Fanfics Brasil - O brilho do teu olhar AyA [terminada]

Fanfic: O brilho do teu olhar AyA [terminada]


Capítulo: 23? Capítulo

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CAPÍTULO IX


Domingo, 2 de abril.


Um certo momento entre o remorso e a hora do almoço.


A irmã de Dulce realmente sabe dar uma festa. E ninguém mencionou Alfonso, nem mesmo Sarah. As palavras `discri­ção" e`bom senso" não combinam com ela, mas, seja como for, evitou tocar no assunto durante o chá-de-cozinha. Talvez tenha ficado com medo de minha reação.


 


Anahí se vestira pensando no conforto e não na elegância. Calça comprida que a deixava à vontade, uma camisa leve e seu suéter de angorá favorito.


- Você parece...


- Confortável? - respondeu, tentando ajudar Alfonso.


- Ia dizer que parece estar pronta para ir dormir, mas talvez não soasse como um cumprimento.


Anahí ficou quieta, mas surpresa. Alfonso se incomodava se a ofendia? Sugeriu de modo gentil:


- Quer dizer que pareço com um ursinho de pelúcia? É por causa do suéter de angorá. É quente e macio.


- Posso conferir?


E, mal fez a pergunta, antes que Anahí tivesse tempo de responder, Alfonso a enlaçou em um abraço de urso que lhe prendeu os movimentos e a manteve tão próxima que a privou de raciocínio, envolvendo-a em um turbilhão de emoções.


A mistura de aromas, confundindo o cheiro de loção de barba, xampu e pasta de dentes, fizera-a perceber que, en­quanto estivera tomando um banho frio, Alfonso estivera fazendo mais ou menos o mesmo, a quilômetros de distância de sua casa.


Sentiu as batidas do coração de encontro ao seu e engoliu em seco.


Alfonso comentou:


- Acho que tem razão. É macio. Mas terei que tentar de novo, sem o suéter, para ter certeza. É provável que continue macia e quente sem ele.


Sorriu, deslizou as mãos pelas costas de Anahí, e, de modo inesperado, deu um passo atrás, segurando-a, com os braços esticados, e uma ruga de concentração na testa.


- Está pronta?


- Para outro abraço?


- Não. - Alfonso riu. - Para irmos embora.


Anahí sentiu-se frustrada por ter sucumbido a uma brin­cadeira tão boba e, em especial, por ter desejado aquilo.


Era assim que Alfonso procedia. Um abraço e uma piada. Era daquele modo que deixava as garotas malucas. Bem, Anahí Puente se recusava a perder a cabeça.


Alfonso interrompeu os pensamentos dela, com outra brincadeira.


- Poderemos tentar outro abraço mais tarde, se quiser.


- Não, obrigada. - Anahí entregou-lhe a caixa com o vestido de dama de honra. - Ponha isso no carro, por favor. Vou pegar o presente para sua mãe.


- Como foi o chá-de-cozinha ontem?


- Muito divertido. E a despedida de solteiro de Christopher?


- Regular. Sarah disse alguma coisa sobre Warbury?


- Recebi um sermão pela secretária eletrônica, quando cheguei em casa. Nada mais. Acho que minha irmã bebeu muito no chá-de-cozinha, e esqueceu a história de Warbury.


- E qual foi o sermão, se posso saber?


- Prefiro que você também esqueça todo o incidente. - Anahí bocejou. - Desculpe, Alfonso, mas estou com muito sono.


- Recline o banco do carro, e descanse um pouco. Não vai querer cair de sono em cima do bolo de aniversário de minha mãe, vai?


Anahí ajustou o assento, recostou-se e fechou os olhos, contente por ter uma desculpa para não falar sobre a noite que haviam passado em Warbury.


Tinha a estranha sensação que todos sabiam a respeito, mas ninguém comentava e apenas aguardava pelo próximo acontecimento.


Que acontecimento?


Suspirou, pensando no modo como o beijara e se despedira depois do leilão.


Após o casamento do irmão, iria embora. Abandonaria Londres, a galeria de George Latimer e... Alfonso.


Era hora de viver a realidade, esquecer a fantasia. Iria para a China, para os Estados Unidos, Japão...


 


Alfonso estacionou o Aston em frente à casa da mãe, pas­sou o braço pelo banco inclinado de Anahí, e a observou dormindo. Por um certo tempo, quando ela se mostrara tão apressada em fechar os olhos e não conversar, pensara que o estivesse evitando, mas ela adormecera profundamente.


Sob as pálpebras, podia ver que seus olhos se moviam. Anahí estava sonhando. Teria sonhos felizes?


Como se respondesse, uma lágrima rolou pelos cílios cerrados, caindo por sua face. Aquilo partiu o coração de Alfonso.


- Oh, minha querida... - ele murmurou.


