Fanfic: Mundos Opostos - Portiñon. ♥ + ☮ | Tema: Anahi e Dulce Maria

"Eu te amo" essas foram as únicas palavras que minha boca  conseguiram pronunciar quando eu estava frente a frente com ela... "Eu te amo". Meu cérebro não podia processar mais nada, foi tudo o que eu pude dizer, eu a vi na minha frente tão concentrada em seu trabalho, tão linda como sempre, tão firme e insuportável exatamente como o dia em que a conheci. Eu sinto meu corpo tremer da cabeça aos pés, enquanto ela olha para cima e me observa. Deus esses olhos... confusos mas profundos como sempre. Eu sinto que se passou  um milhão de anos desde a última vez que a vi, eu sinto que o tempo passou em câmera lenta, Deus como eu queria correr para abraçá-la.

- Dul... Dulce? - Perguntou me despertando do estado absurdo de transe em que eu me encontrava. - Você... como... o que..? 

- Eu não sei. - Interrompeu. - Não sei o que estou fazendo aqui. Mas me deixe tentar explicar antes que eu entre em pânico e saia correndo.

Meu nervosismo a fez sorrir com ternura e naquele momento eu senti que todo o meu mundo estava caindo aos pedaços ... Como senti falta do seu sorriso. Como eu senti falta daquele olhar transparente pregado em mim, do jeito que ela estava fazendo agora, falando através do silêncio.

- Senhorita Puente. - Interrompeu a voz de sua secretária. - Me desculpe, eu avisei a ela que ela não podia entrar e ainda assim ela entrou... eu juro que...

- Está tudo bem Carla, não se preocupe. Deixe-nos sozinhas. 

Sem dizer uma palavra, intrigada com o pedido a mulher saiu do escritório fechando a porta atrás dela e deixando-nos sozinhas de novo. Apenas eu e ela. 

- Quer se sentar? - Perguntou interrompendo o silêncio que havia sido criado enquanto nós simplesmente nos olhávamos. 

- Se eu mover um pé deste lugar eu não vou ser forte o suficiente para auto me impedir de ir até você e te beijar. - Ela olhou para baixo suspirando.

- Dulce o que você está fazendo aqui? Duas semanas se passaram, eu não entendo por que...

- Eu te amo. - Repeti interrompendo suas palavras e fazendo-a me olhar intrigada. - Eu não estou aqui para te pedir nada Anahí... Eu  fiquei  duas semanas me agarrando a ideia de que te pedir pra ir embora fosse a melhor coisa a fazer. Eu não estou aqui pedindo pra que largue tudo, volte e tente agir como se nada tivesse acontecido. Porque aconteceu, eu me apaixonei por você, de uma forma que nunca pensei que iria acontecer de forma rápida e sem perceber... Eu sinto muito em dizer isso agora Anahí, eu sei que não tenho o direito, mas você tinha que saber, pois o simples fato de saber que você pensava que significava nada pra mim já me mata. Eu não consigo dormir, não consigo seguir... eu acordo todas as manhãs com a esperança de que tudo foi um sonho e que você estará ao meu lado quando eu abrir os olhos. Mas quando eu acordo e não te encontro ali tudo o que antes eu apreciava, tudo que antes eu amava perde o sentido. Não há um lugar no mundo em que eu queira estar se você não estiver lá, não há nada que me faça feliz se eu não puder compartilhar com você... Por mais que eu tenha trabalhado, por mais que eu tenha lutado, desde que você apareceu na minha vida eu percebi que nada disso fará sentido se você não estiver comigo.

Eu  podia ver suas mãos tremerem mesmo com a distância, seus olhos estavam úmidos quando nossos olhos se encontraram. Algumas pequenas lágrimas escaparam a partir deles, assim como nos meus. Ainda com esses pensamentos em minha mente quase sem perceber, sem sequer pensar, cheguei perto  dela e a envolvi nos meus braços sem dizer uma palavra.

Ela agarrou-se a mim com força, eu a abracei como se ela nunca fosse fazer aquilo de novo... O seu cheiro fez meu coração bater mais rápido.  E apesar da situação, dos medos, dos obstáculos, neste momento eu experimentava a maior felicidade que um ser humano podia sentir. A felicidade que só pode ser conhecida quando você abraça a pessoa que você ama e ela abraça você da mesma forma. Como se pudessem ficar juntas para sempre. Um sentimento único, um sentimento que até agora não tinha conhecido.

Aos poucos eu separei nossos corpos e juntei nossas testas, observando em silêncio enquanto as suas lágrimas escorriam pelo seu rosto e ela ainda não dizia uma palavra sequer.

Eu coloquei as duas mãos sobre o seu rosto e enxuguei as lágrimas teimosas que não paravam... Senti a necessidade de beijá-la, tendo a sua boca apenas um centímetro de distância, um ímã me aproximando cada vez mais dela e de alguma forma demonstrar a verdade de minhas palavras.

Então a porta se abriu inesperadamente. E antes que meu cérebro pudesse processar ela já havia ido pra longe de mim, olhamos juntas em direção a porta.

- Bebê está tudo bem? - Perguntou a voz familiar. Acho que ele perguntou aquilo ao ver seus olhos vermelhos.

Depois de observá-la e processar a sua reação eu me virei para olhar aquele rapaz, Christopher, seu noivo... a quem meia hora antes ela estava beijando na porta do edifício.

Sim, eu cheguei cedo na a cidade e permaneci horas esperando ela começar sua jornada de trabalho. Quando eu a vi aparecer com ele, eu os segui para dentro do prédio e senti meu corpo inteiro queimar de  raiva quando eu o vi beijando-a um pouco antes de entrar no elevador. Meu primeiro impulso foi correr, deixar a cidade de volta para a aldeia e esquecê-la assim como ela parecia ter me esquecido. 

Eu andei vários quarteirões... até que a coragem tornou-se impotência, impotência em tristeza e impotência no amor. Um amor que não me deixou ir um passo além e me trouxe novamente ao edifício onde ela trabalha. Para garantir que pela primeira vez em minha vida eu estivesse disposta a desistir de tudo por alguém... e esse alguém era ela.