Fanfics Brasil - 37 Provocante(Adaptada)

Fanfic: Provocante(Adaptada) | Tema: AyA Ponny


Capítulo: 37

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A LEATHER   and  Lace  empregava  alguns  seguranças corpulentos  para  observar as  portas  e  ficar atrás  da multidão durante as apresentações. A presença deles servia   principalmente   para   inspirar   intimidação   e manter  o  público  sob  seu  melhor  comportamento.  E eles faziam bem o trabalho, principalmente o mais alto, Bernie, cuja estrutura musculosa escondia um sujeito com risada gostosa e ótimo senso de humor.

Alfonso, no  entanto, tecnicamente  não  era  um deles. Seu trabalho envolvia mais do que expulsar beberrões desordeiros ou separar brigas. Ele estava ali para se assegurar de que ninguém tocasse nas dançarinas. Especialmente Rosa. E os seguranças eram o reforço dele.

Ele se movimentava normalmente pelo local durante as apresentações, algumas vezes em meio ao público, algumas vezes nos bastidores, outras no andar de baixo. Mantinha um perfil discreto, os olhos sempre examinando a multidão, procurando pelo primeiro sinal

de problema.

Esta noite, ele estava perto da pista de dança, em um canto escuro à esquerda do palco. Não sabia dizer o motivo.  Não  era  como  se  esperasse  que  alguém da primeira fila fosse saltar e tentar agarrar Rosa ou uma das outras. Sim, já havia acontecido. Mas normalmente não até  pelo menos  a  segunda  parte, tarde  da  noite, quando os fregueses já haviam consumido mais do que algumas doses de uísque top de linha. E quando eles se esqueciam do tamanho dos seguranças, ou do quão estúpidos eles iriam se sentir por ter de telefonar para as esposas para serem tirados da cadeia.

Esta noite, Alfonso  estava bem perto do palco porque queria manter sua atenção presa a ela.

Algo havia acontecido mais cedo, algo que ainda o estava enlouquecendo. Ah, ela já o enlouquecia em diversos aspectos, principalmente por causa daquela sexualidade flagrante que escorria dela. Mas isso não tinha  nada  a  ver  com a  atratividade  dela  ou  com a reação de Alfonso a isso.

Era algo mais. Algo que ele não conseguia definir. Desde que ele e Rosa trocaram palavras do lado de fora  do  camarim,  uma  voz  estava  sussurrando  na cabeça dele dizendo que havia algo que ele não estava

enxergando.     Alguma     verdade     que     ele     havia negligenciado.

Ele  reprisara  toda  a  conversa,  pensando  em cada palavra,  perguntando-se  o  que  parecera  tão estranho ali.  Além do  fato  de  ela  ter  agido  como  uma  total espertinha a respeito das dicas de autodefesa que ele a pedira  para  seguir,  eles  não  entraram em confronto. Não fora desagradável de maneira nenhuma, exceto quando  ele  quase  rasgara  a  pálpebra  dela acidentalmente.

Então, por que você está tão tenso?

Boa pergunta. Ele estava tão tenso quanto uma bola de elásticos, o maxilar cerrando, as mãos em punho. O coração não estava mantendo o ritmo de sempre, estava acelerado, como se a adrenalina tivesse tomado o corpo dele.

Quando eles a apresentaram, algo inundou de fato o corpo  dele.  Uma  consciência  exaltada.  Talvez adrenalina também.

Ela não o viu quando iniciou, e dali Alfonso tinha uma visão perfeita de todos os movimentos dela. Ela estava usando o mastro esta noite, aproveitando para mostrar sua força e flexibilidade. Isso sem mencionar o convite a todos os homens na plateia para imaginarem-se como

o objeto no qual ela se contorcia, aquele abarcado por suas pernas incrivelmente longas.

Ele tensionou, então afastou o lampejo de ciúmes. Não era da conta dele o que Rosa fazia… na vida profissional ou pessoal.

Ela  começava  a  remover as  pétalas  agora, e  elas voaram pelo  palco,  uma  delas  até  mesmo  flutuando para tão perto dele que ficou a apenas 30 centímetros de distância de sua posição no canto. Algo o fez dar um passo adiante, pegar a pétala. Se era para devolver a ela, ou guardar como uma lembrança, ele não sabia dizer. Manuseando-a levemente, ele a enfiou no bolso e continuou observando.

Àquela distância ele tinha uma visão muito boa da Rosa Escarlate… a visão de uma cintura moldada feita para as mãos dele. De pernas flexíveis que ele quase podia sentir em torno de seus quadris. De dedos longos que  se  enredariam facilmente  nos  cabelos  dele.  Um pescoço delicado para mordiscar. Seios redondos exuberantes  para  abarcar.  E, quando ela  removeu as pétalas  que  cobriam  aqueles  seios,  a  boca  dele  se encheu d’água ao se imaginar sugando aqueles mamilos sombreados, como seixos.

Cada pedacinho dela era familiar… aos olhos dele, e

o restante de seu corpo. Ele sabia como seria prová-la, tocá-la, ouvir seus gemidos suaves de prazer.

Ouvi-la…

A voz dela. Aquela voz. Aquele corpo.

– Ai, meu Deus – sussurrou ele, certo de que havia perdido a cabeça, mas incapaz de afastar o pensamento. Porque, enquanto observava a artista desaparecer atrás da  cortina  após  a  dança,  ele  enxergava  um  rosto familiar atrás daquela máscara. Um rosto que ele via em seus sonhos todas as noites.

O rosto de Anahi.

– Não pode ser – murmurou ele, cambaleando de volta à sombra. Ele atingiu a parede no canto e deslizou para baixo, de modo que suas mãos pousassem sobre os  joelhos.  Inspirando  algumas  vezes, ele  manteve  a cabeça abaixada, pensando em tudo o que sabia sobre Anahi Portilla. E sobre Rosa Escarlate.

