Fanfic: Steal Me (Vondy) | Tema: Rebelde, Vondy

Caminhava apressadamente pelas ruas da cidade do México me equilibrando nos sapatos de salto alto enquanto comia um hambúrguer de carne e falava com minha irmã mais velha ao telefone. Sempre admirei essa qualidade nas mulheres, conseguir lindamente executar várias coisas ao mesmo tempo sem ao menos hesitar.

– Candy, eu já havia te avisado que não daria certo com o Jared há dois meses atrás!

– Por que não, Serena? – Perguntei de boca cheia, fazendo minha voz parecer engraçada.

– Porque você adora carne e odeia ciclistas.

– É, eu adoro carne. – Dei outra mordida em meu hambúrguer, deliciando-me ao sentir o sabor do alimento em minhas papilas, soltando um gemido baixo pela sensação de prazer que estava sentindo por não precisar mais fingir ser vegetariana para agradar Jared.

– Dul, você tem que parar de mudar sua personalidade para agradar seus namorados e deixar seus relacionamentos fluírem naturalmente.

– Eu sou tão impulsiva, eu sei! Mas o Jared parecia diferente dos outros.

– Para ser sincera, eu sempre me preocupei por ele preferir fazer na posição de cachorrinho. – Mesmo sem poder vê-la, sabia que ela deveria estar abafando o riso com as mãos neste exato momento.

– Não é tão ruim, sabia? Têm pessoas que gostam. – Perguntei em tom de afirmação, deixando-me franzir o cenho, transformando minha feição em uma careta.

– Não, ninguém gosta. Nem mesmo os cachorros não veem a hora de acabar.

– O pior é que você está certa. – Gargalhei alto. – Quantos relacionamentos eu vou precisar ter até conhecer o cara certo? – Choraminguei enquanto observava minha refeição sumir gradativamente perante minhas mãos.

– Provavelmente muitos... – Serena gargalhou maliciosamente ao outro lado da linha.

– Está me motivando muito, Serena.

– Eu sei. E mesmo assim, ainda não ouvi os agradecimentos, que absurdo! – Ambas estávamos rindo, mas logo a ouvi afastar-se do aparelho e começar a gritar com as pessoas que estavam organizando sua mudança, cancelando a ligação, desligando na minha cara; boa parte de minha família me achava insensível e fria, mas a verdade é que preferia ser totalmente independente de sentimentos afetivos do que ser como Serena, perder sua juventude por conta de um casamento, apenas por crer que está apaixonada o suficiente para abrir mão de sua própria liberdade.

* * *

O tempo se passou rapidamente durante todo o trajeto e quando me dei conta já estava descendo do metrô. Por mais que tentasse, toda esta parte da viagem acabou sendo esquecida de minha mente, assim como ocorria com outras milhares de coisas supérfluas durante o dia-a-dia. Atravessei a rua mesmo que o semáforo estivesse aberto para os carros, tomando cuidado para não ser atropelada, senti o vento gélido acariciar-me o rosto e me apertei dentro de minhas roupas. Já me encontrava ofegante quando parei em frente a um luxuoso prédio com portas de vidro e película fumê, aproveitei o reflexo para dar uma arrumada em meu terninho azul escuro que havia ficado um tanto quanto amassado durante o percurso até a chegada ao trabalho e por fim abri as portas, passando direto pela recepção e entrando no elevador apertando o botão para ir ao 10° andar, me enclausurando dentro daquele cubículo, duraram poucos segundos até que sentisse aquele típico solavanco da parada do elevador e logo as portas automaticamente se abrissem para mim. Caminhava firmemente ao corredor, escutando o ecoar do meu salto se propagar por todo o caminho, via algumas pessoas simplesmente desviarem para não ficar em meu caminho, já estava com a mão na maçaneta de meu escritório quando meu chefe que também estava de passagem pelo corredor me chamou:

– Saviñón, na minha sala. Agora! – Eric Adams não passava de um jovem bilionário que simplesmente herdou toda a fortuna após um trágico acidente de carro sofrido por sua família, fazendo com que única opção para salvar as empresas fosse entregar o controle total das agências de caça talentos na mão de um menino mimado que não entendia de negócios.

– Querida Dulce Maria! – O homem de aparência meticulosamente bem cuidada exclamou ao sentar-se em sua cadeira de couro. – Temo que eu tenha uma má notícia para te dar... – Ele tentava falar cuidadosamente, mas o dar de ombros e a apatia estavam obviamente presentes em seu semblante, fazendo com que eu realmente temesse a notícia. – Segundo o balanço geral que foi feito na semana passada seu progresso que antes era fantástico agora está decaindo, não faço a mínima ideia do que está acontecendo na sua vida, mas devido essas complicações tenho somente uma escolha a tomar...

– Ai, seu cretino! – A frase escapou por entre meus lábios enquanto bufava sem olhá-lo, deixando meus olhos marejarem um pouco. Não poderia ser demitida, pelo menos não agora.

– O que disse, senhorita Saviñón? – Ele franziu o cenho, deixando que um sorriso de deboche e ironia se formasse em seus lábios, pousando seu olhar sobre mim ainda assim encarando de maneira orgulhosa. Permaneci calada sem o olhar de volta. – Como eu estava dizendo... Terei que te retirar de seu cargo, já liguei para a agência do Canadá e no prazo de três dias você deixará de mandar nesse setor e ganhará um novo chefe. Pode tirar as coisas do seu escritório e pegar uma das mesas disponíveis perto do RH. – Tentei rebater, despejando as mesmas desculpas de sempre, dizendo que estava passando por um período complicado, mas em breve voltaria a deixar minhas médias acima do esperado e que ele fosse piedoso, porém meus esforços foram em vão. Deixei a sala fechando a porta com demasiada força, fazendo um estrondo ecoar pelo corredor atraindo vários olhares curiosos em minha direção. O maior problema de decair em quesito de cargo é que agora eu voltaria a ir atrás dos clientes para negociar.

