Fanfics Brasil - O brilho do teu olhar AyA [terminada]

Fanfic: O brilho do teu olhar AyA [terminada]


Capítulo: 19? Capítulo

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CAPÍTULO VII


Terça-feira à noite ou quarta-feira de manhã.


Não importa. Tudo que interessa é que fui uma tola. Muito tola, melodramática e cheia de escrúpulos. Alfonso é um adulto e tem um carro que enfrenta qualquer mau tempo, mas agora ele está deitado a um metro e meio de distância. Perto o suficiente para que estenda a mão e o toque. E está tudo tão quieto que posso ouvi-lo respirar. Não agüento isso! E se não fosse o suficiente, todos saberão que passamos a noite juntos.


 


Anahí ouviu a porta do banheiro fechando-se. Logo ouviria o chuveiro sendo ligado e só ficava imaginando Alfonso, sem roupa, debaixo da água cor­rente, gotas escorrendo pelos cabelos, pelas costas, coxas...


Agarrou o telefone, procurando se distrair.


- Olá, Anahí. Como foi seu dia?


George Latimer respondeu tão depressa, que parecia es­tar no aguardo do telefonema.


- Longo, frio e úmido, mas faz parte do serviço – Anahí respondeu.


- Então, nada de problemas?


- Problemas? Bem... mais ou menos...


A arte das meias-palavras era um dom dos ingleses, e Anahí a conhecia muito bem.


- Verdade? Então pode me contar o que é e não é um problema?


Que tal contar que Alfonso Herrera apareceu esta noite e que, no momento, está em meu banheiro, nu, e que depois iremos dormir juntos? Bem, não "juntos" de verdade, mas no mesmo quarto, o que já constitui um grande problema... Anahí pensou, mas nada disse a respeito.


- George, a questão é que parece que encontrei uma peça especial... - E fez a descrição da travessa que encon­trara entre as peças de cozinha.


- Tenho certeza de que não é o que pensa, Anahí. É fácil se entusiasmar nesses leilões.


Entusiasmada? Anahí pensou com seus botões que era a pessoa menos arrebatada que conhecia e a mais contida do mundo. George continuou:


- Encontrar uma peça rara é difícil como agulha em um palheiro.


- Mas é possível? - insistiu Anahí. - Já se encontraram peças raras sendo usadas no dia-a-dia, em casas do interior.


- Sim, mas não se deixe levar pelo orgulho e use o bom senso.


- É melhor esquecer?


- Você é uma profissional, não uma caçadora de pechinchas.


- E se estiver certa?


- Por que me telefonou, Anahí? Não posso autenticar uma peça de porcelana pelo telefone. Julgue-a você mesma.


Na verdade, Anahí não ligara para saber a opinião de George sobre a autenticidade da travessa.


- Telefonei para perguntar se devo pedir a orientação dos leiloeiros.


Esperou que George a chamasse de louca, entretanto ele ponderou sobre a pergunta e depois disse:


- Certo. Talvez possa falar com eles.


- Mas você não me aconselha a fazê-lo.


- Estou pensando em você, querida. Se estiver certa, os leiloeiros parecerão ignorantes e ficarão ressentidos. Ficará marcada por todos e será perseguida em todas as vendas, as pessoas procurando ver se encontra outra pechincha va­liosa. Entretanto, se estiver errada, será tachada de boba e todos rirão à sua custa e... à minha. Portanto, Anahí, convença-se de que é uma comerciante de arte e se os lei­loeiros não perceberam que tinham algo de valor, não é problema seu.


- Sei disso, mas...


- O atual baronete, proprietário da mansão e dos objetos, herdou da família o gosto por gastar dinheiro com jogo, bebidas e mulheres. Tudo que restar depois da venda seguirá o mesmo caminho.


Em seguida, conversaram mais um pouco, e Anahí desligou.


Conseguira se distrair, porém o pouco-caso de George ante sua descoberta a irritara.


Tirou a toalha da cabeça e acabou de enxugar os cabelos. Compraria a peça de porcelana sem pedir conselhos, e a exibiria para George Latimer. Se houvesse cometido um erro, bem... conhecia um bufê que adoraria comprar aquela travessa. Porém, se a peça fosse legítima...


Anahí vestia um colante de renda negra sem transparên­cias, e se maquilava na penteadeira, quando a porta do banheiro se abriu.


- Está vestida?