Ela havia tido aulas de dança durante a infância, ele se lembrava desse fato. Havia ido a Nova York para se tornar uma artista. No palco. Ela não havia dito exatamente que era atriz.

Meu  Deus,  será  que  ela  era  stripper  em  alguma boate   luxuosa   de   Manhattan?   E  quando   ela   fora obrigada a retornar a Chicago depois do derrame do

pai, será  que  ela  escolhera  a  mesma  profissão ali… usando  máscara  para  não  haver possibilidade  de  ser reconhecida?

Os corpos de ambas eram tão parecidos… Como ele pudera não ter notado? Bem, ele nunca tinha visto Anahi nua até duas noites atrás, então não poderia saber que as pernas dela eram tão longas e flexíveis como as da dançarina. Que seus quadris eram fartos o suficiente para  deixar  um  sujeito  excitado  só  de  pensar  em colocar  as  mãos  neles.  Que  os  seios  eram grandes, empinados e convidativos.

Ela havia escondido muita  coisa  atrás  do avental. Tanto que  ele  não tinha  registrado que  Anahi  e  Rosa eram da mesma altura, tinham a mesma estrutura. Ou que as cores de cabelo eram semelhantes… O comprimento do de Rosa obviamente originado por algum tipo de aplique ou peruca.

Agora fazia sentido. Mas ainda assim parecia impossível. Absolutamente inacreditável que aquela Anahi bonitinha, a irmã caçula de Maite – a garota que caíra em cima dos biscoitos, pelo amor de Deus – era a mulher que estava enlouquecendo todos os homens de Chicago de luxúria.

Incluindo ele. Principalmente ele.

Naquele instante, ele soube que era verdade. Estava reagindo a Rosa e a Anahi exatamente do mesmo jeito desde  o  instante  em que  vira  cada  uma  delas.  Com desejo puro, indissoluto, com base em absolutamente nada senão instinto e química.

Elas eram a mesma pessoa. O corpo dele soubera daquilo imediatamente. O cérebro finalmente o acompanhara.

De   algum   modo,   ele   conseguiu   permanecer   à margem e finalizar seu trabalho ao longo da noite até a boate fechar, às 2h. Permaneceu no andar de cima, enviando  um  dos  rapazes  para  o  andar  de  baixo algumas vezes para fazer uma varredura diante dos camarins. Ele ainda não confiava em si para descer e confrontá-la.

Caso o fizesse, poderia ser ruidoso. E nenhum dos dois  poderia  estar  pronto  para  retornar  ao  trabalho depois que tivessem a briga explosiva que Alfonso  suspeitava que fossem ter.

Definitivamente iria ser uma explosão, e provavelmente não pelos motivos que Anahi suspeitaria. Sim, o incomodava o fato da irmã de sua cunhada estar trabalhando como stripper. Mas ele não era puritano, nem era de fazer julgamentos. Ele a vira em ação… Ela

não era apenas boa, era ótima.

Já como alguém que foi, e poderia ser outra vez, amante de Anahi, ele não estava feliz. Não podia negar isso.  Mas,  mais  uma  vez,  não  tanto  por  causa  dos outros homens olhando para ela, mas sim porque ela estava trabalhando em um campo muito arriscado. Colocando-se em perigo.

O real motivo por ele estar furioso era porque ela havia mentido para ele. Tinha sido doloroso, deixando- o correr atrás de Anahi de dia enquanto Rosa perseguia ele  à  noite. A mulher  quase  o  enlouquecera…  Pelo quê? Algum jogo perverso? Uma onda de poder?

Ele não sabia. Só sabia que queria respostas. E, quando  a  boate  finalmente  fechou  e  todo  mundo começou a dispersar, ele desceu, determinado a consegui-las.

Alfonso   sabia  que  ela  ainda  não  havia  saído,  pois estava observando o carro dela no estacionamento, que esvaziava conforme todo mundo ia embora. Ela normalmente saía muito mais cedo, pois sua última apresentação se dava por volta da meia-noite. E não levava muito tempo para se arrumar, já que não se dava ao trabalho de tirar a máscara antes de entrar no carro e dirigir para longe. Obviamente em benefício dele.

Mas ela ainda estava lá. Então ele só podia presumir uma coisa: ela estava aguardando no camarim, ou se escondendo na esperança de ele ir embora primeiro. Ou se preparando para a chegada dele.

Porque  ela  certamente  sabia  que  ele  havia descoberto.   Tudo   o   que   ela   precisava   fazer   era procurar por ele na plateia durante a segunda parte do show e enxergar a fumacinha saindo da cabeça dele. E o fogo queimando nos globos oculares.

Indo até a porta fechada, ele se lembrou do que ela havia dito sobre não ter tranca. Ele deu uma batida de advertência, então adentrou sem aguardar por um convite. Não era como se ela tivesse algo a esconder… Ele vira o corpo dela, como Anahi e como Rosa.

– O que você pensa que está fazendo? – perguntou ela, olhando para ele do outro lado do cômodo, onde estava vestindo um casaco. Ela estava vestida casualmente, com uma calça larga aparentemente confortável e uma camiseta. Se não estivesse usando a máscara, ela se pareceria exatamente com uma vizinha qualquer.

Como Anahi.

Deus, que idiota cego ele fora por não ter enxergado antes. Os olhos eram os mesmos, embora os de “Rosa”

fossem sombreados pela máscara. Aqueles lábios não podiam ser negados. A forma da mandíbula, o comprimento do pescoço. Tudo em Rosa Escarlate era Anahi  sob um microscópio da sensualidade. Tudo em Anahi  era Rosa Escarlate com ornamentos de uma moça boazinha.

– O que você quer, Alfonso?

– Você  está  atrasada  – murmurou ele, entrando e fechando a porta atrás de si.

– Hum, sim, acho que sim – respondeu ela.

