Fanfic: Agridøce - | Tema: Romance, drama adolescente.
Abri os olhos e encarei o teto branco, meio alaranjado pelo sol fraco que entrava pela janela. Procurei meu celular que despertava do lado do minha cabeça e o desliguei. Joguei os pés para fora da cama e me sentei, a cama de Joy estava exatamente como na noite anterior, ela não havia voltado. Peguei minha bolsinha com meus produtos de higiene, uma muda de roupa, minhas toalhas e caminhei para o final do corredor, abri a porta do banheiro e procurei um boxe de chuveiro vazio. Depois do banho, me troquei e voltei para o quarto, empurrei a porta, mas ela foi impedida de abrir por algo que estava no meio do caminho do outro lado.
— Epa! — ouvi uma voz dizer e depois a porta foi aberta.
— Hm, oi, Joy. Desculpe, não sabia que você estava aí.
— É meu quarto, onde mais estaria?
— Tipo, atrás da porta. — sorri, sem graça. Bom, levando em consideração que ela não havia passado a noite no quarto, ela poderia estar em qualquer lugar e definitivamente, não esperava ela no quarto.
— Hm. — ela bufou, procurando algo nas caixas. — Ei, por acaso viu uma bolsinha vermelha?
— Não mexi nas suas coisas. — Olhei para ela colocando meus óculos de grau.
— Não disse que mexeu, perguntei se viu. — Ela passou a mão nos curtos cabelos pretos, me olhando.
— Bom, se foi a que você saiu ontem, vi você saindo com ela. — Sorri, sem graça.
— Ah! — ela deu um tapinha na testa como se aquilo fosse óbvio. — Esqueci na casa do Jack!
Ela pegou algumas coisas na mala e saiu, sem agradecer, sem se despedir, simplesmente saiu e fechou a porta atrás de si com um baque alto.
Peguei minha bolsa, a única que eu tinha, joguei no ombro e taquei lá dentro o celular, a chaves do quarto, meu mapa do campus e o horário das aulas. Eu havia decidido fazer Línguas, pelo simples fato de ser apaixonada pela leitura e apesar da timidez, pretendia algum dia poder dar aula, Ally, compartilhava desse mesmo sonho comigo, mais é claro, que mudou de ideia alguns meses atrás, quando decidiu que seria melhor fazermos cursos diferentes, para não sermos mais conhecidas como “ás gêmeas”, mais sim como “Wendy e Ally”. Então, ela decidira cursar Ciências Políticas.
Enquanto caminhava pelo campus em direção ao prédio três, olhava fixamente para o chão para evitar o contato visual com as centenas de jovens que caminhavam de um lado para o outro. Mas, é claro, que nunca se deve caminhar olhando fixamente para o chão, ainda mais quando você tem “dois pés esquerdos” como eu. Acabei tropeçando e batendo em alguém.
— Caramba! — sussurrei, conseguindo pegar meus óculos antes que eles caíssem no chão.
— Pô! Mal aí, moça! — Encarei o menino que me olhava com um sorriso, enquanto colocava meus óculos no lugar.
— Eu... Desculpe, não estava prestando atenção. — Arrumei a bolsa no ombro e desviei dele.
— Sem problemas! Eu também não estava. — Ele sorriu, enquanto caminhava ao meu lado.
— Ok. — Sussurrei apressando o passo.
— Vai pra que prédio? — ele apressou o passo também.
— Três. — Abaixei a cabeça e apressei o passo mais um pouco, deixando claro que não queria conversa, mais não funcionou.
— Ah, que maneiro! Tô indo pra lá também! — Pelo canto do olho pude ver que ele sorria.
— Ok.
— Não é muito de conversa, né? — Ele perguntou.
— Não.
— Percebi. — Ele sorriu enquanto passava as mãos nos longos cabelos pretos que caiam até a altura dos ombros. — Prazer, Nicholas!
— Wendy. — Atrás de uma árvore pude ver um grande três vermelho desenhado na lateral de um prédio de tijolos, apressei mais um pouco o passo e me despedi do tal menino.
Pude respirar aliviada quando entrei na minha sala da aula daquela manhã e percebi que ele não entrou também. Eu nunca me dava bem com meninos, na verdade, nunca me dava bem com pessoas no geral. Eu e Ally apesar de sermos irmãs gêmeas e fisicamente idênticas, não éramos nada iguais. Ally havia beijado pela primeira vez aos 11 anos e depois de então, namorara quatro vezes. Eu, por outro lado, havia beijado pela primeira vez aos 17 anos, e namorara com o menino desde então, até que seis meses depois ele terminará, pois encontrará alguém que sabia “namorar de verdade”, como ele me disse quando apareceu na porta da minha casa no dia em que iríamos fazer seis meses e duas semanas de namoro. Desde então eu não havia beijado outro garoto.
Autor(a): Alasca
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