Fanfics Brasil - capitulo40♡ Sedução AyA Hot (adaptada)

Fanfic: Sedução AyA Hot (adaptada) | Tema: Ponny AyA


Capítulo: capitulo40♡

553 visualizações Denunciar


 

– Então, o “apoio moral” que dá é só no ato do resgate em si? – provocou-o.– Não está ligado à recuperação?

– Bem, todos devem fazer aquilo que sabem melhor. E o que não sabemos, temos que deixar para os outros. 

– E o que é que você sabe fazer melhor? – Aquilo que me determino a fazer.– Ele não estava se vangloriando. Era, de fato, excelente no que fazia. 

– Você não se preocupa às vezes?– Ela começou a lhe afagar o peito, mas não deixou de lhe fitar os olhos. – Chega àquele ponto em que, de repente, as coisas parecem demais para lidar? O fato de viver constantemente em risco, as missões e o perigo e o fato de nunca saber o que virá em seguida? 

– Essa é a minha vida. Perigo, o inesperado. São coisas que já fazem parte da minha natureza. É como respirar.– Incapaz de resistir àqueles lábios, já avermelhados por seus beijos, Alfonso inclinou-se para tomá-los outra vez com os seus. Quando, enfim, os deixou, ela lhe lançou um olhar que dizia que distrações eram proibidas. Ele se sentiu tentado a ver quanto tempo seria necessário para mudar aquele olhar e fazê-la se render à paixão. Finalmente, porém, com aqueles olhos fixos pacientemente nele, deu um suspiro e admitiu: – Sim, às vezes. Eu não costumava me preocupar. Falo sério quando digo que é um trabalho. Sou altamente treinado e muito bom no que faço. Assim, realizá-lo não é uma preocupação.

– Mas?

Como ela sabia que havia um “mas”.Alfonso repassou as palavras na mente, seu tom. Não houve “mas” algum ali, droga. 

– Sabe, você acabou desperdiçando sua formação em Psicologia – provocou-a, tentando rir. Apesar do sorriso, Anahi pareceu subitamente triste. Estressada. Ele pôde lhe sentir a tensão nas costas. – O que foi? – perguntou. – Por que isso a incomoda? 

– Foi o que meu pai disse na última vez que conversamos. Ele queria me ver instalada em algum lugar seguro, cobrando por horas de cinquenta minutos e vasculhando a mente das pessoas em privacidade. Era estranho. Antes de tê-la conhecido, Alfonso  não imaginara que o almirante fosse do tipo intransigente com a própria família. 

– Acho que os pais têm a própria visão para as nossas vidas e nem sempre coincide com a que temos – comentou a título de explicação. 

– Ou nós temos uma visão para as nossas vidas que não coincide com a deles.– As palavras dela soaram um tanto amargas. Era a mesma coisa, preparou-se ele para dizer. Então, deu-se conta de que não era.

– Os seus também? – Anahi afagou-lhe o peito com vagar, começando a descer cada vez mais. 

– Os meus também o quê? – perguntou Alfonso  distraído, com toda a sua atenção concentrada no ponto em que ela o tocaria em seguida. 

– Os seus pais também tinham uma visão para você? Coincidia com a sua? Ou era a sua que coincidia com a deles? Esquecendo-lhe a mão, Alfonso soltou um som de desdém. 

– Eu não era relevante o bastante para que alguém sequer tivesse uma visão para mim. Meu pai abandonou a casa quando eu tinha três anos e a visão da minha mãe estava quase sempre anuviada pela vodca. Não se importava com o que eu fazia, ou deixava de fazer. Anahi deslizou a mão de volta até o peito dele, descrevendo círculos na pele quente com a ponta dos dedos.

– Mas ela deve estar orgulhosa agora, não é mesmo? Você foi condecorado tantas vezes. Recebeu tantas honras. Alfonso arqueou uma sobrancelha. Como ela sabia sobre seu trabalho? Ela pareceu tensa por um momento e, então, deu de ombros. 

– Bem, eu verifiquei os seus registros. E daí? Sem poder evitar, Alfonso riu e, em seguida, beijou-lhe a ponta do nariz. Ela era tão bonita. Sua sexualidade era evidente, sempre se manifestando. Era inteligente, o que provia o pano de fundo perfeito para torná-la ainda mais sexy. Mas e quanto à sua vulnerabilidade e doçura? Era uma das coisas que mais o atraía nela. Anahi escondia esse lado durante a maior parte do tempo e, portanto, quando a deixava transparecer, era algo duplamente especial. 