– Você normalmente não fica até a hora de fechar.

Ela inclinou a cabeça para trás, empinou o queixo, exibindo uma valentia direta. Iria tentar blefar, afinal não tinha certeza se havia sido flagrada.

– Uma das outras dançarinas ficou doente e teve que ir embora. Eu não tinha certeza se Harry iria precisar de mim para cobri-la.

Ele  não tinha  precisado.  Alfonso  sabia  disso.  Se  ele tivesse de assistir à “Rosa” em uma terceira performance no palco, teria perdido as estribeiras. Ele não sabia como tinha sido capaz de se segurar para não subir lá e confrontá-la bem em frente ao público.

Ela ficou em silêncio, apenas o observando. Aguardando. Alfonso  não disse nada, optando por não se

entregar ainda. Ele queria ver o que ela faria. O quão longe Anahi  iria para manter seu segredo.

Deus, o fato de ela não confiar nele o matava. Ele não tinha ilusões sobre o motivo de ela usar máscara, para começar. Os pais dela ficariam chateados se descobrissem. Ele conseguia até perceber por que ela havia  ficado  calada  nas  primeiras  vezes  em que  ele trabalhara  lá, antes  de  ela  saber que  poderia  confiar nele.

Mas agora ele era o amante dela. Ela havia confiado seu corpo a ele. E deveria ter lhe confiado seu segredo.

– Bem – disse ela –, acho que é hora de ir embora.

–  Já?  –  murmurou  ele,  se  recostando  na  porta fechada, bloqueando a fuga dela. Ele cruzou os braços e a encarou. – Mas esta é a primeira vez que ficamos a sós em um bom tempo.

Ela  lambeu  os  lábios  nervosamente.  Alfonso   quase sentiu a língua úmida na própria boca e precisou se obrigar a manter a tranquilidade.

– Está tarde.

– Eu sei. Também está quase deserto. Você e eu provavelmente somos os últimos aqui – disse ele. Observando-a atentamente, ele viu o jeito como ela engoliu  em seco  quando  a  verdade  lhe  abateu.  Eles

estavam  praticamente  a  sós  naquele  prédio  enorme. Ninguém iria ouvir se ela resolvesse gritar por ajuda.

Como se Alfonso  um dia fosse machucá-la. Era mais fácil ele cortar o próprio braço. Aquilo não significava, no entanto, que ele não tinha a intenção de atormentá-la o máximo que conseguisse.

Ela estava tensa, tremendo, o corpo inteiro fazendo movimentos  minúsculos.  E  ele  sabia  o  motivo.  Ele podia simplesmente tirá-la de sua angústia e confrontá- la sobre a mentira, mas algo o fez tensioná-la um pouco mais.  Talvez o jeito como ela o estava tensionando. Talvez fosse apenas porque ele gostasse de ver a vibração intensa da pulsação dela no pescoço. E ouvir a respiração alta e entrecortada que ela não conseguia conter.

Ele gostava de vê-la em desvantagem pela primeira vez. E também sabia como deixá-la assim mais de uma vez.

– Então, Rosa – disse ele, finalmente se aprumando e chegando mais perto –, que tal termos nossa primeira conversa de fato?

Ela deslizou para trás, tentando aumentar o espaço entre eles outra vez, mas não pôde ir longe antes de bater no biombo. Alfonso  pressionou, chegando ainda mais

perto, implacável em seu silêncio, a abordagem de um perseguidor.

– Tenho pensado muito nisso.

– Tem? – sussurrou ela. – Eu não, de jeito nenhum. Que mentirosa.

– Mesmo? Porque acho que, pelo jeito como você me  olha,  você  tem  pensado  muito  no  assunto.  – Erguendo um braço, ele o colocou no topo do biombo, bloqueando-a com seu corpo. Eles estavam próximos o suficiente para ele sentir o roçar da calça dela.

– Preciso ir.

– Preciso que você fique.  – Trilhando o contorno delicado do pescoço dela com a ponta de um dedo, ele acrescentou:  –  Mudei  de  ideia  a  respeito  de  seu convite.

Ela ficou boquiaberta.

– Você não quer dizer…

Ele fechou a boca de Anahi, deslizando o polegar pelo lábio  inferior.  Aquele  lábio  farto  suculento  que  ele havia provado na outra noite e que queria mordiscar agora.

– Você é muito atraente, Rosa.

– Mas…

– Não consigo tirar meus olhos de você.

Embora ela tivesse suspirado ao toque dele, o corpo também enrijeceu. Ela cerrou os punhos. Obviamente não sabia se deveria derreter ou explodir. Era tudo o que ela podia fazer para não rir.

– Você estava tão totalmente contra isso – disse ela, num sussurro quente. – Por que agora?

–  Homens  podem mudar de  ideia  também.  Eu  só tenho pensado em você durante semanas.

Ela  levou  os  punhos  aos  quadris. A sensualidade desapareceu. Ela pareceu indignada, beirando a raiva.

– Ah, é mesmo?

–  Definitivamente.  –  Ele  pôs  uma  das  mãos  no ombro dela, sentindo a flexão dos músculos. Então massageou suavemente, afastando a tensão furiosa, sabendo que seu ato só iria trazê-la toda de volta outra vez. – Quero tocar você, em todos os lugares.

Ela estremeceu sob a mão dele.

– Quero provar você. – Sabendo como fazê-la enlouquecer, tanto de luxúria quando de fúria, ele se inclinou para mais perto. Levando a boca à lateral do pescoço   dela,   ele   lhe   deu   um   beijo   de   lábios entreabertos na nuca, lambendo levemente a pele, provando a quantidade ínfima de sal devido à dança enérgica. – Ah, Rosa, você sabe o que quero fazer com

você?

Ela apenas gemeu, sem dizer nada.

– Eu gostaria de esfregar algo delicioso e melado em cima de você, então lamber de todas as fendas doces do seu corpo.

