Fanfics Brasil - O brilho do teu olhar AyA [terminada]

Fanfic: O brilho do teu olhar AyA [terminada]


Capítulo: 24? Capítulo

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Por certo Monty era um deles. Passava a vida observando as pessoas fazerem papel de tolas. Via relacionamentos se for­marem e terminarem mesmo antes de os envolvidos perceberem.


E Christopher também, é claro. Jamais dissera nada. Com­preendia o amigo muito bem. Era provável que nunca dis­sesse pelo resto da vida, mas como estava envolvido pela atual felicidade, arriscara uma indireta. Ou fora um desafio velado? Será que percebera que, se deixasse Alfonso com ciúme, as coisas aconteceriam com naturalidade?


Alfonso percebeu que a mãe o observava, esperando algum comentário. Ela sabia também... Talvez até Sarah soubesse.


De repente tudo ficou muito claro e óbvio. Alfonso ima­ginou se seria a única pessoa no mundo que não conseguira ver a verdade.


Ou, quem sabe, evitara vê-la, insistindo em pensar em Anahí como a eterna menina desengonçada de sua infância.


- Anos atrás, Anahí era muito jovem. Lorraine foi só uma distração. Andei me distraindo anos seguidos, espe­rando que Anahí crescesse. E quando ela cresceu, estava...


- Distraído?


- Como farei para convencê-la a me levar a sério?


- Quer mesmo que isso aconteça?


- Sim!


Jennifer deu-lhe um tapinha no braço.


- Quem sabe um passeio ajude a clarear as idéias. Leve Anahí com você e, talvez, o encantamento aconteça.


 


- Você trouxe o vestido! - exclamou Margaret Puente, segurando a caixa. - Oh, Anahí! É lindo! Vista! Quero ver o efeito.


- Não vai ficar bom sem os sapatos e o penteado certos.


- Posso usar a imaginação. Que graça!


A mãe de Anahí ergueu o sutiã rendado que a filha iria usar, e que realçava os seios.


Anahí corou, justificando:


- Bem, precisava de uma ajuda adicional.


Sabia que qualquer coisa valeria para afastar as pergun­tas sobre a noite que passara com Alfonso em Warbury. Tirou o suéter e a blusa, e abaixou a calça comprida.


- Desça, mamãe. Depois irei encontrá-la.


- Venha logo! Seu pai quer vê-la também.


Enquanto se vestia, Anahí se sentia como uma menina de seis anos preparando-se para uma festa e descendo para se exibir para o papai. Quanto mais as coisas mudavam, mais iguais ficavam.


Abotoou o vestido e afofou os cabelos. Temia o olhar des­contente da mãe quando a visse, como se dissesse que nunca seria como a irmã Sarah.


- Anahí?


A voz de Margaret no térreo a apressou.


- Estou indo. Trancaram Flossie na cozinha? Não quero que corra para mim `e estrague o vestido.


Segurando a saia longa, desceu a escada.


Por um instante nem a mãe nem o pai disseram nada. Por fim, ele falou, de modo encorajador:


- Está adorável. Não é mesmo, Margaret?


- Bem... Pensei que o amarelo seria desastroso, mas não... Ficou muito linda. E claro que nas moças morenas vai ficar muito melhor, mas com a maquiagem certa... Vire-se, querida.


Anahí obedeceu como uma boa menina. E então viu Alfonso na soleira da porta.


Tinha um olhar estranho. Nada de sorrisos zombeteiros, apenas o olhar com que ela sempre sonhara. Intenso, profundo e inquisidor. Pareceu passar uma eternidade até Alfonso falar.


- O patinho feio a cada dia se transforma mais em cisne. - Percebeu que todos o encaravam. - A porta dos fundos estava aberta. Deixei o Major lá fora. - Recompondo-se, fez uma piada. - Não me digam que dá azar o padrinho ver a dama de honra antes do casamento.


O comentário quebrou a tensão, e o pai de Anahí riu.


- É melhor subir e me trocar - murmurou Anahí.


Alfonso comentou:


- Não precisava ter se preocupado tanto com a cor do vestido. Ficou ótimo. Combina com os cabelos.


Voltara a sorrir de modo provocador, como sempre, mas Anahí sentiu que fazia aquilo para disfarçar diante de seus pais.


Margaret acompanhou a filha, lançando olhares descon­fiados para Alfonso como se temesse que ele se oferecesse para desabotoar o vestido. Sussurrou para Anahí:


- Não se deixe influenciar pelas brincadeiras bobas de Alfonso.


- Nunca me influenciou, mãe.


- Alfonso Herrera é igual ao pai.


- Não sabia que conhecia o pai dele tão bem.


- Mal o conheci, mas vi as fotografias. - Ajudou Anahí a tirar o vestido e pendurou-o com cuidado. - Estão divor­ciados por mais de vinte anos, e a pobre Jennifer ainda mantém uma foto do marido na mesinha-de-cabeceira. É uma linda mulher, mas jamais a vi com outro homem. Alfonso é igual ao pai, bonito e charmoso. Deveria haver uma lei contra esse tipo de homem. Alfonso é idêntico ao pai.


- Já disse isso.


- E se comporta como ele também. Acho que é um caso típico de filho de peixe...


Anahí queria dizer à mãe que nada acontecera em War­bury, porém, em vez disso, falou:


- Tenho vinte e quatro anos e conheço Alfonso desde que me entendo por gente. Confio nele. Jamais me magoaria.


Por um instante, Margaret Puente pareceu surpresa.