– Fico contente que tenha se sentido curiosa o bastante para querer saber mais sobe mim – disse ele num tom suave. Então, fez uma careta. Não queria falar sobre seu passado. Não havia nada de que se envergonhasse, mas não era mais o seu mundo. De qualquer modo, a sinceridade merecia ser retribuída com sinceridade e, portanto, lhe contou: – Faz seis anos que não vejo a minha mãe e não posso dizer que sinto saudade. Horror, raiva e uma espécie de solidariedade tomaram conta de Anahi. Beijou-lhe o queixo, como se quisesse livrá-lo da dor que ainda pudesse sentir. – Mesmo quando não nos importamos, ainda dói quando eles fecham essa porta na nossa cara, não é? Alfonso franziu a testa. 

– Que portas se fecharam para você? – perguntou, embora já soubesse muito bem a resposta. Odiava o fato de que o almirante, um homem que sempre lhe servira como modelo e exemplo e que sempre estivera em sua mais elevada consideração, podia ter sido tão negligente como pai. 

– O meu pai me deserdou no outono passado. Mais uma vez. No outono passado? Droga. 

– Por minha causa? O sorriso dela pareceu um tanto melancólico.

– Não, não foi. Se bem que o meu comportamento inaceitável em relação a você desencadeou a discussão. 

– Com “discussão”, você quer dizer guerra? Anahi dirigiu-lhe um olhar sardônico.

– Pensei que você conhecesse bem o meu pai. Ninguém trava uma guerra com o almirante. Uma pessoa apenas o ouve. Obedece. Ou é deserdada. 

– Eu fui o gatilho. Qual foi a munição?

– Meu pai não acha a minha carreira aceitável. É embaraçoso para ele e para a minha mãe que meu trabalho esteja ligado a comportamento sexual. Gostariam que eu usasse a minha formação em Psicologia para trabalhar para o governo. Ou, então, que eu tenha um belo consultório particular onde possa aconselhar pacientes sobre comportamento sexual atrás de portas fechadas, que, segundo acham, é o lugar apropriado. 

– Mas você comentou que o seu trabalho vai ajudar muita gente. 

– É verdade. Ao longo do último ano, tem ajudado, sim, e continuará ajudando. Acabamos de receber uma vultosa verba para prosseguir com o trabalho, o que provavelmente foi o que despertou o tipo de atenção errada. Ela prolongou o silêncio por um momento e, então, deu de ombros de leve, como se os aborrecimentos com a família não importassem.– Já era de se esperar, teria dito o meu pai – acrescentou irônica.– Para os meus pais, o programa com o uso de mensagens subliminares para ajudar na cura de aberrações sexuais não é nada além de condescendência com os fracos . 

– Isso é um absurdo. – Alfonso ficou furioso com o fato de ela culpar a si mesma, ainda que de uma maneira indireta, por ter sido sequestrada, ou pelos preconceitos dos pais.– Você e o seu trabalho fazem diferença no mundo, são importantes. E você adora o que faz. Não deixe que a intransigência dos outros a faça se afastar da sua paixão, do que faz tão bem. Não permita que nem mesmo o seu pai, e muito menos um terrorista, interfiram nos seus planos. Anahi percebeu que sua tensão se dissipou, que seu corpo relaxava nos braços fortes de Alfonso. Soltou um riso ao comentar: – Acho que é o que você faz, não é mesmo? Impedir que tiranos interfiram nos bons planos das pessoas. – Essa é uma das nossas especialidades – confirmou Alfonso. Sempre se orgulhara de ser um fuzileiro naval, de servir seu país. Mas ao ver a admiração nos olhos de Anahi, sentiu-se mais orgulhoso ainda. 

– Então, me diga, por que as coisas mudaram? – perguntou ela após um momento. Seu tom de voz soou repleto de compaixão, tão compreensivo e meigo que Alfonso desejou poder pousar a cabeça em seu ombro e deixar que toda a dor que já tivera se desvanecesse.– Você disse que não tem preocupações quanto a realizar o seu trabalho. Mas se preocupa com alguma outra coisa, não é? Alfonso ficou imóvel, como se ela tivesse tirado o pino de uma granada e a atirado em sua direção. Um movimento errado, e haveria uma explosão emocional ali. Não podia correr o risco. 