Pronto. Anahi/Rose afastou seu desejo parcial, seu olhar parcialmente preocupado, e reagiu com fúria devastadora.  Ela  ergueu  um  dos  punhos  e  foi  em direção ao rosto dele. Se Alfonso  não estivesse preparado, poderia ser acertado bem no queixo. Por ser quem era, ele desviou do golpe agarrando a mão dela no ar.

Ele não soltou, segurando-a apertado enquanto ela lutava para se soltar.

– Que droga, Alfonso Herrera  – cuspiu ela, se esquecendo completamente de seu sussurro sensual.

– Qual é o problema, querida? – rebateu ele. – Tem medo de receber um pouco de sexo oral? – Deslizando um braço  pelos  ombros  dela,  ainda  lhe  agarrando  o punho, ele acrescentou: – Ou só gosta de oferecer em vez de receber?

–   Coloque qualquer  coisa  na  minha  boca  e  eu arranco com os dentes.

–  Ohhh,  durona.  Eu  gosto  disso.  –  Trilhando  a abertura   no   tecido   aveludado   com   o   dedo,   ele

acrescentou: – Eu não conseguiria encaixar nada na sua boca com esta coisa no seu rosto. Principalmente meu pênis, como você sabe muito bem. – Ele pressionou o corpo com força de encontro a ela, empurrando-a na parede, prensando-a. Porque, ao mesmo tempo em que as   atitudes   dela   e   suas   enganações   contínuas   o deixavam louco de raiva, sua proximidade o deixava louco de desejo.

Ele estava superexcitado por causa dela, irado de desejo.

Ela  choramingou  e  parou  de  se  contorcer por um segundo, os quadris dando pinotes contra os dele em resposta… Uma vez, então de novo. Ela levantou uma das pernas ligeiramente, inclinando a pélvis para que a protuberância dele a atingisse bem no ponto onde ela mais precisava.

– Ai, Deus  – murmurou ela.  – Entendi, você tem muito a oferecer.

Ela disse aquilo em tom sussurrado, acalmando-se, e

Alfonso  quase gemeu diante da determinação dela.

Ela ainda  não  havia  se  permitido  acreditar  que aquilo já havia ido longe demais, que era o fim de seu disfarce. Anahi havia perdido a cabeça diante da ideia de   que   ele   faria   com   outra   mulher   as   mesmas

brincadeiras  pecaminosas  e  sensuais  que  havia  feito com ela  na  outra  noite  na  van.  E reagira  com fúria, mesmo que momentaneamente, sincera.

Agora,  ao  perceber  isso,  ela  estava  quase desesperada  para  se  convencer de  que  era  capaz de recuperar  a  situação.  Estava  esperando  que  ele não estivesse falando com Anahi, que sabia em primeira mão o que ele tinha a oferecer, já que o havia recebido em seu  corpo  na  outra  noite.  E  que,  em vez disso,  ele estivesse falando com Rosa, que naquele exato instante estava sentindo o tamanho do membro dele pressionado contra ela.

Abaixando-se  para  o  lado,  ele  agarrou  a  perna dobrada dela, segurando a coxa para puxá-la a fim de encaixá-la melhor. Ela gemeu quando os corpos se uniram mais intimamente. Ele conseguia sentir o calor dela, a umidade através da calça fina dela e da própria roupa. Ela estava úmida e excitada, corada e pronta.

E, ainda assim, era teimosa demais para tirar a máscara e recebê-lo em condições francas, diretas.

–  Então  você  está  pronta  para  fazer esse  tipo  de jogo? – murmurou ele quando roçou nela, inalando seus pequenos gemidos de prazer.

–  Não  gosto  de  ser  maltratada  –  murmurou  ela,

através de respirações roucas. A pulsação frenética no pescoço dela e o tom desesperado na voz acusaram a mentira da declaração. Ela gostava. E muito.

Ele mordiscou o lábio inferior dela levemente.

– Sim, você gosta.

Ela começou a balançar a cabeça, mas ele a beijou, investindo a língua contra a dela, amando a sensação sedosa da boca quase tanto quanto odiava o roçar da máscara contra seu rosto. Aquela máscara fora o que finalmente  o  chamara  à  razão.  Ele  não  queria  uma mulher mascarada, ele queria uma mulher de verdade. Uma que confiasse nele e ostentasse honestidade. E coragem.

Ele já estava farto. Estava farto de mentiras, farto da enganação. Até mesmo farto de atormentá-la.

Então baixou a perna dela.

– Acho que terminamos.

Ela cedeu contra a parede. Mesmo com a máscara, Alfonso  conseguia ver o jeito como os olhos dela se arregalaram em choque. E mágoa.

– O quê?

Não  era  fácil  recuar, manter  as  mãos  longe  dela. Ignorar  o  calor  na  salinha  e  o  cheiro  dominante  de desejo sexual preenchendo a cabeça dele. Mas ele o

fez.

– Mudei de ideia.

Dando  as  costas  para  ela,  ele  deu  um passo  em direção à porta. Então a ouviu sussurrar:

– Seu filho da mãe, você sabe.

Ele pôs a mão na maçaneta. Olhando por cima do ombro para encontrar o olhar dela, ele falou baixinho:

– Sim, Anahi, eu sei. E saiu.

 

PELA PRIMEIRA vez em quase três meses trabalhando na Leather and Lace, Anahi alegou estar doente em um domingo à noite. Ela disse a si que era uma covarde umas  dez vezes  seguidas.  Mas  aquilo  não  mudou  o jeito como se sentia.

Ela  não  conseguia  encará-lo.  Não  depois  do  que havia acontecido no camarim no sábado.

A  raiva  dele  era  inegável.  A  vingança, compreensível.

Mas  a mágoa dele, aquele vislumbre de tristeza no rosto dele quando ele a olhou por cima do ombro antes de sair pela porta… fora um soco no estômago, de fato.

