Fanfic: Mundos Opostos - Portiñon. ♥ + ☮ | Tema: Anahi e Dulce Maria

Península de Yucatán (México)

É uma experiência incrível a cada manhã ao sair da minha cabine e encontrar este lugar, esta paisagem, me faz sentir tão viva. Embalada pela natureza, pelo som da água caindo no rio, os pássaros voando para dar o seu bom dia para o resto das espécies. Mas se há algo que enche meu coração todas as manhãs é observar essas crianças concentradas na tarefa e absolutamente conscientes do que o professor lhes diz. Eles não têm nada, para o resto do mundo são as crianças pobres que carecem de um lar e uma família para recebê-los e oferecer-lhes a educação que recebe qualquer criança "normal" na sociedade.

Mas só eu sei como eles estão errados. Estes pequenos seres com recursos limitados, são mais felizes do que muitos que vivem no novo mundo e tem acesso a uma melhor educação. Eles têm uma doçura e uma inocência em seus olhos que graças a Deus não pode ser corrompido pela sociedade que exige conforto e dinheiro.

Eles não precisam de mais nada para aprender, eles têm a natureza e amor. E o amor é a essência do mundo, aqui é o lugar onde eu me lembro o quão belo e puro pode ser um ser humano.

- Ei Dulce! - Interrompeu a voz fazendo um barulho na minha frente.

- Hum? O que aconteceu Maite?

- Além de eu ter passado 10 minutos tentando me comunicar com você? Hum, acabou de voltar de um de seus momentos filosóficos?

- Já. - Respondi começando a sorrir.

- Eu acho isso um exagero, mas tudo bem.

- Isso é uma reclamação? - Dulce pergunto arqueando uma sombrancelha.

- O que você acha? - Sorriu zombando. - Eu tenho que falar com você.

- Cada vez que eu digo que sim o que você faz é me dar um sermão.

- Dulce se a sua parte como boa pessoa não tem a mesma proporção de sua cota em pegar "vagabundas", certamente você não vencerá muitas lutas.

- Te juro que você é pior do que uma mãe Maite. Além disso... eu não posso ser perfeita.

- Que tal por favor deixar de lado sua grande modéstia. Recebi um telefonema do centro agora mesmo, alguém deve ir para a cidade em poucas horas.

- Algo para trazer?

- Não. Quer dizer sim, alguém. Você se lembra do Sr. Puente?

- Claro Mai. Ele vem pessoalmente todos os anos entregar sua doação. Eu pensei que iria ser avisada com antecedência quando ele fosse chegar na região.

- Você não vai encontrar exatamente com ele, houve uma mudança de planos. O Sr. Enrique não pôde vir este ano, no entanto, ele prometeu que receberíamos uma doação e insistiu em enviar alguém de sua confiança para entregar em seu nome.

- Por que eu sinto que você está me enrolando Maite?

- Ai, o fato é que... por algum motivo ele decidiu que quem traria a doação seria sua filha e ela está chegando para passar alguns dias na aldeia.

- Muito bem pensado da parte dele, mas sua filha é?

- Sim. Ela é bonita, muito inteligente e está muito empenhada Dul. Gostaria de saber se você não a conhece? Seu nome sempre aparece em revistas como a "jet set" do México e dos Estados Unidos.

- Me desculpe, mas não a conheço.

- Tinha esquecido que o seu autismo é isolado do mundo exterior.

Mais uma vez eu me vi forçada a olhar para a minha amiga com uma careta.

- Isso quer dizer que é uma menina rica?

- Meu medo é exatamente por isso, sim ela é uma menina rica.

- Quando vai buscá-la?

- Esta tarde.

- Vai escolher alguém ou você vai pessoalmente?

- Amiga quem vai buscá-la é você!

- Quê? Eu? - Dulce riu escandalosamente. -  Você sabe que eu tenho muitas coisas para fazer.

- Eu também Dulce, além do mais a sua turma só começa depois do almoço. O que lhe dá o tempo exato de ir, basta buscá-la e trazê-la aqui.

- Mas Maite, por quê eu?

- Porque eu não posso ir... E eu preciso de você para conseguir alguns papéis do escritório central.

- Está bem. Agora virei babá de menina rica.

- Dul! Trate de parar. Não seja grosseira e trate-a bem.

- Quando foi que você me viu maltratar uma mulher? - Perguntei ofendida.

- Você trata todas mulheres muito bem eu diria... Mas quando  você não gosta de alguém, você pode se tornar realmente insuportável. E aquela garota vai ficar alguns dias aqui, eu não quero assustá-la.

- Vamos Mai, você sabe tão bem quanto eu que se uma menina rica vem a esta vila ela está sendo obrigada pelo pai e não por vontade própria.

- Eu sei disso. Mas o Sr.Puente é um bom homem, seus filhos devem ter puxado alguma coisa dele.

- Ja sei disso, mas dá pra parar de me tratar como um ogro, eu não tenho quinze aninhos... E eu já vou mamãe.

- Vá com cuidado. - Sorriu com ternura.

- Olhe pra mim, claro que terei cuidado. - Revirando os olhos.

Depois de deixar Maite balançando levemente a cabeça, sorrindo como sempre e completamente resignada com o meu comportamento. Eu fui para o carro, pronta para partir em direção a cidade. Passei cerca de uma hora dirigindo, uma hora entre a natureza, árvores, animais, terra e tranquilidade. Não há nada melhor.