– Bem, talvez você possa ter também a psicoterapia como uma ocupação secundária – gracejou tenso, perguntando-se como ela conseguira cercá-lo outra vez. O fato de ela ter desvendado os próprios dissabores não fora distração o bastaste? E a infância de pobreza e abandono dele mesmo já não fora o suficiente para ouvir? Ainda queria mais? 

– Não precisa me dizer. – O tom de Anahi manteve-se compreensivo, solidário, repleto de empatia. Mas a mágoa com a recusa dele em se abrir mais evidenciou-se em seus olhos verdee na maneira como retesou os músculos dos ombros, na tensão do sorriso. 

– Eu apenas… Bem, você estava chateado antes. No outono passado. Fiquei triste em ver a dor em seus olhos. Alfonso enrijeceu o maxilar. Ela notara naquela ocasião que ele estivera sofrendo? Era assim tão transparente? Por um instante, franziu a testa. Não havia sido por isso que Anahi dormira com ele, certo? Piedade? Tão logo o pensamento errante surgiu, porém, também se dissipou. Não houvera piedade alguma na motivação de ambos, no relacionamento breve e ardente que haviam tido, e seria ridículo pensar nesses termos.

– Foi um período difícil – falou sucinto, imaginando que poderia encerrar o assunto nesse ponto. Então, esperando que ela aceitasse isso como explicação o bastante, acrescentou:– Eu havia acabado de servir em três missões em sequência e estava ficando esgotado. 

– Deve ser mesmo difícil. Como um fluxo de adrenalina que nunca para. Imagino que algumas vezes se chegue à beira da exaustão.– Ela se mostrava tão compreensiva que Alfonso teve de fechar os olhos para lidar com o impacto das emoções que essa empatia libertou. Queria esganar a si mesmo. Tivera acesso a toda essa simpatia e atenção oito meses antes. E, em vez de se abrir para ela, guardara tudo dentro de si, bem no fundo, onde aquilo poderia fermentar, inflamar e crescer. Quanta esperteza... – Na verdade, não se nota a exaustão – ouviu-se dizer. – No início, o fato de haver sempre uma missão é estimulante. Você está sempre na ativa, no melhor de si. Isso o torna uma arma bastante eficaz. 

– Mas após algum tempo, um arco que é puxado demais acaba perdendo sua completa eficiência, não é mesmo? Ele confirmou com um gesto de cabeça. 

– Sim. É quando as coisas acontecem.

– O que aconteceu? – sussurrou ela, e sua voz foi como um alento. Sem exigências, sem perplexidade, era como se soubesse que havia algo doloroso ali, mas tivesse decidido não pressioná-lo, mantendo-se apenas à espera até que estivesse pronto para se abrir. 

– Perdemos um integrante da equipe. Alfonso estudou-a ao responder. Aguardou o julgamento. A expressão de choque, ou de horror. Mas o semblante de Anahi não se alterou. Os olhos podiam ter se suavizado um pouco mais, porém foi apenas isso. Abraçou-o com mais força, roçando-lhe os lábios com um beijo terno. Conforto. Cura. Aceitação. Pela primeira vez desde que vira a vida se esvaindo do amigo, Alfonso sentiu essas coisas. Tudo por causa de um leve beijo. Não, compreendeu. Por causa de Anahi. Esperou. Agora que a porta estava aberta, ela perguntaria. Era intuitiva o bastante para perceber que a perda não fora simplesmente de um membro de equipe, embora isso já fosse arrasador o bastante. Faria com que ele falasse sobre Phil. Sobre o que significara e quanto fora difícil a sua perda. De repente, deu-se conta de que o estômago, que era de ferro nas batalhas, estava em nós.

– Com certeza, isso atormentou você, fez com que repensasse suas decisões, tomasse cuidado extra mesmo nas ocasiões em que é custoso diminuir o passo e ser mais cauteloso. Alfonso  recuou um pouco para olhá-la. Aquilo não era especulação, nem um bombardeio de perguntas. Não era pressão para que ele encarasse as coisas. E não havia cobrança, nem agressão emocional. Anahi estava tentando desconcertá-lo, não era? Ou pior, fazendo com que se apaixonasse por ela... 

