Fanfics Brasil - capitulo32♡ Sedução AyA Hot (adaptada)

Fanfic: Sedução AyA Hot (adaptada) | Tema: Ponny AyA


Capítulo: capitulo32♡

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QUASE SEM continuar respirando, jurou para si que sobreviveria, mantendo intactas a sua vida, sanidade e talvez – por algum milagre – a sua fé na humanidade. De olhos fechados, inspirando cuidadosamente pelos dentes para tentar bloquear o odor rançoso no recinto, concentrou-se em acalmar a mente. Respire devagar. Relaxe. Não pense em mais nada a não ser na respiração.

– Vai acabar hiperventilando se continuar puxando o ar desse jeito. Anahi emitiu um som sibilante por entre dentes durante a expiração seguinte e entreabriu os olhos para encarar o homem sentado diante dela à mesa. Fonte do odor rançoso, seu cheiro se encaixava perfeitamente em sua personalidade. Memorizara os traços dele como parte da promessa a si mesma de que não apenas sairia desse pesadelo, mas, assim que conseguisse, teria o máximo de munição possível para levá-lo à devida punição. Baixo, com provavelmente cerca de 1,65m, ele tinha aquela síndrome de homem pequeno, flexionando sua força para a esquerda e a direita. Cabelo preto, olhos castanhos, um rosto comum marcado por uma pequena cicatriz no queixo, tinha o olhar vidrado como de um rato. O que fazia sentido, uma vez que tinha a personalidade de um roedor raivoso. Um roedor raivoso com um grande contingente de malfeitores na sua folha de pagamento. Os malfeitores que a haviam levado à força da calçada em frente ao seu apartamento. Que colocaram um capuz na sua cabeça, que a levaram para as regiões nevadas do meio do nada, ou mais especificamente, alguma parte do Alasca. Que se revezavam para a vigiarem depois que foi trancada num quarto, ou no laboratório improvisado que haviam montado. Ou na grande e precária sala de jantar onde estava no momento, pensou, olhando de soslaio para o brutamontes que montava guarda junto a uma parede suja. E havia vários outros tipos de malfeitores no bando, os que serviam, os que cuidavam da parte “administrativa” e os encarregados exclusivamente de vigiar o perímetro congelado das instalações. Avistara-os ao longe quando subira na cadeira em seu quarto para espiar para fora pela pequena janela gradeada. 