- Sei disso, minha filha - suspirou. - Desculpe-me. Estou dando-lhe um sermão como se ainda fosse uma menina. Mas para mim, sempre será. Todos vocês. Sarah diz que a trato como uma incapaz, ensinando-a a cuidar dos filhos, como se não fosse a melhor mãe do mundo. Mas, quando os filhos abandonam o ninho, o que uma mãe pode fazer?


- Viva o resto de sua vida. Divirta-se. Tire férias. - Anahí abraçou Margaret. - Na próxima semana os prepa­rativos do casamento terão acabado, e se sentirá vazia e triste. E a vida, mamãe. Peça a papai para levá-la a Paris. Ou faça você mesma as reservas e o leve junto. Não é preciso ser jovem para uma segunda lua-de-mel.


 


Flossie abanava o rabo com animação quando Anahí abriu a porta da cozinha. A cadela e Major correram em direção ao rio. Alfonso assobiou, tentando ir para o outro lado.


- Está tudo enlameado por lá.


- Sempre está. Aonde vamos, Alfonso?


- Por este lado.


Anahí ia responder algo irônico, mas ao vê-lo mergulhado nos próprios pensamentos, principiou a caminhar a seu lado, em silêncio.


Flossie correu em direção dos dois, e embaralhou-se nas pernas de Alfonso.


- Pare com isso! Você é a cadela mais desastrada que conheço!


- Não seja tão tenso, Alfonso.


- Desculpe-me.


Pararam junto ao velho pomar ao lado da capela, e ele abriu o portão. Anahí comentou:


- Ainda é cedo para as flores nascerem.


- Procuro maçãs.


- Não existem em abril.


- Sempre existem. Só que quando não se vê, é fácil esquecer.


- E melhor irmos embora, Alfonso. Onde estão os cães? Quando ia se virar, Alfonso a segurou pelo braço com delicadeza.


- Lembra-se do Natal quando tinha dezesseis anos, Anahí? Quando a beijei?


Anahí engoliu em seco. Fora seu primeiro beijo, doce e especial.


- Sim.


- Já conversamos muito junto a esta árvore.


- Vão abater as árvores do pomar este ano. Mas Alfonso não queria mudar de assunto.


- Lembra-se do que eu disse naquela vez?


Como poderia ter esquecido, pensou Anahí. Perguntou em voz alta:


- E você lembra?


- Não. Acho que bloqueei a recordação. Sabia que aquele beijo era especial e precioso. Sabe como é... quando se sabe que se sonhou algo maravilhoso mas não se consegue lembrar?


Anahí sabia muito bem. Alfonso tocou-a no queixo, com uma leve carícia, e disse:


- Agora me lembro. Eu disse: "esperarei por você".


Anahí sentiu a respiração de Alfonso muito próxima, e então, pela primeira vez, deixou a voz do coração falar.


- Não queria esperar.


Estavam sob a sombra do arvoredo, e tudo se tingia de uma cor rósea.


- Eu também não queria, mas você era muito jovem, e eu era seis anos mais velho. Se tivesse dezesseis anos também..


Anahí não desejava lembrar. Levara anos para esquecer a excitação daquele momento e das palavras de Alfonso a seu ouvido. E jamais esquecera totalmente.


- Pode me beijar pela última vez, Anahí? Antes que cortem as árvores?


Aquilo parecia muito dramático, e Anahí queria fugir dali. Entretanto, fechou os olhos.


Os lábios de Alfonso se aproximaram, e ele começou a sorrir, recuando um pouco.


Anahí riu.


- Fique quieta! Isto é sério. Estamos nos beijando pela última vez, e sob a macieira de nossa infância. - Enlaçou-a com os braços. - Não é hora apropriada para rir.


Anahí não conseguia se controlar. Beijar Alfonso sempre fora uma brincadeira.


E então o desejo de rir também desapareceu. Filho de peixe, peixinho é...


- Não, Alfonso...


Mas o protesto chegou tarde demais. Os lábios de Anahí foram selados por um beijo longo e profundo.


Então, Alfonso se afastou um pouco, voltando a sorrir de modo zombeteiro.


- Tudo me volta à mente agora.


- Alfonso...


Anahí precisava fugir antes que se entregasse. Mas, afi­nal, já não era uma menina e, quem sabe, Alfonso era di­ferente do pai...


Flossie interrompeu aquele momento atirando-se, cheia de lama, sobre os dois.


E quando voltaram para casa, depois de limpar as roupas e tomar uma xícara de chá, tudo já voltara ao normal.


 



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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 154



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  • 50 tons de grey Postado em 30/03/2016 - 13:55:30

    ola, eu poderia adaptar essa fanfic para Larry e posta-la no Watpad?

  • amandabcruz Postado em 06/11/2009 - 08:54:49

    AMEI...
    PERFEITO

  • pattybarcelos Postado em 05/11/2009 - 23:48:21

    chorei
    foi lindo]muito bom mesmo

  • kikaherrera Postado em 05/11/2009 - 23:38:20

    AMEI O FINAL DA WEB.
    PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
    FOI TUDO DO JEITO QUE A ANNIE GOSTAVA.

  • jucirbd Postado em 05/11/2009 - 17:43:56

    Muito linda...
    faz uma segunda temporada????
    *--*...Plis...

  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:38

    foi muito linda até chorei.
    aaaaaaaaaaaaamei a web.
    linda msm

  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:19

    foi muito linda até chorei.
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  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:51

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  • rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:44

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