Fanfics Brasil - O brilho do teu olhar AyA [terminada]

Fanfic: O brilho do teu olhar AyA [terminada]


Capítulo: 18? Capítulo

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- Por que está rindo?


As pernas haviam se tornado muito bonitas, pensou Alfonso. Tratou de afastar aquela idéia da mente e respondeu:


- Nada, Anahí. - Tentou distraí-la. - Mudou o penteado?


- Disse a você que iria ao cabeleireiro fazer uma prova. Ele não fez muita coisa, apenas aparou as pontas. Por certo achou que eu não valia o esforço. Mas, afinal, por que está aqui, Alfonso?


- Não acreditou quando disse que esperava jantar com você? - Bem... acho que não. - Anahí trouxe a chaleira com água. - Ninguém em seu juízo perfeito viria aqui, em meio a essa chuva, a menos que fosse obrigado. - É verdade.


- Quer dizer que teve de fazer isso?


- Recebi ordens explícitas. Deixaram uma gravação em minha secretária eletrônica para que viesse para cá com meu talão de cheques. Está querendo comprar algo para minha mãe? Ela achou que precisaria de dinheiro.


- Oh! É isso! Desculpe, Alfonso, mas perdeu seu tempo. A tigela que Jennifer queria não é autêntica.


- Um engodo?


- Não, uma cópia. Todos copiaram o desenho. Parte da porcelana veio do Japão e foi decorada na Europa. A tigela à venda só especifica "estilo de porcelana Imari". Pode enganar um amador, mas não Jennifer.


- Ora! Pensava lhe dar como presente de aniversário.


- Teria sugerido a você, Alfonso, se soubesse que Jennifer só queria uma cópia.


- Bem, talvez haja outra coisa.


- Talvez. Verei o que posso fazer. Quanto deseja gastar? Alfonso percebeu que Anahí estava exausta. Sob seus olhos, havia olheiras profundas que nunca vira antes, entretanto estava inquieta, e tinha certeza de que não era por causa do leilão. Sentiu um aperto no estômago, e deu de ombros.


- Quanto for necessário. Verei quando descobrir a peça.


- O quê?


- Claro! Agora que estou aqui, vou ficar para a venda.


Por um momento, Anahí pensou em falar sobre a travessa Kakoemon que vira em uma caixa de porcelanas sortidas para cozinha. Esperava comprá-la para Jennifer, mas seria um maravilhoso presente para Alfonso ofertar à mãe, se conseguisse arrematar o objeto.


Havia muitas pessoas presentes àquele leilão e devia ha­ver vários interessados nessa peça. Não querendo dar mui­tas esperanças a Alfonso, perguntou:


- Onde vai se hospedar?


- No sótão sem banheiro que você recusou.


- Não seja bobo! Aquilo é horrível! Entretanto, não irá encontrar outro quarto.


Alfonso percebeu que ela pensara que estivesse brincando. E talvez fosse melhor que Anahí pensasse que ficaria longe, quando seu namorado chegasse.


- Bem, há duas camas aqui. - Pensou que não era o ideal para uma noite de paixão.


- Não vai me pôr na rua em uma noite de chuva, vai?


- Não irá encolher.


- Talvez não, mas se não tirar logo estas meias molha­das, vou me resfriar.


- É mais provável que fique com pneumonia. Resfriado se pega com vírus.


- Então, com pneumonia, será difícil ser padrinho no casamento.


Calou-se, deixando a idéia penetrar no cérebro de Anahí que replicou:


- E então, é claro, Christopher cancelaria o casamento, pois não conceberia ficar sem você como padrinho.


Tratava-se de uma brincadeira entre amigos, mas Alfonso detectou uma certa apreensão na voz de Anahí. Precisava saber se havia outro na vida da jovem. Continuou:


- Posso ir até Ross e arrumar um quarto, mas não há motivo para não jantarmos juntos primeiro.


- Na verdade, planejava comer um sanduíche aqui no quarto e ir dormir cedo.