Já havia transplantado todos os meus pertences para uma das mesas disponíveis, e ao passar pelo extenso corredor parei um instante em frente ao meu antigo escritório observando o quão vazio ele havia ficado, deixando um aperto no peito tomar conta do meu ser devido ao último fato ocorrido, um nó se formou em minha garganta e automaticamente balancei a cabeça negativamente tentando evitar estes pensamentos tristes e entrei no elevador, apertando o botão do térreo.

Já do lado de fora da empresa, corri até a beirada da rua fazendo sinal para que algum táxi viesse a parar, pra minha sorte as ruas do México eram sempre repletas deste tipo de automóveis e logo um parou ao meu lado e eu embarquei.

– Para a estação de metro, por favor. – Vi o motorista assentir pelo vidro retrovisor e dar partida no automóvel. Abri minha bolsa e indelicadamente comecei a tatear o interior a procura de meu celular, ao o encontrar desbloqueei o mesmo e comecei a ligar para Pearls of Orchestra, a empresa que havia nos contratado para encontrar um novo modelo fotográfico que eu estaria indo conhecer neste exato momento.

– Pearls of Orchestra, bom dia! – Uma voz feminina extremamente simpática respondeu do outro lado da linha.

– Bom dia, com quem eu estou falando?

– Camila, com quem a senhorita gostaria de falar?

– Me passe para o Kunis, diga que é Dulce Maria Saviñón. – Respondi em tom autoritário. Ainda estava percorrendo o centro da cidade, em uma velocidade que podia ser considerada rápida em comparação ao frequente trânsito da cidade do México, vendo os rostos dos pedestres passarem como borrões de tinta. Em poucos segundo escutei a voz rouca e aveludada de Kunis na linha.

– Kunis? O babaca do Adams me rebaixou de cargo e agora voltei a ser agente então não faça perguntas sarcásticas sobre isto.

– Então o que acha de marcarmos um jantar para falar sobre esta situação? Sem sarcasmo, eu juro. – O homem falou em tom sedutor, deixando uma risada gostosa me encher os ouvidos.

– Quem sabe... Mas não liguei para falar sobre isso. Eu achei o cara perfeito para vaga na revista, eu não sei exatamente de onde ele é, mas suponho que vá chegar cedo, estou indo para a estação de metro me encontrar com ele. – Mantive meu celular apoiado entre a cabeça e um dos ombros enquanto tentava arrumar meus seios dentro do sutiã, para que aparentassem maior volume, pela visão periférica consegui notar o motorista me olhando com um sorriso sugestivo, franzi o cenho e afastei o celular do ouvido e sibilei sem som algum as palavras “Vai se ferrar, velho nojento”.

– Então ele já aceitou a proposta?

– Ainda não, mas eu o convenço, eu sempre consigo. – Sorri, presunçosa. Treze minutos se passaram depressa e logo eu já estava na estação, paguei 15 dólares pela corrida e saltei para fora do carro.

Andava entremeio a multidão movimentada que circulava por aquele ambiente, eu nunca o encontraria daquela forma. Vi um homem engravatado abaixar a plaquinha que estava em suas mãos e cumprimentar uma moça sorridente que estava ao seu lado, me dirigi na direção de ambos e senti que estava prestes a ser muito inconveniente.

– Olá, tudo bom? – Ele estava prestes a me responder quando eu o interrompi. – Já se encontraram? Que maravilha, agora me dê isso aqui. – Falei retirando a plaquinha das mãos do homem e dando as costas para o mesmo. Abri minha bolsa e notei que não havia caneta alguma ali, então decidi escrever o nome do homem que estava prestes a conhecer com batom, “Christopher Uckermann”, segurei a placa na frente do meu corpo, porém com minha típica falta de sorte um vento estrondoso havia entrado pela porta fazendo a placa voar de minhas mãos e parar no peitoral de um rapaz que caminhava em minha direção. Eu o reconhecia, era meu vizinho Christopher. Ele segurou o papel com uma das mãos, já que a outra equilibrava uma caixa, e leu o que estava escrito deixando um sorriso se formar no canto de seus lábios.

– Está me procurando, 7B?

– Espera aí. – Falei atônita, retirando agressivamente a placa de sua mão e olhando-a novamente para conferir. – Você é o Christopher Uckermann?

– Sou sim, e você é minha vizinha. – Ele riu de modo irônico, me fazendo rolar os olhos e bufar. – Você é a caça talentos?

– Prefiro agenciadora de executivos. Por que me fez vir até essa estação de metro ridícula se você mora na cidade?

– Tá de brincadeira? Tem os melhores donuts do mundo nesses quiosques. – Ao terminar de falar ele abriu a caixa branca que estava em sua mão e abocanhou um dos bolinhos em formato de rosca que estava dentro do conteúdo. Sem parar para me olhar Christopher começou a andar em direção à porta de saída.

– Ei, aonde você vai? – Gritei, fazendo-o girar nos calcanhares para me fitar, deixando a confusão extremamente presente em seu semblante.

– Você não veio até aqui para pegar o metro, não é mesmo? Então vamos logo, você tem que cuidar do meu futuro. – Vi um largo sorriso se formar e um encanto perigosamente tentador tornar-se presente, deixando sua expressão tão serena quanto eu nunca havia visto.

oooooi gatinhas lindas do meu coração, o que estão achando? Por favor, não se acanhem na hora de comentar... Sem os comentários eu iria desanimar de postar. Enfim, espero que estejam gostando, contem ali nos comentários o que estão achando da web até agora. Nos vemos em breve.

xoxo