Fanfic: Mundos Opostos - Portiñon. ♥ + ☮ | Tema: Anahi e Dulce Maria

Anahí observou o pequeno grupo passar por ela sendo liderados por Dulce. Ela achou muito estranho como absolutamente todos obedeceram as instruções da jovem sem protestar.

Maite que estava ao seu lado conversava animada com ela, parecia gostar da loira e era bem mais tranquila do que Dulce. Fora a pequena conversa que tiveram pela manhã poderia passar o dia inteiro sem saber que ela existia. Ficou claro que ela não se importava muito em se envolver em qualquer conversa ou relacionamento com Anahi. Isso deixou Anahí um pouco irritada, porque com o resto do mundo ela parecia ser a pessoa mais legal do mundo, até mesmo com a voluntária que ela ficou minutos conversando no café da manhã.

Anahi observou Dulce fazer um gesto para Maite que havia parado de falar esperando algum tipo de aprovação e depois de receber a confirmação ela pediu para que as crianças se sentassem. Oh não, o chão estava coberto por terra e com um pouco de grama. Sem qualquer conforto. Mas eles não pareciam nem perceber porque eles automaticamente obedeceram a ordem e se sentaram.

Maite lhe disse para acompanhá-la até onde Dulce estava e Anahí pediu aos céus que não tivesse que se sentar no chão. Mas seu apelo foi completamente ignorado, porque a morena se senou ao lado de um companheiro em meio aos pequenos e o pior de tudo: Maite ofereceu a Anahi um lugar ao seu lado.

- Bom crianças, vocês gostaram do lugar? - Perguntou Dulce, quando ela se sentou em uma espécie de rocha na frente deles.

As crianças disseram que sim, felizes ao mesmo tempo.

- Trouxe vocês aqui porque encontrei esse lugar a pouco tempo e achei lindo. Agora eu quero que você fechem os olhos...

Rapidamente todos obedeceram. Anahí olhou ao redor e descobriu um monte de crianças com os olhos fechados. Olhou para Maite que também estava de olhos fechados. Finalmente, ela olhou para Dulce e viu que ela a olhava. Por alguma razão sua pele se arrepiou e ela não conseguiu desviar o olhar por alguns segundos, Dulce lhe deu um gesto afirmativo e reconfortante para que ela entendesse que também devia fechar os olhos. Anahí obedeceu sem hesitação. Estranhamente.

- Quero que vocês sintam o ar. - Continuou com uma voz calma e suave - Que sintam que a medida que o sol aquece o seu corpo o cheiro da natureza enche seus pulmões.

Anahí continuou a obedecer. Ela respirou o ar profundamente e deixou seus pulmões impregnarem o cheiro da natureza, aquele cheiro encheu o seu interior com um sentimento diferente.

- Agora visualize a si mesmo em um lugar que lhes dê paz, tranquilidade, amor... qualquer tipo de amor.

Neste momento, a voz de Dulce parecia exatamente com o seu nome... doce. Completamente doce e tranquila, o que fez o corpo de Anahi relaxar mesmo sem perceber e fazer tudo o que ela pedia. Ela se viu em um lugar e apesar de não saber, era familiar... Sim, era. Era a paisagem que ela tinha visto na foto ontem. Ela estava sentada em uma pedra molhando os pés no lago, a água estava fria. Mas o sentimento era de liberdade. Então alguém encostou em seu ombro.

- Anahi - Escutou a chamarem começando a  voltar para onde estavam.

Ela abriu os olhos e viu Dulce olhando-a com curiosidade.

- Quer compartilhar o que você vê? - Perguntou.

A menina estava perplexa, não esperava ter que contar a sua história. E o que importava o que ela tinha visto? Por que ter que dizer na frente de todo mundo? Então Maite aproximou os lábios perto de seu ouvido e disse:

- Sempre devemos começar para as crianças serem incentivadas. - Sussurrou.

Ok, agora eu entendi. Dulce não tinha interesse. Foi apenas um hábito. Tudo bem. Mas o que posso dizer?

- Bom, havia um lago... O que eu sei é que era uma água muito azul e do jeito que contrastava com o verde das plantas, tudo ficava ainda mais lindo. 

- E você já esteve lá?

- Não. - Sorriu. - Quem me dera, foi apenas minha imaginação.

- Anahi o que nós trabalhamos aqui é o coração, não a imaginação. Você pode nos dizer mais? Você estava com alguém?

Então veio a pergunta: Sim havia alguém em sua fantasia. Alguém que com um movimento de sua mão transmitia calor e paz... Mas realmente não viu o rosto dessa pessoa e apesar de saber que provavelmente era Christopher seu futuro marido, não podia dizer ao certo. 

- Não, ninguém estava lá.

Dulce ficou a olhando por um momento. Ela estava nervosa e olhava fixamente com um olhar intenso, parecia disposta a ler sua mente e embora parecesse loucura, Anahí a intimidava com esse olhar.

- Bom crianças... - Disse quebrando o contato e se movendo em direção as crianças - A felicidade é simples. Cada pessoa pensa que tem uma ideia de felicidade e de forma diferente um dos outro. Mas eles estão errados. A felicidade de todos é se amar e amar o que está ao nosso redor. Não importa onde, não importa o quanto nós temos ou o que deixamos de ter. Não importa quem sai ou quem vem. Se decidirmos ser felizes, não haverá nada neste mundo que possa nos parar, o amor é o impulso mais forte que existe e para amar alguém é preciso primeiro amar a nós mesmos.

Anahí não podia deixar de olhá-la. Dulce estava lhe causando uma sensação estranha, uma espécie de curiosidade que jamais tinha sentido. Com certeza era verdade o que Maite tinha dito a ela, que Dulce não era facil de lidar. Mas no fundo algo lhe dizia que não era tão selvagem quanto tentava ser com ela. Ela era inteligente, carinhosa com pequenos,  "sábia" apesar da sua pouca idade. Ela era uma mulher cheia de contradições, mas definitivamente uma mulher diferente das que Anahi estava acostumada.

Dulce continuou falando com as crianças respondendo as suas perguntas e curiosidades, mostrando seu ensinamento. Anahí poderia simplesmente ouvi-la falar e olhar cuidadosamente cada um de seus gestos, tentando descobrir a partir de sua anatomia o que se escondia realmente por trás da fachada da misteriosa garota.