Ele a estava perseguindo incansavelmente durante a semana  e  finalmente  a  fisgara  naquela  noite  na  van.

Não tinha sido nada além de honesto com relação ao que estava passando: com a família, na vida, com relação à atração por ela.

E ela estava mentindo para ele desde o primeiro instante.  Mentindo  sobre  seu  emprego  secreto, mentindo  sobre  seus  sentimentos  por  ele.  Mentindo sobre o que realmente desejava.

Diabos,  ela  até  mesmo  estivera  mentindo  para si mesma sobre os dois últimos itens. Estava negando os sentimentos por ele, embora eles existissem desde que ela conseguia se lembrar. E ela fingira que não estava morrendo fisicamente por ele quando tal ideia a consumia a todo instante.

Até mesmo os pais dela notaram seu humor quando ela foi visitá-los no domingo. Ela se esforçou tanto para colocar um sorriso no rosto, principalmente perto do pai, que agora estava começando a se parecer com seu velho “eu”. Mas a mãe notou imediatamente que havia algo errado e a questionou a respeito.

Ela disfarçou… jurando que estava tudo bem.

Mais uma mentira para incluir na lista. Ela estava se tornando um tanto adepta da coisa. E, honestamente, se odiava por isso.

–  Você  merece  se  sentir  assim  –  disse  ela  a  si

mesma assim que se sentou na confeitaria fechada, algumas noites depois. Era sua hora de paz outra vez, quando os funcionários do café há haviam ido embora, porém a equipe da noite da cozinha e os ajudantes da entrega ainda não haviam chegado. Ela estava bebericando   um   enorme   e   engordativo cappuccino coberto não apenas com chantili, mas com um espiral de caramelo. Sentindo-se um lixo absoluto.

– Any? – chamou uma voz. Feminina.

Virando-se  no  banquinho, ela  viu  a  prima  Camila  adentrar pela entrada de funcionários nos fundos.

– Ei – murmurou Anahi.

– Andei ligando para cá.

– Normalmente não atendo o telefone depois do expediente.

Camila  franziu a testa.

– Estou falando do seu celular.

– Eu desliguei. – Anahi soprou a bebida fumegante. – Tem mais se você quiser beber um também.

Camila olhou longamente para a caneca e para o creme fresco e pôs mãos à obra. Permaneceu calada enquanto  preparava  o cappuccino,  mas  Anahi   viu  as olhadelas preocupadas da prima em sua direção.

Quando  Camila   terminou,  polvilhando  sua  bebida

quente  com canela, ela  sentou  em um banquinho  do lado oposto do balcão.

– Você está um desastre. Não está dormindo.

– Obrigada. E você está certa. Não estou dormindo. Camila  suspirou.

– Nem eu.

Finalmente, olhando com seriedade para a prima, ela viu os círculos escuros sob os lindos olhos e o abatimento na boca normalmente sorridente. Era uma combinação incomum. Camila  não era do tipo animada, constantemente  palhaça,  mas  era  sempre silenciosamente alegre. E o rosto dela refletia aquilo.

Não hoje, no entanto.

– O que houve?

– Eu odeio os homens.

– Estou ouvindo – murmurou Anahi, embora não apoiasse honestamente. Ela não odiava Alfonso, de jeito nenhum. Só odiava aquele olhar de decepção dele. Odiava o jeito como o havia feito se sentir.

Inferior. Frágil.

Sim, ela havia tido um motivo para manter sua identidade escondida da maior parte do mundo. Mas, uma  vez  que  havia  deixado  Alfonso   deitá-la  no  piso daquela van e fazer coisas com ela que levariam uma

boa  garota  católica  desmaiar  de  choque,  todas  as máscaras deveriam ter sido removidas.

– Eu não entendo os homens.

Sentindo que a prima estava falando de um sujeito em particular, Anahi  deixou de lado a própria angústia emocional.

– O que está acontecendo?

–  É  aquele  cara  do  trabalho  que  mencionei  há algumas semanas. Dean.

– O novo vendedor? Camila  assentiu.

– Eu finalmente saí com ele para tomar um café um dia,   meio   que   pensando   que   era   nosso   primeiro encontro. Mas obviamente eu entendi completamente errado. Ele deixou claro que só estava interessado em conhecer uma colega de trabalho.  E não me chamou para sair de novo.

Anahi  franziu a testa, sem gostar do olhar de tristeza no rosto de Camila 

– Você deixou claro que está interessada?

– Eu saí com ele, não saí?

–   Sim,   mas   você   deixou claro   que   o   estava enxergando como mais  do que apenas  um colega de trabalho?

– Como eu deveria fazer isso?

– Não sei… flertando, sorrindo, encostando nele casualmente. Todas as armas típicas do arsenal romântico feminino.

– Eu… não acho que tenha feito isso. Nós conversamos principalmente sobre trabalho… pelo menos quando eu não estava reclamando do meu senhorio.

– Então ele pode nem mesmo saber que você está interessada   nele daquele  jeito.  O  que  significa  que você precisa fazer com que ele saiba, para ver se ele pularia em cima de você ou recuaria em sinal de autopreservação.

Camila  piscou.

– Autopreservação?

– Alguns homens não tomam a iniciativa com uma mulher a menos que tenham certeza de que ela esteja interessada. Isso exige muita autoconfiança.

Autoconfiança como a de Alfonso. Tinha sido preciso uma grande quantidade dela para ele continuar a ir atrás de Anahi  enquanto ela continuava a dispensá-lo.

–  É  isso  que você  faria?  Tornaria  a  coisa  mais óbvia?

– Sim, eu faria isso.

A prima murmurou alguma coisa, então pigarreou.

– Você sabe, eu consideraria que você está certa. Mas tem algo em Dean que me faz achar que ele não é tão bonzinho e tímido quanto parece.

Anahi  enrijeceu instantaneamente.

