Fanfic: Belo desastre/Desastre iminente/Belo casamento (Adaptada) Anahí & Alfonso | Tema: Ponny romance

Na outra ponta do corredor, Alfonso socava a porta do meu quarto, chamando meu nome. Eu não fazia nem ideia se Kara estava lá, mas, se estivesse, me senti mal pelo que ela teria de aguentar durante os minutos seguintes, até que Alfonso aceitasse o fato de que eu não estava ali.

— Flor? Abre a porra dessa porta! Não vou embora até você falar comigo! — ele gritou, batendo na porta com tamanha força que o prédio todo poderia ouvi-lo.

Eu me encolhi ao ouvir a vozinha de rato de Kara.

— Que foi? — ela grunhiu.

Encostei o ouvido na porta, me esforçando para escutar. Não precisei me esforçar muito.

— Eu sei que ela está aí! — ele berrou. — Beija-Flor?

— Ela não... - Kara guinchou.

A porta bateu com tudo na parede de cimento e eu sabia que Alfonso havia forçado a entrada. Depois de um minuto de silêncio, ele atravessou o corredor aos berros.

— Beija-Flor! Onde ela está?

— Eu não sei! — gritou Kara, com mais raiva do que nunca.

A porta se fechou com muita força, e de repente senti um enjoo terrível e fiquei esperando pelo que ele faria em seguida.

Depois de muitos minutos de silêncio, abri uma fenda na porta e espiei pelo amplo corredor. Alfonso estava sentado, encostado na parede cobrindo o rosto com as mãos. Fechei a porta o mais silenciosamente possível, preocupada que a polícia do campus pudesse ter sido chamada. Depois de uma hora, olhei de relance para o corredor de novo. Ele não havia saído do lugar.

Verifiquei mais duas vezes durante a noite e por fim peguei no sono, lá pelas quatro da manhã. Dormi até mais tarde, sabendo que não iria à faculdade naquele dia. Liguei o celular para verificar as mensagens e vi que Alfonso tinha enchido minha caixa postal. As infinitas mensagens de texto que ele tinha me enviado durante a noite variavam de pedidos de desculpas a desvarios descontrolados.

Liguei para Dulce à tarde, na esperança de que Alfonso não tivesse confiscado o celular dela. Quando ela atendeu, soltei um suspiro.

— Oi.

Ela manteve a voz baixa.

—Não contei pro Christopher onde você está. Não quero ele no meio disso. O Alfonso está louco da vida comigo. Provavelmente vou passar a noite no Morgan hoje.

— Se o Alfonso não tiver se acalmado... boa sorte ao tentar dormir aqui. Ele fez uma performance digna de Oscar no corredor ontem à noite.

Estou surpresa de ninguém ter chamado os seguranças.

— Ele foi expulso da aula de história hoje. Quando você não apareceu, ele chutou e virou a sua carteira e a dele. O Ucker ouviu dizer que ele ficou esperando por você depois de todas as suas aulas. Ele está ficando maluco, Anny. Eu disse a ele que estava tudo acabado entre vocês dois no momento em que ele tomou a decisão de trabalhar para o Benny. Não consigo acreditar que ele achou por um único segundo que você ficaria de boa com isso.

— Acho que a gente vai se ver quando você chegar aqui. Ainda não posso ir para o meu quarto.

Dulce e eu fomos colegas de quarto durante a semana que se seguiu, e ela se certificou de manter Christopher afastado para que ele não ficasse tentado a contar a Alfonso o meu paradeiro. Era desgastante tentar não me deparar com ele. Eu evitava a todo custo o refeitório e a aula de história, e agia com cautela, saindo mais cedo das aulas. Eu sabia que teria de conversar com Alfonso em algum momento, mas não conseguiria fazer isso até que ele estivesse calmo a ponto de aceitar a minha decisão.

Na sexta-feira à noite, eu estava sentada na cama, sozinha, segurando o celular ao ouvido. Revirei os olhos quando meu estômago grunhiu.

— Eu posso ir te buscar e te levar pra jantar — me disse Dulce.

Fiquei folheando o livro de história, pulando as páginas em que Alfonso tinha desenhado e escrito mensagens de amor nas margens.

— Não, essa é a sua primeira noite com o Ucker em quase uma semana. Dul. Eu dou uma passada lá no refeitório.

— Tem certeza?

— Tenho. Fala pro Ucker que eu mandei um “oi”.

Fui caminhando devagar até o refeitório, sem pressa alguma de aguentar os olhares fixos em mim daqueles que estavam às mesas. A faculdade inteira estava alvoroçada com nosso término, e o comportamento volátil de Alfonso não ajudava. Assim que avistei as luzes do refeitório, vi uma silhueta escuta se aproximando.