Fanfics Brasil - 45 Provocante(Adaptada)

Fanfic: Provocante(Adaptada) | Tema: AyA Ponny


Capítulo: 45

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QUANDO  Alfonso   conseguiu enfrentar mais uma noite na Leather and Lace sem assisti-la dançar, Anahi  ficou um pouco nervosa. Ela não queria perguntar para ele a respeito  das  noites  seguintes, afinal  eles  estavam se divertindo tanto fazendo coisas loucamente sensuais um com outro. Mas não conseguia evitar se perguntar sobre o assunto.

Na noite de domingo, Alfonso  estivera ocupado demais para observá-la dançando. Ou assim ele alegara. Ele convenientemente precisava apagar mais um incêndio na boate toda vez que ela estava agendada para dançar.

Suspeito. Ela não queria estar desconfiada, mas estava.

Ele havia dito que podia lidar com isso… mas não estava agindo como se ao menos quisesse tentar.

Não era que ela não compreendia. Na verdade, colocando-se  no  lugar  dele, diria  que  provavelmente teria um grande problema com outras mulheres olhando cobiçosamente   para   o   homem dela,  pensando   em

maneiras   de   ter   aquele   corpo   incrível   e   rosto maravilhoso.

O homem dela. Dela? Ai, Deus, será que de alguma forma ele havia se tornado o homem dela?

Sentada em seu apartamento, Anahi percebeu que sim, que  em  algum  momento  nas  semanas  mais  recentes Alfonso  havia se tornado o homem dela.

Talvez tivesse sido quando ele fizera amor com ela na traseira da van. Ou quando ele cuidara dela depois da  queda  no  camarim.  Talvez  fosse  por  causa  do sorriso sensual dele e do jeito íntimo como ele a observava quando achava que ninguém estava olhando.

Talvez fosse até mesmo por causa do jeito como ela se sentia todas as vezes que acordava nos braços dele.

Aqueles momentos antes do amanhecer. Sim. Provavelmente aqueles momentos tinham feito isso.

Porque,  toda  vez  que  acontecia,  fosse  no apartamento dele ou no dela, Anahi  sentia necessidade de ficar ali o observando dormir. Analisando a linha rija   do   maxilar   dele   e   a   curva   da   bochecha. Perguntando-se como um homem poderia ter uma boca tão sensual e ainda assim ser tão durão. Perceber as pequenas cicatrizes no corpo dele, e a tatuagem, e lamentar  pelas  coisas  que  ele  deveria  ter  passado

quando era soldado.

Sim. Naquele momento, o coração dela se abriu. E ela   o   deixou   entrar  da   mesma   forma   que   havia adentrado em seu corpo.

Havia momentos com os quais ela se permitia não se importar. Ao menos cogitar se poderiam fazer aquela relação     louca     funcionar. Talvez    um    casamento mascarado… a Rosa Escarlate e o sensual vigilante noturno.

Aquilo era tão careta.

Mas não era mais louco do que ideia de uma união oficial entre Anahi Portilla  e Alfonso Herrera  da rua Taylor.

–   Será   que   isso   seria   realmente   tão   ruim?   – sussurrou ela. Anahi estava dizendo a si que seria, mas em momentos como aquele tinha grande dificuldade de se lembrar por quê. – Preciso de açúcar – murmurou ela quando seguia para a cozinha, morrendo de vontade de comer um doce. Ela era boazinha na confeitaria e tentava  resistir  à  tentação,  então  nunca  levava  nada para casa. Em momentos como aquele, no entanto, Anahi  se arrependia dessa disciplina.

Alfonso  havia telefonado há pouco, dizendo que estaria saindo da pizzaria dentro de uma hora e que iria dar uma passada lá. Ela olhou para o relógio, perguntando-

se se tinha tempo para correr até o mercado da esquina. Estava tão desesperada que encararia até um pacote de bolinhos industrializados a essa altura.

Antes que pudesse pegar seus sapatos e sair para comprar algo para se empanturrar, o celular tocou. Olhando para o identificador de chamadas e reconhecendo o número da cidade de Nova York, ela começou  a  sorrir  imediatamente,  encontrando  agora outra rota de fuga infalível, pelo menos mentalmente, de seus problemas.

– Lay – exclamou ela, quando atendeu.

– Amiga! – Foi a resposta. – Faz uma eternidade que não nos falamos. Onde você esteve?

Jogando-se no sofá, Anahi colocou os pés para cima e se recostou, tão feliz por ouvir uma voz de sua vida pregressa que se perguntou se o destino havia enviado a  ligação  de  Layane  como  algum tipo  de  presente mental. Layane era uma boa amiga da época das Rockettes.  A  morena  impressionante  de  pernas longilíneas tinha sido colega de quarto de Anahi durante a turnê e as duas se deram bem desde o primeiro dia de estadia  no  hotel,  quando  optaram  por  pedir  batatas fritas ao serviço de quarto às 2h, apesar da ordem das supervisoras para que fossem dormir às 23h.

– Ainda estou em Chicago.

– Ainda  mexendo  com a  confeitaria?  –  perguntou Layane, soando   completamente   chocada.   –   Não acredito que você durou tanto tempo assim aí.

– Junte-se ao clube. Algumas vezes me esqueço de que  não  passei os  últimos  sete  anos  com os  braços enfiados até o cotovelo em massa de biscoito.