– Ele fez alguma coisa com você?

– Fez? Ai, Deus, não. Ele não olhou para mim desde o dia em que saímos juntos. Mas houve uma ou duas vezes que o flagrei olhando para mim… com esse, ai, Deus,  soa  tão  estúpido,  mas  sinto  que  ele  me  olha quase avidamente quando pensa que não estou vendo.

– Avidez é bom. Se vem de alguém que você quer que a deseje. – Não simplesmente uma sala repleta de homens excitados por uma dançarina nua. Às vezes, a plateia a irritava ao extremo. Algumas vezes, parecia que dançar nua sozinha seria melhor do que dançar nua em frente a uma multidão. É claro, ela seria paga para isso. Uma desvantagem, definitivamente.

– Não se ele esconde constantemente. E tem mais, algumas vezes ele simplesmente se mostra tão mais áspero, mais durão, do que a figura do vendedor legal, calado e de fala mansa. É quase como se ele estivesse se  esforçando  muito  para  se  comportar  da  melhor forma.

Anahi  não gostava do jeito como aquilo soava. Caras que se esforçavam tanto para se comportar da melhor forma    costumavam   ser    muito maus   durante   seu comportamento nem-tão-melhor-assim. Ela expressou isso para Camila  que dispensou suas preocupações.

Embora tivessem conversado um pouco mais, Anahi  não conseguiu manter a mente focada em nada. A prima notou  sua   distração  e   tentou  fazê-la   conversar  a respeito, mas ela não estava pronta para fazê-lo.

Não que não confiasse em Camila  para guardar seu segredo. Ou temesse que a prima fosse ficar chocada. Mas a verdade era: não parecia certo escolher Camila  para conversar a respeito daquilo. Não quando Alfonso  fora o primeiro a notar o que estava estava fazendo nas noites dos fins de semana.

Ela desejava conversar com ele. Ela o desejava. Ponto.

Só não sabia se era tarde demais para procurá-lo. A julgar pelo modo como ele irrompera de seu camarim na noite de sábado, ela temia imensamente que fosse tarde.

 

FOI NECESSÁRIO  cada grama de força de vontade que

Alfonso   possuía  para  evitar ir à  confeitaria  dos  Portilla 

naquela semana. Algo dentro dele insistia para ir até lá e confrontar Anahi  agora que ele se sentia pelo menos moderadamente calmo. Diferentemente do jeito como se sentira na boate na noite de sábado.

Algo mais exigia que ele mantivesse distância, que a deixasse descobrir o que diabos ela queria dele e lhe desse  a  pista  quando  estivesse  pronta.  Talvez ele  a acolhesse. Talvez não. Aquilo dependia totalmente do que ela queria: ele na vida dela, ele fora da vida dela? Um caso secreto, ou público? Um amante… um amigo?

Havia muitas possibilidades diferentes. Ele, honestamente, não tinha certeza por qual estava esperando mais. A única coisa que sabia querer era que Anahi   abrisse  o  jogo  a  respeito  de  tudo.  Aí  eles poderiam pensar no restante.

Ele presumia que isso fosse levar algum tempo. Considerando   que   ela   havia   faltado   ao   trabalho alegando estar doente no domingo à noite, ele tinha a sensação de que ela iria evitar o confronto pelo máximo de tempo possível. Mas, a menos que ela desistisse de trabalhar na boate, não iria ser capaz de evitá-lo para sempre.

Desistir de trabalhar na boate. Ele não podia negar que  sua  primeira  reação  tinha  sido  querer  que  ela

desistisse.

Ele  não  queria  outros  homens  olhando  para  Anahi. Não queria outros homens fantasiando com ela. E, principalmente, não queria ninguém ficando obcecado por ela… obcecado o suficiente para persegui-la, ameaçá-la ou machucá-la.

Uma vez que havia se acalmado, Alfonso  percebeu que compreendia perfeitamente por que ela havia ido trabalhar na Leather and Lace. Provavelmente pelos mesmos motivos que ele havia ido trabalhar lá.

Cada   pedacinho   dela   estava   deslocado   naquele velho-novo-ambiente,  assim como  ele.  Encaixando-se tanto quanto ele.

Encaixando-se… Diabos, a atividade que ele estava exercendo agora era uma prova de que ele não se encaixava.   Era   quinta-feira   à   noite   e   ele   estava segurando uma sacola de papel. Caminhando para seu prédio,   os   olhos   examinando   todos   os   lados   na esperança de não trombar com seus pais ou com outro parente mais velho que iria delatá-lo.

Comida chinesa para viagem provavelmente era motivo para a mãe dele chamar um exorcista. Principalmente depois que ele recusara mais uma quentinha cheia de calzones e lasanha do Papà naquela

noite. Se ele comesse mais um pedacinho de massa, iria explodir como o marshmallow gigante no filme Caça- Fantasmas.

– Complicado – murmurou ele, a boca se enchendo d’água  por  causa  do  cheiro  do  frango Kung  Pao  no pacote.  Isso sem mencionar os  rolinhos  primavera, o arroz frito… Ele havia comprado o suficiente para alimentar um exército.

Alfonso  conhecia um pouco sobre missões clandestinas. O suficiente para saber que, quando você estava em uma, devia realizar o máximo possível logo de cara, na esperança  de  retardar  um  possível  retorno.  E  uma sacola enorme de comida significava mais sobras. O suficiente para durar uma semana ou mais, o que significava não precisar mais fazer excursões secretas perigosas ao restaurante do senhor Wu durante algum tempo.

A menos, é claro, que ele tivesse alguma companhia inesperada para o jantar. Companhia feminina. Como a mulher que estava bem na porta do apartamento dele, a mão posicionada para bater à porta.

– Anahi? – murmurou ele assim que saiu do elevador, perguntando-se não apenas como ela havia entrado no prédio, mas também como ela havia descoberto onde

ele morava.