Assim dizendo, Anahí se enroscou mais na poltrona, como se desejasse convencê-lo de seus propósitos.


Sem querer, Alfonso perguntou:


- Sozinha?


- Volte para Londres, Alfonso. Encontrarei algo para o aniversário de Jennifer. Poderá me pagar quando nos virmos.


Alfonso deu de ombros. Anahí criara uma muralha e não deixava transparecer as próprias emoções.


Christopher dissera que era muito reservada Sem dúvida que sim.


- Não me negaria uma xícara de chá antes, negaria? - Sem esperar por resposta, Alfonso despejou a água quente na xícara e mergulhou um saquinho de chá. Acrescentou leite e ofereceu a Anahí. - Pronto! Como minha mãe faz.


Então, vendo-a ali na poltrona, com os cabelos revoltos e encaracolados emoldurando-lhe o rosto, disse:


- Deveria usar saias mais curtas. Seus joelhos são perfeitos.


Em um gesto automático, Anahí puxou para baixo o rou­pão curto, tentado esconder as pernas o mais possível. Por que se sentia tão constrangida? Afinal, suas pernas não eram um mistério para Alfonso. Já a vira centenas de vezes de maiô, quando nadavam no rio.


Ele, Christopher e Anahí. O trio sempre junto no verão, até que os dois tinham ido para a universidade. Não, mais tarde. Até Alfonso se formar e se mudar para Londres.


De repente, ele fez uma pergunta estranha:


- Quando começa a diversão?


- O quê?!


Alfonso a pegara desprevenida, e Anahí parecia assustada.


- Estou falando do leilão amanhã.


- Oh! Entendo. Não descreveria como diversão, Alfonso. Haverá uma hora pela manhã para se examinar as peças, e a venda começará às dez horas. Com sorte, estarei em casa às cinco horas.


- Ninguém lhe ofereceu carona?


- Nunca aceito carona de estranhos.


- Talvez encontre alguém conhecido. - Alfonso terminou o chá e dirigiu-se para a porta. - Se ficar aqui, poderei levá-la de volta.


- Vai se entediar. Não será nada tão emocionante quanto o que se vê nos filmes, com quadros famosos sendo vendidos por milhões.


- Já estive em um acontecimento desses. Não quer mes­mo ir jantar comigo?


Anahí se levantou da poltrona e o acompanhou.


- Não, obrigada..


Alfonso a encarou e viu algo parecido com desespero em seu olhar. Tocou-a no rosto e a fez sorrir.


- Sabe, Anahí, começo a pensar que quer se livrar de mim. Há algum amante secreto escondido no banheiro?


- Nossa! Você descobriu!


Assim falando, Anahí soltou uma risada, exibindo os den­tes brancos sob os lábios macios e convidativos. Porém, logo ergueu o olhar para Alfonso, com expressão séria.


- Dirija com cuidado.


Ergueu-se na ponta dos pés e beijou-o no rosto, fazendo-o sentir um calor intenso por todo o corpo.


Uma semana atrás, Alfonso teria rido se pensasse em Anahí com um amor secreto.


Naquele momento, porém, não conseguia evitar aquela obsessão, e voltou a relancear o olhar para o banheiro com a porta fechada, depois que ela saíra de lá com a chaleira cheia de água.


Anahí se encostou na porta do quarto um instante e ge­meu. Maldito George por perceber tão bem as coisas. E Jennifer por ser cheia de cuidados. E Alfonso por fazê-la amá-lo e ser inatingível. Gemeu de novo.


Não podia mandá-lo embora em uma noite escura e chu­vosa. Não faria isso nem com um cão, muito menos com o amor de sua vida. Teria de engolir a própria dor e enfrentar uma noite platônica, dividindo o mesmo quarto com ele.


Sim, porque Alfonso jamais tentaria nada, e ela estaria a salvo de avanços.


Abriu a porta com um repelão, pronta para chamá-lo de volta, mas o corredor estava deserto.