– Como está seu pai?

– Melhorando a cada dia, e já perturbando a minha mãe para que ela o deixe voltar a trabalhar.

– Isso é ótimo. E, assim que ele voltar, você pode largar tudo.

Sim, ela podia. Por que aquela ideia lhe dera uma injeção de tristeza Anahi não sabia. Não era como se ela gostasse de trabalhar na confeitaria. Mesmo que tivesse feito amizade com toda a equipe, desenvolvido intimidade com os clientes dos restaurantes e com os fregueses regulares que passavam todo dia para tomar café da manhã.

Bem,  talvez ela  gostasse.  Um pouco.  Mas certamente não o suficiente para querer ficar ali permanentemente.

Layane riu baixinho.

–  E  aí  você  pode  voltar  para  casa.  Ainda  está

pensando em virar coreógrafa ou professora de dança?

Sim, mas não tanto nos últimos tempos, no entanto. Mas ela não disse isso a Layane.

Felizmente, a amiga mudou de assunto:

– Você precisa voltar logo para casa. Está perdendo tanta coisa… – Iniciando uma explicação de todas as coisas que estavam acontecendo, com as Rockettes e com a  vida  pessoal  dela, Layane   logo  fez Anahi  rir tanto que ela precisou limpar as lágrimas. A amiga era indômita   e   a   mulher   mais   corajosa   que   ela   já conhecera.

As histórias eram divertidas, particularmente quando contadas   com  o  toque  de  Layane.   Mas,  mesmo enquanto gargalhava, Anahi não conseguia evitar se perguntar se a amiga estava verdadeiramente feliz. Ela soava um pouco… vazia. Solitária. Entediada.

O que fez Anahi  se lembrar subitamente do jeito como estava se sentindo pouco antes de machucar a perna.

Exatamente do mesmo jeito.

Todas  as  coisas  que  Layane   estava  descrevendo eram  coisas  que  Anahi  estivera  fazendo  alguns  anos antes em Nova York. Ela não sentia falta de nenhuma delas. Honestamente, tudo de que ela sentia falta de fato eram das amigas e do apartamento.  O estilo de

vida ela já havia começado a superar antes mesmo de ser obrigada a abandoná-lo.

Voltar àquela vida não soava muito palatável.

Ela afastou aquele pensamento louco… Não retornar para a vida dela? Insano. Como se ela tivesse algo melhor rolando… aqui?

– Então, quem foi o sujeito que você jogou no chafariz?

– O cara francês. Pierre de Paris. Só que acho que o nome dele provavelmente era Petey de Poughkepsie ou coisa assim. Ele não era mais francês do que a torrada seca de trigo que comi esta manhã.  – Suspirando, a amiga perguntou: – Por que homens são tão ruins?

– Nem todos são – disse ela, antes mesmo de pensar melhor no assunto.

Layane  captou o tom na voz dela e se agarrou a ele.

– Conte. Quem é ele? O que ele faz? Quando você começou a sair com ele?

Não  tendo  ninguém  em  quem  realmente  confiar desde que havia chegado ali… sobre seus sentimentos, seu  relacionamento  com Alfonso, ou  mesmo  um pouquinho  sobre  seu  sensual  emprego  de  fim  de semana, ela  se  flagrou  contando  tudo  para  Layane. Falou por uns bons cinco minutos, sem deixar a amiga

interromper.     Finalmente,     percebendo     isso,     ela sussurrou:

– Você ainda está aí? Layane  murmurou:

– Ai, querida. Isso é sério. Sim. Era. Muito sério.

– Esse Alfonso... Eu me lembro de você falando a respeito dele.

Anahi  temia  isso.  Alfonso  sempre  fora,  para  ela,  o homem dos sonhos que ela nunca tivera.

Agora  ela  o  tinha  para  si.  E  não  sabia  se  iria conseguir ficar com ele. Ou se ele ao menos queria que ela  ficasse, considerando que  mais  uma  vez ele  não tinha sido capaz de assistir a ela dançando na boate.

– Ele pode ser um homem com quem vale a pena sossegar, Anahi. Desistir da dança… Espere. Qual é o nome do lugar que você falou, onde está dançando?

Ela devia saber que isso interessaria mais à amiga do que qualquer romance em potencial.

– Chama-se Leather and Lace.

– Caramba, garota, você está tirando a roupa.

– Sim. Estou tirando a roupa. E estou me divertindo horrores. – Bem, o strip-tease não estava lhe rendendo a  diversão.  Alfonso  estava.  Mas  ela  já  havia  falado  o

suficiente sobre Alfonso.

Layane   exigiu  saber  todos  os  detalhes  da  vida secreta de Anahi, não soando nem um pouco crítica e fazendo um monte de perguntas.

– Isso parece divertido. Sabe, pensei em fazer aula de  strip  na  minha  academia,  mas  há  uma  lista  de espera.

– Você está brincando!

– Não, querida, não estou.  Está super na moda… Tem uma lista de espera de três meses para entrar na turma  e  todo  mundo  que  conheço  está  colocando  o nome lá. Se você voltar, precisa me ensinar a fazer isso e  talvez  eu  me  aposente  e  podemos  inaugurar  uma escola  em algum lugar.  Ensinar  as  donas  de  casa  a mexerem o traseiro.