Afagou-lhe a face com os dedos, a fim de confortá-la. Outra lágrima principiou a rolar dos olhos fechados de Anahí e, incapaz de suportar aquilo por mais tempo, Alfonso pronunciou seu nome.


Anahí abriu os olhos e, por um instante, piscou, sem nada compreender.


- Vamos, Bela Adormecida. - Sorriu para animá-la. - Estamos em casa.


- Como?


- Chegamos.


- Já? - Anahí estremeceu. - Acho que sonhei. Estava no Japão. Desculpe ter sido uma péssima companheira de viagem.


Alfonso ajeitou o banco.


- Não tem problema. - Tentou ler em seus olhos o que causara as lágrimas, mas, acordada, Anahí não parecia tão vulnerável. - Se não pode dormir com um amigo, com, quem mais dormirá?


- Muito engraçado! Deveria tentar a carreira de ator cômico. Jennifer surgiu à porta de casa, e Anahí, sem esperar por Alfonso, tratou de sair do carro.


- Feliz aniversário, Jennifer!


As duas se abraçaram.


Anahí lembrou que houvera um tempo em que abraçava Alfonso daquele modo, quando eram crianças, cheias de es­pontaneidade e alegria. Quando fora que os abraços haviam se transformado em educados beijos no rosto?


- Odeio ter que abandonar a festa, mas prometi a minha mãe que iria lhe mostrar o vestido. Ela está louca para vê-lo.


- Quer ajuda com a caixa? - perguntou Alfonso.


- Não, eu me arranjo. Fique com Jennifer e ajude com a louça. Mas se eu não voltar dentro de meia hora, por favor venha me salvar. Traga o Major e poderemos sair com ele e Flossie.


Enquanto Anahí cruzava o gramado, Jennifer murmurou para o filho:


- É uma garota adorável. E muito esperta. Poderia ter ficado com a travessa antiga ou vendido. Quer ir para o Japão ou à China para estudar, e isso custa muito dinheiro.


Anahí estivera sonhando com o Japão. Alfonso pediu em voz alta:


- Ela queria dar a travessa para você. - Voltou-se para a mãe. - Fale-me sobre Anahí.


- Você a conhece a vida toda, mais tempo do que eu...


- Sei disso e pensei que a conhecia melhor que ninguém, mas nestas últimas semanas... Bem, parece que é uma com­pleta estranha.


- Percebo - comentou Jennifer, com um leve sorriso.


- Percebe o quê? - Alfonso se sentia muito frustrado. O que é que todos viam menos ele? - O que você sabe, mãe?


- Anahí não mudou, continua usando calças compridas largas, jeans velhos, anda sem maquiagem... Mas você, Alfonso, mudou.


- Achei que estava muito bonita com aquele suéter.


- Estava linda.


Alfonso acrescentou para si mesmo que parecia sexy e feminina, e que desejara tirar-lhe o suéter e acariciar-lhe o corpo. Voltou a falar:


- Mas devia vê-la quando está trabalhando, com minis­saias microscópicas, batom vermelho e meias pretas.


- Por certo meia-calça. Com minissaia...


Alfonso lançou um olhar enfurecido para a mãe. Podia ser seu aniversário, mas isso não lhe dava o direito de zom­bar. Jennifer compreendeu e disse:


- Alfonso, não entendo qual é o problema. Não esperava que Anahí trabalhasse em uma galeria de luxo e andasse de jeans, esperava?


- Não.


Porém ele se lembrava das roupas severas que a cobriam da cabeça aos pés na última vez que haviam almoçado juntos em Londres. Trajes que escondiam qualquer detalhe sensual ou feminino.


Nada a ver com o conjunto vermelho que usara no leilão.


- Anahí nunca usa roupas atraentes quando saímos, quer esteja trabalhando ou, não.


- E gostaria que usasse?


- O quê? Não! - Alfonso deu de ombros. - Bem, pode ser. - Passou os dedos por entre os cabelos. - Na verdade, não sei o que quero.


- Creio que sabe. Apenas não está pronto para admitir.


- Estamos falando de Anahí, mãe. Jamais faria algo para magoá-la.


- Sei disso.


- Então, percebe como tudo é impossível.


- Porque pensa que é como seu pai? Incapaz de se envolver?


Eu deixei meu marido quando você tinha sete anos. Criei-o sozinha. Amei o mesmo homem por toda minha vida, embora Deus saiba que ele não merece isso. Você é meu filho, lembre-se de que também possui minhas características.


- Tenho quase trinta anos e jamais consegui me sentir atraído por uma mulher por mais de algumas semanas.


- Exceto Anahí.


Alfonso não negou a afirmação e repetiu:


- Exceto Anahí. Por que não percebi a verdade a não ser tarde demais?


Major encostou-se em suas pernas, e Alfonso acariciou as orelhas aveludadas.


