CAMILA PORTILLA sempre soubera que nunca seria loucamente sexy e autoconfiante como sua prima Anahi.
Mas havia ocasiões nas quais ela se permitia achar que sim. Talvez, já que eram parentes, Camila tivesse um pouco do poder de Anahi preso dentro de si. Então, desde que era criança, ela costumava brincar de um jogo: OQIF, mais conhecido como O que Anahi faria? E então tentava seguir a resposta.
Chamar Dean Willis para sair com ela um dia durante o almoço definitivamente tinha sido um momento OQIF. Camila ainda não conseguia acreditar que havia feito aquilo. Mas, se não tivesse feito, não estaria agora sentada numa cafeteria, olhando para o lindo rosto dele do outro lado da mesa. Encarando o rosto dele, na verdade.
Encarando. Ánhi não iria encarar. Camila baixou a cabeça, concentrando-se na sua xícara de chá verde. Não o café expresso duplo do qual ela provavelmente precisava, e culpa do seu gracejo “não bebo café”, mas tudo bem… principalmente por causa da companhia.
– Está pronta para pegar mais uma xícara? –
perguntou Dean.
Camila balançou a cabeça.
– Estou bem, obrigada.
Eles não estavam na confeitaria do tio dela, mas em uma filial de uma enorme cadeia de cafés, não muito
longe do apartamento dela. Camila havia escolhido o local, que parecia seguro, neutro e impessoal. Não o tipo de lugar que dissesse que ela pensava estar em um encontro romântico. Não o tipo de lugar onde um encontro romântico estaria absolutamente fora de questão.
Deus, ela era péssima naquilo. Anahi o teria encontrado no bar de algum hotel.
Vá devagar, ela lembrou a si. Chamar um homem para sair era uma novidade para ela. Não era como se ela nunca tivesse namorado, ou fosse completamente inexperiente. Mas, se Anahi estava no degrau mais alto no que dizia respeito a lidar com homens, Camila ainda estava escalando a escada do porão.
Eles se sentaram em uma alcova perto da vitrine dianteira. A cadeira de Camila estava afastada da mesa, para acomodar o comprimento de suas pernas debaixo dela. Dean parecia apertado, amontoado na cadeira e canto pequenos, mas não reclamou.
– Você deve estar cansado de me escutar falando dos meus problemas com meu senhorio – disse ela, quando a conversa desandou. – Aparentemente não calei a boca um minuto.
Ele balançou a cabeça.
– É fácil conversar com você.
– Você não tem conversado muito… só escutado.
– É fácil escutar você – respondeu ele, com um sorrisinho.
Boa resposta. E era algo mútuo, pois também era muito fácil gostar dele. Mas ela sentia não saber nada a respeito dele.
– Então… Você gosta de trabalhar para o Marty? Você vendeu mais carros no primeiro mês lá do que os outros venderam nos últimos três meses.
Ele deu de ombros.
– Não é difícil quando você tem bons produtos para vender. – Baixando o olhar, ele pegou sua xícara. – Acho que você sabe disso, já que trabalhar para o Marty há mais tempo do que eu.
Suspirando, Camila balançou a cabeça.
– Não muito mais tempo.
– Mesmo?
– Eu comecei uns dois meses antes de você, então não sei de muita coisa também.
Ele franziu a testa.
– Mas você cuida do financeiro, então certamente sabe como as coisas estão indo. Aposto que o lugar está ganhando uma grana, não?
Grunhindo de aborrecimento, ela admitiu:
– Não faço ideia. Vejo apenas o suficiente para manter as finanças equilibradas e não vou muito além disso.
Dean parou de mexer seu chá e ergueu os olhos para os dela. Inclinando-se para mais perto da mesa, ele perguntou:
– Você não sabe de nada do que está acontecendo na Marty Honesto Carros Usados?
– Eu sei que Marty é um pouco vigarista – disse ela acidamente. – Honestidade é apenas um de seus… enfeites.
Ela suspeitava que o chefe também enfeitasse outras coisas, como as coisas que declarava ao imposto de renda. Mas ela não tinha provas e não estava em vias de contar coisas assim a ninguém.
Ele insistiu:
– Mas você deve fazer os depósitos, pagar as faturas, ficar de olho nas contas a receber.
– Eu aceito o que ele me entrega e faço o que posso.
– Dando de ombros, ela acrescentou: – Sinceramente, não sei de muita coisa sobre o negócio. É tudo o que posso fazer para manter o livro das finanças equilibrado.