Anahi riu baixinho diante daquela ideia boba. Então pensou na palavra que Layane  tinha utilizado. Se.

– O que você quer dizer com se eu voltar? Por que eu não voltaria?

Layane   ficou  calada,  como  se  pensando  no  que dizer. Sabendo que a amiga possuía a sabedoria das ruas que Anahi  nunca tivera, ela queria muito ouvir a resposta.   Qualquer   coisa   sobre   a   qual   Layane  refletisse era digna de ser ouvida.

Finalmente, a amiga murmurou:

– Por que você voltaria, quando a vida que você realmente deseja está aí?

– Você acha que eu quero ser uma confeiteira pelo restante da minha vida? – protestou Anahi, chocada pelo fato de a amiga ao menos sugerir isso.

– Não sei se você quer ser uma confeiteira ou uma stripper. Uma entregadora de pizza ou uma bailarina. Tudo que sei é que, o que quer que você termine querendo fazer, estará atrelado àquele homem que você amou por metade da sua vida.

Anahi  ficou  boquiaberta.  Ela  estremeceu  com tanta intensidade que o telefone caiu em seu colo. Atrapalhando-se para pegá-lo, ouviu as palavras de Layane   ecoando   em   sua   cabeça.   Principalmente porque tinham vindo muito depressa, apenas meros minutos, depois que Anahi estava se desdobrando para tentar descobrir exatamente o que sentia por Alfonso.

Ela realmente não devia ter de pensar tanto no assunto.  Sabia  o que  sentia  por Alfonso.  Era  a  mesma coisa que sempre sentira por ele, só que mais profunda agora, adulta. Sensual. Madura.

Eterna.

Layane  estava certa. Ela o amava. Parte dela sabia

que ela deveria se sentir mal por isso, afinal era o que ela  temera… e  o motivo pelo qual ela  derrubara  as barreiras entre eles quando ele correra atrás dela pela primeira vez. Mas Anahi já sabia que não se arrependia de ter cedido. Como poderia se arrepender, quando estava se sentindo tão emocionalmente viva em anos?

– Você ainda está aí? – perguntou a amiga, quando

Anahi finalmente levou o celular à orelha outra vez.

– Ainda estou aqui.

Layane  riu. Então, numa voz muito baixa, acrescentou:

– É melhor eu comparecer ao casamento.

E então tudo o que  Anahi  ouviu em seguida  foi o silêncio.

 

– EI, IRMÃOZINHO, quando você vai vir conversar com o advogado  de  assuntos  comerciais  comigo  e  com  o Papà?

Alfonso  olhou para Tony, que o seguiu porta afora no Herrera`s  na tarde de sexta-feira. Ele estava planejando subir o quarteirão para ir até a Portilla`s. Estava com muita  vontade  de  comer  bombas  de  creme.  Bombas bem fresquinhas que só poderiam ser encontradas na cozinha de Anahi.

Ou em Anahi. Mas esse era outro tipo de sobremesa imoral.

–  Sei  lá,  Tony,  eu  realmente  não  pensei  nesse assunto.

O irmão franziu a testa.

– Não entendo. Pensei que estivesse tudo acertado. Você   sabe   o   quanto   Papà   deseja   se   aposentar totalmente.

– Bobagem.

Rindo, o irmão assentiu em concordância.

– Tudo bem. Sabemos que ele não vai nem mesmo sair da cozinha até alguém arrancar a colher de madeira da sua mão para que ele possa ir ao próprio funeral. Mas eu sei que ele está esperando que você sossegue.

Alfonso  sossegar. Soava tão arcaico. E opressor.

– Se você está preocupado a respeito de se juntar a nós como parceiro comercial em vez de ser apenas um funcionário, certamente estou disposto a permitir que você   compre   uma   parte   da   empresa   com  aquele dinheiro que disse que economizou enquanto estava no serviço militar.

Honestamente, aquela tinha sido uma das grandes preocupações de Alfonso. Ele não queria ninguém o cobrindo; desejava pagar uma parcela justa. E, se ele

estivesse cogitando entrar nos negócios com Tony, com certeza iria insistir naquelas condições. Possuía o dinheiro, tinha o desejo de se envolver em um negócio de sucesso e de ajudá-lo a crescer.

Mas tal negócio não era uma pizzaria. Ele sabia do fundo do coração. Só não tinha descoberto ainda como contar isso à família.

– Não tomei nenhuma decisão.

Tony  o  encarou,  obviamente  tentando  descobrir  o que estava acontecendo na cabeça do irmão. Alfonso  pensava no melhor jeito de expressar que não desejava a  vida  que  a  família  havia  mapeado  para  ele.  Mas, antes que qualquer um dos dois pudesse dizer qualquer coisa, Alfonso  viu Anahi subindo a rua, vindo por trás de Tony. Levando em conta que seu irmão era uma montanha de tão grande, ela provavelmente ainda não tinha visto Alfonso.

A visão do rosto dela trouxe um sorriso bobo ao rosto dele. Mas ele não se importou. Pelo menos não até seu irmão se virar para olhar por cima do ombro para o que quer que o tivesse deixado tão feliz.

– U-hu – disse Tony, quando olhou para Alfonso de novo. – Anahi? É a Anahi? Caramba, Maite vai adorar isso.