Correu e enfiou as botas, fechando a porta com estrondo e precipitando-se escada abaixo.


- Alfonso!


Já no meio da escada, ele ergueu os olhos e parou.


- Que é, patinho?


- Mudei de idéia sobre o jantar.


Estava consciente dos olhares da multidão que, no térreo, andava de um lado para o outro, da recepção para o bar.


Alfonso sorriu de modo breve.


- Só sobre o jantar?


Anahí enrubesceu.


- Jennifer jamais mé perdoaria se o deixasse sair em uma noite como esta, quando existe uma cama extra em meu quarto.


Esperou que Alfonso dissesse algo engraçado ou fizesse uma piada a respeito, a fim de tranqüilizá-la. Entretanto, ele voltou a subir a escada, e tomou-lhe as mãos por um instante. Depois, disse:


- Por que não sobe e troca de roupa enquanto reservo uma mesa no restaurante?


Só então Anahí percebeu por que todos a olhavam com tanta insistência. Estava no topo da escada, calçando botas e vestindo um roupão chinês.


Envergonhada, deu meia-volta e começou a subir, man­tendo um ar digno. Gostaria de correr, mas não era hora de perder o equilíbrio e cair.


Ouviu risadas a suas costas e resmungou consigo mesma.


O mundo dos negócios de peças de arte era muito pequeno. Até aquele momento ninguém se dera conta de sua presença mas, depois daquela cena na escada, chamara muita atenção.


Nos próximos trinta anos, as pessoas ainda comentariam: "Anahí Puente? Conheço. Estava no Warbury Arms quan­do perseguiu um homem, seminua, na escada do hotel."


Antiquários e colecionadores eram como pescadores. Nun­ca perdiam a oportunidade de contar uma boa história e inventar um pouco.


Voltou a entrar no quarto e fechou a porta com força. Por que não usara de bom senso? Costumava ser ponderada desde os dezesseis anos, quando decidira encobrir seus sentimentos e permitir que Alfonso Herrera partisse seu coração.


Por que tivera que perder a cabeça naquele dia?


Olhou para o espelho e estremeceu. As pernas eram muito compridas, e tudo em seu corpo era exagerado. O rubor intenso no rosto não combinava com os cabelos loiros.


Só em pensar voltar ao térreo a fazia sofrer. Talvez pu­desse pedir o jantar no quarto? Seria pior. Significaria pas­sar a noite toda sozinha com Alfonso.


O que fariam os dois? Sobre o que conversariam? E depois, haveria o constrangimento de tirar a roupa para ir dormir. Podia apostar que Alfonso não usava pijama.


Se estivesse lá embaixo, teria a desculpa de subir na frente e puxar as cobertas até o queixo, fingindo dormir quando ele entrasse.


Tirou as botas e olhou no guarda-roupa. Não havia muitas opções. Não era o tipo de garota prevenida que trazia a roupa certa para cada ocasião.


Usara calça comprida, do tipo que não amarrota, para percorrer a exposição de manhã, e pretendia usá-la com uma blusa cor-de-rosa para jantar. Entretanto, sujara as roupas ao pisar nas poças de lama do lado de fora do hotel.


Então, só lhe restava um conjunto que trouxera para usar no leilão, e o par de sapatos de salto alto para combinar. Não era o tipo de se preocupar em usar uma saia bem curta e cruzar as pernas para distrair uma oferta concorrente, mas, daquela vez, ia ser diferente.


Bem, conseguira distrair todo mundo, naquela cena na escada. O que não daria por uma saia longa, naquele momento, e mocassins escuros.


Suspirando, foi tomar um banho.


 


Alfonso não tinha certeza das próprias emoções. Sentia-se entorpecido, quase em estado de choque.


O simples fato de ter deixado o quarto de Anahí, sentindo-se um pobre-coitado, por si já era preocupante. Mas então ele se voltara na escada, ao som de sua voz, vira-a no último degrau, embrulhada no roupão de seda vermelha que mal lhe cobria as coxas, o rubor no rosto... Bem, a metade dos hóspedes do Warbury Arms devia ter ficado em transe também.


