Fanfic: O brilho do teu olhar AyA [terminada]
- O quê!?... - Anahí uniu um olhar inocente à exclamação, abrindo muito os olhos, como a mais ingênua e boba das garotas, e colocou um dedo junto aos lábios. - Bem, Janine foi bem inteligente... - Apenas isso? - Ora! Foi esperta o suficiente para cair fora a tempo. Porém, se tivesse sido "muito" inteligente, poderia estar planejando sua própria festa de casamento agora. Não é verdade? Alfonso riu. - Sabe que para um patinho feio você é muito esperta? Anahí fez um sinal de silêncio. - Cale-se! Isso é segredo de Estado! E voltou a rir, imitando as garotas tolas. - Não exagere, menina! Haviam voltado a se tratar como antes, brincando um com o outro, e se sentiam mais à vontade, ao passar pela recepção do hotel. Alfonso sussurrou por entre os dentes: - Lamento, mas, ao passarmos pelas pessoas, não causou tanto furor quanto esperava. Anahí se sentiu aliviada por Alfonso voltar a ser o de sempre. Entretanto, estava certo. A multidão das primeiras horas diminuíra, alguns hóspedes haviam se recolhido aos quartos ou ido para o restaurante. Mas Anahí não pretendia deixá-lo cantar vitória antes do tempo e disse: - Só há um meio de solucionar isso: champanhe. Uma rolha espoucando sempre chama atenção. Para provar o que dizia, estalou os dedos, e várias pessoas viraram a cabeça, curiosas. Alfonso argumentou: - Está cansada e com fome. Champanhe vai deixá-la tonta. Anahí o encarou e bateu os cílios, de modo inocente. - Jura? Alfonso imaginou se era assim que se comportava com seu amor secreto. Faria o papel da loira idiota? Flertaria o tempo todo? Ficou aborrecido com o modo de sua mente funcionar, mas nada podia fazer a respeito. Teria telefonado para o namorado enquanto ele estivera trancado no banheiro? Avisara-o para não vir ou apenas ligara porque não conseguia sufocar a saudade? Naquele instante, Anahí sentiu uma grande animosidade fluindo no olhar escuro de Alfonso, mas antes que ele pudesse dizer o que lhe ia no pensamento, foram conduzidos a uma mesa em um canto isolado do restaurante. O garçom perguntou: - Quer ver a carta de vinhos, senhor? Alfonso balançou a cabeça em negativa. - Traga uma garrafa de champanhe. - Relanceou o olhar pelo cardápio. - Queremos as panquecas de cogumelos e... - Olhou para Anahí de modo malicioso. - Pato assado. Assim que o garçom se afastou, Anahí reclamou: - Lamento, mas prefiro escolher eu mesma o que irei comer! - Você é uma tolinha, lembra-se? As tolas gostam que lhes digam o que fazer, o que comer. Acredite em mim. - Acredito - disse Anahí, corando. - E também não costumam ficar vermelhas. Mas, afinal, corar é uma arte antiga... Apesar de tudo, Alfonso começava a se divertir. As batalhas verbais entre ele e Anahí haviam recomeçado. Só que dessa vez pressentia perigo no ar, cada qual desafiando o outro de um modo como nunca acontecera antes, e era muito excitante. O champanhe iria provocar ainda mais tensão. O garçom voltou, e abriu a garrafa sem estardalhaço. A rolha saiu do gargalo de modo discreto, como uma boa rolha deveria fazer. Entretanto, mesmo assim, várias pessoas olharam para Alfonso e Anahí, sorrindo com indulgência, como se imaginassem que celebravam algo importante. - Ponto! Aí tem seu champanhe. Agora vamos brindar, Anahí. - Por quê? - É a tradição. Por isso o champanhe foi inventado. - Então, às compras de amanhã. Felizes lances! Alfonso balançou a cabeça com ar de pouco-caso. - Desista, Anahí. Vai precisar mais do que risadas tolas, uma saia curta e salto alto para ser o centro das atenções. - Verdade? Bem, vou tentar de novo. - Anahí ergueu o copo outra vez. - Vejamos... brindo a compra