– Maite  não vai ficar sabendo disso – murmurou Alfonso. Anahi estava a menos de 20 passos de distância e, se ouvisse sobre o que eles estavam conversando, ela provavelmente iria fugir. E então iria ignorá-lo pela semana  seguinte  até  ele  ser  capaz  de  contornar  as defesas dela outra vez.

Diabo, mas a mulher era espinhosa.

– Por que não? Caramba, a família vem querendo que vocês fiquem juntos desde sempre.

– Esse é o problema. Anahi não é o tipo de mulher que gosta de fazer o que esperam dela.

Talvez fosse um motivo pelo qual eles se dessem tão bem. Porque Alfonso se sentia exatamente do mesmo jeito a respeito da própria família. Ele só não tinha sido capaz de deixar isso claro para eles ainda.

– Tudo bem, não vou fazer nada para estragar isso. Mas não sei por quanto tempo vou conseguir esconder de  Maite.  –  Tony  sorriu, balançando  a  cabeça  para frente  e  para  trás.  –  A  mulher  consegue  arrancar qualquer coisa de mim com aquela sensuali…

– Não quero ouvir isso – interrompeu Alfonso  gentilmente. Ele continuou a observar Anahi, percebendo o instante exato em que ela o viu. Um sorriso breve lampejou  no  rosto  dela.  Mas,  quando  ela  viu  quem

estava com ele, o sorriso desapareceu.

– Oi, Tony. Alfonso – murmurou ela, chegando até eles. Ela soava tão fria e calma. Como se não tivesse estado em uma banheira enorme com bolhas quentes e champanhe gelado com ele 12 horas atrás, amando-o até a água esfriar e o champanhe esquentar.

Deus,  que  noite!  Mais  uma  noite  fantástica  nos braços de Anahi.

Ele não sabia o que faria sem aquelas noites.

– Como vai, cunhadinha? – perguntou Tony, oferecendo-lhe um abraço. – Desculpe por não ter podido almoçar com vocês no domingo. O trabalho… está me matando. – Ele olhou para Alfonso e movimentou as sobrancelhas. – Se ao menos eu tivesse um sócio para poder tirar folga…

Alfonso  deu um jeito de  suprimir um suspiro.  Então voltou a atenção para Anahi

– Eu estava  exatamente  a  caminho da  confeitaria. Estou louco por algo doce.

Ela riu.

–  Ontem à  noite  eu  também estava.  Quase  saí  e comprei  um bolinho  industrializado  para  me  acalmar até você… – Ela calou a boca rapidamente, lembrando- se de que Tony estava ali.

O irmão mais velho de Alfonso  nunca tinha sido o rei da atuação. Na verdade, a esposa o chamava carinhosamente de “cabeça de vento”. Bem, geralmente era de modo carinhoso. Agora, no entanto, Tony conseguiu se safar:

– Bem, foi ótimo ver você, Any, mas preciso voltar ao trabalho. Alfonso, você pode dar uma passada no banco depois que for à confeitaria e pode também trazer algumas das fabulosas bombas de creme da Any para a gente?

Eles estavam com um estoque imenso de bombas de creme  no  restaurante;  porém,  presumiu  ele,  era  o melhor que Tony conseguia fazer tão em cima da hora.

– Claro, Tony. Pode apostar que sim.

Ambos  observaram  Tony  retornar  ao  restaurante, com cumprimentos  alegres  e  bons  votos  a  todos  os clientes pelos quais passavam no caminho de volta à cozinha. Quando ficaram a sós na calçada, Anahi  continuou a  encarar a  porta  de  vidro do restaurante. Finalmente, ela murmurou:

– Ele sabe, não sabe? Alfonso  assentiu.

– Como?

Com um dar de ombros impotente, ele lhe contou a

verdade:

– Ele viu meu olhar quando notei você vindo em minha direção agora há pouco.

Ela   finalmente   desviou   o   olhar   da   porta   e   o direcionou  para  Alfonso.  Encarando-o,  buscou  o significado do que ele havia dito.

Ele não tentou esconder. Estava apaixonado por Anahi e seus olhos afirmavam isso, mesmo se sua boca não o fizesse.

Ele só não sabia se ela queria enxergar a verdade ali.

Ele compreendia por que ela não quereria. Expor a realidade dos sentimentos deles significava que eles teriam de lidar com eles. Significava que ela poderia acusá-lo de quebrar o acordo de “amantes secretos” e dar um gelo nele outra vez.

Também  poderia  significar  que  ela  reconheceria estar   apaixonada   por   ele   também.   E   que   talvez pudessem fazer algo funcionar entre eles. Algo bom. Correto.

Permanente.

– Não consigo lidar com isso, Alfonso – sussurrou ela, parecendo tomada de pânico. – Ele vai contar a Maite.

– Não de propósito.

– E ela vai alardear para todo o universo conhecido, e a vizinhança vai me pintar casada e gorda em menos de  um ano,  e  meus  pais  vão  ficar  procurando  uma casinha perfeita para nós bem perto da deles, colocando o nome de nossos futuros filhos nas listas de espera para estudarem no Coração Sagrado e no St. Raphael.

Ela soava pesarosa, como se a ideia de viver aquela vida   a   arrasasse.   Ele   entendia   o  motivo.   Porque também  não  queria  aquilo.  Nada  daquilo.  Ah,  ele queria Anahi, sem dúvida. Mas e quanto ao estilo de vida  deles?  Bem,  não  seria  parecido  com nada  que alguém na rua Taylor pudesse compreender.

