor não me deu a chance de desistir dessa idéia louca de virar chefe da minha chefe. A Dulce não me deixou explicar que eu não queria tomar o lugar dela. Não sei quem foi mais intransigente nessa história, sabia? O senhor ou ela. Só sei que eu fui um completo idiota. Ninguém muda ninguém a revelia. -ele prestava atenção nas minhas palavras, continuava em silêncio- Ela estava praticamente desarmada em Paris! -Abri os braços inconsolável- Claro que a Dulce sem aquele sarcasmo e, aquele ar de superioridade perderia totalmente o encanto. Estávamos nos entendendo. Sem planos, armadilhas, sem a interferência divina, entende? Não podemos simplesmente apontar uma pessoa e dizer, hei! Hoje você fará o que eu quero.

Fernando: Eu pensei que.. -ele parecia sem palavras.-

Chris: Eu pensei que fossemos mais racionais, mais humanos. -enxuguei os olhos- Pensei que o bem e o mal existiam de fato, e me intitulei o bonzinho da história, mas a verdade é que o bonzinho da história jamais trairia a confiança da mulher que ama.