Ele sustentou o olhar dela, os olhos azuis mirando o rosto dela de maneira inquisitiva, como se ele estivesse tentando encontrar a resposta para alguma pergunta. Ela não conseguia imaginar o que era. E não fazia ideia do porquê de ele estar tão interessado nas transações financeiras do empregador deles.
Então ela pensou em uma coisa. Podia ser uma questão de segurança empresarial. Dean era gentil e um bom vendedor, mas ele não se vestia exatamente como alguém que tinha muito dinheiro. Os casacos esportivos que ele usava para trabalhar normalmente não se acomodavam bem em seus ombros largos e, algumas vezes, as calças dele eram um pouco maltrapilhas.
Dean não havia contado muito coisa sobre o que fazia antes de ir trabalhar no Marty Honesto. Pelo que ela sabia, ele havia sido demitido do emprego anterior por má gestão. Isso certamente seria o suficiente para fazer qualquer um levantar perguntas, especialmente alguém que dependia de cada salário, conforme ela suspeitava que ele fazia.
Sem desejar constrangê-lo, ela cuidadosamente tentou deixá-lo à vontade:
– Olha, não sei detalhes, mas sei que o negócio está indo bem. Vejo a quantidade de carros que entram no
lote e a quantidade que sai. Você não precisa se preocupar.
Ele franziu a testa, como se não estivesse entendendo o que ela queria dizer. Um impulso fez Camila estender a mão e segurar a dele. Ela quase recuou imediatamente, surpresa ao sentir um formigamento quando a pele encontrou a dele. Mas, engolindo em seco em busca de coragem, ela a deixou ali. Do mesmo jeito que Anahi faria.
Se aquilo era um encontro romântico, ele interpretaria o toque dela como um sinal de que ela desejava mais. Se não fosse um encontro, ele interpretaria como um gesto de preocupação de uma amiga. Camila considerava um pouco de ambos.
– Seu emprego está seguro.
Ele estava encarando a mão deles, ambas ainda se tocando.
– Meu emprego?
Ele soou… distraído. Como se estivesse tão afetado pelo toque dela quanto ela, o que rendeu a Camila um pouco de emoção.
– Marty seria um bobo se perdesse você. Você é o melhor vendedor que ele tem.
Ele não disse nada no início, simplesmente enredou
os dedos aos dela lentamente, acariciando a parte macia da palma da mão com a ponta do polegar. A pulsação dela acelerou e ela se perguntou se ele era capaz de senti-la bem ali, latejando sob a pele dela.
Camila deu um jeito de se concentrar em passar uma mensagem positiva, ignorando o formigamento nos dedos e o saltitar do coração.
– Tudo bem, eu sei como é se preocupar com seu sustento, mas, por favor, não se preocupe com a empresa. Tenho certeza de que você não vai perder seu emprego.
Ele olhou para ela, o queixo caindo.
– Perder meu…
– Pensei que esse fosse o motivo pelo qual você estava curioso sobre a empresa.
Dean fechou a boca subitamente e resmungou:
– Tudo bem. – Ele puxou a mão que ela estava tocando e jogou-a no próprio colo. – Bem, eles provavelmente querem esta mesa liberada para outros clientes. Acho que deveríamos ir embora.
Ai, Deus, Camila se sentiu uma boba. Havia arruinado aquilo, e ele provavelmente pensava que ela estava sentindo pena ou algo assim.
– Dean, eu realmente não quis dizer nada…
– Eu… não se preocupe. Eu só não tive certeza do que você quis dizer no início. É bom saber que a empresa está indo tão bem – disse ele, ainda soando distraído. – Obrigado mais uma vez por me encontrar. Fico feliz que tivemos a oportunidade de nos conhecermos melhor, já que estaremos trabalhando juntos.
Camila mordeu o lábio trêmulo, reconhecendo um fora quando ouvia um. Ou ele nunca havia pretendido encarar aquilo como um encontro romântico para-se- conhecerem-melhor, ou tinha pretendido assim e ela havia estragado tudo. Mas, qualquer que fosse o caso, estava terminado agora. Ele não estava interessado em vê-la outra vez.
OQIF… Anahi não choraria. Então ela piscou. Com força.
– Tchau, Camila – disse ele, quando a guiou até o lado de fora.
Ela deu um jeito de soar perfeitamente normal quando se despediu também. Mas, bem no fundo, se sentia tudo, menos normal.
Na verdade, Camila se sentia um pouquinho arrasada.
Realmente hadassa4:esse livro é Uau que bom km
Linda q gosta ,postando o o
Dona Cami Any e Alfonso são dois bobo rs e ah vai postar meus 30 capítulos obrigada.
E moça do face hahaha que não me lembro o nome postando linda