Porém não fora a visão das pernas bonitas que o deixara perturbado, mas a mudança de atitude.


As palavras de Christopher voltaram a ecoar em sua mente: existia um homem que ela amava havia muito tempo...


Sim, existia alguém na vida de Anahí. E ele não devia se apaixonar por ela naquele momento. Precisava, sim, pro­tegê-la, sem egoísmo.


Ficaria no sótão do hotel e lhe daria uma carona de volta para casa. Depois, faria como Anahí desejava e ficaria longe até o dia do casamento. Afinal, teria as damas de honra, Fiona, Maud e Diana, para se divertir um pouco. Em breve esqueceria aquela atração por Anahí.


- Gostaria de fazer uma reserva para o jantar - disse à recepcionista. - Para duas pessoas.


- As sete ou nove da noite, senhor? Precisamos ter dois horários de jantar devido ao grande número de pessoas.


- Sete... - começou Alfonso.


Mas a voz esganiçada de uma senhora ao lado o interrompeu.


- Preciso de um quarto! Fico com qualquer coisa. Meu carro quebrou e só poderei tê-lo em ordem amanhã.


Alfonso reparou que estava com a roupa molhada, exausta, e à beira de um ataque de nervos.


- Pode ficar com meu quarto - disse, em um ímpeto. - O vinte e três. Posso compartilhar outro. Vou retirar minha mala e trazer a chave.


A senhora quis agradecer, mas Alfonso já saíra correndo. Pelo menos a boa ação o redimira da mentira que dissera à Anahí. Agora só teria que enfrentar as conseqüências. Ela deixara a porta do quarto destrancada. Alfonso podia ouvir o chuveiro no banheiro, e perguntou:


- Quer um drinque?


O chuveiro foi desligado.


- Bem... sim. Obrigada. Já vou sair.


- Não tenha pressa, Anahí.


Na verdade, ele também precisava de alguns minutos para se acalmar.


Examinou o minibar, encontrou conhaque e uísque. Quan­do Anahí abriu a porta do banheiro, observava, com pose tranqüila, a chuva que caía lá fora.


- Este é meu drinque?


- Conhaque. Irá aquecê-la.


Anahí estava com uma toalha enrolada nos cabelos e outra enorme que cobria seu corpo até os pés, só deixando o colo rosado à vista.


- Não temos muito tempo. Disse que iríamos jantar às sete horas. Pensei que gostaria de ir dormir cedo, depois de um dia tão cansativo.


- Às sete está ótimo. Alfonso se fechou no banheiro e, por um momento, entregou-se à fantasia de imaginar Anahí andando pelo quarto, vestindo as roupas e se maqui­lando em tempo recorde, de modo a estar pronta quando ele aparecesse.


Sorriu ante aqueles pensamentos e bebericou seu drinque, consciente de cada som que vinha do quarto.


Entretanto, o que ouviu muito bem, foi o ruído do telefone quando ela ergueu o bocal para telefonar para alguém.



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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 154



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  • 50 tons de grey Postado em 30/03/2016 - 13:55:30

    ola, eu poderia adaptar essa fanfic para Larry e posta-la no Watpad?

  • amandabcruz Postado em 06/11/2009 - 08:54:49

    AMEI...
    PERFEITO

  • pattybarcelos Postado em 05/11/2009 - 23:48:21

    chorei
    foi lindo]muito bom mesmo

  • kikaherrera Postado em 05/11/2009 - 23:38:20

    AMEI O FINAL DA WEB.
    PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
    FOI TUDO DO JEITO QUE A ANNIE GOSTAVA.

  • jucirbd Postado em 05/11/2009 - 17:43:56

    Muito linda...
    faz uma segunda temporada????
    *--*...Plis...

  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:38

    foi muito linda até chorei.
    aaaaaaaaaaaaamei a web.
    linda msm

  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:19

    foi muito linda até chorei.
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  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:51

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