Fanfic: O brilho do teu olhar AyA [terminada]
CAPÍTULO III
Domingo, 25 de março.
Ensaio geral do casamento na igreja, e almoço em casa a seguir. Mamãe vai ficar feliz.
Alfonso me ofereceu carona. Respondi que preferia caminhar. Espero que ele não tenha me levado a sério.
- Anahí?
Sabia que era ele assim que o interfone soou. Mesmo ao alvorecer, o coração batia descompassado no peito ao ouvir aquela voz.
Anahí olhou para o relógio, bocejou e apertou o cinto do roupão em volta da cintura. Por que era mais difícil acordar em Londres que no campo?
- Vá embora, Alfonso. Ainda é noite.
- São sete e meia da manhã. Metade do dia já passou.
- Verdade? - Anahí piscou e olhou para o relógio. - Deus! Pensei que fosse cinco e meia!
- É melhor comprar óculos.
- Não preciso de óculos, e sim de mais horas de sono. Precisava vir tão cedo?
- Não, mas esperava que você me preparasse o café da manhã. Já que não ganhei o sanduíche que me prometeu.
- Não mereceu.
- Talvez. Mas eu nunca disse que era perfeito.
"Quase perfeito...", pensou Anahí.
- Não merece café também.
- Não mesmo? Quem mais acordaria de madrugada para dar carona até o campo a uma garota ingrata?
- Você ia para minha casa de qualquer jeito. - Anahí se afastou do interfone e abriu a porta. - Suba de uma vez!
Ela correu para a cozinha a fim de preparar o café. Ouviu os passos de Alfonso, ao entrar na sala e se dirigir até ela.
- Não está zangada comigo.
Não era uma pergunta mas a afirmação de um homem confiante e seguro de si, que sabia ser irresistível.
Anahí não se virou, mas sabia que Alfonso estaria sorrindo, de maneira irresistível.
Não era justo. Mas, afinal, a vida era injusta. Senão, por que não tinha os cabelos lisos e pesados da irmã, o mesmo corpo cheio de curvas ou, pelo menos, a altura de Christopher? Seus irmãos haviam herdado tudo de bonito dos pais, e nada sobrara para a pobre Anahí.
- Claro que estou zangada - replicou, mantendo-se de costas. - Só porque não viu motivo para ficar na cama em um domingo de manhã, não quer dizer que deva acordar os outros de madrugada.
- Falei sério sobre ontem à noite.
Anahí fingiu pensar.
- Ontem? Oh! Nick? Obrigada por me recordar. Pela primeira vez na vida consegui atrair o rapaz mais bonito da festa, e você conseguiu enxotá-lo. - Anahí voltou-se com um gesto súbito. - Não esperava sanduíches depois disso, esperava?
- Estava apenas tomando conta de você. Sabia que Nick é divorciado? Duas vezes. Monty me contou.
- Monty é fofoqueiro.
- E o editor de um grande jornal. As notícias são seu ganha-pão.
Anahí deu de ombros. Nick era divorciado duas vezes? Fazia sentido. Um homem que, com facilidade, propunha casamento para estranhas devia cair na própria armadilha, de vez em quando.
- Não achou que eu me senti tentada a ser a esposa número três, achou?
- Bem...
- Pensou que eu me casaria com um completo estranho?
- Acontece. Nick Gregson paga pensão para duas ex-esposas, e você disse que ele é bonito... se o tipo musculoso sem cérebro faz seu gênero...
Alfonso estava encostado no umbral da porta, os braços cruzados sobre o peito, e a postura arrogante e calma irritou Anahí.
- Talvez lhe interesse saber, Alfonso, que algumas pessoas são exigentes para se atirarem na cama com outra.
Mas logo percebeu que dissera as palavras erradas. Alfonso ergueu a cabeça de modo brusco, adquirindo uma expressão tensa, embora continuasse com os braços cruzados. Anahí prosseguiu:
- Percebi que Nick não fazia parte de sua lista de aprovados para me acompanhar.
Alfonso nada disse.
- O que há, Alfonso? Você pode fazer o que bem entender, mas eu sempre devo me recolher a minha cama virginal todas as noites. É assim?
- Sabe muito bem que Christopher teria o desaprovado também se estivesse lá.
- Christopher é meu irmão. Qual sua desculpa?
- Por Deus, Anahí! Começo a pensar que estava mesmo gostando daquele sujeito.
Alfonso soou muito ofendido, e Anahí tratou de se concentrar no café que preparava, permitindo-se um leve sorriso de satisfação.
Talvez não tivesse gostado do modo como Alfonso procedera na noite anterior, mas era sensível o suficiente para se sentir lisonjeada por vê-lo abandonar a morena bonita para vir em sua defesa.
- Pelo contrário. Fiquei zangada pelo fato de imaginar que eu pudesse ter me interessado por Nick Gregson.
- Verdade? Bem, então peço desculpas. Estou perdoado?
Anahí tentou dominar o tremor das mãos, e deu de ombros, com ar indiferente.
- Peço desculpas com sinceridade. Enganei-me a seu respeito.
Por fim, Anahí o encarou nos olhos.
- Sim, Alfonso. Às vezes você se engana. Mas só porque eu permito.
Um silêncio pesado pairou no ar, enquanto Alfonso digeria o comentário.
- Então - disse Anahí, com ar alegre, quebrando a tensão. - O que deseja comer?