de um tesouro escondido por um preço de pechincha. - Nada mau. Não é lá uma frase de garota ingênua, mas vá lá... Vamos exagerar e brindar por uma caixa cheia de objetos valiosos pela qual ninguém se interessará. Anahí riu com vontade, chamando a atenção dos presentes. - Isso é muito tolo! Mas a loteria também é. - Repetiu. - À uma caixa cheia de preciosidades a quem ninguém dará importância. Brindaram. - O que faria se ganhasse, Anahí? - Na loteria? Fácil. Iria à China e ao Japão de navio. Depois daria um pulo aos Estados Unidos e visitaria todos os grandes museus de lá. - Não teria pressa de chegar a esses países? - Sim, mas tenho medo de voar. - Sempre pensei que não tivesse medo de nada. - Sim, de avião e de centopéias. - "E de amar Alfonso Herrera", acrescentou para si mesma. Continuou em voz alta. - Compraria algo muito raro e belo, e daria de presente ao museu Vitoria e Albert. Desse modo, nunca teria de me preocupar se seria roubado, e sempre poderia apreciar quando tivesse vontade. Alfonso a encarava como se não acreditasse em uma só de suas palavras. Anahí continuou: - Compraria uma vara nova de pescar para você. Há tanto tempo não pesca, que a sua já deve estar inútil. E quanto a você? O que faria se ganhasse? - Nunca jogo na loteria. - Não importa. Também nunca irei vencer. É apenas uma fantasia, portanto trate de fantasiar. Alfonso tentou. Anahí imaginava que devia querer alguma coisa inacessível que dependeria de muito dinheiro para ser adquirida. Entretanto, Alfonso pensava que, sim, havia algo que desejava demais, e de que só tomara conhecimento naquela noite. Nunca sentira falta até aquele instante... Desejava ter a habilidade de amar uma mulher de todo o coração, pelo resto de sua vida... e isso não era algo que o dinheiro podia comprar. Tratou de falar, enquanto o olhar de Anahí o queimava, à procura da descoberta de seu segredo. - Uma ilha tropical... um iate. Estava sendo ridículo e, por um instante, percebeu na expressão de Anahí que ela sabia que estava mentindo. Mas não queria dizer a verdade ou, quem sabe, tinha medo... Anahí tomou-lhe a mão sobre a mesa. - Você me dirá o que deseja de verdade em outra ocasião, Alfonso. Voltou-se para o garçom que trazia as panquecas e sorriu. Quando voltaram a ficar a sós, um silêncio pesado tomara conta do ambiente. Em geral, quando ficavam calados, a sensação era agradável, porém, naquele instante, era constrangedora. Para Alfonso, o pior era que não se tratava de falta de assunto. As palavras ansiavam por jorrar de seu lábios, de modo desesperado. Mas... e se falasse? Anahí o conhecia melhor que ninguém. Não o levaria- a sério. E, como o conhecia tão bem, iria ficar ofendida. Além do mais, amava outro homem havia muito tempo. Entretanto, o toque de seus dedos queimavam-lhe na pele, e desejava dizer-lhe o que sentia. - Que tal isto? Se ganhasse na loteria, compraria um rio cheio de salmões, um chalé confortável e duas varas de pescar, uma para você e outra para mim. Anahí estivera brincado com a comida no prato, mas ergueu os olhos e o encarou. - Não me engana, Alfonso Herrera. Só me quer por perto para que eu faça os sanduíches. Então ela pensava que conhecia todos seus pensamentos, pensou Alfonso. Bem, que continuasse pensando assim. - Seus sanduíches são excelentes. Em especial adoro as baguetes com queijo cremoso e azeitonas. E os de ovo com bacon também. Ah! O de salsichas com muita manteiga ... Você viria pescar comigo? O sorriso de Anahí se alargou, e ela deixou a mão ele entre as suas por um momento mais. - Ganhe na loteria primeiro, e depois me convide. Porém, é bom se apressar, pois se eu ganhar, irei logo pegar