Mas,   antes   que   ele   pudesse   confortá-la,   Anahi  balançou a cabeça e começou a caminhar.

– Não posso conversar sobre isso agora. Não aqui. Ele a acompanhou.

– Esta noite.

– Vou à casa dos meus pais esta noite. Minha irmã Mia está vindo passar o fim de semana na cidade e eu tive  de  prometer  que  iria  jantar  lá…  coisa  que  não posso fazer amanhã ou no domingo.

Em um relacionamento normal, ela o convidaria para acompanhá-la. Em um relacionamento normal, ele a acompanharia.

Eles não eram normais, é claro.

– Telefone para mim quando terminar e eu vou encontrar você na sua casa.

Ela hesitou, olhando para ele de soslaio.

– Eu preciso de um tempinho, Alfonso. Apenas de um tempinho. Podemos… talvez tirar uma folguinha até amanhã?

Uma noite. Ela não estava pedindo muita coisa. Mas a ideia de passar a noite sem ela quase o matou.

– Tudo bem, Anahi. – Ele pegou o braço dela, segurando o cotovelo antes que ela pudesse sair. Ela olhou para os lados freneticamente, como se para conferir se alguém estava  vendo aquilo, porém Alfonso  não a soltou. 

– Não entre em pânico – pediu ele. – Não veja problemas onde não existe nenhum.

Ela lhe lançou um sorriso agradecido e murmurou:

– Estou lhe dando um beijo de despedida mentalmente. – Então desvencilhou o braço e saiu andando.

Ele  a  beijou  mentalmente  também,  até  ela desaparecer dentro da confeitaria.

 

PASSAR A noite de sexta-feira com a família na verdade se revelou uma experiência muito agradável. Anahi meio

que estava temendo aquilo, uma vez que se sentira feito uma estrangeira em meio a todos desde o dia em que chegara em casa. Mas havia algo diferente naquela reunião. Talvez porque Mia estivesse em casa e, portanto, recebesse boa parte da atenção. Ou porque os filhos   de   Maite   estivessem  lá:   os   netos   sempre anulavam a  existência  de  todo  o  restante  do  mundo para os pais dela.

Ou talvez fosse apenas porque Anahi tivesse se obrigado a relaxar. Ao não precisar falar muito, ela não precisava se policiar relação a cada palavra que dizia. Não  precisava  se  preocupar  em deixar  escapar  algo sobre sua carreira de dançarina, a qual eles presumiam ter  sido  totalmente  abandonada  por  causa  do  joelho dela.

O fato de não estar tão no limite de fato permitia a ela relaxar e, para sua surpresa, até mesmo se divertir.

Ela ainda estava ponderando sobre isso no dia seguinte, ao se lembrar do sorriso do pai quando ele falara  sobre  retornar  ao  trabalho  em breve.  Quando contara que tinha conversado com o irmão – que estava prestes a se aposentar – sobre ele ir trabalhar na confeitaria, Anahi  começou a  enxergar alguma  luz em sua vida. Com mais um membro da família tomando

parte  nos  negócios, a  pressão para  Anahi  se  envolver acabaria. Talvez ela pudesse retornar a algo como uma vida de verdade por conta própria.

Qualquer que fosse a decisão, permanecer em Chicago ou voltar para Nova York, continuar a vida de stripper ou desistir dela, amar Alfonso  ou deixá-lo ir… Ela sabia que não queria ser uma confeiteira durante muito tempo mais.

Alfonso  tentou falar com ela algumas vezes no sábado, mas ela perdeu as ligações. Não intencionalmente. Na primeira vez, estava no banho, e, na segunda, estava esperando  clientes  na  confeitaria.  Assim  que  teve tempo para retornar as ligações, foi ele quem não atendeu.

Ainda assim, não tendo falado com ele por mais de um dia, desde aquele momento tenso na rua quando ela percebera que Tony havia topado com a verdade sobre o relacionamento deles, ela estava um pouco nervosa. Ao seguir para o trabalho na Leather and Lace, Anahi  buscou o carro dele no estacionamento imediatamente, mas não o viu. Ela havia chegado cedo, provavelmente duas  horas  antes  do  horário  necessário, e  sabia  que aquilo se devia à esperança de encontrá-lo lá.

– Oi, Rosa – disse alguém, assim que ela entrou pela

porta dos fundos.

– Oi, Bernie. Como foi a semana?

O segurança deu de ombros, oferecendo a ela um de seus imensos sorrisos pueris.

– Colidi algumas cabeças, limpei o chão com um ou dois bêbados. Você sabe, o de sempre.

Rindo, ela começou a passar por ele.

No entanto, ele pôs uma das mãos no ombro dela e a impediu de prosseguir. Ele olhou para a enorme bolsa de lona que ela segurava, que estava cheia de roupas comuns e suprimentos.

– Posso ajudá-la de alguma forma, Rosa? Carregar isto? Comprar seu jantar?

Ela balançou a cabeça.

– Você é tão gentil, mas não, sério, está tudo certo. – O sujeito estava se desdobrando para cuidar dela desde a primeira noite de trabalho de Anahi. Se ele já tivesse passado uma cantada nela, ela suspeitaria que aquele cuidado todo se dava por ele estar interessado nela. Mas ele nunca fora nada, exceto um amigo legal, se não superprotetor.