Ela  girou,  os  olhos  arregalados  e  brilhantes.  Não havia batido ainda, o que significava que ela não havia exatamente se preparado para dar de cara com ele. Ele a havia pegado de guarda baixa.

Alfonso    tentou   não   se   perguntar   o   que   aquilo significava, tentou permanecer casual. Tentou não notar o quão curvilíneo e convidativo o corpo dela ficava naquela camiseta e minissaia sensual.

Seria como não notar um terremoto sacudindo sua casa. Ela simplesmente era linda demais para ser ignorada.

Como eles continuaram a se encarar, ele finalmente murmurou:

– Oi.

– Oi.

Ficaram   calados   por   um   momento.   Longo   o suficiente para ele notar os borrões sombreados sob os lindos olhos castanhos e a palidez nas bochechas dela. Ela  estava  praticamente  criando  um buraco  no  lábio inferior enquanto tentava pensar no que dizer.

Ele não conseguiu evitar sentir pena dela… Pelo menos sentir pena daquele lábio lindo antes de ela fazer um buraco de tanto mordê-lo. Trocando o pacote de

lado, ele foi até a porta e levou as chaves à fechadura.

– Está com fome?

Ela olhou para o pacote.

– Não é pizza?

– Não. Comprei ovos foo young, lo mein e alguns pratos diferentes de frango. Você escolhe.

– Ai, Deus, dê-me comida – exclamou ela, seguindo- o apartamento adentro com um sorriso no rosto.

Uma vez lá dentro, ela jogou a bolsa sobre o sofá, um móvel grande que dominava a pequena sala de estar do apartamento minúsculo. Ele não se importava… Comparado a  dividir uma  tenda  com mais  20 caras, aquilo  era  puro  luxo.  Escolhera  o  lugar  porque  era limpo e em andar alto, com uma bela vista da universidade a algumas quadras dali. E ele mal tinha começado a mobiliar o local, imaginando que iria adquirir as coisas mais importantes primeiro.

Um sofá de couro grande, confortável e reclinável. Uma  televisão  imensa  para  assistir  ao  futebol.  Ele podia  viver só  com aquilo  por um tempo…  Mais  a cama enorme e confortável que dominava o quarto.

Uma corrente de calor o atingiu ao pensar naquela cama. Ele havia imaginado Anahi  ali tantas vezes. Havia sonhado em tê-la ali tantas vezes.

Agora, ali estava ela. Tão perto que ele conseguia sentir seu perfume e ouvir sua respiração. Como uma fantasia transformada em realidade.

– Minimalista, hein? – perguntou ela, quando olhou diretamente para o sofá e a TV de tela grande.

– Estou ajeitando.

Ele não conseguia acreditar no quanto soavam casuais. Como dois velhos amigos se reunindo para jantar. Considerando que nas duas últimas vezes que estiveram a sós eles estavam ou brigando ou praticamente  rasgando  as  roupas  um  do  outro,  ele pensou que fosse uma pegadinha muito boa.

– Eu, bem, queria…

– Depois – murmurou ele, sem querer iniciar a discussão deles. – Estou com fome. Vamos comer primeiro.

O alívio tomou o lindo rosto dela quando Anahi  o seguiu até a cozinha. Quando colocou algo sobre o balcão, ele percebeu que ela não havia vindo de mãos vazias.

– Oferta de paz. – Apontou para uma embalagem com seis garrafas de cerveja.

– Estamos em guerra? – perguntou ele, repetindo a pergunta que ela uma vez fizera a ele.

– Temos brigado bastante.

Sim, de  fato.  E ele, por exemplo, estava  cansado disso.

Pegando algumas tigelas, pratos e talheres, Alfonso  espalhou todas as caixas de comida sobre a pequena mesa  da  cozinha,  e  ambos  se  serviram,  misturando tudo.

– Onde vamos…

– Se importa se for no chão? – perguntou ele.

Dando   de   ombros,   ela   o   seguiu   até   a   sala, observando enquanto ele sentava diante do sofá, esticando  as  pernas,  com o  prato  no  colo.  Não  era tarefa tão simples para ela, já que estava de saia.

Alfonso  se obrigou a se concentrar na comida, e não nas pernas  longas  e  sensuais  tão perto dele  das  dele  no chão. Pegando o controle remoto da TV, ele apertou o botão de ligar, então colocou em um canal que tocava música de relaxamento. Era um som ambiente, preenchendo o silêncio que ficava cada vez mais denso enquanto  eles  comiam…  conforme  eles  se aproximavam  mais  da  conversa  que  ambos  sabiam estar prestes a ter.

Quando terminaram, ele levou os pratos à cozinha. Ela o seguiu, guardando o restante da comida. Alguns

instantes depois, não havia nada para se fazer: nada de jantar, nenhum prato para lavar… nada senão encarar um ao outro.

– Não quero fazer isso – disse ele, surpreendendo a ambos.

– Fazer o quê?

–  Brigar  com  você.  Discutir.  Seja  lá  como  você queira chamar.

Ela balançou a cabeça.

–  Também  não  quero.  Mas  preciso  lhe  contar…

preciso colocar isso para fora.

Cruzando os braços, ele se recostou no balcão da cozinha e esperou.

– Tudo bem.

Ela fechou os olhos, então falou de maneira apressada:

– Desculpe por ter sido desonesta com você sobre eu ser a Rosa Escarlate. No início eu não confiava em você… eu não confiava em ninguém. Tenho certeza de que você sabe que meus pais não ficariam felizes com o que estou fazendo, e não quero fazer nada para piorar a saúde do meu pai.

– Eu compreendo isso. – Ele compreendia mesmo. Fazia  total  sentido  para  ela  seguir  incógnita  em seu

emprego ousado. – Mas, uma vez que você e eu…

– Eu sei. – Ela passou uma das mãos pelos cabelos castanhos, que  estavam soltos  sobre  os  ombros  esta noite, em vez de presos no rabo de cavalo de sempre. – Eu  deveria  ter  lhe  contado  imediatamente.  Em  vez disso, eu entrei em pânico e afastei você.