– É melhor dizer alguma coisa – instruiu-a o rato. Seu tom entediado destoava da irritação com que tamborilava com a unha grossa e comprida no braço da cadeira, enquanto comia com a outra mão. – Não vai voltar para o seu quarto aconchegante enquanto não detalhar o progresso que fez no laboratório hoje. Um espaço de dois metros quadrados sem aquecimento, mobiliado com um catre sem lençóis e apenas um cobertor, uma velha cadeira e um abajur que mal ficava de pé estava longe de ser considerado aconchegante. Mas, para um rato, talvez fossem acomodações de luxo. Anahi respirou fundo deliberadamente, soltando o ar devagar, mas não disse nada. Ele tamborilou mais alto com a unha. Ela quase sorriu. Essas ínfimas rebeliões eram inúteis, mas eram tudo o que tinha. Fazia quatro dias. Quatro longos dias de extrema tensão desde que fora raptada. Alguém já devia ter notado seu desaparecimento àquela altura. Michael teria alertado o pai de ambos. Podia não ser um pai exemplar, mas quando se tratava de proteger os interesses dos Estados Unidos e seus cidadãos, era imbatível. O que significava que a tiraria dali logo. Ao menos era o que estivera dizendo a si mesma. Ao longo de quatro dias. No primeiro dia, exausta devido ao terror e à viagem, implorara para saber por que fora sequestrada e para ser libertada. O rato lhe dissera que a informaria na manhã seguinte sobre o que precisaria fazer para permanecer viva. Depois que descansasse e tivesse tempo para pensar em todas as possibilidades, acrescentara ele para provocá-la. Em seguida, a havia trancado no quarto escuro, frio e aconchegante . No dia seguinte, com a fúria encobrindo o pavor, ela tentou rebater com ameaças tão logo o rato destrancou a porta. Ele riu na sua cara e a instruiu a segui-lo até a sala de jantar. Não podia deixá-la morrer de fome antes que ela realizasse o seu novo trabalho. Uma vez que o Instituto de Ciência havia recusado suas muitas solicitações legítimas, ele decidira que era tempo de obter o que queria através de meios ilegítimos. Através da força e de sequestro. Como ela era o rosto público do projeto de mensagens subliminares do instituto, era claramente – ao menos na opinião dele – a especialista. Seria dever dela, explicara o sequestrador durante uma refeição composta de peixe defumado, ovos moles demais e bacon mal passado, desenvolver um novo programa de mensagens subliminares. Um programa que usasse a tecnologia que ela estivera desenvolvendo para cura sexual e a voltasse para o estímulo e o aumento da raiva. Anahi tentou argumentar com ele. A ciência em torno do uso de mensagens subliminares para o estímulo e aumento de reações emocionais era nova, explicou. Ao contrário das fitas cassete de anos antes com mensagens sussurradas em meio a música relaxante que haviam obtido mudanças emocionais específicas através de ondas cerebrais. O foco psicológico dela era a sexualidade, não a raiva. Nunca estudara como o som se relacionava à percepção humana de emoções negativas. Não era neurologista. Não sabia em que ponto do cérebro a raiva era desencadeada e, portanto, não podia criar um programa que a estimulasse. Ele apontara o garfo respingando gordura de bacon e ovo na direção dela e sugerira que tratasse de aprender aquilo antes que lhe esgotasse a paciência. Em seguida, providenciou para que fosse acompanhada até o que chamava de seu novo laboratório. Era um cômodo apenas um pouco maior do que o quarto, continha uma mesa e uma bancada de trabalho e duas cadeiras. Uma pilha de equipamento de áudio e digital, usado e de aspecto um tanto gasto, espalhava-se pela bancada, incluindo um processador de dados, e um estimulador neuromuscular. Ao lado, havia uma grande variedade de livros de Psicologia e um tablet. Depois de lhe ordenar que trabalhasse, ele a deixou lá até o final de mais esse dia. Com uma pilha de equipamento de segunda mão, adquirido em alguma venda de garagem, que não a ajudaria em nada, uma porção de livros sem significado algum e nenhum meio de pesquisa acessível, Anahi teve muito tempo livre para que a mente se alternasse entre imagens assustadoras do que poderia acontecer em seguida e a esperança de que alguém a salvasse antes que tivesse de enfrentar o rato novamente. Mas ali continuava, começando a perder a esperança. Assim, só lhe restou tentar bloqueá-lo de sua mente enquanto ele fazia mais uma refeição. Os jogos, as ameaças, o medo. Quatros anos de yoga e técnicas de respiração e de meditação há tempo abandonadas foram tudo com que pôde contar. Com isso em mente e, sim, por ter visto a irritação no rosto do sequestrador, tornou a fechar os olhos e respirou fundo através dos dentes. 

– Está fazendo isso do jeito errado – retrucou a voz lamuriante. – Você tem que inspirar pelo nariz. É um filtro. Tem certeza de que é cientista? Parece não saber de muita coisa. Anahi abriu os olhos de repente, preparada para responder à altura. Felizmente, viu o brilho maldoso nos olhos de roedor dele antes de replicar em defesa própria. Comprimiu os lábios. – Não estou surpreso, para dizer a verdade – prosseguiu ele, contemplando o grande pedaço de bife quase cru que tinha espetado no garfo. – Desapontado, claro, mas depois de sua falta de progresso nos últimos dias, nem um pouco surpreso. Desviando aquele mesmo olhar contemplativo para o rosto dela, o raptor envolveu o pedaço de bife mal passado de uma só vez com os lábios gordos e o mastigou. Uma trilha de sangue e gordura escorreu pelo canto da boca até o queixo retraído e foi parar na frente da camisa branca. Pareceu não notar. Estava à espera de que Anahi mordesse a isca. Ela se recusou. Os olhos do rato brilharam novamente, como se, quanto mais se mostrasse desafiadora, mais o alegrasse. – Achei que uma mulher como você, com todos esses diplomas pomposos e que não fez segredo sobre o jeito como torce o nariz para a família, seria um pouco mais esperta. Anahi sentiu o sangue gelar. Achara que esse sequestro estava totalmente relacionado à sua pesquisa. Mas se o raptor sabia quem era sua família com tais detalhes, isso mudava as coisas. Aquilo tudo tinha mesmo algo a ver com a criação de um “botão da raiva”? Ou estava relacionado ao seu pai? Se fosse o caso, qual a razão de toda aquela presepada? 