– Temos que lembrar que a vida é curta – disse, afagando-o no rosto carinhosamente. – Ninguém sabe o que o amanhã reserva, mas temos que viver os dias que nos são dados ao máximo, desfrutá-los. Alfonso caíra de um penhasco uma vez. Seria de se pensar que era uma queda rápida e vertiginosa até o chão, repleta do medo da dor que certamente haveria no momento do impacto. E havia sido. Mas também havia sido surreal, feita de momentos para se avaliar cada decisão, cada erro já cometido e para analisar completamente qual fora o passo errado que levara à queda. Era estranhamente reconfortante saber que o mergulho para o monte dava tempo de sobra para o arrependimento. Era como ele se sentia agora. Estava numa queda vertiginosa. Podia senti-la e sabia que não havia como mudar a direção, como deter o rápido mergulho. Que o impacto com o chão causaria dor era inquestionável. Que lamentaria o fato de não ter ficado atento aos próprios passados, sem dúvida. Apesar de tudo isso, se alguém lhe atirasse uma corda para puxá-lo de volta para a segurança, teria recusado. Porque certas coisas simplesmente tinham de acontecer. Como se apaixonar por Anahi. Alfonso a olhava como se pudesse enxergar através de sua alma. Como se soubesse o que se passava em seu coração e estivesse à espera de uma confissão. Anahi  engoliu em seco, perguntando-se o que acontecera. E como lidaria com a situação. Porque o que tivesse acontecido parecia ser algo de suma importância, algo imenso. E não estava pensando na ereção que sentia contra sua coxa. Concluiu que tinha três opções. Envolver aquela ereção com seus dedos quentes para que ambos mudassem o foco atual para algo bem mais prazeroso. Fazer algumas das dezenas de perguntas que fervilhavam em sua mente, como a de quem morrera. Se fora um amigo muito próximo. Como estava lidando com a perda todos esses meses depois. E tantas outras. Ou poderia enfrentar os próprios medos e perguntar o que Alfonso estava sentindo. Como era enfrentar a morte de alguém tão estimado e como conseguia prosseguir da mesma maneira quando havia sempre o risco de ser o próximo. Poderia perguntar também se ela era apenas um meio de fuga da dura realidade, uma válvula de escape, uma maneira de tirar as preocupações da mente. Apenas um corpo quente e uma distração fácil. Ou se ela representava mais. Se podia haver mais para ambos, juntos. Essa última pergunta era assustadora. Conseguira lidar bem com os sentimentos dele, quaisquer que fossem? Estava preparada para ouvir o que tivesse a lhe dizer? Se pedisse a Alfonso que abrisse aquela porta, não haveria alternativa a não ser enfrentar as emoções que estivessem do outro lado, quaisquer que fossem. E, então, para ser justa, teria de lhe dar acesso às suas próprias emoções, ao baú secreto onde guardara todos os sentimentos com os quais tinha medo de lidar. Queria ficar com a primeira opção. Soube, porém, que odiaria a si mesma se ao menos não tentasse abrir as comportas emocionais. 

– Uma vez que a vida é tão curta – falou, aproveitando o comentário que fizera –, não acha que é importante ser sincero em relação ao que quer? 

– Quero sinceramente você – disse Alfonso num tom de provocação, mas a expressão em seus olhos era profunda, reverente. E ali estava ela outra vez, diante da opção se seguir pelo caminho mais fácil – sexo – ou o que era bem mais complexo e envolvia sentimentos. Antes de ter conhecido Alfonso, teria jurado que escolheria enveredar pelo caminho dos sentimentos, não importando o resultado. Mas fora fácil pensar assim quando houvera tão pouco em jogo. Respirou fundo para reunir coragem e, enfim, perguntou: – E o que mais, além de mim, você quer? Imaginou que ele seria evasivo. Faria rodeios, ou acabaria voltando a fazer algum comentário relativo a sexo. Uma parte dela ansiava para que Alfonso o fizesse. Ao menos, ela saberia que havia tentado, que dera o melhor de si, mas que era culpa dele se ambos não mergulhavam de cabeça naquele mar doloroso e confuso de sentimentos sinceros. 