- Nunca é tarde demais, Alfonso. Porém, às vezes, pode ser cedo. Anahí era muito jovem para um compromisso sério. Quan­do ela tinha dezesseis anos pensei que fosse fazer algo muito bobo e você também. Lembra-se do Natal em que a beijou?


Alfonso recompôs a imagem em sua mente, e reviu o olhar misterioso e suplicante de Anahí.


- Sim. Mas pensei que ninguém tivesse visto.


- É que, naquele momento, vocês estavam em outro mundo... Não perceberam nada. Então, pedi a seu pai para que o levasse para esquiar. E, de minha parte, porque Anahí parecia tão triste, levei-a para Londres e fomos visitar o Museu Britânico. Lembra-se de como ela vinha correndo sempre que você voltava da faculdade? - Alfonso acenou que sim. - Quando se formou, Anahí parecia um gato ner­voso, andando de um lado para o outro, a sua espera. Mas Lorraine Summers levou a melhor.


- Lorraine?


- Tinha acabado de voltar de Paris e parecia uma prin­cesa. Casou-se com um advogado e agora mora em May­bridge e tem três filhos.


- Sei muito bem com quem Lorraine Summers se casou, mamãe. Só estava imaginando por que ela entrou em nossa conversa.


- Creio que Anahí o viu beijando Lorraine. - Jennifer encarou o filho. - E nunca mais voltou a esta casa quando sabia que você estava aqui.


- Que ridículo! Eu a via o tempo todo. Ainda a vejo.


- Não, querido. Você a encontra quando programa um almoço ou uma festa em Londres. Nunca a vê por acaso, vê?


- Bem... não. Mas Londres é maior que esta vila. Quando venho para cá vejo Anahí o tempo todo...


- Em casa ela volta ao natural. É a garota que sempre conheceu. Você a vê, meu querido, apenas como Anahí deseja que a veja. Por acaso esperava que você surgisse em Warbury?


- Não.


Alfonso enrubesceu ao lembrar como a espionara.


- Quando o avisei de que eu estava interessada em uma peça do leilão, pensei que fosse apenas telefonar para Anahí e fazer os arranjos. Jamais imaginei que fosse até lá. - Jennifer sorriu. - Se soubesse que essa era sua intenção, teria planejado algo diferente...


- Jamais teria planejado melhor, mãe. Pena que não tenha aproveitado minhas oportunidades. Porém não fui a Warbury apenas para entregar o cheque. Isso foi uma desculpa.


- Verdade? - Jennifer começou a arrumar os copos em uma bandeja. - E por que foi lá?


- Estava preocupado com Anahí. Chris me contou que ela ama alguém. Foi muito misterioso. Pensei que ela es­tivesse tendo um romance com um homem casado.


Jennifer soltou uma risada.


- Anahí? Quer dizer que correu para Warbury a fim de livrá-la das garras de um aproveitador? Oh, querido! Que romântico!


- Na verdade não. Acho que estava com ciúme. Fiquei furioso por alguém ter roubado algo que me era precioso... Algo que sempre pensei que fosse meu.


- Anahí.


- Sim. Chris me fez pensar nela como mulher e conse­guiu. Não penso em mais nada desde então.


- Mesmo Anahí tendo voltado aos velhos suéteres e calças confortáveis?


- Quer fazer o favor de parar de falar naquele suéter, mãe?


- O que será que os homens vêem no pêlo angorá? Não precisa responder. Sempre achei que, mais dia menos dia, haveria um romance entre vocês dois. Mas Anahí me surpreendeu. Tem uma personalidade muito forte, e decidiu não ser mais uma das garotas de Alfonso Herrera.


Alfonso ajudou Jennifer a carregar os pratos para a co­zinha, exclamando:


- Ora, mãe!


- Mas não é assim que chamam as moças que se en­volvem com você? Anahí é mulher de um só homem. E você terá de convencê-la que é digno desse privilégio.


Alfonso ficou imaginando quantos de seus amigos estariam pensando e apostando em quanto tempo ainda levaria para se dar conta de que Anahí existia como mulher.



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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 154



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  • 50 tons de grey Postado em 30/03/2016 - 13:55:30

    ola, eu poderia adaptar essa fanfic para Larry e posta-la no Watpad?

  • amandabcruz Postado em 06/11/2009 - 08:54:49

    AMEI...
    PERFEITO

  • pattybarcelos Postado em 05/11/2009 - 23:48:21

    chorei
    foi lindo]muito bom mesmo

  • kikaherrera Postado em 05/11/2009 - 23:38:20

    AMEI O FINAL DA WEB.
    PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
    FOI TUDO DO JEITO QUE A ANNIE GOSTAVA.

  • jucirbd Postado em 05/11/2009 - 17:43:56

    Muito linda...
    faz uma segunda temporada????
    *--*...Plis...

  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:38

    foi muito linda até chorei.
    aaaaaaaaaaaaamei a web.
    linda msm

  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:19

    foi muito linda até chorei.
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  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:51

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  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:44

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