Não muito, pensou Anahí. Planejara estar coberta da ca­beça aos pés quando Alfonso surgisse, mas iria pensar que sua modéstia era ridícula. Afinal, o que usava parecia um maiô, e, depois da zombaria de George a respeito de suas habilidades de compradora, não estava disposta a ouvir ri­sadas a seu respeito.


- Comparando com minha aparição na escada do hotel, de roupão de seda e botas, diria que estou vestida até demais.


Alfonso não respondeu, e Anahí voltou-se.


Estava apoiado na porta do banheiro, com uma toalha amarrada na cintura e nada mais. Nem mesmo um sorriso.


Os cabelos negros brilhavam, molhados, e havia uma pon­ta de creme de barbear no queixo, transformando aquela presença íntima em algo insuportável.


Havia muito tempo Anahí vira Alfonso sem camisa e con­cluiu que melhorara bastante. Seu tórax rijo estava reco­berto por pêlos escuros que iam até a cintura. Os ombros eram largos e os músculos dos braços se sobressaíam.


Por um instante, Anahí ficou sem fala. Engoliu em seco e murmurou:


- O que está olhando?


- Jamais pensei que usasse lingerie preta.


- Verdade? - Anahí usou a arma da ironia. - E alguma vez já pensara nisso? Engraçado... nunca o imaginei usando roupas de baixo.


"Mentirosa! Já pensou, sim, Anahí Puente! Em todos os tipos de cuecas. Pretas, brancas..." Anahí concluiu que suas fantasias a respeito de Alfonso semidespido sempre variavam.


Forçou-se a desviar o olhar, acabou de aplicar o batom e levantou-se, caminhando até o guarda-roupa. Sentia o olhar de Alfonso seguindo cada um de seus movimentos.


Pegou o conjunto do cabide, vestiu a saia e prendeu-a na cintura.


Era muito curta. Sentia-se nua dentro dela. Vestiu o ca­saquinho e abotoou. Não ajudou quase nada. Virou-se e tomou um gole do drinque que Alfonso lhe preparara.


O conhaque ardeu na garganta, e sentiu-se mais relaxada.


Então, por fim, Alfonso se movimentou. Abriu a mala e retirou uma gravata vermelho-escuro, dirigindo-se ao ba­nheiro outra vez.


 


Sentindo-se seguro com a porta fechada, Alfonso suspirou. Duvidara quando Christopher dissera que a irmã já era uma mulher. Devia ter pensado que era cego ou louco.


Deus! O que estivera fazendo enquanto Anahí crescia? Como pudera não notar quanto mudara? Porque nunca a olhara daquele modo antes. Ou, pior ainda, nem se inte­ressara em olhar.


Ou, ainda, quem sabe, Anahí não desejara que percebesse como mudara.


Não. Isso era ridículo.


Por um lado era sua amiga que viera proteger como se fosse um cavaleiro andante. Aquela com quem almoçava sempre que não tinha nada melhor para fazer, a garota que sentava, horas seguidas, em silêncio, a seu lado, enquanto pescava, e que nunca se levava muito a sério. Porém, havia uma outra...


Elegante, um tanto distante, e muito sexy. A mulher que sentara na penteadeira usando roupa de baixo negra, pin­tando os lábios, e muito segura de si.


Uma mulher de ombros cor de marfim, cintura fina, seios rijos e pernas longas. Uma jovem com um amor secreto, e que não precisava de proteção.


Os dedos de Alfonso tremiam um pouco quando vestiu a camisa. Nunca deveria ter feito aquilo. Não deveria estar ali, porém, a não ser que desejasse enfrentar o temporal, teria que ficar. Talvez fosse mais seguro se molhar na chuva...


Um clarão iluminou a pequena janela do banheiro, e, em seguida, ouviu-se o trovão.


Alfonso continuou trancado no banheiro. Até aquele dia, nunca tivera problemas sobre o que falar com Anahí, a con­versa sempre fluíra com facilidade. Mas, naquele instante, o que diria a ela?


Como passar uma noite tranqüila, provocando um ao ou­tro como sempre haviam feito, quando sua mente e suas emoções vagavam por outros caminhos?


Agarrou-se à idéia do casamento de Chris como uma tábua de salvação. Poderiam falar a respeito da cerimônia que se aproximava.


Não! Precisava arrumar um assunto neutro. Suspirando fundo, abriu a porta do banheiro.


Já no quarto, vestiu o paletó e disse:


- Se irei ao leilão de amanhã, precisa me ensinar o comportamento certo. Não quero sair de lá como um ingênuo que comprou alguma bugiganga.


