Fanfic: Steal Me (Vondy) | Tema: Rebelde, Vondy

Folheei o moleskine azul que estava em minhas mãos notando que o mesmo estava em branco. Ótimo, ele serviria de base para organizar minhas ideias. Abri na primeira página e escrevi com letra cursiva logo ao topo: “Caras com quem já dormi”

• Taylor Ó Callinght;

• Andrew McCoy;

• Jason Michaelson...

Parei por uns instantes olhando o interior do metrô, mas sem me focar em nada em especial – “Será que sou tão fácil assim?” – Pensei comigo mesma suspirando alto, continuei buscando na memória mais algum nome do qual já tivesse passado uma noite (ou dia) na minha cama (ou em outro lugar na minha companhia), até que finalmente mais quatro nomes dos quais eu definitivamente me lembrava saltaram de meu encéfalo direto para meus lábios, dos quais automaticamente sussurraram as palavras enquanto eu os anotava no papel.

– Samuel Portilho; Jeremy Autumn; Alejandro Emmanuel e Lewis Adams... – Seus nomes foram ditos de forma quase inaudível, como se a frase fosse somente sibilada por meus lábios.

– “Próxima parada, estação de Riverwood” – A voz roboticamente feminina alertou ao aproximarmos da estação da qual eu deveria desembarcar, ajeitei todos os meus pertences de forma equilibrada em meus braços e coloquei-me de pé. Passaram-se menos do que 15 segundos para que logo pudesse ser avistada a plataforma cinzenta e subterrânea erguida por pilastras pintadas de amarelo, senti um leve solavanco dos freios do tubo e logo as portas abriram-se deixando com que eu me retirasse daquele local, mas não antes de tropeçar em meus próprios pés e esbarrar-me em um corpo, levando-o para o chão juntamente a mim.

– Que diabos! – Esbravejei me importando somente em recuperar minhas coisas que neste momento estavam todas jogadas pelo chão enquanto uma boa parte dos curiosos que estavam por ali me cercavam pairando ao meu redor, observando atentamente a situação sem nem ao menos ter a decência de parar para me ajudar. – Vocês não tem TV em casa? Parem de me olhar, colegas!

– Dulce Maria? – Ouvi uma voz grossa e masculinizada chamar-me pelas minhas costas. Virei-me rapidamente para trás chocando-me com os olhos cor de ocre me fitando de modo atônito. – Candy, quanto tempo! – Seus braços fortes me envolveram, me fazendo sentir à lã de seu casaco pinicar onde havia entrado em contato com minha pele.

– Liam... Barnabas? – Perguntei receosa, checando se seu nome estava anotado no moleskine.

– Não acredito que se esqueceu de mim, sua danadinha. – Ele riu divertido enquanto eu tentava somente entender de onde ele havia tirado tanta intimidade.

– Não me esqueci, só estou surpresa... Seu danadinho. – Falei forçando um sorriso estranho, formando uma careta feia em meu semblante – Como me reconheceu?

– Você me derrubou. – Ele sorriu passando uma das mãos entre os cabelos castanhos. Vi um par de braços envolvê-lo e logo uma feição feminina pôde ser avistava por trás de seus largos ombros, a mulher me olhava desconfiada em seguida olhando-o para questioná-lo:

– Quem é essa? – Ela perguntou esnobe, dando ênfase na última palavra dita e sorrindo amarelo para Liam.

– Dulce, ela era minha amiga no segundo grau. – Opa, como assim “amiga”?

– Muito amiga? – Ela perguntou desconfiada enquanto eu gargalhava descaradamente.

– Éramos ótimos amigos... Sempre estudávamos juntos na biblioteca, não é mesmo? – Sorri irônica enquanto via o homem a minha frente ruborizar as bochechas e arregalar os olhos de uma forma surpresa.

– Dulce, antes que eu me esqueça, essa é Melissa, minha noiva. – Liam gaguejou trocando bruscamente de assunto enquanto Melissa o encarava furiosamente.

– Biblioteca, é? – Ela esbravejou estapeando-o. Gargalhei alto interrompendo aquele momento.

– A cena está realmente ótima, mas eu tenho que ir. – O casal ao menos se despediu de mim, apenas me deram as costas e entraram no metrô ainda discutindo. Abri a agenda azul em minhas mãos anotando o nome do homem que acabara de chocar-se comigo, riscando seu nome logo em seguida.