o navio. Uma voz conhecida e maliciosa interrompeu a conversa. - Ora, ora! Não é lindo! Anahí e Alfonso de mãos dadas, tomando champanhe. Será que esqueceram de contar alguma coisa para o velho Monty? Anahí retirou a mão com um gesto brusco. - Monty! O que faz aqui? - Vim para o leilão, meu bem. - Inclinou-se e beijou-a no rosto. - Esperava encontrá-la aqui, mas... - Olhou para Alfonso de modo proposital. - Nem mesmo a agradeci por toda a ajuda que me deu na festa. - Sem problemas. Foi uma linda festa - respondeu Anahí de maneira apressada, ansiosa por mudar de conversa. - Nick Gregson não pensou assim. O pobre rapaz teve a garota de seus sonhos arrancada de seus braços. - Monty encarou Alfonso. - Você é muito rápido, rapaz. Mas Alfonso tinha muita experiência para se deixar pegar naquela armadilha. Redargüiu: - Estava apenas procurando por minha amiga. - Que amizade devotada! Ou talvez tenha herdado de sua mãe a capacidade de perceber coisas bonitas a.distância... Monty era muito bom com jogos de palavras, e Alfonso continuou: - Estou aqui justamente a pedido dela. Minha mãe solicitou à Anahí para procurar uma certa peça de porcelana e fazer um lance por ela. - Verdade? Que bom se conseguir. - Monty sorriu de modo condescendente e seguro. - Bem, meu jantar está esfriando. Vou deixá-los continuar sua conversa, mas gostaria que me encontrassem mais tarde no bar para um último drinque. Poderemos conversar um pouco. Alfonso soltou um suspiro de alívio quando Monty se afastou. - Ufa! Percebendo o desabafo, Anahí disse: - Monty é um pouco superficial, porém é bom caráter. Entretanto, pergunto-me o que estará fazendo aqui... Não é colunista de arte, mas de mexericos. - Bem, a coleção deste leilão pertence a uma venerável dinastia que deve ter vários escândalos guardados. Vamos esperar que fique muito ocupado procurando por história picantes, e nos deixe em paz. Anahí soltou uma risada. - Não conte com isso, meu querido. Monty é fofoqueiro por profissão e temperamento! Alfonso esperava por Monty quando este entrou no bar, e pediu ao garçom que trouxesse conhaque para dois. - Está pagando, amigo? - Anahí terá um longo dia amanhã, Monty. Já foi dormir. Espero que depois possa conversar com ela, caso os escândalos da família Warbury não o deixem muito absorvido. - Já escrevi tudo a respeito. Só estou procurando por algum drama a mais. Sabe como é.. - Por certo vai encontrar bastante material. Monty tomou um gole do conhaque, e comentou: - Se está me dando uma indireta para que não escreva a seu respeito, Alfonso... - Não estou preocupado comigo. Só espero que tenha consideração suficiente para com Anahí e não a deixe constrangida. - Já chequei na recepção. - Então deve saber que reservei um quarto de solteiro. - Sim, mas, de maneira cavalheiresca, ofereceu-o a uma senhora desesperada. Aliás, a garota da recepção achou seu gesto maravilhoso. Do modo como o conheço bastaria ter sorrido para ela para que o considerasse o melhor dos homens. - Voltou a tomar um gole da bebida. - Posso estar enganado, mas acho que não vai dormir no carro. A noite está tão fria... Alfonso não respondeu. Se dissesse que Anahí tinha duas camas de solteiro no quarto, Monty não acreditaria na inocência dos dois. Vendo o silêncio que se prolongava demais, Monty continuou: - Não pretende dormir no carro, tenho certeza. Mudando de assunto, Alfonso, conhece um bom contador para preparar meu Imposto de Renda? Alfonso sentiu-se aliviado por mudar de tema. - Claro. Verei o que posso fazer. É bom ajudar um amigo. Monty fez de conta que não percebera a ironia. - Obrigado. Vamos tomar outro conhaque? Na verdade, não estou