– Sim.  Devo dizer que  me  senti muito humilhado quando descobri. Eu devia ter reconhecido você.

– Eu sou uma artista. Eu sei interpretar outra pessoa.

– Sobre isso… Quando você começou nessa linha de trabalho?

–  Tirar  a  roupa  não  é  minha  linha  de  trabalho. Dançar é. Eu dançava com as Rockettes até um ano atrás.

– Você era uma daquelas garotas que ficam dando chutes altos?

Ela olhou feio para ele.

– É mais difícil do que parece.

– Certo. É uma vida difícil dançar com quebra-nozes gigantes e o Papai Noel. – Ele levantou as mãos rapidamente.  –  Estou  brincando.  Você  deve  ter sido muito boa para conseguir se juntar a elas.

– Eu era – disse ela, com total confiança. – Mas fiquei entediada e fui para uma companhia de dança

moderna em Manhattan. Então veio a lesão. Então veio o derrame de papai. Agora estou aqui.

O universo dela em uma casca de noz.

– E agora o quê? – indagou ele, sabendo que aquela era a resposta que ele realmente desejava. Para onde ela iria a partir dali? Em qual ponto ela o enxergava se encaixando naquilo tudo?

– Não sei. Neste momento, estou ganhando tempo, tentando descobrir o que quero. – Com o maxilar enrijecendo, ela prosseguiu: – Mas não é a confeitaria, não  é  a  vizinhança.  Não  é  a  vida  de  Maite....  uma reprise da vida da minha mãe. E não é a vida de minha irmã Mia como uma advogada durona com toneladas de atividades e nenhuma felicidade.

– Eu compreendo – murmurou ele.

Fazendo  um  meneio  positivo  com  a  cabeça,  ela falou:

– Tenho certeza de que compreende. Se alguém compreenderia, esta  pessoa  é  você.  – Com a  tensão sumindo  de  seus  ombros,  Anahi  cruzou  a  pequena cozinha, cobrindo a distância entre ambos com alguns poucos  passos.  Colocando  a  mão  no  peito  dele, ela olhou para cima, os olhos reluzentes. – E é por isso que preciso repetir isso: desculpe, Poncho. Por favor, diga que

vai me perdoar.

Ele hesitou, então ofereceu um breve meneio de cabeça.  Parecendo aliviada, ela  começou a  afastar a mão, porém ele a cobriu com a dele, não permitindo que ela se fosse.

– Para onde nós vamos a partir de agora? Ela hesitou, então ele a pressionou:

– Não podemos ser apenas amigos.

– Não podemos ser um casal.

Os olhares se sustentaram, e ambos disseram as mesmas quatro palavras ao mesmo tempo:

– Nós podemos ser amantes.

Alfonso  gargalhou quando Anahi  sorriu. Agarrando a camisa dele, ela passou os dedos até a base do pescoço dele.

–  Para  onde  eu gostaria  de  ir  agora  é  para  seu quarto para ver se está mobiliado melhor do que a sala.

Levando a mão dela à boca, ele lhe deu um beijo cálido na palma.

– Ah, está, meu anjo. Pode apostar que está.

 


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Autor(a): Erika Herrera

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FAZER AMOR  com Alfonso na traseira da van havia sido erótico, espontâneo e incrivelmente quente. Também tinha sido há uma semana, e naquela semana Anahi tinha começado a se perguntar se havia sido mesmo tão maravilhoso quanto ela se lembrava. E assim que Alfonso  a levou até o quarto, virou o rosto dela para a porta ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • franmarmentini♥♥ Postado em 14/06/2015 - 18:46:17

    Foi muito legal essa fic pena q acabou sem eles casarem e terem filhos....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 12/06/2015 - 23:01:26

    Eles tem q ficar logo juntos.....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 12/06/2015 - 18:41:45

    meu deus o que foi esse primeiro hot uallllllllllllllllllll

  • franmarmentini♥♥ Postado em 11/06/2015 - 09:20:58

    nossa...não sabia dessa sua fic* vou começar a ler...

  • danny_portilla Postado em 14/03/2015 - 00:31:07

    holaaaa vou comecar a ler u.u

  • edlacamila Postado em 13/03/2015 - 15:33:22

    KKKKKKKKKKKKK Ainnnnnnnnnnn q pfto ponny juntos *-* , Ain naaaaaaaaaaaaao quero mais nn aceito o fim u.u KKKKKKKKKKK

  • edlacamila Postado em 03/03/2015 - 20:01:04

    Ainnnnnnn ponny tem q se resolver :/ Camila se deu bem Dean policial *_* postaaaaaaaaa <3

  • edlacamila Postado em 19/02/2015 - 23:42:06

    Lay KKKKKKKKKKKKKKKKKKK, Pelo menos ajudou ela a abrir os olhos, Tadinho do Pon Anny já ta obcecada com essa ideia de fugir, Ixiiiiiiiiiiiii a cadeira e agr os chocolates :/ será q é essa delilah? Postaaaaaaaaaaaaaa <3

  • edlacamila Postado em 18/02/2015 - 22:48:47

    JESOOOOOOOOOOOOOOOS Q Hooooooooooooooooooooooot :3 , Eita Camila ARRASOU Dean BABANDO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK , Anny cochina fazendo coisas q nn deve embaixo da mesa :3 , Essa da cadeira ARMAÇÃO , Ainnnnn Poncho é mto fofoooo, Aveeeee coitada da camila :/ td isso pro Dean e o cara agarra ela e o dean ainda por cima diz isso ¬¬ Postaaaaaaaaaaaa <3

  • layaneponny Postado em 18/02/2015 - 20:17:57

    <333333333333333333333333


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