Fanfic: Sedução AyA Hot (adaptada) | Tema: Ponny AyA

– Nunca fica mais fácil – comentou o almirante. – E deveria? – perguntou Alfonso , olhando para o homem mais velho. Seu superior. Seu orientador e mentor. – Não. – O almirante lançou um olhar às árvores e suspirou. Tornou a estudá-lo. – Mas é algo que você vai enfrentar novamente. De um jeito ou de outro. Não deixe que isso atrapalhe o seu caminho. Assim, como se não importasse tanto? Alfonso  quis protestar. Quis dizer que era um absurdo achar que era fácil deixar a perda de seu companheiro de luta, de seu amigo, de lado. Mas os anos de treinamento, o respeito pelo homem que o recrutara para os fuzileiros, eliminam tal pensamento quase antes de ter se formado. Em vez disso, apenas inclinou a cabeça para indicar que saberia lidar com a situação. Evidenciando que esperava exatamente aquilo, o almirante meneou a cabeça. Então, olhou ao redor do cemitério. – Tenente-comandante. – Suas palavras foram carregadas pela brisa, acima da relva branda e dos murmúrios da multidão que ia se dispersando. Matheus Sullivan, o comandante da equipe de Alfonso  e o terceiro amigo ficaram imediatamente a postos. Com uma palavra gentil e um toque no ombro da sra. Hawkins, o almirante Pierce se virou e atravessou o gramado na direção de ambos. – Senhor? – Vou conceder uma licença aos dois. Alfonso  e Matheus trocaram um olhar. Bastaram dois segundos, o cenho levemente franzido e um gesto de ombros para saber que

os dois homens estavam de pleno acordo. Não queriam sair de licença. – Senhor? – Duas semanas de licença remunerada a partir de agora. Pela segunda vez desde que entrara para a Marinha americana – e ambas as vezes num período breve de tempo, Alfonso  quis protestar contra uma ordem. Não queria uma licença. Precisava de uma distração. Trabalho. Uma missão. De preferência algo que incluísse explodir grandes construções e disparar grandes quantidades de munição. A fúria era como uma tempestade se formando em seu íntimo, crescendo, ganhando força. Precisava de uma válvula de escape. O estande de tiro resolveria. Ou a academia de ginástica da base. Como se lesse seus pensamentos, o almirante acenou com a cabeça e prosseguiu num tom grave: – Vocês acabaram de concluir uma missão tensa e perderam um dos seus. Espero que tenham lugares para ficar fora da base, pois deixarei um aviso nos portões informando que vocês estão de licença até o dia 17 de setembro. Por um segundo, a habitual fachada charmosa de Matheus ruiu, e a mesma raiva com que Alfonso  se esforçava em lidar evidenciou-se nos vívidos olhos verdes dele. Num instante, essa emoção desapareceu e seu sorriso – aquele que convencia tanto amigo quanto inimigo a pensarem que era um bom sujeito – se abriu. – Parece que é o momento de uma viagem até em casa. O meu pai vai ficar feliz. Obrigado, senhor. Sei que a equipe vai vibrar

com a licença remunerada. O talento de Matheus  para mentir era digno de nota. Tinha uma habilidade tão grande para parecer sincero que, quando aliada àquele sorriso, valia ouro. Ao menos quando não se era o objeto de sua mentira. A verdade era que a equipe ficaria extremamente contrariada, Matheus  detestava visitar sua casa e o pai odiava recebê-lo lá. Assim mesmo, ele ainda sorria como se tivesse acabado de receber uma Medalha de Honra do Congresso. Era por esse motivo que Phil apelidara Matheus  de “Espertalhão”. O Alfonso  de “Escoteiro”. Sempre fizera tudo da maneira certa e sua vida inteira fora focada em estar preparado. Em se tornar o melhor fuzileiro que pudesse ser. E quanto a Phil? Ele era o “Piadista”. A última coisa que dissera antes que aquela bomba o explodisse ao meio? Toc Toc! Toc Toc! Apertando os lábios, Alfonso  olhou fixamente para as linhas escuras e esguias do caixão. Matheus  se desculpou para ir informar aos demais sobre a licença, deixando-o a sós com o almirante. O restante das pessoas que havia comparecido ao funeral se dispersava, civis que se recostavam uns nos outros, com ombros caídos enquanto atravessavam o extenso gramado. – Herrera  – disse o almirante em tom inquiridor. Como se houvesse alternativa. Matheus assim como o almirante, era superior a Alfonso  Ele aceitara a ordem e, portanto, já era fato. – Sei que posso arranjar algo para fazer – disse numa voz quieta. Não iria para casa. Era menos bem-vindo no estacionamento de trailers onde havia sido criado do que Matheus  em sua luxuosa mansão. Os rapazes iriam se reunir mais tarde no JR’s, o bar e clube noturno local que Phil curtia. Depois disso, Alfonso  planejava viajar pela Califórnia mesmo. Subiria a costa de caminhonete, iria dar uma olhada em Alcatraz, na ponte Golden Gate. Qualquer coisa. – Vejo você no dia quinze. Alfonso  franziu a testa. – Achei que tivéssemos recebido ordens para permanecer fora da base até o dia 17. Ele havia entendido mal? Ora, eram apenas dois dias, mas como faziam parte da licença remunerada, iria aproveitá-los afinal, já que não havia escolha. – No dia quinze, haverá a minha festa de aposentadoria. Espero você lá. Poderá conhecer a minha filha. – Com isso, o almirante se afastou com um sorriso austero e um tapa no ombro que teria desequilibrado um homem mais fraco. E Alfonso  ficou ponderando suas últimas palavras. Conhecer a filha do almirante? Droga.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cami Bem-vinda hahahaha isso aê bora jogar escada abaixo