Fanfic: Lua Nova AyA (Terminada)

Alfonso fumaçou ao meu lado. Eu podia ouvir o estrondo no peito dele, se transformando em um rosnado. Eu não podia deixar que o seu temperamento acabasse o machucando.

- Não, obrigada - eu falei numa voz que não passava de um sussurro, minha voz quebrando de medo. Aro suspirou.

- Isso é uma pena. Tanto desperdício.

Alfonso assobiou.

- Se juntar ou morrer, não é isso? Eu já suspeitava quando nós fomos trazidos a essa sala. Tanto por suas leis. - O tom de voz dele me surpreendeu. Ele parecia irado, mas havia alguma coisa deliberada na sua fala, como se ele houvesse escolhido as palavras com grande cuidado.

- É claro que não - Aro piscou, abismado. - Nós já estávamos reunidos aqui, Alfonso, esperando pelo retorno de Heidi. Não por você.

- Aro - Caius assobiou. - A lei clama por eles.

Alfonso olhou pra Caius.

- Como é isso? - ele quis saber. Ele já devia saber o que Caius estava pensando, mas ele parecia determinado a fazê-lo falar em voz alta. Caius apontou um dedo esquelético pra mim.

- Ela sabe demais. Você expôs os nossos segredos. - A voz dele era fina como papel, assim como a pele dele.

- Tem alguns humanos nessa sua piadinha aqui, também - Alfonso lembrou ele, eu pensei na recepcionista bonita lá embaixo.

O rosto de Caius se transformou em outra expressão. Era pra ele estar sorrindo.

- Sim - ele concordou. - Mas quando eles já não forem mais úteis para nós, eles vão servir pra nos sustentar. Esse não é o seu plano pra essa aí. Se ela trair o nosso segredo, você estaria preparado pra destruí-la? Eu acho que não - ele fez escárnio.

- Eu não iria - eu comecei, ainda cochichando. Caius me silenciou com um olhar gelado.

- Você também não tem a intenção de torná-la uma de nós - Caius continuou. - Portanto, ela é uma vulnerabilidade. Apesar de isso ser verdade, por isso, só a vida dela deve ser penalizada. Vocês podem ir embora se quiserem. - Alfonso mostrou os dentes. - Foi isso que eu pensei - Caius disse, agradado com alguma coisa. Felix se inclinou para a frente, ansioso.

- A não ser... - Aro interrompeu. Ele não parecia contente com o rumo que a conversa havia tomado. - A não ser que você tenha a intenção de dá-la a imortalidade.

Alfonso torceu os lábios, hesitando por um momento antes de responder.

- E se eu tiver?

Aro sorriu feliz de novo.

- Ora, então você pode ir pra casa e dar as minhas lembranças ao meu amigo Carlisle.  - A expressão dele se tornou mais hesitante. - Mas eu temo que você tenha que ser sincero.

Aro ergueu a mão na frente dele. Caius, que havia começado e fazer caretas furiosas, relaxou. Os lábios de Alfonso se pressionaram até se tornarem uma linha estreita. Ele me olhou nos olhos, e eu olhei de volta.

- Seja sincero - eu sussurrei. - Por favor.

Ele realmente achava essa uma idéia tão abominável? Será que ele preferiria morrer a me mudar? Eu me sentia como se tivesse sido chutada no estômago.