Fanfic: Mundos Opostos - Portiñon. ♥ + ☮ | Tema: Anahi e Dulce Maria

 Tudo o que eu podia fazer era ver seu sorriso, enquanto ela sonhava eu ouvia o som de sua respiração se confundindo com o som da natureza noturna. Acariciava seus cabelos há horas e pela primeira vez em muitos anos não desejava que chegasse a manhã, para não acordá-la ou deixá-la... Mas infelizmente o sol começaria a nascer em poucas horas e teríamos que voltar ao trabalho. Um trabalho que hoje eu não desejava fazer.

Então, como se tivesse ouvido a cada um dos meus pensamentos seus olhos começaram a se mover para segundos depois mostrar aquele lindo azul, eles se tornaram ainda mais lindos iluminados pela madrugada. Eu sorri pra ela tendo a sensação de que era impossível tirar meus olhos dos dela. 

- Está realmente acordada ou está dormindo com os olhos aberto?. - Ela perguntou sorrindo vendo que eu sequer me movia. 

- Bom dia. - Sussurrei de volta. - Dormiu bem? 

- Tendo em mente que estamos em um carro no meio de uma montanha e aparentemente não movi um centímetro do meu corpo durante toda a noite... eu dormi perfeitamente. E você?

- Perfeitamente. - Confirmei sorrindo. - Estava tentando encontrar forças pra te acordar, infelizmente temos que voltar.

Seu sorriso sumiu por um momento dando lugar a uma ligeira expressão de tristeza.

- Eu poderia ficar aqui com você. Isolada do mundo. Só nós duas.

- Eu também, acredite em mim... - Acariciei seu rosto. - Mas só me basta saber que você estará por perto  e que você ainda vai ser minha depois de todo o dia de trabalho... Há muitas coisas que podemos fazer no fim do dia, certo?

- Sim... - Voltou a sorrir. - Eu serei completamente e somente sua. 

Depois de ouvir essa frase e ver a luz em seus olhos, um impulso me obrigou a encurtar a pequena distância entre nós beijando-a com ternura e realmente querendo sentir aquele sentimento quente para sempre. Mas infelizmente como tinha advertido há poucos minutos, tínhamos que voltar para o mundo real. Por isso fomos obrigadas a nos separar mais cedo do que o desejado.

- Vamos? - Perguntei sorrindo. 

Minutos mais tarde estávamos prontas para tomar o caminho de volta para a aldeia. O trajeto que provavelmente iria durar menos tempo. Música, paisagem, pequenas conversas, sorrisos, olhares e carícias fugazes eram os nossos companheiros durante a viagem. Quarenta minutos depois havíamos chegado.  

Parei o carro no mesmo lugar de sempre. Anahi sorriu docemente embora visse algum indício de insegurança, dúvida ou talvez medo de estar de volta a realidade. Naquele momento meu coração experimentou o formigamento habitual, sempre que ela sorria para mim e embora as palavras certas não viessem a minha mente um sorriso como resposta foi a única maneira que encontrei para deixá-la saber que estava tudo bem. Saímos do carro e observamos a aldeia. 

- Parece que não há muita gente acordada. - Comentou olhando para as cabines.

- Ainda é cedo. Mas não confie, em poucos minutos você terá algumas crianças correndo para a sala. E tudo vira uma loucura. 

- O que tem preparado pra hoje?  - Perguntou com um sorriso.

- Nada. - Sentenciei rindo. - Sempre preparo minhas aulas um dia antes e ontem eu passei toda a tarde nas montanhas com uma menina bonita... Então eu acho que eu vou ter que improvisar algo.

- Oh ... - Exclamou perigosamente perto do meu rosto - E valeu a pena ter deixado suas tarefas de lado com a menina bonita? Ou foi experiência muito traumática?

- A única coisa traumática aqui ... - Continuei encurtado a distância - É resistir à vontade de beijá-la que terei em todas essas horas.

- Então é melhor você aproveitar agora... Você não acha?

Quem seria louco de não querer beijar essa mulher principalmente tendo-a tão perto? Se houvesse alguém certamente não era eu. Eu sempre fui capaz de controlar meus impulsos, medir até onde posso chegar, jogar com o desejo com outra mulher... Mas Anahí era capaz de escurecer qualquer decisão minha só ao olhar para mim e me importava muito pouco se o mundo estava desabando ou não em nossa volta. 

Eu só me importava com ela. Então eu grudei os meus lábios com os seus que esperavam por mim semi abertos, tão ansiosos quanto os meus, eu abracei sua cintura com a intenção de que seu corpo estivesse completamente colado ao meu. Sentindo cada parte dela, tudo era diferente. 

Logo depois, a falta de oxigênio nos obrigou a nos separar e uma pequena risada veio sobre nós quando percebemos que parecíamos adolescentes  em seu primeiro amor. No entanto havia a certeza que tudo o que estava acontecendo nos fazia feliz de uma forma impossível de explicar. 

Peguei a sua mão, entrelacei nossos dedos e juntas fomos em direção a cabine, nós olhamos e sorrimos como um casal apaixonado de verdade.

Então ouvimos uma aproximação o que nos fez virar e encontrar a minha Maite, que estava acompanhada e conversando com alguém, sem saber da nossa presença eles se aproximaram ainda mais. Foi aí que tudo mudou. Os olhares se encontraram o que foi um pouco estranho pra mim. O silêncio seguiu.

- Christopher... - Disse Anahí soltando minha mão e me deixando ainda mais confusa.