– Por favor – disse, tentando soar razoável e calma em vez de apavorada e ansiosa. – Deixe-me ir. Não posso fazer o que está me pedindo. É esperto o bastante para ter pesquisado a tecnologia por si mesmo. Sabe que o equipamento que tem aqui é inadequado. E a pesquisa nesse sentido não é coesiva o bastante para se trabalhar. Ela não estava poupando falsos elogios e nem hesitando em desmerecer sua pesquisa, mas concluiu que salvar a vida era justificativa o bastante para isso.

– Você está à beira de uma inovação. Acabou de dar uma entrevista na TV no mês passado. Está nos jornais, outros cientistas estão comentando a respeito em seus blogues – declarou ele, sacudindo o dedo na frente do rosto dela como se tivesse feito uma travessura. Blogues? Era verdade? Anahi sentiu os nervos ainda mais em frangalhos, acabados por se alternar entre a preocupação por sua vida e a esperança de que poderia haver câmeras escondidas ali que acabariam provando que tudo aquilo não passara de uma brincadeira de mau gosto. – Assim sendo, não há motivo para você não pegar essa mesma pesquisa e fazer uns pequenos ajustes. A paixão pode ser canalizada tão facilmente para a raiva quanto é para algo tão trivial quanto sexo. 

– Já falei, não é algo assim tão simples quanto se apertar um botão. A minha pesquisa tem se concentrado no corpo físico e na cura. Não nas emoções. Não sei como dirigi-la para a raiva, fúria ou quaisquer outras emoções destrutivas que queira. O olhar contemplativo dele não mudou. Nem sequer piscou os olhos. Talvez estivesse mais para serpente do que rato. – Talvez você só precise de um pouquinho de motivação. – Ainda com o garfo numa mão e tamborilando na cadeira com a maldita unha da outra, inclinou a cabeça para o lado e inspecionou-lhe o corpo com um longo olhar. Anahi sentiu calafrios, como se alguém a tivesse mergulhado num poço cheio de lesmas. – Você é uma bela mulher. Robert ali – ele fez um gesto para indicar o brutamontes que a vigiava com mais frequência – manifestou um interesse especial pelos seus encantos. Talvez eu deva recompensá-lo pelo serviço exemplar, hein?

Com os olhos anuviados pelo medo, ela acompanhou-lhe o gesto até o capanga cujos próprios olhos redondos de roedor brilhavam com lascívia. Sentiu a bile subir de imediato pela garganta, mas estava paralisada demais pelo pavor para sequer vomitar. – É claro que Robert foi um pouco longe demais com sua última recompensa – continuou o líder do bando num mesmo tom contemplativo. – Ela se tornou inútil para nós quando ele terminou. É difícil enxergar muita coisa através da tempestade de neve, mas, se olhar pela janela, poderá avistar a sepultura dela logo do outro lado da cerca elétrica. Pontos pretos dançaram diante dos olhos de Anahi e o ar pareceu lhe faltar de repente, como se nem sequer houvesse o bastante para oxigenar seu cérebro. – Estou mais propenso a esperar a minha própria recompensa – prosseguiu ele devagar, fazendo uma pausa para tomar um gole de vinho, dando-lhe tempo para dar um pequeno passo de volta para trás da beira do penhasco de horror em que estivera prestes a mergulhar. – Eu mesmo acho o estupro um tipo inútil de persuasão. Se a mente estiver arruinada, o corpo não será bom para muita coisa a não ser mais do mesmo. E preciso que a sua mente esteja funcionando perfeitamente bem. Anahi não soube se a mente voltaria a funcionar perfeitamente bem outra vez, mesmo enquanto se desviava das imagens hediondas que ela não conseguia parar de formar. – Tantas possibilidades a levar em conta. – Ele bateu com o dedo indicador no lábio inferior, como se isso o ajudasse a tomar uma decisão. – Vou ter que pensar a respeito hoje à noite e informarei você pela manhã. Seu sorriso adquiriu um ar zombeteiro. – Nesse meio tempo, sugiro que vá até o laboratório e veja o que consegue fazer agora que está um pouco mais motivada. 