Ainda sorrindo enquanto seguia em direção ao seu camarim, Anahi  percebeu o quanto se sentia confortável ali.  A  equipe  da  boate  já  era  como  uma  segunda

família. Bernie e Harry. Leah e Jackie e as outras dançarinas. Todos eram pessoas com quem ela se importava, que pareciam se importar com ela.

Ela  não queria desistir daquilo. E aquele era mais um motivo pelo qual ela não sabia como lidar com a aparente inabilidade de Alfonso  de assistir à sua performance.  Era  como se, desde  que  ela  se  tornara amante dele, ele não mais gostasse que ela estivesse fazendo aquele trabalho.

Era   assim   que   lhe parecia.  Mas  ela  não  tinha certeza.

–   Talvez   ele   realmente   só   esteja   ocupado   –

murmurou ela, tentando se convencer.

Quando chegou ao camarim, Anahi colocou a nova chave na fechadura e a girou. Antes de ela entrar, no entanto, Leah a impediu.

– Ei, parece que sempre sou eu quem recolhe seus presentes! – disse a garota sorridente. Ela estendeu uma caixa embrulhada em papel laminado dourado. – Hum. Eu já lhe disse o quanto amo chocolate?

Anahi olhou para a caixa, olhou para os próprios quadris fartos, pelo menos uns três centímetros maiores do que eram quando ela voltou de Nova York, e suspirou.

– Eu já lhe disse o quanto o chocolate se acumula nos meus quadris e no meu traseiro?

Além disso, os doces eram bombons de cereja. E ela não era muito fanática por eles. Se fossem caramelos, ela provavelmente ficaria muito mais tentada a encher a mão. Sendo assim, Anahi os dispensou facilmente.

– Tire-os de vista, pode ser?

Leah agarrou a caixa junto ao peito.

– U-hu! Lembre-me de vigiar a próxima caixinha de joias que mandarem para você.

Entrando   no   camarim,   Anahi   tirou   as    roupas lentamente e vestiu o roupão. Ela fez tudo com calma; havia muito tempo sobrando. Durante a hora seguinte, arrumou-se para a noite. O burburinho de vozes femininas no camarim não era suficiente para abafar o som de vários passos no saguão acima da cabeça dela. Os clientes já estavam entrando e as dançarinas já estavam no palco, a julgar pelo som do baixo que ela praticamente conseguia sentir reverberando no peito.

Todo o lugar estava vivo e vibrante. Exatamente do jeito  como ela se sentia  quando estava  ali.  O único outro  momento  no  qual  ela  se  sentia  tão  bem  era quando estava com Alfonso. O que ela iria fazer se não pudesse mais manter seu emprego ali?

– Não pense nisso – lembrou a si mesma, quando olhou para o relógio. Estava ali há mais de uma hora e ele ainda não havia chegado, o que a estava deixando muito agitada.

Anahi deixou seus pensamentos de lado e terminou de passar a maquiagem. O público poderia não ver muito do  rosto dela, mas  isso  não  significava  que  ela  não utilizava o básico de maquiagem de palco. Ela estava passando pó compacto nas  bochechas, quando ouviu uma batida à porta.

– Entre. – Quase prendendo a respiração, ela soltou um suspiro satisfeito quando viu Alfonso. – Oi.

– Oi, você – disse ele. Ele fechou a porta detrás de si, se  abaixou  e  deu-lhe  um beijo  na  boca.  Rápido, sólido… quente e sexy. – Eu estava precisando disso – falou, quando finalmente se aprumou.

– Eu também.

– Quero mais depois. Ela sorriu.

– Eu também.

– As coisas já estão esquentando lá em cima, mas eu queria ver você antes que ficassem agitadas demais.

Anahi  se virou, levando a esponjinha de pó ao rosto outra vez.

– Você acha que vai estar ocupado demais outra vez para estar lá durante minhas apresentações?

Alfonso  encontrou os olhos dela no reflexo do espelho.

– Não sei – murmurou ele. – Não posso prometer nada.

Ele  ainda  estava  hesitante;  ela  percebia  pela  voz dele. Alfonso  estava evitando reconhecer com realmente se   sentia, iria  se  sentir,  sobre  o  fato  de  ela  tirar  a roupa. Anahi queria chorar, sentindo que sabia qual seria a resposta.

Ele odiava aquilo. Com certeza estava tranquilo com o fato de ela fazer strip-tease quando era uma estranha. Mas agora que eram amantes? Bem, se ele fosse como todos os homens da espécie, iria se transformar no homem das cavernas que uma vez, brincando, fingira ser e ficaria todo autoritário. Iria querer que ela desistisse, ficaria ranzinza e fazendo beicinho até ela desistir.

Não havia muitos homens capazes de aceitar uma namorada que tirava a roupa até ficar só de calcinha fio-dental diante de um monte de estranhos… Por que ela deveria esperar que Alfonso  fosse diferente?

– Estou fazendo o melhor que posso, Any.

– Tudo bem – murmurou ela, piscando rapidamente

para evitar a umidade inesperada nos olhos, chorando não   por   que   não   compreendia;  ela entendia.   Mas porque  temia  muito  pelo  que  aquilo  iria  significar quando  finalmente  se  tornasse  um  ponto  importante entre eles.

