Dispensados. Vejo todos vocês na Quarta. Ele sorriu. Não muito como deslumbrante-inspirador quanto os sorrisos que ele usou na noite passada, mas ainda foi o bastante para fazer meus passos gaguejarem no meu caminho descendo o degrau. Eu estava na cortina, a meros três metros de distância da porta quando eu ouvi .
—Senhorita Portilla, eu posso falar com você por um momento? O rosto de Maite ficou preso em algum lugar entre pena e alegria. Pela primeira vez em doze horas eu queria socar alguém além de mim.
— Almoço ao meio-dia? — Ela perguntou, mesmo embora eu não estivesse certa se eu iria sobreviver até ao meio-dia. Inferno, eu não estava sequer segura se eu podia ter vontade de comer indo para minha próxima aula. Eu levei o meu tempo caminhando em direção a ele, esperando pelo resto da sala esvaziar. Dom estava no momento presente bombardeando Alfonso com perguntas, então eu levei um segundo para me distrair com Chris Onde Maite era minha amiga que me arrastava para bares e me encorajava a comportamentos estúpidos, Chris era o amigo que sempre sabia a coisa certa a dizer. Suas primeiras palavras.
— Em uma escala de um à irritável, quanto de ressaca você está? Eu ergui o canto da minha boca em um sorriso. Isso era tudo o que eu consegui no meu vórtice de emoções, mas era um sorriso mesmo assim.
— Depende... agora? Um sólido onze. Se Dom tentar falar comigo... nós vamos precisar de uma escala maior. Ele riu, e algo me fez perguntar o quanto da noite passada teria se passado se eu contasse a ele o meu segredo ao invés de
Maite. De alguma forma eu duvidava que as coisas tivessem acabado da mesma forma.
— Eu tenho que correr. Ciência-Política. — Ele fez uma cara, e eu concordei, alegre que eu tivesse escapado dessa no ano passado.
— Vamos fazer algo essa noite, tá?
— Claro. — Dessa vez eu sorri, porque Chris era ótimo para distrações, e isso era definitivamente o que eu precisava agora. Ele me deu uma bitoca na bochecha, e então pegou o seu caminho. Eu me virei para Alfonso para encontrá-lo me observando, seus olhos verdes e estreitos. Dom já tinha ido embora há tempos. Ele deve ter saído pelas portas do outro lado. Nós ficamos em pé ali desajeitadamente por vários segundos. Suas mãos estavam empurradas em seus bolsos, e as minhas estavam lutando com a bolsa pendurada sobre meus ombros. Finalmente, ele limpou sua garganta.
— Como está a sua perna? Eu engoli, e olhei abaixo para minhas pernas. Eu estava usando uma saia hoje para mantê-la descoberta. Eu inclinei minha perna para que ele pudesse ver a bandagem.
— Boa. Eu refiz o curativo essa manhã. Está com bolha, mas até onde eu sei dizer, ou bem de acordo com a internet, está normal. Eu olhei de volta, mas seus olhos ainda estavam nas minhas pernas. Eu enrijeci. Deus, isso era tão embaraçoso. Ele limpou sua garganta novamente.
— Então... você está na faculdade.
— Então... você não está. Ele permaneceu imóvel por outro segundo, depois se virou de lado abruptamente, marchando vários metros para longe de mim, e depois de volta. Seus dedos arrastaram-se através do seu cabelo em frustração, e tudo o que eu pude pensar era nos meus próprios dedos no seu cabelo, e quanto incrivelmente suave tinha sido.
— Eu pensei— Ele começou. — Bem, eu não estava fazendo muito o ato de pensar, em nada. Mas, você não tem aparência de como estivesse na faculdade. Eu disse que eu vim à escola aqui, e que eu tinha acabado de retornar, e você disse ‘Eu também’, então eu só assumi que você tinha feito o mesmo. Eu continuei tendo essa irracional necessidade de piscar. Eu não estava chorando nem nada, mas eu só não conseguia parar.
Eu disse —, Eu vivi no Texas quando eu era realmente jovem. Eu quis dizer que eu retornei para cá para a escola. Ele assentiu uma vez, e depois continuou assentindo. Então, eu estava assentindo e eu estava piscando e nenhum de nós dois estava dizendo o que realmente precisava dizer. E desde que eu não conseguia permanecer em silêncio, eu fui a primeira a romper.
— Eu não irei contar a ninguém. — Suas sobrancelhas se ergueram, mas eu não podia dizer se era de surpresa ou julgamento ou apenas um tique facial.
— Eu quero dizer que não há nada... não que nós... eu quero dizer nós não realmente...hum, fizemos um animal com duas costas e tudo.
OH.MEU.DEUS. MATEMEAGORAMATEMEAGORAMATEMEAGORAMA.
Um animal com duas costas? Sério? Eu tenho vinte e dois anos, e ao invés de apenas cuspir a palavra sexo, eu usei uma referência de Shakespeare! Uma referência realmente embaraçosa.
E ele estava sorrindo! E seu sorriso fez coisas engraçadas com meu interior que me fizeram pensar na noite passada, o que era totalmente algo sobre o qual eu não precisava estar pensando nesse momento. Sem animais. Sem costas. Sem noite passada. Eu olhei para longe, tentando me recompor. Eu respirei fundo, e disse tão calmamente quanto eu pude.
— Isso não tem que ser algo importante. Ele demorou um momento para responder, e eu me perguntei se ele estava esperando que eu olhasse para ele. Se ele estivesse, ele iria esperar por um tempo.
— Você está certa. Nós dois somos adultos. Nós podemos apenas esquecer o que aconteceu. Não havia forma que eu pudesse esquecer o que aconteceu. Mas eu podia fingir.
Eu podia atuar.
— Certo —, eu assenti. Eu me virei para partir mas sua voz me impediu.
— Como está o seu gato?
— Que gato? Oh! MEU GATO. O gato... que é meu. Oh, ela está.... — Eu tinha dito que era uma ela, certo? — Ela está bem. Completamente miando e ronronando e outras coisas de gato. Deus, por que a porta tinha que ser tão longe? Eu continuei andando, convocando minhas últimas poucas palavras sobre meus ombros.
— Eu tenho que ir para a aula. Eu verei você na Quarta eu acho, tudo bem, tchau! Eu aumentei a velocidade da caminhada para sair pela porta, descer o corredor para dentro da ala de artes, passei as aulas de cerâmicas, e entrei no banheiro de deficientes que ninguém nunca usava. Depois eu me afundei de joelhos (no PISO DO BANHEIRO. Claro, eu fui distraída porque... NOJENTO) Eu me foquei em não hiper-ventilar. Apenas eu poderia ter um caso com um professor por acidente. Eu sabia de uma coisa com clareza. Não havia nenhuma maneira, de jeito nenhum, que eu ia à minha aula seguinte