Por um instante, Alfonso ficou quieto, o cenho carregado.
Depois, virou-se e abriu a porta da geladeira.
- Melhor aproveitar o bacon - comentou, examinando o interior. - Mas acho que não tem.
- Não.
- Nem pensou em me preparar um sanduíche ontem, pensou?
- Nunca imaginei que teria de fazê-lo. Quer ovos mexidos?
Anahí passou por Alfonso e tirou uma caixa de ovos da geladeira, sem esperar por resposta.
- Anahí...
Ela quebrou os ovos, com cuidado, em uma vasilha.
- Pode pegar os pratos naquele armário, Alfonso? - Anahí, posso lhe perguntar uma coisa? - Quer pôr o pão na torradeira?
Anahí pressentia que iria perguntar o que fazia quando não estavam juntos. O que responderia?
Que ficava ocupada, estudando cerâmica oriental? Que lia muito? Assistia a programas bobos na televisão? Tudo isso era verdade.
Não que lhe faltasse uma vida em sociedade. Longe disso.
Mas não era o tipo de vida social do interesse de Alfonso. Era uma conversa que sempre evitara e pretendia continuar evitando.
- O pão está ali, Alfonso.
Parecendo perceber a contrariedade dela, ele obedeceu, sem dizer mais nada.
Anahí lançou-lhe um olhar com o canto do olho, desconfiando de uma vitória tão fácil.
Alfonso lavou os pratos, enquanto Anahí tomava banho. Ela fez uma trança nos cabelos ainda molhados e vestiu uma saia cinzenta, que não amarrotaria no carro. Em uma maleta, pôs uma saia jeans e uma camiseta, além de um par de botas para levar o cachorro a passear depois do almoço. Pegou alguns calmantes suaves para a mãe e, pensando melhor, guardou mais alguns para si mesma.
- Está pronta? - Alfonso fizera mais café e lia o jornal. - Estou pronto há meia hora.
- E ainda são apenas nove horas. É melhor arranjar outra namorada logo, ou os domingos serão sempre maçantes como hoje.
- Para sua informação, tenho outros interesses além de garotas.
Anahí lançou-lhe um olhar rápido e incrédulo. Alfonso sorriu.
- É verdade. Gosto de pescar também.
- E quando foi a última vez que pescou?
Começaram a descer a escada.
- Não me lembro. Há algumas semanas? Você estava comigo, Anahí.
- Foi antes do Natal, então. Conheceu Janine em uma festa logo depois.
- É verdade...
- Bem, quer ouvir falar das três donzelas?
- Quem?
- As lindas damas de honra - recordou Anahí, enquanto entrava no carro. - Soube que elas pretendem apostar para ver quem conquista Alfonso Herrera.
- Como? Vou ser uma espécie de prêmio?
O tom chocado de Alfonso não a convenceu. Qualquer homem se sentiria lisonjeado ante aquela revelação.
- Bem, talvez tenham mudado de idéia. Talvez tenham chegado à conclusão de que não valeria a pena.
Anahí sabia que Alfonso estava muito curioso.
- E o que houve, Anahí?
- Cada qual ficou com receio que as outras duas não jogassem limpo.
Alfonso a encarou surpreso.
- Está inventando essa história, Anahí!
- Creio que Diana será a mais... inventiva.
- Está brincado comigo!
- E temos a Maud...
- Maud?
A pergunta de Alfonso soou em tom macio e suave. Começava a se interessar pela brincadeira.
- É meiga e antiquada. Do tipo que acredita em casamento. Muito bonita e segura de si. Tenho certeza de que já planejou como irá conquistá-lo.
- Ótimo. E quanto à terceira dama de honra?
Estava gostando mesmo da brincadeira, pensou Anahí.
- Se conseguir passar pelas duas, Alfonso, garanto que Fiona dará um jeito para que não se sinta entediado.
- Vai ser um dia interessante. Obrigado pelos avisos. No domingo, depois do casamento, contarei a você como as três agiram, certo?
Autor(a): theangelanni
Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
De repente a brincadeira perdeu a graça para Anahí. Por certo inventara tudo aquilo para provocá-lo, mas sempre era possível que as coisas acontecessem daquele modo. Anahí agüentava as garotas de Alfonso na teoria. A distância. Mas não queria ouvir falar delas. - Poderemos nos encontrar depois do casamento, mas guard ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 154
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50 tons de grey Postado em 30/03/2016 - 13:55:30
ola, eu poderia adaptar essa fanfic para Larry e posta-la no Watpad?
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amandabcruz Postado em 06/11/2009 - 08:54:49
AMEI...
PERFEITO -
pattybarcelos Postado em 05/11/2009 - 23:48:21
chorei
foi lindo]muito bom mesmo -
kikaherrera Postado em 05/11/2009 - 23:38:20
AMEI O FINAL DA WEB.
PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
FOI TUDO DO JEITO QUE A ANNIE GOSTAVA. -
jucirbd Postado em 05/11/2009 - 17:43:56
Muito linda...
faz uma segunda temporada????
*--*...Plis... -
rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:38
foi muito linda até chorei.
aaaaaaaaaaaaamei a web.
linda msm -
rss Postado em 05/11/2009 - 14:55:19
foi muito linda até chorei.
aaaaaaaaaaaaamei a web.
linda msm -
rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:51
foi muito linda até chorei.
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rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:44
foi muito linda até chorei.
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rss Postado em 05/11/2009 - 14:54:38
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