– Ai, Deus, alguém pegue um balde!

Ouvindo o berro do corredor, diante de seu camarim, Anahi se levantou imediatamente.

– Alguém a segure! Alfonso  estremeceu.

– Espere aqui enquanto vou ver o que está acontecendo.

Ela simplesmente revirou os olhos.

– Até parece.

Seguindo-o até o lado de fora, viu de imediato um grupinho  de  meia  dúzia  de  dançarinas  reunidas  em torno de alguém deitado no chão. Alfonso  abriu caminho e se abaixou imediatamente.

– Leah, o que aconteceu? Você está bem?

– Ela está passando mal – disse alguém. – Vomitou no chão todo.

Pobre Leah. Tinha ficado doente no fim de semana anterior,   e   agora   de   novo.   Anahi    se   perguntou brevemente se a pobre garota estava escondendo uma

gravidez inesperada ou algo assim. Então, assim que o grupo se dissipou e ela viu o rosto de Leah, descartou a ideia.

A bela loura parecia acabada. O rosto estava pálido, molhado de suor, e ela parecia fraca demais para até mesmo ficar de pé sozinha. Estava completamente diferente da jovem bonita com quem Anahi havia conversado uma hora atrás. Provavelmente tinha sido atingida por algum vírus de ação rápida.

Alfonso  não perdeu tempo fazendo perguntas. Abaixou- se para carregar a dançarina, tomando-a nos braços com facilidade, como se ela fosse uma criança, e a levou até o camarim no fim do corredor.

– Arranjem um pano gelado.

Uma  das  dançarinas  correu  para  pegar  assim que Alfonso  pediu, o restante continuava reunido ali. Anahi não sabia dizer se o interesse ávido delas se dava por causa de  Leah  ou  por  causa  da  visão  incrível  de  Alfonso  bancando o herói. Os braços musculosos estavam abaulados  e  flexionados,  porém  ele  falava delicadamente com Leah enquanto a deitava com cuidado no sofá irregular do camarim. Ele até mesmo removeu o cabelo do rosto dela.

Era  o  suficiente  para  fazer  a  mais  durona  das

mulheres  se  derreter.  Até  mesmo  a  meia  dúzia  de strippers que cercava o sofá.

Anahi, é claro, não estava surpresa. Ela conhecia a ternura da qual o sujeito era capaz. Também conhecia o jeito como ele havia sido criado e imaginava que ele teria feito a mesma coisa se sua irmã Lottie fosse a pessoa deitada naquele piso.

– O que aconteceu? – perguntou ele a Leah. Ela gemeu.

– Aconteceu  do  nada.  Eu  não  estava  enjoada  ou nada assim, então de repente… bum.

– Você comeu mariscos hoje? – questionou alguém.

– Ou algum almoço requentado? – perguntou outra pessoa.

Leah balançou a cabeça, aceitando com gratidão um amontoado  de  papel-toalha  úmido  que  Jackie,  sua colega  de  camarim,  havia  trazido.  Ela  pressionou  o papel contra a testa e respondeu:

– Comi uma salada no almoço, e então mais nada até me empanturrar com os chocolates da Rosa.

Sete cabeças se viraram para olhar para Anahi, sete pares  de  olhos  arregalados  e  curiosos.  Talvez  até mesmo um pouco acusadores.

Ela abriu a boca para responder, perguntando-se se

elas pensavam que ela havia feito alguma coisa para Leah passar mal, mas não precisou. A dançarina doente em pessoa falou outra vez:

– Eu os encontrei na entrada quando cheguei para trabalhar hoje, e havia o nome de Rosa neles. Ela nem mesmo abriu a caixa, apenas deu para mim.

Aquilo  pareceu  acalmar  a  todos.  Todos,  exceto Alfonso. Porque, enquanto todas voltavam a atenção para Leah, oferecendo-se  para  pegar  gelo  ou  levá-la  para casa, ele franziu a testa e enrijeceu tanto o maxilar que pareceu prestes a quebrar.

– Onde estão esses chocolates?

– No meu camarim.

Ele olhou para cima e encarou Jackie.

– Vou pegar – disse ela, saindo do cômodo rapidamente.

Parecia ridículo, e Anahi não acreditou nem por um segundo  que  Leah havia  sido  nocauteada  por  algum tipo de doce envenenado… intencionalmente para ela. Aquilo era uma coisa estrita a programas como CSI, e ela não acreditava naquilo de forma alguma. A julgar pelo olhar de Alfonso, no entanto, Anahi era esperta o suficiente para não falar isso. Ele iria conferir por si só, não importando o que ela pensasse.

– Alfonso, acabei de saber que uma das garotas está doente. O que está acontecendo? – Harry entrou desenfreado no cômodo, sem fôlego, como se tivesse acabado de descer as escadas correndo. A expressão de preocupação no rosto do sujeito era suficiente para fazer todos  os  seus  empregados  ficarem mais tranquilos; ninguém poderia acusar Harry Black de não valorizar e cuidar de suas dançarinas, o que provavelmente o tornava uma raridade naquele meio… e provavelmente era por isso que as poucas dançarinas que desistiram de trabalhar no local o fizeram apenas para mudar de carreira.