– Quero fazer alguma diferença no mundo. Quero saber que fiz o melhor.– Ele adquiriu um olhar distante por um momento, como se estivesse repassando na mente uma lista de desejos. Então, fitou-a nos olhos, deixando-a com o coração imediatamente descompassado.– Quero uma vida plena. Uma vida que tenha mais coisas além do serviço militar. Quero um lar.Algum lugar, uma pessoa que me aceite como sou.Que me queira pelo que sou.Anahi se esforçou em lidar com o turbilhão de sentimentos que a invadiu, sem saber se devia abraçá-lo com força ou fugir de medo. Ele queria tudo e não havia dúvida de que daria tudo de si em troca. Gelada, mais amedrontada naquele instante do que quando estivera em poder do sequestrador, diante de suas terríveis ameaças, Anahi não soube o que dizer. De repente, um ruído alto, estridente, ecoou. Luzes fortes piscaram. A expressão de Alfonso mudou de homem sexy para a de soldado determinado numa fração de segundo enquanto olhou na direção dos equipamentos. O medo tomou conta de Anahi por completo. 

– São eles? Nos encontraram?

– Não – garantiu Alfonso,deixando os braços dela e o catre agilmente. Adiantou-se até a aparelhagem, apanhando a calça do chão enquanto avançava.– É apenas uma mensagem. Nós fazemos a verificação a cada duas horas aproximadamente, lembra? Não há nada com que se preocupar. Anahi soltou um suspiro de alívio, deixando a tensão se dissipar, sentindo-se mole e exausta. Talvez, depois de dormir um pouco no próprio catre, de algum tempo para ordenar seus pensamentos, se sentisse preparada para conversar sobre sentimentos com ele. Para partilhar do que sentia... Droga, talvez até lá já soubesse como se sentia. Mas nesse exato momento? Estava simplesmente grata pela interrupção. Observou enquanto Alfonso respondia a mensagem pelo rádio, aliviada demais com a chance de uma fuga emocional para sequer ter curiosidade a respeito. De repente, estremeceu. Sem ele ali a seu lado para aquecê-la, deu-se conta de que estava nua e com muito frio. Enrolou-se melhor no cobertor, mas não adiantou. Vendo que Alfonso vestia a camiseta e a calça de volta, levantou-se com relutância para recolher as próprias roupas. Com ou sem interrupção, teriam de retomar aquela conversa. Teria sido bem mais fácil sem a barreira das roupas. Só havia chegado ao ponto de calçar as meias quando Alfonso tornou a se aproximar. 

– É hora de irmos – anunciou. 

– O quê? – Perplexa, ela o encarou, tentando decifrar seu semblante. Em busca do que, não soube dizer. De repente, o medo voltou. Aquela tenda não era seu lar. Não se localizava nem mesmo em meio à civilização. Ambos estavam praticamente no meio do nada; em confins congelados. Mas a tenda se tornara um reduto. Tranquilo, seguro. Agora, teriam de sair dali? Ele sentou na beirada do catre, calçando as botas. 

– Prenderam Lukoski às 4h00. A área está segura. – Ele fez uma pausa, erguendo os olhos dos cordões dos coturnos para lhe dirigir um breve sorriso.Você vai poder ir para casa.

– Para casa... – A imagem do apartamento, com suas cores alegres e cama macia, surgiu na mente de Anahi instantaneamente. Ainda melhor, a praia a apenas cinco minutos de distância. Areia quente, água tépida. Passaria os dois primeiros dias em casa na cama, aninhada sob as cobertas, dormindo feito um bebê. E, em seguida, passaria alguns dias na praia, tomando o máximo de sol que o corpo permitisse. 

– Mas não podemos sair enquanto não colocar as suas botas – apontou Alfonso, entregando-lhe o calçado como se quisesse apressá-la. Ela acabou de se vestir e as colocou em tempo recorde. Nada mau para alguém que, nesse meio, ficou lançando olhares ao homem bem ali ao seu lado, perguntando-se por que ele parecia tão emocionalmente distante de repente. 

– Estou pronta – disse quando acabou de colocar o suéter por cima da cabeça. Ocupado com o equipamento externo de ambos, Alfonso não disse nada.

– E quanto a tudo isto? – Ela fez um gesto que englobou o interior da tenda e seu conteúdo. – Temos de empacotar essas coisas todas? Alfonso sacudiu a cabeça numa negativa.

– Uma equipe virá recolher tudo mais tarde, depois que tivermos ido embora daqui.