Suspirei com força e caminhei em passos bruscos e frenéticos até o caminho de casa. Turbilhões de pensamentos insanos rodeavam minha cabeça, mas não de vergonha por tudo o que eu havia feito e sim por desgaste psicológico, os fatos em minha vida haviam decidido acontecer de maneira demasiadamente rápida, eu estava prestes a perder o controle e por mais calma que estivesse a aparentar exteriormente, internamente havia uma bagunça sentimental inexplicável. Ao chegar ao meu apartamento substitui minha habitual xícara de chá por uma taça de vinho e comecei a pesquisar de todas as formas alguma informação sobre algum dos meus ex-namorados, mas nada era suficiente ao ponto de conseguir entrar em contato com algum deles. Escutei três batidas rápidas em minha porta e fui até a mesma para atendê-la, mal havia aberto quando a porta foi empurrada de forma irruptiva e Christopher houvera adentrado em meu apartamento e fechado bruscamente a porta atrás de si.

– Qual é o seu problema, colega? Cai fora daqui. – Induzi minha mão em direção da maçaneta, mas Christopher me impediu entrando na frente da porta.

– Por favor, por favor, não me expulsa do seu apartamento agora, eu sei que está tarde, mas é que tem uma... – O interrompi confusa.

– Que horas são? – Indaguei.

– Duas ou três da manhã, não sei ao certo...

– Estou ferrada, tenho que ir trabalhar daqui a pouco. – Sussurrei enfiando as mãos entre meus cabelos, afagando os mesmos rapidamente. – O Adams vai me matar se eu não chegar na hora. – Comecei a ir em direção do meu quarto, falando comigo mesma. – E se estiver com indisposição então? Estou totalmente ferrada. Já pensou se sou demitida? Não posso ser demitida!

– Não se importa se eu ficar aqui essa noite? – Christopher perguntou cuidadoso enquanto eu parava tudo o que estava fazendo no momento para poder fitá-lo com clareza. – Caso não me aceite na sua cama posso ficar no sofá. Mas duvido que não queira ficar ao lado de alguém tão lindo quanto eu! – Ele sorriu convencido e aquilo realmente me irritou, sem parar para pensar em minhas atitudes joguei a primeira coisa que encontrei perto de minhas mãos em sua direção, mas para o meu azar era o abajur e ele não havia desviado. – Louca! – O moreno gritou levando a mão até a cabeça enquanto o sangue escorria freneticamente de sua testa. - Sua Louca. Maluca, eu estou ferido! 

– Espero que um pedaço dessa porcelana perfure seu crânio, se instale no seu cérebro, te cause um aneurisma e você morra! – Respondi irônica. Não queria demonstrar, mas estava totalmente aflita por tê-lo machucado. Christopher permaneceu estático me olhando com os olhos cheios de lágrimas.

– Minha cabeça está doendo, Dulce. – Ele fez um bico tanto quanto infantil, rolei os olhos e o arrastei em direção do banheiro.

– Lave esse ferimento logo, não quero manchas de sangue pela minha casa! – Ordenei enquanto vi o homem meter a cabeça bem debaixo da água, esfregando com força as ventas e a barba por fazer, fossando e fungando contra a palma das mãos. Ao terminar, ele sentou-se sobre a tampa do vaso sanitário enquanto eu abria um dos armários à procura do kit de primeiros socorros, até que finalmente meus olhos encontraram a caixa branca da qual possuía apenas uma cruz vermelha no centro da tampa.

– Isso não vai doer, né? – Christopher perguntou enquanto se esquivava do soro fisiológico que estava em minhas mãos, firmei sua cabeça com a minha mão que estava disponível e despejei certa quantidade do líquido sobre o ferimento. – Maria. – Ele esbravejou alto. – Está doendo!

– Para de reclamar, está parecendo uma garotinha.

– Quer que eu te mostre o quão garotinha eu sou? – Ele deixou um sorriso malicioso aparecer entremeio sua expressão de dor.

– Quem fala muito faz pouco. – Sai do banheiro, deixando-o sozinho. – Aliás, pode ficar no sofá, mesmo não sabendo porque está no meu apartamento. – Gritei para o garoto.

– Precisava mesmo me jogar o abajur? Você é louca, esquentadinha. – Ele gritou de volta, me surrupiando um sorriso fraco.

– Espero que não esteja se escondendo da polícia! Boa noite Chris... topher. – Gritei soltando uma risada alta no final de minha própria frase.

– Boa noite, Dul... ce!

Awwwnnnn obrigada a todos os leitores, até mesmo aos leitores fantasmas, espero que todos estejam gostando da história. <3

crlvondy: MEU DEUS, você é perfeita! Muito obrigada por todo o apoio e carinho, você não têm noção do quanto estou ficando feliz de postar minha web e ler comentários tão positivos quanto os seus. Muito obrigada mesmo. <3