Ao ver Leah, ele se apressou.

– Devemos ligar para a emergência? Leah balançou a cabeça.

– Acho que não. Mas quero ficar deitada aqui por um tempinho, se não tiver problema.

– Ah, querida, nem pense  em se  levantar – disse outra voz. Uma voz feminina. Delilah havia ouvido as notícias também, e seguira o marido até o camarim coletivo.  Ela  soava  preocupada…  uma  raridade  no caso dela. – Podemos cobrir você esta noite e alguém pode levá-la em casa se você quiser.

O cômodo estava ficando lotado. Mas todo mundo

abriu caminho para Jackie quando ela retornou com a caixa de chocolates.

– Aqui está, Alfonso. – Franzindo a testa, ela pôs a mão no braço dele e meneou a cabeça em direção ao canto da sala.

Alfonso  pegou a caixa e seguiu Jackie. Eles trocaram algumas palavras, e o que quer que ela tivesse dito fez a testa dele se enrugar ainda mais. Ele manteve a caixa firmemente segura na mão e Anahi se perguntou se ele iria esmagá-la.

Harry se juntou a eles, murmurando:

– O que houve?

A resposta de Alfonso  foi dita baixinho; ele obviamente não queria que os outros ouvissem. Jackie, tendo entregado o tal recado que havia deixado Alfonso  ainda mais  exaltado, ligou  para  a  emergência  afinal, então retornou para ajudar a cuidar da amiga. Todas estavam pairando  acima  de  Leah.  Alguém  se  ofereceu  para pegar um travesseiro para ela colocar sob os pés, outra ofereceu um balde para a cabeça. Aquilo quebrou o gelo e o grupo riu.

Anahi  não  as  acompanhou.  Alfonso   suspeitava  que alguém tivesse tentado lhe dar chocolates envenenados. O diabo que ela iria ficar de fora daquela conversa!

Aproximando-se dos dois homens, ela perguntou:

– Bem…? Ciente de que eu não sou o alvo de um envenenador maluco?

Alfonso   não  olhou  para  ela  no  início.  Nem  Harry. Ambos estavam olhando fixamente para a caixa de chocolates  sobre  a  bancada  de  maquiagem.  Um dos homens  havia  virado  todos  os  chocolates remanescentes, encaixados individualmente na embalagem, então estavam todos de ponta-cabeça. E, na parte de baixo de cada um, muito facilmente visível, havia um buraquinho.

Algo que não teria acontecido na fábrica de doces.

– Ai, diabos – sussurrou Anahi.

Aparentemente alguém havia, de fato, tentado envenená-la.

E, quando Alfonso  se virou para ela e disse “conte-me sobre as rosas”, ela percebeu que poderia não ser a primeira vez.

 


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Autor(a): Erika Herrera

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QUANDO  Alfonso  percebeu que havia buracos nos bombons, ficou vermelho. Mas o rubor nada tinha a ver com o reflexo do recheio de cereja dos doces, e sim com a raiva que sentia. Ele precisava saber mais, especialmente depois do que Jackie lhe dissera sobre algumas flores que Anahi havia repassado a Leah no fim de semana anterior. Mas ele não queria fazer aq ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • franmarmentini♥♥ Postado em 14/06/2015 - 18:46:17

    Foi muito legal essa fic pena q acabou sem eles casarem e terem filhos....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 12/06/2015 - 23:01:26

    Eles tem q ficar logo juntos.....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 12/06/2015 - 18:41:45

    meu deus o que foi esse primeiro hot uallllllllllllllllllll

  • franmarmentini♥♥ Postado em 11/06/2015 - 09:20:58

    nossa...não sabia dessa sua fic* vou começar a ler...

  • danny_portilla Postado em 14/03/2015 - 00:31:07

    holaaaa vou comecar a ler u.u

  • edlacamila Postado em 13/03/2015 - 15:33:22

    KKKKKKKKKKKKK Ainnnnnnnnnnn q pfto ponny juntos *-* , Ain naaaaaaaaaaaaao quero mais nn aceito o fim u.u KKKKKKKKKKK

  • edlacamila Postado em 03/03/2015 - 20:01:04

    Ainnnnnnn ponny tem q se resolver :/ Camila se deu bem Dean policial *_* postaaaaaaaaa <3

  • edlacamila Postado em 19/02/2015 - 23:42:06

    Lay KKKKKKKKKKKKKKKKKKK, Pelo menos ajudou ela a abrir os olhos, Tadinho do Pon Anny já ta obcecada com essa ideia de fugir, Ixiiiiiiiiiiiii a cadeira e agr os chocolates :/ será q é essa delilah? Postaaaaaaaaaaaaaa <3

  • edlacamila Postado em 18/02/2015 - 22:48:47

    JESOOOOOOOOOOOOOOOS Q Hooooooooooooooooooooooot :3 , Eita Camila ARRASOU Dean BABANDO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK , Anny cochina fazendo coisas q nn deve embaixo da mesa :3 , Essa da cadeira ARMAÇÃO , Ainnnnn Poncho é mto fofoooo, Aveeeee coitada da camila :/ td isso pro Dean e o cara agarra ela e o dean ainda por cima diz isso ¬¬ Postaaaaaaaaaaaa <3

  • layaneponny Postado em 18/02/2015 - 20:17:57

    <333333333333333333333333


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