– Deveríamos ao menos lavar a louça. – Anahi olhou para os catres, um impecavelmente arrumado com as cobertas esticadas o bastante para se girar uma moeda em cima dela e o outro todo revirado com duas marcas nítidas de cabeças no travesseiro.– Ou ao menos arrumar a cama. Ele acompanhou-lhe o olhar com uma expressão indecifrável. Por que estava tão frio e distante agora? Estaria envergonhado do que haviam feito? Era tão apegado às normas e procedimentos que se arrependia de terem feito amor ali? Ou de ter se aberto tanto, expondo seus sentimentos? Não falara a sério quando dissera que queria uma vida plena? Ou se dera conta de que esses seus desejos não se aplicavam a ela? Blake lhe estendeu a jaqueta pesada que ela usara quando tinham ido para ali e, então, vestiu a sua. Logo em seguida, ele atirou o pote com o restante de chocolate e leite em pó num saco de lixo, sacudiu os cobertores e socou firmemente o travesseiro. Anahi contraiu o rosto. Seu coração ficou subitamente apertado no peito enquanto se forçou a fechar bem a jaqueta. Foi providencial não ter aberto seu coração. Parecia que Alfonso encerrava o assunto ali.

 


Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Erika Herrera

Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Alfonso QUERIA socar algo mais sólido do que um frágil travesseiro. Uma parede de tijolos.Uma porta de aço.Uma fera enraivecida da selva.Qualquer coisa. Por que naquele momento?Por que a mensagem tivera de ser enviada justamente naquele momento?Por que não uma hora depois?Ou duas, até?Isso teria lhe dado tempo para lidar com o turbilh&atild ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • MilkaGenise Postado em 16/01/2016 - 14:52:02

    Que historia maravilhosa!

  • franmarmentini♥♥ Postado em 10/04/2015 - 18:36:58

    haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa não creio que acabou a fic* fimmmmmmmmmmm não creio amei de mais essa fic* bjusssss amei as duas fics não sei qual votar kkkkkkkk

  • franmarmentini♥♥ Postado em 10/04/2015 - 16:51:34

    volteiiiiiiiiiiiiii de viajem >)

  • franmarmentini♥♥ Postado em 02/04/2015 - 17:41:18

    .AMORESSSSSSSSS IREI VIAJAR E JÁ TO COM VÁRIAS FICS EM ATRASO MINHA VIDA TA UMA LOUCURA MAS NUNCA NUNCA VOU DEIXAR DE LER...VOU IR VISITAR A CIDADE ONDE MINHA MÃE ESTÁ INTERRADA QUE FICA PERTO DE PITANGA PARANÁ E É NO SITIO ENTÃO PROVAVELMENTE EU NÃO TENHA COMO LER PQ TENHO MUITOS TIOS LÁ E QUERO VER SE CONSIGO VISITAR TODOS...VOLTO NA TERÇA FEIRA E PROMETO TENTAR COLOCAR EM DIA TODAS AS FICS O QUANTO ANTES BJUSSSSSSSSSSSSSSSS A TODAS AMO VCS!!!!!!!!! FUI...

  • Mila Puente Herrera Postado em 27/03/2015 - 14:27:55

    Voto na primeira MINHA VIDA DUPLA :3

  • Mila Puente Herrera Postado em 27/03/2015 - 14:26:10

    NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO CM ASSIM VC ACABA E NN AVISAAAAAAAAAAAAAAAAAA NÃO ESTAVA PREPARADAAAAAAAAAAAAAAA AI MDS :'(

  • Lavi Postado em 27/03/2015 - 14:17:42

    Se vc gosta de Ponny Hot dê uma vai adorar *Amores Incertos*. http://fanfics.com.br/fanfic/44265/amores-incertos-ponny-adaptada-rebelde Não esqueça de favoritar, comentar, mandar mensagem, indicar.. rss c: Beijos :*

  • Mila Puente Herrera Postado em 26/03/2015 - 16:00:36

    O pai da Anny é um ridiculo nojentoooooooo :@@@@@ Ain Alfonso agarra logo essa muie KKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaa <3

  • nayara_lima Postado em 26/03/2015 - 15:53:50

    Aaah ponchito não ah falhas na argumentação dela . plmds .. Aceita logo isso . vou ter um troço com esses dois :(

  • Mila Puente Herrera Postado em 25/03/2015 - 14:07:34

    Eitaaaaaaaaaaaaaaa sinto q o convidado é o Pon :/ Ain já ta acabando? Quero nãaaaaaaaao :'( Plmd #PonnySeAcertem Postaaaaaaaaaaa <3


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais