Fanfic: Mundos Opostos - Portiñon. ♥ + ☮ | Tema: Anahi e Dulce Maria

O som dos papéis batendo no chão me despertou da hipnose absurda em que fui mergulhada alguns segundos atrás. Eu balancei minha cabeça, quebrando o contato visual com a estranha e me abaixei rapidamente para recolher toda a bagunça que eu tinha feito.

Minhas mãos tornaram-se estranhas, papéis estavam espalhados por todo o chão e eu quis recolher todos eles de uma vez, com cuidado para não amassá-los. Eu estava extremamente nervosa, não conseguia coordenar meus movimentos. Mas quando eu pensei que a situação não poderia ficar pior, eu visualizei outras mãos tentando ajudar a minha falta de jeito.

Olhei com medo por tudo o que estava sentindo e me vi cara a cara com aqueles olhos que estavam olhando para mim. Olhos grandes, perfeitamente realçados e pintados com o azul mais profundo que eu já tinha visto. Eles olharam para mim de uma forma que eu sentia que poderiam atravessar a minha alma. Demorou segundos. E eu ainda não conseguia desviar o olhar, era como um ímã, um ímã que me impediu de mudar de posição e magneticamente me atraiu.

- Dulce! - Uma voz familiar interrompeu fazendo com que a mulher se levantasse rapidamente, o meu corpo decidiu responder da mesma forma e a cortar o nosso contato visual. -  Andrea disse que você chegou! E pelo o que vejo você conheceu a Srta. Puente.

Ele disse, dirigindo seu olhar a ela e voltando para mim, não fui capaz de pronunciar uma palavra.

- Me desculpe pelo desastre. - Ela se desculpou. - Eu não queria te assustar.

Sua voz era ainda mais doce do que o seu rosto e por um momento eu pensei que isso fosse completamente impossível. Ei acorde. Nada é doce. Esqueça.

- Não há nenhum problema, eu simplesmente estava distraída.

Ela ofereceu um sorriso, fazendo com que eu sentisse automaticamente uma estranha sensação no meu peito e no estômago. No peito do lado esquerdo para ser exato. O que isto significa?

- Anahí Puente. - Ela disse estendendo a mão.

- Dulce Maria Savinón.

Dei o estreitamento de nossas mãos, sentindo que algo estranho estava acontecendo com meu corpo quando a nossa pele entrou em contato e os olhos nos olhos de novo. Por mais que eu quisesse e meu cérebro gritasse para me desviar do olhar daquela mulher, meu corpo tinha ido a um estado de total absurdo e não tinha a intenção de me ouvir.

- Dulce, você quer deixar todos os meus papéis molhados? - Marcos interrompeu novamente.

Eu rapidamente deixei cair a mão da menina, para ouvir a voz do meu parceiro e eu lhe ofereci um olhar fulminante.

- Maite quer os relatórios recentes que recebeu de doações e cartões de potenciais voluntários deste ano. Mas eu não encontrei nada neste lugar.

- Se tivesse olhado no computador, talvez você tivesse tido mais sorte Dul, somos uma comunidade de ONGs, não significa que não são informatizados.

- Certo, é verdade. Você pode se apressar com isso, senão vou perder a minha turma da tarde.

O encarregado da papelada passou por nós, sentando na mesa e passou a digitar algumas coisas no computador.

- Em poucos segundos você terá tudo impresso. - Informou. - Não sabia que era você quem viria hoje, estava a espera de Maite.

- Ela tinha muitas coisas para fazer e como meu turno só começa depois do almoço ela me pediu para vir.

-  Em poucos minutos você vai começar a sua viagem pelo o nosso acampamento, Srta. Puente.

- Na verdade minha jornada começou às cinco da manhã e estava esperando que este fosse o destino final.

- Aqui é o escritório mais próximo, a aldeia é um pouco mais longe da civilização. Mas não se preocupe, lá você vai encontrar o resto dos meus colegas, que junto com a Dulce serão responsáveis por todos os assuntos relacionados e mostrar o nosso projeto, como temos feito em anos anteriores com o seu pai.

- Está bem, suponho que eu não tenha escolha. - Suspirou vencida.

Enquanto os dois mantinham sua conversa, eu assistia incrédula a garota. Maite estava certa, ela era linda Mas eu também me sentia bonita. Mas aqueles longos cabelos loiros, seu corpo esguio e firme, seu traje feminino fazia com que ela parecesse uma verdadeira princesa, seu sorriso deslumbrante, seu rosto doce e seus olhos indescritíveis, mas tudo isso não foi capaz de acabar com a falta de neurônios que ela tinha acabado de demonstrar. Onde é que ela acredita que está? Será que ela pensa estar indo para um hotel de cinco estrelas no meio da selva? Ela é realmente filha do Sr. Enrique?