Haviam passado dois dias partilhando de seus corpos e de sensações fabulosas. Com certeza, havia sido uma experiência mútua, uma troca plena. Queria lhe perguntar o que o estava magoando tanto e porque estava se escondendo dessa dor. Antes de poder encontrar as palavras, viu que a expressão de Alfonso tornou a mudar e que tinha agora uma expressão marota no olhar. Ele levou a mão ao pote de geleia, pegando um pouco com a ponta do dedo indicador.
– Quer provar? – perguntou, esticando o dedo. – Sua vizinha disse que é de ameixa. Caseira. Feita com os frutos das próprias ameixeiras de seu sítio. Em meio ao brilho divertido em seu olhar, havia um desafio. Puramente sexual, tentador. Anahi não pôde resistir. Inclinando-se para frente, envolveu-lhe o dedo com os lábios devagar e o sugou. Deliciosa... A geleia doce tinha um quê de azedinho que não deixava que fosse enjoativa. Depois de sugá-lo, passou a ponta da língua em torno do dedo dele, até a metade, fitando-lhe o tempo todo os olhos, ciente do brilho de desejo que continham.
– Mais? – perguntou-lhe rouco. Uma sensação de poder como nunca experimentara antes dominou Anahi. Esse homem a levava às nuvens, mas demonstrava que o agradava igualmente. Já perdera as contas também de quantas vezes o vira no auge do êxtase em seus braços. E tudo com poucas horas de sono. E depois de ter se saciado tantas vezes, bastava que ela passasse a língua por seu dedo e estava ardoroso outra vez. Totalmente excitado.
Levantando-se da cadeira, Anahi arqueou as sobrancelhas e abriu o cinto do robe. Deixou que a seda deslizasse suavemente por seu corpo até o chão.
– Linda – gemeu Alfonso deliciado. Inclinou-se para frente com a intenção de puxá-la até seu colo, mas ela sacudiu a cabeça. Não, era a sua vez de dar as ordens.
– Tire a roupa – mandou. Ele sorriu largamente e se levantou, livrando-se sem demora do jeans, esperando para ver o que ela provaria em seguida com seus lábios carnudos... Anahi passou a geleia em torno dos mamilos dele. Então, sugou-os até removê-la por inteiro. Satisfeita, viu a maneira como enrijeceram sob seus lábios ávidos. Correu a outra mão pelo quadril estreito dele, afagando-lhe as nádegas musculosas. Tornando a mergulhar os dedos no pote de geleia, Anahi ficou de joelhos e deslizou os lábios pelo abdome de Alfonso Seu corpo era um banquete para olhos, lábios e mãos. Cada pedacinho era um deleite. E queria prová-lo por inteiro.
– Nada disso – falou ele com um riso tenso, segurando-lhe os dedos grudentos antes que pudesse passar o doce do desjejum pela sua ereção.
– Isso atrapalharia o que tenho planejado para a seguir.
– Mas quero saborear – protestou ela com um sorriso levado. Com a mão ainda presa, inclinou-se para soprar suavemente na direção do sexo rijo. A reação foi instantânea.
Ergueu os olhos para estudá-lo, notando-lhe a expressão carregada de desejo no rosto másculo. Mas não lhe libertou a mão. Assim, ela começou a lhe ministrar suas carícias ousadas sem a geleia. Primeiro, apenas com a língua, circundando-lhe a ponta da masculinidade delicadamente, depois percorrendo-a por inteiro, de alto a baixo e voltando. Ele soltou-lhe os dedos para agarrar seu pulso, evidenciando um ligeiro tremor na mão grande. Anahi passou, então, a sugar, gentilmente em princípio, fazendo-o soltar um gemido torturado. Antes que pudesse tomá-lo por inteiro na boca quente e macia, Alfonso a puxou para cima pelo pulso, erguendo-a. Levou-lhe, então, a mão ainda repleta de geleia aos lábios e sugou-lhe os dedos um a um, deixando-a ofegante. Sem lhe dar chance de reagir, segurou-a pela cintura, virou-a de costas para si e a apoiou contra a mesa.
– Você é a mulher mais deliciosa do mundo – murmurou-lhe junto à nuca e, então, deslizando os lábios até seu ombro, deixando uma trilha de beijos molhados pelo caminho. Abraçando-a por trás, ambas as mãos foram até os seios dela. Os dedos giraram, torceram, massagearam ambos os mamilos ao mesmo tempo até deixá-los latejando de prazer. Anahi roçou-lhe a ereção repetidamente com as nádegas enquanto seus quadris ondulavam quase como que por vontade própria em seu anseio pelo êxtase. Querendo mais e, uma vez que ele tinha as mãos ocupadas, levou a própria mão até entre as coxas, preparando-se para o deleite que sabia que Alfonso iria lhe proporcionar.
– Minha – protestou ele, usando uma das mãos para cobrir a dela, entrelaçando os dedos de ambos para que lhe estimulassem o centro da feminilidade em uníssono. Anahi gemeu baixinho, cada vez mais ofegante, mais ciente do calor úmido que se espalhava por entre suas coxas, do fogo que percorria seu corpo. Antes que não pudesse suportar mais a doce tortura, deixou-se conduzir de bom grado enquanto Alfonso a inclinava mais sobre a mesa. Apoiou as mãos na madeira sólida, enquanto ele, após apenas mais uma breve pausa para pegar mais um invólucro do bolso do jeans no chão, lhe ergueu os quadris por trás, posicionando-a para recebê-lo. Mesmo já sabendo quanto ele era grande, forte e incrível, ainda soltou uma exclamação surpresa, quase arquejante, quando a penetrou. Ondulou os quadris sem parar, acompanhando-lhe as arremetidas. Com uma mão ainda segurando-a pelo quadril, Alfonso deslizou a outra por entre as coxas dela, estimulando-lhe o clitóris. As arremetidas e as carícias se intensificaram até que Anahi gritou de prazer. Seu corpo explodiu em deliciosos espasmos. Estrelas espocaram por trás de seus olhos fechados enquanto gemia e sussurrava o nome dele sem parar. Alfonso percebeu o exato instante em que ela se contraiu repetidamente em torno dele, em onda após onda de prazer, e aumentando ainda mais o ritmo das arremetidas entregou-se plenamente ao próprio êxtase. Saciada, Anahi desabou sobre a mesa, tentando recobrar o fôlego, ordenar os pensamentos, lembrar do próprio nome.
– Tenho que ir – murmurou Alfonso inesperadamente, roçando-lhe o alto as costas com os lábios.