Fanfic: Mundos Opostos - Portiñon. ♥ + ☮ | Tema: Anahi e Dulce Maria

Cheguei na minha cabine em questão de minutos, eu não havia parado parado para pensar, refletir e nem nada disso, fui direto abrindo a porta como se ninguém estivesse lá e a imagem que eu encontrei me surpreendeu e fez meu coração bater nervoso, com medo.

- O que você está fazendo? - A olhei enquanto ela guardava suas coisas em sua mala.

- Arrumando minhas coisas, vou embora daqui amanhã cedo! 

- Mas Any, não pode fazer isso. Se foi pelo o que aconteceu eu vim te pedir desculpas. Eu não deveria ter te beijado. Mas não...

- Não Dulce. - Ela interrompeu - Você não devia ter me beijado e eu nem deveria ter vindo aqui. Tudo isso é loucura! A duas semanas atrás minha vida era perfeita, eu ia me casar com o homem dos meus sonhos, possuir uma grande empresa, ter uma boa casa e criar uma família feliz, era uma mulher admirável... exemplo para muitas. E Agora? Agora estou aqui em um lugar que nem sequer aparece no mapa, com uma mulher que pensa que eu sou mais uma e cairei rendida em seus braços na  primeira oportunidade, que pensa que tem o direito de me beijar e que isso me levará diretamente pra sua cama. - Suspirou - Então eu pergunto... em que maldito momento eu resolvi vir a este lugar e ficar a sua disposição, você acha que com que esse seu sorriso doce, você pode se meter na minha vida? - Desesperada - Eu sinto muito, comigo não vai funcionar. Eu não sou uma daquelas garotas com quem você pode brincar. Então nunca mais me beije. - Ameaçou levantou um dedo - Ou eu não respondo por mim. Está claro? 

Após suas palavras, seu discurso, suas perguntas sem respostas e seus gestos de desespero eu permaneci em silêncio. Assistindo seu peito arfando por conta do seu nervosismo. Analisando os seus olhos inquietos e completamente confusos com o meu silêncio.

Algo me levou a me aproximar dela devagar, sentindo que o olhar dela era cada vez mais confuso e seu corpo ficou tenso quando me aproximei. Eu  parei bem na frente dela, a alguns milímetros de seu rosto, sentindo em meus lábios sua agitada respiração e observando como seu olhar me analisava.

- Não faça isso... - Sussurrou quase sem voz.

Mas seu pedido parecia ser apenas perfeito para que os meus lábios quebrassem a distância e se unisse aos seus suavemente, delicadamente, com doçura. Sem a intenção de forçá-la a nada. Mas com firmeza suficiente para mostrar que suas ameaças não significavam nada para mim.

Seu corpo congelou e meu peito parecia sofrer uma revolução pelo simples toque de lábios, conseguindo que tudo ao redor desaparecesse. Tudo perdeu o sentido... as palavras foram esquecidas, as ameaças foram ignoradas e eu senti uma grande necessidade de ir além e explorar cada canto de sua boca e acalmar de uma vez toda a vontade.

Mas novamente como há poucos minutos atrás, o meu desejo foi interrompido pela  mão batendo no meu rosto bravamente. E depois de me lançar um olhar sujo, empurrou meu peito para trás e caminhou rapidamente até a porta.

- Saia...- Sentenciou da porta me olhando. 

Me aproximei dela e antes de sair eu desafiei o olhar dela.

- Caso tenha se esquecido essa cabine é minha.

Quando eu terminei de dizer essa frase ela soltou a porta e ameaçou sair ela mesma dali, mas algo fez minhas mãos a segurarem rapidamente, colocando ela de costas para a porta e encurralando-a em meus braços.

- O que você está fazendo?  - Ela perguntou se rebatendo.

- Você é apenas uma menina caprichosa. 

E quando sua boca se abriu disposta a responder a qualquer coisa, eu a fechei beijando-a de novo. Com um pouco mais de intensidade do que a minutos atrás, mas novamente antes que eu pudesse aprofundar o beijo ela cruzou o meu rosto de novo com outra bofetada.

- Quantas vezes vou ter que te bater para que você pare de me beijar? - Perguntou furiosa.

- Se um tapa é o preço que tenho que pagar. - Sussurrei encurtando a distância - Seus lábios vão doer primeiro que o meu rosto, porque eu não estou disposta a parar de beijar você. 

- Quê? O que você pretende Dulce? Me diz... o que você quer?

- Você não vê Anahi? Você não percebe que eu morro por você desde o primeiro momento que eu te vi? Não vê que por mais que eu tenha tentado eu não consigo te odiar? - Comecei a perguntar desesperada. - Você é totalmente o contrário de mim, eu não suporto você,  você é tudo o que eu não aceito em alguém. Mas ao mesmo tempo desde que você chegou aqui tudo mudou... todos os dias eu acordo desejando te ver. Eu começo a sorrir só de pensar em você. Você tem alguma ideia de de como eu me senti ontem? Quando eu te vi morrendo de frio na cama e não podia fazer nada? Eu queria que fosse diferente. Queria que fosse eu naquela cama, desde que você não precisasse passar por tudo aquilo... Eu tento rejeitar você e tudo o que eu consigo é te querer. Sinto vontade de protegê-la, ensiná-la, ajudá-la, abraçá-la. Eu não sei o que acontece comigo e eu sei que você vai se casar, você tem uma vida perfeita e eu sou uma idiota completa por me sentir tão vulnerável quando você está por perto. - Acariciando sua bochecha - Isso me aterroriza, eu sinto pânico. Será que você não vê? E mesmo com tudo isso eu quero te beijar ... Eu quero beijar você como nunca quis beijar ninguém. Você está me deixando louca Anahí, completamente louca.

Senti meu corpo tremer como nunca tinha sentido antes e que os meus olhos estavam molhados por conta de todas as palavras que vieram direto do meu coração. Esse coração confuso que por muitos anos lutou para não se sentir assim. Mas tudo foi em vão, meus esforços para me manter fria desabou no exato momento em aqueles olhos azuis olharam para mim pela primeira vez. Com a intensidade de agora. Tornando eterno os segundos... Me fazendo sentir como uma criança indefesa diante do olhar que poderia despir minha alma... O que está acontecendo comigo? O que você está fazendo comigo?