– Não pode fazer isso – replicou ela ofegante, num tom que era parte negação, parte prece. 

– Posso fazer tudo que eu quiser – disse ele sacudindo a mão no ar. – Vá. Robert levará você até o laboratório. Anahi levantou-se, apoiando sutilmente a ponta dos dedos na beirada da mesa até que os joelhos parassem de tremer o bastante para a sustentarem. – Vá – ordenou o rato, sacudindo os dedos na direção da porta. – Ao trabalho. Sim, concluiu ela, tentando encontrar a fúria em meio às ondas intensas de pavor que ameaçavam sufocá-la. Seu sequestrador era decididamente uma serpente.


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Autor(a): Erika Herrera

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



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  • MilkaGenise Postado em 16/01/2016 - 14:52:02

    Que historia maravilhosa!

  • franmarmentini♥♥ Postado em 10/04/2015 - 18:36:58

    haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa não creio que acabou a fic* fimmmmmmmmmmm não creio amei de mais essa fic* bjusssss amei as duas fics não sei qual votar kkkkkkkk

  • franmarmentini♥♥ Postado em 10/04/2015 - 16:51:34

    volteiiiiiiiiiiiiii de viajem >)

  • franmarmentini♥♥ Postado em 02/04/2015 - 17:41:18

    .AMORESSSSSSSSS IREI VIAJAR E JÁ TO COM VÁRIAS FICS EM ATRASO MINHA VIDA TA UMA LOUCURA MAS NUNCA NUNCA VOU DEIXAR DE LER...VOU IR VISITAR A CIDADE ONDE MINHA MÃE ESTÁ INTERRADA QUE FICA PERTO DE PITANGA PARANÁ E É NO SITIO ENTÃO PROVAVELMENTE EU NÃO TENHA COMO LER PQ TENHO MUITOS TIOS LÁ E QUERO VER SE CONSIGO VISITAR TODOS...VOLTO NA TERÇA FEIRA E PROMETO TENTAR COLOCAR EM DIA TODAS AS FICS O QUANTO ANTES BJUSSSSSSSSSSSSSSSS A TODAS AMO VCS!!!!!!!!! FUI...

  • Mila Puente Herrera Postado em 27/03/2015 - 14:27:55

    Voto na primeira MINHA VIDA DUPLA :3

  • Mila Puente Herrera Postado em 27/03/2015 - 14:26:10

    NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO CM ASSIM VC ACABA E NN AVISAAAAAAAAAAAAAAAAAA NÃO ESTAVA PREPARADAAAAAAAAAAAAAAA AI MDS :'(

  • Lavi Postado em 27/03/2015 - 14:17:42

    Se vc gosta de Ponny Hot dê uma vai adorar *Amores Incertos*. http://fanfics.com.br/fanfic/44265/amores-incertos-ponny-adaptada-rebelde Não esqueça de favoritar, comentar, mandar mensagem, indicar.. rss c: Beijos :*

  • Mila Puente Herrera Postado em 26/03/2015 - 16:00:36

    O pai da Anny é um ridiculo nojentoooooooo :@@@@@ Ain Alfonso agarra logo essa muie KKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaa <3

  • nayara_lima Postado em 26/03/2015 - 15:53:50

    Aaah ponchito não ah falhas na argumentação dela . plmds .. Aceita logo isso . vou ter um troço com esses dois :(

  • Mila Puente Herrera Postado em 25/03/2015 - 14:07:34

    Eitaaaaaaaaaaaaaaa sinto q o convidado é o Pon :/ Ain já ta acabando? Quero nãaaaaaaaao :'( Plmd #PonnySeAcertem Postaaaaaaaaaaa <3


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