surpreso. - Com o quê, Monty? - Você e Anahí. - Voltou-se para o garçom. - Mais dois conhaques. Meu amigo está pagando. - Encarou Alfonso. - Sempre volta para ela, não é? Pode ter um breve romance com uma linda garota, porém nunca dura muito tempo. E então, encontramos você em uma festa ou em um jantar com Anahí a seu lado. De novo. - Acho que não estou entendendo muito bem... - Então não é tão esperto quanto pensava. - Monty ergueu o copo. - Saúde! - Anahí? Não houve resposta. À pequena claridade da lâmpada de cabeceira, entre as duas camas, Alfonso pôde ver que ela dormia. Estava de lado, o rosto encostado ao travesseiro, os cabelos formando uma massa encaracolada, o corpo uma silhueta delicada sob as cobertas. Desejava tranqüilizá-la a respeito das intenções de Monty, porém não valia a pena acordá-la. Contaria pela manhã. Alfonso sentou-se na beirada da outra cama, afrouxando a gravata e desabotoando a camisa, enquanto observava o movimento delicado da respiração de Anahí. Monty estava errado. Eram apenas bons amigos. Sempre fora assim. Mesmo quando Anahí fora uma menina magricela e Christopher ficava irritado, pois parecia uma sombra atrás dos dois meninos. Porém, quando ela lhe lançava um olhar de socorro, Alfonso não conseguia resistir e ficava a seu lado. Ainda parecia uma garotinha levada. Os lábios rosados estavam entreabertos, mostrando parte dos dentes brancos, e a pele tinha o frescor de um recém-nascido. Alfonso estendeu a mão, desejoso por tocá-la. Por um momento seus dedos ficaram a poucos milímetros do rosto de Anahí. Ela parecia intocada, uma virgem indefesa, e Alfonso sentiu uma pontada dolorida no peito. Não queria que nada de ruim acontecesse com Anahí, e faria tudo para impedir o perigo. Retrocedeu e fechou o punho. Levantou-se e foi ao banheiro para se despir, horrorizado por perceber que, enquanto sua mente se agarrava à idéia da amizade, seu corpo estava cheio de desejos eróticos.
Autor(a): theangelanni
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CAPÍTULO VIII Quarta-feira, 29 de março. Não dormi nada esta noite. Talvez tenha cochilado. Estava fingindo que dormia quando Alfonso, afinal, deitou-se. Mas então ele disse meu nome e quase traquejei. Depois acariciou meu rosto, como se fosse uma pluma. Se não houvesse afastado a mão logo... Alfonso dormia quando, por fim ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 154
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50 tons de grey Postado em 30/03/2016 - 13:55:30
ola, eu poderia adaptar essa fanfic para Larry e posta-la no Watpad?
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amandabcruz Postado em 06/11/2009 - 08:54:49
AMEI...
PERFEITO -
pattybarcelos Postado em 05/11/2009 - 23:48:21
chorei
foi lindo]muito bom mesmo -
kikaherrera Postado em 05/11/2009 - 23:38:20
AMEI O FINAL DA WEB.
PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
FOI TUDO DO JEITO QUE A ANNIE GOSTAVA. -
jucirbd Postado em 05/11/2009 - 17:43:56
Muito linda...
faz uma segunda temporada????
*--*...Plis... -
rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:38
foi muito linda até chorei.
aaaaaaaaaaaaamei a web.
linda msm -
rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:19
foi muito linda até chorei.
aaaaaaaaaaaaamei a web.
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rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:51
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rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:44
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rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:38
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