Anahí riu, enquanto Alfonso abria a porta do quarto, de­terminado a ficar em um lugar cheio de pessoas o mais rápido possível.


- Você disse que já esteve em um evento parecido, Alfonso.


- Sim. Tinha sete anos, e meu pai me levou.


- Seu pai? - Anahí ficou muito surpresa. - Jennifer nunca me contou que era um colecionador também.


- Ele era um historiador, seu interesse era apenas in­telectual. Pesquisava famílias que haviam morado no mes­mo lugar por gerações. Conheceu minha mãe em um leilão.


- Verdade? Deve ter se entediado muito com esses pas­seios em leilões de arte.


Era muito raro Alfonso sair com o pai, e Anahí não sabia o que dizer.


- Não me aborreci naquele dia. Papai me levou para almoçar, comi tudo que queria e bebi um pouco de vinho. Enquanto isso, ele flertou com a garçonete mais bonita do restaurante.


Anahí pensou com seus botões que talvez o pai o houvesse distraído com guloseimas e vinho, para poder namorar a garçonete, mas não fez comentário algum.


- Você o vê de vez em quando?


- Raramente. Quando não está envolvido com os negó­cios, ilude-se, pensando que mamãe foi a única mulher que amou de verdade. Então me convida para jantar e tenta me persuadir a intervir por ele.


- E você o que faz?


- Se estivesse empenhado de fato, iria ele mesmo procurá-la.


Alfonso se deteve junto à escada. Seria sua imaginação ou Anahí parecia mais alta? Olhou para baixo e viu que ela usava sapatos de salto alto.


Já vira Janine usando sapatos como aqueles. Custavam muito caro, mas a ex-namorada dissera que era um dinheiro bem empregado, porque deixavam uma mulher muito sexy. E era verdade. Mas aquela não era Janine e sim Anahí, a garota que sempre usava mocassins e prendia os cabelos com elástico. Pelo menos, sempre que estava em sua companhia.


- O que houve com as botas, Anahí? - Enchi com jornal. Estão secando.


Percebendo que Alfonso olhava para seus pés, baixou o olhar também, sentindo o rosto em brasa.


- George recomendou que usasse estes sapatos. Espera que assim eu distraia a concorrência.


- Está dando certo comigo - brincou Alfonso. Anahí deu uma risadinha abafada.


- Isso não é nada. Espere quando eu cruzar as pernas. Tenho praticado na frente do espelho.


Alfonso não conseguia acreditar no que ouvia, mas sorriu, tentando parecer indiferente.


-Está mesmo determinada a causai um rebuliço neste hotel. - É uma boa estratégia. Se todos esses comerciantes de nariz empinado me considerarem uma loira idiota, terei mais chances amanhã, não acha?


- Não quer que a levem a sério?


- Amanhã não. - Precisava deixar claro para Alfonso que aquela Anahí era apenas uma farsa. Continuou: - Com sorte, poderei levar o plano adiante. Você me ajuda?


- Se puder... O que tem em mente?


Anahí pensou rápido.


- Bem... você conhece dúzias de garotas... Pode me ensinar como ter uma aparência sedutora e inocente ao mesmo tempo.


- Está sugerindo que só me interesso por moças com cérebro de passarinho?



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Autor(a): theangelanni

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- O quê!?... - Anahí uniu um olhar inocente à excla­mação, abrindo muito os olhos, como a mais ingênua e boba das garotas, e colocou um dedo junto aos lábios. - Bem, Janine foi bem inteligente... - Apenas isso? - Ora! Foi esperta o suficiente para cair fora a tempo. Porém, se tivesse sido "muito" inteligente, pode ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 154



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  • 50 tons de grey Postado em 30/03/2016 - 13:55:30

    ola, eu poderia adaptar essa fanfic para Larry e posta-la no Watpad?

  • amandabcruz Postado em 06/11/2009 - 08:54:49

    AMEI...
    PERFEITO

  • pattybarcelos Postado em 05/11/2009 - 23:48:21

    chorei
    foi lindo]muito bom mesmo

  • kikaherrera Postado em 05/11/2009 - 23:38:20

    AMEI O FINAL DA WEB.
    PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
    FOI TUDO DO JEITO QUE A ANNIE GOSTAVA.

  • jucirbd Postado em 05/11/2009 - 17:43:56

    Muito linda...
    faz uma segunda temporada????
    *--*...Plis...

  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:38

    foi muito linda até chorei.
    aaaaaaaaaaaaamei a web.
    linda msm

  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:19

    foi muito linda até chorei.
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