Fanfic: Mundos Opostos - Portiñon. ♥ + ☮ | Tema: Anahi e Dulce Maria

Andei e andei rapidamente tentando me afastar dela e me afastar do que eu tinha acabado de sentir. O que tinha acontecido? Meus pensamentos me surpreendiam, meu coração continuava acelerado e minha mente estava conturbada. O que diabos está acontecendo com você? Poxa Dulce! É apenas uma mulher. É bonita... É linda, perfeita. É absolutamente normal sentir vontade de beijá-la porque... porque ela é uma mulher! E eu amo as mulheres! E é uma bela mulher... Droga. Então, eu senti uma pressão no meu braço que me fez virar e instantaneamente encontrar a bela mulher.

- Posso saber o que aconteceu?  - Perguntou confusa e até com raiva.

- Estou voltando para a aldeia. - Respondi continuando o meu caminho.

- Oh!! Você ia me deixar sozinha sem dizer nada e voltar pra aldeia? 

- Exatamente.

- Mas que diabo te passa? - Gritou me fazendo parar - Pensava ser bipolar até que eu conheci você. Como você pode mudar a sua atitude de um segundo para o outro?

- Anahi.. - Gritei desesperada - Me deixa ok?! Será que é tão difícil de entender? Eu quero ficar sozinha. Desde que você chegou a esta aldeia tudo é uma pocaria. Desaparece !! Vá embora e me deixa viver em paz!

No momento em que essas palavras foram ditas diretamente de algum lugar  de dentro de mim, com os olhos úmidos e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ela saiu correndo na direção oposta da que eu seguia.

Naquele momento por alguma razão meu coração afundou no meu peito e um nó estranho se formou.

- Merda, merda. - Me censurei tendo as duas mãos na minha cabeça - Como posso ser tão estúpida? 

Em poucos segundos Anahí tinha desaparecido completamente da minha vista o que foi um problema ainda maior. Ela não conhecia o lugar, ela poderia se perder ou até mesmo ser atacada por um animal.

- Anahí! - Gritei correndo na direção que ela tinha ido. - Anahi! 

Continuei chamando-a e sendo completamente ignorada. Os minutos se passaram e meu nervosismo aumentou... Onde diabos você está? O medo novamente invadiu o meu corpo, a preocupação era maior do que qualquer outro sentimento. Eu corri por entre as árvores. Os meus batimentos cardíacos aceleravam. Até que eu senti meu coração parar no momento em que a vi  a alguns metros a minha frente. No chão...

- Anahi... - Corri para o seu lado me acalmando e me ajoelhei ao lado dela. Notei um pouco de sangue na sua perna o que me alarmou. - O que aconteceu?

- Me larga Dulce...  Eu quero que me deixe em paz. Vai embora.

- Não diz bobagem, você não tem consciência! Você já reparou que esta não é a sua cidade? Você é uma menina rica que não tem ideia do que...

- Sabe o que é? - Perguntou fazendo um esforço sobre-humano para se levantar. - Vai a merda.

Quando ela estava disposta a caminhar, seu olhar se perdeu e seu corpo quase entrou em colapso em meus braços.

- Ei! Ei! Anahí - Supliquei dando leves tapas em seu rosto tentando fazê-la reagir. Ela abriu os olhos um pouco tentando ficar comigo. - Você tem que me ajudar, me diz o que aconteceu...

- Não sei... -  disse com dificuldade - Algo me picou.

Eu cuidadosamente coloquei a mão em sua testa para me certificar e sim sua pele estava ardendo em febre.

- Temos que chegar na aldeia. Sua febre está subindo e preciso abaixá-la o mais rápido possível. Vamos devagar... Mas você tem que me ajudar ok?  - Perguntei tentando forçá-la a ficar acordada, mas não tive resposta. - Any... - Agarrei seu rosto a obrigando olhar pra mim -  Você tem que me ajudar.

Em seguida, ela abriu os olhos e embora mal tivesse forças para falar, a simples expressão de seus olhos me disse que ela iria fazer a sua parte. Ela colocou o braço em volta do meu pescoço e deixou cair o seu peso sobre o meu. Assim começou a caminhar lentamente. Foi difícil pra ela andar e tratei de ir conversando com ela para mantê-la acordada, recebendo apenas gemidos como resposta.

O sol começava a se esconder, a noite estava chegando e embora a estrada fosse difícil em poucos minutos chegamos a aldeia que estava em completo silêncio.

O mais rápido que pude a levei para a cabine, cuidadosamente a coloquei na cama encostada e lhe tirei os sapatos pra que ela se acomodasse melhor. 

- Espere aqui um momento...

- Não... - Suplicou segurando minha mão. - Não me deixa aqui sozinha.

Então eu me inclinei sobre a cama e acariciei seu rosto suado.

- Eu tenho que buscar algum medicamento que baixe sua febre... Eu prometo que volto.

Sentindo a sua mão perder força me deixando ir, eu fui as pressas para a cabana onde guardávamos os kits de primeiros socorros. Uma vez que eu encontrei os comprimidos e o termômetro fui ao encontro dela.